After All escrita por s2jully


Capítulo 2
After All - Bônus 1


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei com o bônus prometido. Espero que gostem...



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— O que acha de Lucca? – pergunto analisando o nome que tinha me interessado. Estava com um livro de nome de bebês apoiado na minha barriga muito pequena ainda.

— Não, não me traz boas lembranças.

Soltei um gemido quando meu marido apertou algum ponto do meu pé que me fez relaxar.

— E Nicholas? Sempre gostei desse nome. Nicholas Salvatore – falo testando o nome.

— Primeiro de tudo, já falei pra você dar uma diminuída nos turnos do hospital. Seus pés estão começando a inchar já. E segundo, serio que você quer colocar o nome do nosso filho com a versão americana de Klaus? – Damon pergunta irônico e eu consigo ver o seu ponto.

— Okay, okay – desisto largando o livro de 500 páginas – Só acho que você deveria colaborar também. A única coisa que você faz é discordar de mim e isso está começando a me irritar.

Estávamos há quase 1 hora deitados na cama, Damon me fazendo a massagem nos meus pés inchados e eu separando cada nome que achava bom no livro. E meu marido tinha o prazer de falar 'não' para todos os nomes que eu escolhia.

— Não é minha culpa que você quer colocar o nome de alguém do nosso passado – fala soltando os meus pés – E por que razão estamos olhando só nomes de meninos?

— Damon, considerando a quantidade de pessoas que já conhecemos, é muito difícil de arranjar um nome que já não tenha sido mencionado. E estamos na parte dos meninos porque eu acho que nosso bebê é um menino – falo voltando a pegar o livro.

— Okay, você ganhou essa. Mas eu tenho certeza absoluta que nós teremos uma menina – falou convencido vindo sentar do meu lado.

— A mãe sempre acerta, Damon. Nem adianta discutir. E além do mais, é bom você rezar pra ser um menino. Sabe, aquela coisa de karma existe, viu? E considerando a quantidade de mulheres que você já teve nessa vida... Eu se fosse você, já estaria fazendo promessa – falo brincando com a cara dele.

— Tão engraçada Elena... Ainda bem que é bonita – ele tira uma comigo e eu bato nele com o livro – Agora é serio, nós devíamos considerar nomes de meninas.

— Não acho que quero... – faço pouco caso.

— Por que? Você tem alguma preferência? – ele pergunta tomando o livro das minhas mãos.

— Não, é só que eu acho que vai ser extremamente difícil achar um nome de menina que você já não tenha transado — falo formando um bico sem querer.

— O que posso fazer... As mulheres me acham irresistível – diz convencido e eu bato novamente com o livro nele.

— Vamos ver... – fala pegando o livro de mim – Já tem algum em mente?

— Não, mas esse aqui é bonito – digo apontando pra um.

— Charlotte? Gostei, só espero que não seja por causa da princesa da monarquia britânica.

— Não é, só acho bonito o nome – me justifico – Mas não teria nenhum mal se fosse, afinal se depender de você ela será tratada como uma princesa.

— Isso não é verdade – fala sem desviar os olhos do livro.

— Certeza, Damon? – pergunto irônica – Porque eu percebo muito bem como você é com a Emma, ela te tem no dedo mindinho.

— A garota tem lábia Elena, não é como se alguém pudesse resistir a aqueles olhos azuis de filhote de cachorro – fala óbvio.

— E eu devo te lembrar que nossa provável filha tenha olhos azuis também? – rio – Você está tão ferrado, Damon Salvatore.

Ele parece estar pensando a mesma coisa que eu e fecha o livro rapidamente, colocando em cima do criado mudo.

— Acho que já chega de nomes por hoje. Já passou da hora de mulheres grávidas dormirem – fala apagando a luz do quarto e os abajures.

— Mas eu não to com sono ainda – falo manhosa e começo a me deitar por cima de seu corpo quente.

— Mas eu estou e tem que estar descansando pra amanhã a noite.

— Esqueci totalmente do jantar com o Ric a Jo – fecho os olhos com a lembrança.

— Pois eu não e você vai sentir falta das horas de sono assim que levantar pra vomitar no banheiro de manhã.

— Ugh! Você tinha que me lembrar disso agora?

— Esse é o meu trabalho, babe – da uma piscada pra mim – Boa noite senhora Salvatore.

— Boa noite senhor Salvatore – dou um beijo nele e fecho os olhos.

