Usei-me para ti,me doei para você,sacrifiquei-me por tua pessoa,mesmo que na época tenha sido tudo alguma coisa boa.Agora tais palavras são apenas ditas a toa,como crianças que se casam em meio a lagoa,presos no solo,amarrados no anzol da própria inocência,tão grande quanto um maremoto em decadência. Novamente me doei a tua pessoa,tudo que eu recebi foi apenas um silêncio mais pobre quanto tua alma,que em pobreza alta,não tendo nem uma moeda,para me pagar o colo de alguém que pudesse me tirar a vida de insolência em mim mesma,por ir atrás de alguém que não queria nada além da própria insuficiência.

Declarai-me a ti,lutei por ti,o que ganhei foi fugas,tão evidentes como as rugas de um senhor,que já na idade avançada,experiente na bel arte do amor. Sangrei por você,aquilo foi o maior erro de minha vida,mas naquele tempo,eu era boba,hoje vejo que devia ter impedido meu próprio sangramento,deixado tua pessoa por lá sozinho frente a morte,o que era a criação dos circo de bel sorte? Perto do que serias a mim,em felicidade eu abandonei minha família,guerreie por tua proteção,nem um apelo de compreendimento,tu me deixas-te parar de te amar,deveria eu,vir a matar-te?

Provavelmente não,já que em minha própria ingenuidade,não poderia abandonar meu resquício de bondade,aquilo seria tão rude quanto você. Que em grosseria alta,preferias a rosa murcha,do que a morena da pele alva.

Lembro-me bem do que eu te pedi,lembro-me da última vez que tu me ouvis-te,agradeço-te,apesar de agora em solidão crescente,agradeço-te,por me deixar tão belo presente,aquilo foi tão honesto quanto tua alma jamais seria,por que aquilo que carregas era apenas caudas,não eram alvas,eram manchadas em um vermelho sangue,resistentes como um fermento que em solidificação se tornaram tão fortes quanto um tanque.

— Peço-te,ao menos um beijo..

A figura loira,de costas,querendo andar mais pra frente,onde a rosada estava,se virou de súbito,olhando honestamente nos olhos alvos opacos da morena,que se recolhia do inverno,da forte brisa serena.

— É a última coisa que irei fazer-te,não amo,não quero-te,esqueça-me,certamente eu já fiz isto com tua pessoa..

— Pode dizer e correr o que quiser,correr pra quem quiser,apenas humildemente,faça essa verdade em mim,de querer um beijo,parecer uma mentira,daqui a anos tarde..

— É a última coisa que vou fazer,mas em honra aos anos por mim,farei ela ser a melhor que já tiveras..

Ao chocar seus lábios contra os meus,senti suas lágrimas,tão quentes quanto as minhas,se juntarem e formarem,elas próprias linhas que desciam os nossos rostos finos,em desejo egoísta,te abracei,em resposta tu fez o mesmo..

Ao me separar de teu rosto,com o gosto guardando em um retrato mental,quisera eu não ter passado mal,anos mais tarde,com a última visão de você,se inclinando pra me dar um outro beijo,rindo e chorando,mas desistindo e indo atrás dela,aquela rosa,não era digna de ser chamada de Sakura,estava mais para uma flor de Camélia,que floria e morria a luz do dia,mesmo que eu não fosse bela como uma flor,eu tinha meu próprio valor..

Em meio a lágrimas que vinham sorrindo me saudando,ri em minha alegria,por ter conseguido algo de bom te tua alma,que parecia pela primeira vez abandonar o sangue se tornar alva.

Lembro-me de teu nome,mesmo quando eu morri,sozinha,na chuva,na própria rua..

Lembro te tua doce sinfonia,em meio a uma gota do mar que eu representava,você era digno de um mar,dentro de uma gota..

Em sua imensidão,no último momento de algo bom,tu se tornou algo tão bom quanto a palavra bom..

Lembro-me que eu gostaria de ter aquele brilho nos teus olhos,mas direcionados a mim.

Mas pelo menos eu ganhei um...Ao menos um.

Lembro-me de me lembrar bem.

Da tua doce sinfonia de lágrimas e de beijos,acompanhados pelas minhas lágrimas e desejos..