Nosso inesperado destino escrita por Thaiis Medeiiros
POV´s Glass
“Eu estava em um campo grande, com grama verde e poucas árvores. Eu me sentia bem, me sentia em paz. Estava chovendo e meus pés sentiam a grama molhada, era tão bom. Não havia ninguém por perto, olhei para todos os lados, mas tudo o que eu conseguia ver era uma imensidão verde. Então eu corri, era tão bom sentir o vento batendo no meu rosto e a chuva molhando o meu corpo. Aquele lugar era diferente, eu podia me sentir em paz comigo mesma e eu gostava disso. Parei de correr e olhei para o céu, era uma mistura de branco e azul perfeito. Então fechei os olhos e abri a boca, para sentir os pingos da chuva. O gosto era bom, um sabor que eu não conseguia identificar, mas era muito bom. De repente o sabor mudou, um gosto ruim e estranho tocou minha língua, e então, escutei um estrondo, abri os olhos e o céu não estava mais azul, agora ele estava cinza, uma cor sem vida, sem alegria. Quando voltei a olhar para o gramado, ele não estava mais tão verde, estava sujo, uma coloração vermelha sobressaia. Sangue. Girei sobre meus pés e quando eu vi, parei bruscamente, meu coração acelerou, eu não acreditava no que via. Bem na minha frente havia uma pilha de corpos ensanguentados, homens, mulheres, idosos e crianças, todos mortos. Apertei com mais força o cabo que eu segurava, foi então que eu me dei conta, eu estava com um arco em minhas mãos e tinha uma aljava pendurada em mim. Rapidamente, soltei o arco que eu segurava e olhei para minhas mãos, elas estavam ensanguentadas, meu corpo, estava coberto de sangue. ”
Acordei em um pulo e fiquei totalmente aliviada por tudo aquilo ter sido um sonho.
— Ei, sonho ruim? – Clarke estava sentada perto de uma árvore, olhando algum papel.
— Mais ou menos
— Quer me contar como foi?
— Não, obrigada. O que você tá olhando?
— Uma fotografia
— Uma o quê? – Clarke deu uma pequena risada
— Fotografia. Vamos ver, como eu vou explicar, é como um retrato, uma pintura de uma pessoa
—Posso ver?
—Claro – Ela fez um gesto me pedindo para ir até ela.
Na foto tinha um homem muito bonito, ele usava uma longa roupa branca e estava com uma garotinha loira em seus braços.
— Quem é esse? – Perguntei entregando-lhe a foto
— Meu pai! – Ela respondeu, olhando com os olhos marejados para a foto.
— Essa garotinha é você?
— Sim, sou eu – Sorriu
— Vocês eram bonitos juntos.
— Sim, eu o amava muito, ele era tudo pra mim.
— O meu também, eu não lembro muito bem da minha mãe, mas o meu pai sempre foi tudo que eu tive na vida, e a Lexa conseguiu tirar isso de mim.
— Eu tenho certeza que ela amava seu pai também.
— Amava tanto, que deixou ele, como todos na aldeia, morrerem explodidos por uma bomba.
— Eu também deixei, lembra?
— Você foi influenciada, lembra? A comandante sabia muito bem o que estava fazendo, ela sabia que estava nos deixando para morrer. – A amargura e o ódio que eu sentia era imensamente iguais, Lexa tirou a pessoa que eu mais amava no mundo, ela nos deixou para morrer, ela deixou a própria família. Agora tudo o que eu tinha estava arruinado, tudo que me restou foi Clarke.
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