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— Deixa eu ver se acerto dessa vez... Lellis? – pergunta o Ric falando o nome do restaurante italiano que vivíamos comprando comida.

— Errou feio dessa vez, Ric. O mérito é todo do Damon – falo orgulhosa do meu marido.

Aquela história de tentar comidas novas se tornou realidade. Não queria meu filho comendo comida de restaurante todos os dias, então baixei diversos vídeos na internet pro Damon assistir e tentar reproduzir as receitas. E ele estava se saindo muito bem.

— Uau Damon, isso aqui está incrível – fala a Jo enquanto coloca mais uma garfada na boca.

— Alaric não anda te alimentando direito em casa, Jo? – brinca ele.

— Tente ter uma refeição decente com duas crianças de 4 anos quebrando a casa e te chamando a cada 2 segundos – responde colocando mais uma garfada.

Dou risada e olho rapidinho pros gêmeos que estão assistindo TV na sala depois de terem jantado. Eles nunca trouxeram muitos problemas quando ficavam aqui, então não sabia exatamente o sofrimento da Jo.

— Você ri porque não sabe como é – fala o Alaric largando o garfo – Essa semana o Peter jogou o controle da televisão no vaso sanitário enquanto desviei meus olhos dele por meio segundo pra fazer a Emma parar de rabiscar as paredes.

— Mas isso não foi inteiramente culpa dele – a ex-bruxa justifica – As baterias do controle tinham acabado e ele pensou que tinha morrido igual ao peixe morto dele que jogamos na privada.

— E qual é a desculpa da Emma? – ele pergunta irônico.

— Ela gosta de artes – dou risada mais uma vez com isso e tomo um susto quando escuto algo quebrando na sala e um barulho de choro.

— Meu turno – o Alaric levanta – E já peço desculpas pelo o que quer que meus filhos tenham quebrado. Depois vocês me dão o preço – ele vai pra sala – Eu já conversei com vocês meninos, desse jeito não vai sobrar dinheiro pra faculdade de vocês.

— Desculpa gente, duas crianças da mesma idade não é nada fácil. As vezes eu penso se não existe a possibilidade de devolver um pra maternidade – brinca a Jo e toma um gole do seu copo de vinho.

Damon me olha de canto de olho e sei o que ele está pensando, 'graças a Deus é só um dessa vez'.

— Tem plantão ainda Elena? – pergunta a Jo do nada.

— Não, por que? – fico confusa.

— Bem, você nunca recusa uma taça de vinho quando estamos juntos a não ser que tenha plantão nas próximas horas.

Eu e o Damon nos olhamos e sei que chegou a hora de contar.

— É sobre isso mesmo que– Jo me interrompe.

— Ah meu Deus! – ela exclama e coloca a mão na boca – Você está...?

Balanço a cabeça que sim e ela solta um grito em seguida. Jo levanta rápido e vem me abraçar.

— Isso é maravilhoso Elena! – ela se separa de mim – Esquece qualquer coisa que eu disse sobre os gêmeos, você vai amar tudo isso! E pode me ligar a qualquer hora do dia pra tirar qualquer dúvida, sei que você também é médica mas você me entendeu – tagarela.

Escuto passos próximos e vejo o Ric encostado no batente com uma Emma de bico no colo.

— Por que a Elena precisaria te ligar? – pergunta nos encarando.

— Ela tá grávida Ric – fala a Jo com um sorriso e consigo ver o sorriso do Alaric tremer um pouco com a notícia.

— Isso é sério? – pergunta de novo colocando a Emma no chão.

— Sim Alaric, 11 semanas nessa quinta – falo esperando uma reação sua.

— Certeza absoluta? Quer dizer–

— Mais de 100% de certeza Ric, com ultrassom e tudo mais – fala o Damon irônico o encarando.

Eu definitivamente não conseguia entender a reação dele, e porque não tinha sido igual a da Jo. Era uma noticia boa, maravilhosa na verdade.

— Uau – passa na mão no cabelo – Parabéns pessoal.

Antes que alguém pudesse falar alguma coisa, Emma resolveu se manifestar.

— O que a tia Laney tem?

— Ela tá grávida, Emma – minha afilhada continuou com carinha de confusa e eu resolvi explicar.

— Significa que em alguns meses, eu e o tio Damon teremos um bebê, igual as suas bonecas mas de verdade – digo calma.

