Algumas semanas se passam,
Babi se vira como pode, tem que cuidar da casa, de Dani e ainda trabalhar. Sua mãe vive em constante depressão, passa uma semana em casa lamentando da vida, depois dá um jeito de ir visitar algum parente que mora bem longe, seu pai que já não mora mais com elas, fala raramente por telefone. Babi sente como se o mundo tivesse desmoronando em sua cabeça. Seu único porto seguro era Katina,
sua amiga inseparável, que estava todos os dias ao seu lado, fazendo com que ela não desistisse.
Babi, já tinha ganhado alguns quilinhos, a barriguinha começava a aparecer, mas ela ainda não estava pronta para assumir sua gravidez, então tentava disfarçar com as roupas.
Katina achava tudo isso uma bobagem, e tentava convencê-la de contar a verdade para H, mas ela não tinha coragem.

H, tinha decidido entrar como sócio de uma nova academia,
estava ocupadíssimo resolvendo várias burocracias. Mas para falar a verdade, ele fazia o possível e o impossível para se manter ocupado,
arrumava trabalho, ou inventada mil coisas,
o que ele queria mesmo era manter sua mente ocupada para não pensar em Babi.
Gin estava cada dia mais desconfiada, sentia H distante, mas queria acreditar que era por causa do novo trabalho. Apesar disso, os dois não passavam um dia si quer sem si ver.
H dizia pra ele mesmo, que estava feliz com Gin, dizia com tanta convicção que quase acreditava.
Mesmo fazendo de tudo para não pensar, para não lembrar, e para não sentir,
todos os dias Babi aparecia em seu pensamento, e fazia seu coração bater mais forte.

Ele não podia mais adiar, estava preocupado, não teve mais notícias da Dani, e muito menos de Babi. Em um momento de fraqueza durante uma tarde, resolve ir visitar Dani, pra ver como ela estava depois do acidente.
Compra uma caixa de bombons, flores e um sapatinho de neném, e imaginando que Babi estivesse trabalhando, vai para a casa delas.
Toca a campainha, seu coração pede para que Babi atenda a porta,
mas sua mente tenta negar o pedido de seu coração,
que se acalma quando Dani abre a porta.
– H, que surpresa boa.
– Dani, como você tá em menina?
Os dois se abraçam.
– Vim ver como a Senhorita tá, depois daquele dia no hospital, não tive mais notícias suas, e desse neném.
Dani imediatamente o convida para entrar, toda sorridente e feliz pela visita.
H lhe entrega os bombons e diz que as flores são para Babi.
Os dois se sentam na sala, e colocam o papo em dia.
Até que Dani, o chama para ver como tá seu quarto, com o berço e as coisas do bebê.
Dani vai caminhando na frente e H atrás, até que passam pelo quarto de Babi, a porta está entre aberta,
H repara que em cima da cama, também tem algumas coisinhas de bebe, como uma caixinha de sapato, uma mamadeira, e um pacote de fraudas. Ele resolve abrir a porta, em um momento de curiosidade, e percebe que Babi está deitada bem no cantinho da cama, dormindo em um sono tão gostoso, parecendo uma princesinha.
Ele fala baixinho.
– Babi.
Dani olha para trás, e vê que H está parado na porta do quarto de sua irmã e volta para buscá-lo.
– Vem H.
Quando chega na porta do quarto, vê que H, observava Babi dormindo.
– Poxa, tinha me esquecido, Babi não tava.... Quer dizer, (diz meia sem jeito), tinha pouco trabalho hoje no escritório, então ele veio embora mais cedo. Coitada pegou no sono, anda trabalhando muito.
H olha pra Babi, e sorri, e sai andando em direção ao quarto de Dani.

Babi que ouve vozes, acorda.
– Daniela?
Dani ainda estava na porta do quarto de Babi, não sabia como agir.
Babi, senta na cama, e vê a irmã ali parada na porta.
– Quem tá aí? E o que você tá fazendo aí parada? Veio espiar o que a Katina me deu né? Fica tranquila que ela mandou um pra você também,acredita que até fraudas ela comprou? Pega a sacola tá ali do lado da mesa do computador.
Enquanto Babi fala, Dani faz que não com a cabeça.

H, que escuta a voz de Babi, volta até a porta do quarto.

– Errrrh, Babi, O H veio me ver.

Babi se assusta ao ver H do lado de Dani,
e percebe que em sua cama estão alguns presentes que Katina tinha comprado para o seu bebe.

– Oi H – Babi diz meio sem jeito.
H sorri, e entra no quarto para cumprimentar Babi. Que continua sentada na cama.
H se abaixa e da um beijo em sua bochecha.

– Como você tá Babi? Não te vi mais desde aquele dia no hospital.

– Pois é, estou bem.

H olha em volta da cama, e pega a caixinha de sapato.

– Que belezinha né? Você deve ser uma tia muito babona Babi. Tem coisas de bebe espalhada pela casa inteira? Imagina quando ele ou ela nascer Dani? Vai ser a criança mais paparicada desse bairro.

Olhando ainda para o sapatinho ele diz:
– Espero que não seja igual, sabe como é eu não entendo muito bem dessas coisas.
E entrega uma sacola para Dani.
– É um pequeno presentinho para o meu sobrinho de coração.

Dani vai até H, e pega a sacola,
abre, e vê que é um lindo sapatinho.

Babi observa a cena, seu coração fica apertado, lágrimas querendo cair de seus olhos, ela tenta colocar no rosto seu melhor sorriso, mas é difícil.

Dani fica sem jeito e agradece o presente.
Acaba insistindo para que fossem a seu quarto ver o resto das coisas.

Babi continua ali, sentada imóvel, sem reação,
acabou de ver o pai do seu filho dar um presente para seu sobrinho.
E para o seu filho? Será que se ele soubesse iria também dar presentes? Ficar feliz?
Babi, mais do que nunca queria que H, soubesse que ia ser pai.
Mas tinha medo de contar, estava paralisada, por dentro e por fora.