Thranduil

Assim que vi Tauriel jogada no chão, e o pequeno bebê ao seu lado chorando, lembrei-me de quanto a resgatei. Seus olhos estavam fixados aos meus como da primeira vez. Tirei a flecha de seu abdômen e coloquei minhas mãos sobre a ferida, eu pedia a Ilúvatar para que não fosse tarde demais. Então recitei uma magia médica que meu pai, antes de partir me ensinou. A cada verso que recitava Tauriel não desgrudava os olhos dos meus, naquele momento eu me senti como nunca havia me sentido antes.

Lembrei-me do discurso de Legolas e pensei se o mesmo estaria certo, eu me recusava a amar Tauriel com medo de que a mesma me rejeitasse. Os olhos de Tauriel a cada minuto ficavam mais serenos, a antes de desmaiar olhou para a pequena ao seu lado e sussurrou algumas palavras:

— Ajude-a.

E assim caiu em um sono profundo, não consegui me conter eme debrucei em seu corpo gélido e ferido e assim me debulhar-me em lágrimas. Ouvi passos atrás de mim, então me virei.

— Legolas — falei o mesmo aproximou-se e sentou-se ao meu lado, olhou fixamente para o rosto de Tauriel e acariciou sua testa.

— Ela está bem, não está — olhou para mim preocupado.

— Sim ela está — respondi — Legolas, há algum parente dessa criança vivo? — perguntei pegando a pequena em meu colo.

— Sim, uma tia que mora ao lado — respondeu.

— Pegue-a — entreguei a criança a Legolas — Leve-a para a tia, e eu levarei Tauriel para o castelo.

Legolas assentiu e levantou-se com a criança, após sua saída peguei Tauriel em meus braços e saí da cabana também. Por sorte ela só desabou alguns minutos depois que saímos tudo acontecia como no dia que salvei a vida da pequena elfa, encontrei Finwë no caminho e pedi para que assim que Legolas entregasse a pequena para tia, o pedisse para ir até o castelo.

Angrod aproximou-se de Thranduil e perguntou:

— Ela está bem meu senhor?

— Sim — olhei para o rosto de Tauriel — só precisa descansar — Me acompanhe Angrod.

Eu e Angrod andamos até o castelo, alguns guardas olhavam o corpo adormecido de Tauriel e pensavam o pior, mas logo aliviavam-se sabendo que eu a havia salvo. Assim que chegamos não quis coloca-la em seu quarto, então a levei até meus aposentos para que assim eu pudesse ficar de olho nela.

Quando saí Legolas me esperava no corredor, passamos alguns minutos em silêncio então ele me disse:

— Você não pode esconder esse sentimento, não por toda a eternidade — disse — se fosse por mim Tauriel me amaria do mesmo jeito que eu a amo, mas acho que depois de dez anos longe meu coração acostumou-se com o amor fraterno que ela tem por mim. Seus sentimentos por Kili sempre ficarão vivos em seu coração, pois foi de fato a primeira pessoa que ela amou. Mas creio que ela sinta uma afeição por você, e espero que você não o rejeite, mesmo sentindo o mesmo por ela. — Legolas olhou para o lado — Será que eu posso vê-la? — perguntou.

— Claro — assenti abrindo a porta.

Legolas

Adentrei o aposento de Thranduil, obsevei tudo cuidadosamente, havia anos que eu não entrava naquele local, me lembrei da vez que eu e Tauriel entramos naquele quarto para brincar com as joias de Thranduil, quando ele nos pegou nos deixou em um castigo de três semanas um longe do outro, porém não foi possível, todas as noites do castigo fugíamos para floresta. Aquilo me tirou um sorriso. Aproximei-me do leito de Thranduil e sentei-me a pouco centímetros de Tauriel, acariciei suas mãos e a mesma reagiu.

— Eu acho que você ganhou — sussurrou.

— Não, você ganhou, pois ao invés de matar você salvou uma vida, isso vale mais. — sorri.

Tauriel também sorriu e apertou minha mão:

— Você já vai? — perguntou aflita.

— Sim — respondi — Passolargo me espera — sorri — mas antes me prometa uma coisa — pedi.

Tauriel assentiu.

— Continue fugindo de Thranduil, para provocar sua ira, é divertido vê-loa assim.

Tauriel sorriu e tentou se sentar, a abracei fortemente e me afaguei em seus cabelos. Senti um calor enorme invadinto o meu peito e ali uma duvida veio em minha mente, será que o meu amor por Tauriel mudou? Será que se tornou fraterno? Eu pouco me importava, eu apenas a amava, e era isso que importava.
Levantei-me de sua cama e disse:

— Elen síla lúmenn'omentielvo! [uma estrela brilha na hora de nosso encontro].

— Aiya, Namarië Mellon [seja abençoado, adeus amigo].

Saí apressadamente do quarto, a dor de me despedir de Tauriel era enorme e eu não queria prolongala, Thraduil continuava fora do quarto.

— Namarië [adeus]. — disse a ele.

Para o meu espanto ele abriu um sorriso, um sorriso que há muito tempo não via, o seu sorriso sincero.

— [Vá em paz meu filho] — abradou-me, a fiquei receoso, porém depois também o abracei.

Após o abraço sorri para ele e me virei para sair do corredor, e assim, continuei a minha jornada.

Narradora

Após a partida de Legolas e a recuperação de Tauriel, a mesma voltou ao seu posto de Capitã de Guarda, Thranduil teimoso ainda não havia seguido os conselhos de Legolas para seguir o seu coração. Tauriel a pedido de Legolas e também por vontade própria, muitas vezes fugia de noite para passear pela floresta, ou para visitar a pequena que havia salvado naquele dia.

Thranduil mesmo impaciente continuava a deixa-la sair, porém em uma noite o mesmo decidiu-se ir atrás da amada para ver o que ela fazia.