Nessa hora Peter resolve aparecer também onde todo mundo estava.

— Sério mesmo tio Damon? – pergunta indo sentar no colo do meu marido.

— Sério mesmo, Peter.

— Mas vai ser um menino ou uma menina? Porque meninas são sem graça – fala olhando de rabo de olho pra irmã.

— Não são não! – Emma bate o pé e vejo a Jo a chamando atenção por falar alto.

— São sim – ele vira pra nós dois – Da pra escolher o que é? Porque se der, é melhor escolher um igual a mim.

Todos dão risada com isso e tento explicar pra ele.

— Infelizmente não é com a gente isso, Peter – explico ainda rindo – Mas prometo que se for menina, vou tentar ao máximo que ela seja legal igual a você, fechado?

— Fechado! – ele bate seu punho com o meu em um 'toque'.

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Todos já tinham terminado sua refeição e estavam na sala, com exceção do meu marido e do Ric. Jo falava alguma coisa sobre seu sexta mês de gravidez mas não conseguia prestar atenção com uma coisa na cabeça.

— Então, o que está tomando sua atenção que você não consegue ficar em uma palavra que eu digo? – questiona a Jo – Achei que você estivesse empolgada com a gravidez.

— E eu to Jo, você não tem noção do quanto – esclareço – É só umas coisas...

— Damon? – pergunta rápido – Apesar dele aparecer estar bem relaxado com tudo. Tenho que admitir, nunca imaginei ele como pai e não vejo a hora disso acontecer. E por falar nisso, como foi tudo? Como você jogou a bomba?

— Acredite em mim, não foi nada bonito – falo relembrando uma das piores noites da minha vida – Teve gritos, choro e eu fui parar no hospital com início de aborto. Sorte que 'esse' aqui é bem forte – falo passando a mão na minha barriga minúscula – Mas ele não é a minha preocupação. Você viu a cara do Alaric quando ficou sabendo? Definitivamente não foi algo alegre.

— Ele deve estar preocupado Elena. Você e o Damon são ex-vampiros, ele está casado com uma ex-bruxa e tem filhos bruxos. Você no lugar dele não ficaria ao menos paranóica de algo de errado acontecer? – pergunta óbvia.

— Claro que sim, passei por coisas que nem sequer acreditei que fossem verdade. E o Damon também, por isso nós brigamos feio. Mas estamos escolhendo acreditar no melhor por enquanto. A médica disse que o bebê é saudável e não apresenta nenhuma alteração. Ele não poderia simplesmente ficar feliz, igual a você? – pergunto um pouco sentida.

— Acho que sim, mas você esquece de um fato importante. Ele se considera como seu pai praticamente. Agora junta a neurose e o choque de ser quase um vô com a idade dele? Eu também ficaria chocada – nós duas rimos com isso – Mas agora sério, isso foi só um impacto do choque, tente relevar um pouco, ok?

Balanço a cabeça que sim e vejo os gêmeos caídos no meu tapete de sono.

— Acho que vou chamar os rapazes pra sobremesa e dai você pode deixar os monstrinhos na cama, o que acha?

— Acho ótimo, e também é melhor comer escondido deles porque não estou a fim de lidar com duas crianças cheias de açúcar a essa hora da noite.

Levanto e vou em direção à cozinha, onde eles foram pra discutir algo sobre o bar. Resolveu parar um pouco antes pra ver se não atrapalho nada e fico um pouco surpresa com o que ouço.

— Você tem certeza disso mesmo, Damon? – escuto a voz do Ric – Isso não é qualquer besteira que você costumava fazer. É uma vida que estamos falando aqui.

— Eu sinceramente não sei o que estamos fazendo aqui, Ric. Já tive essa conversa com a Elena, não acabou bem e já está tudo resolvido.

— E você deixou claro que essa pode não ser gravidez normal ou talvez uma criança normal que vocês estão esperando? – ele pergunta e não consigo não sentir raiva pelo modo que ele se refere ao meu filho.

— Hey, muito devagar ai. Essa criança é minha e da Elena. E sim, já deixei bem claro pra Elena sobre as possibilidades, e tiramos todas as dúvidas com a médica. O bebê está bem, é normal e ela não vê outro cenário possível – meu coração se alegra um pouco em ver o Damon defendendo nosso filho.

— E você já deu a outra opção pra ela? – ele questiona e mesmo de fora, sinto o clima da cozinha mudar – A do–

— Alaric – escuto a voz forte e cortante do meu marido e tremo com o que pode vir a seguir – Só eu sei o medo que eu fiquei, e ainda tenho de algo acontecer a Elena então óbvio que eu sugeri isso. Foi a primeira coisa que pensei. Mas também só eu sei o quanto isso machucou ela e o quanto me machucou quando eu escutei o coraçãozinho dele ou dela no ultrassom e pensar que eu poderia não escutar aquilo. Sei que sou possivelmente o pior do cara mundo, mas alguma coisa mudou naquele dia. Eu não consigo imaginar essa possibilidade mais, e eu não vou tirar isso dela.

— Desde quando você banca o Stefan e escuta o que ela pede? – sinto um tom afiado na pergunta.

— Desde quando não só a vida dela, mas a vida de quem nós dois amamos está em jogo – ele fala alto e suspeito se a Jo também não ouviu da sala.

— E se algo der errado? – Ric insiste mas escuto sua voz fraca, cansada.

— Nós sobreviveremos, de uma forma ou de outra, nós sempre conseguimos.

Tem um intervalo de silêncio e eu sinto medo de entrar na cozinha. Escuto passos e depois a voz do Ric.

— Se é assim, não tem mais nada que eu possa fazer do que te desejar parabéns e rezar pra que seja uma menina pra que você pague por todas as mulheres que já teve na vida – escuto um barulho de tapas e minha intuição diz que são as mais do Alaric nas costas do Damon.

— Você e a Elena – meu marido fala rindo.

Percebo que o clima ruim tinha desaparecido e tudo estava bem entre os dois. Decido que agora é uma boa hora de interromper o 'bromance' dos dois.

— Que bom que já terminaram de discutir coisas do bar, será que agora podemos comer a sobremesa? – pergunto entrando na cozinha e indo pegar os pratos.

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— Sabia que você não consegue disfarçar sua cara quando está preocupada? – meu marido me pergunta.

Estávamos já na cama depois da Jo e do Alaric terem ido embora. A louça suja estava esperando para ser lavada na pia e Damon estava começando a fazer a massagem nos meus pés já inchados. Enquanto isso, eu já tinha pegado o livro de nomes de novo.

— No momento eu estou preocupada em achar um nome pro bebê. Não aguente mais chamá-lo só de bebê.

— Elena – ele chama minha atenção – Você sabe bem do que eu estou falando.

Largo o livro frustrada.

— Sei sim. Eu escutei a conversa de vocês dois na cozinha – admito – Eu já tinha percebido que ele não tinha gostado mas naquele ponto...

— Primeiro, você tem que parar de ficar escutando atrás da porta, já conversamos sobre isso. E segundo, ele teve praticamente a mesma reação que eu por um motivo. Você é muito importante pra ele, quase uma filha mesmo. Nenhum pai quer algo de ruim pros filhos, você agora mais do que nunca deve saber disso.

Com ele falando, consigo ver o lado do Alaric mas meu lado emocional continua persistente.

— Ainda sim, isso não é algo ruim. E já confirmamos que está tudo bem com a gravidez.

— E quantas vezes já não tivemos um plano que não tinha chance de dar errado, e ainda sim, deu? – pergunta irônico – Já discutimos sobre isso, estamos confiando que nada de errado, mas considerando nosso passado, essa possibilidade sempre vai estar lá.

Fico quieta e saio um pouco do sonho que somos todos humanos normais pra pensar que talvez meu filho ou filha não seja completamente normal. As palavras que eu escutei do Ric na cozinha ficam ecoando na minha cabeça.

— Acha que eu tenho que pedir desculpas pro Ric, então? Fui bem fria com ele quando eles estavam se despedindo.

— Eu acho que ele entendeu perfeitamente seu comportamento, não esquece que ele teve a Jo grávida de gêmeos – fala ele rindo e vindo pro meu lado na cama – Vamos deixar isso de lado por agora, o que acha? Vamos voltar pro maldito livro dos nomes pra ver se conseguimos concordar em um.

Rio com ele e me aconchego nos seus braços enquanto voltamos a discutir nomes até a hora que eu acabo pegando no sono sem perceber.


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Notas finais do capítulo

Escrevo mais um ou não??? Paro por aqui???
E se tiver mais um, quero dicas. Menino ou menina?? E nomes junto hein
Passem nas minhas outras fanfics e deixem um recado.
Beijos meninas



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