Coração Malandro escrita por Li


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Mara divertira-se com esta situação. Apesar de tudo achava Alexander ingénuo. Ele achava que todas as mulheres eram como aquelas com quem ele já se tinha envolvido. Mas enganara-se, Mara era diferente. Mara não achava que era melhor que os outros mas não era como muitas raparigas de hoje em dia, que eram facilmente seduzíveis. Para ela o homem ideal tinha de ser carinhoso e fazer cada coisa no seu tempo. Não queria de certeza um homem como Alexander que, passando pouco tempo com ela, já queria algo mais, uma diversão para aquele dia. Alexander era o típico homem que usa e deita fora, que não respeita as mulheres e Mara repudia esse tipo de pessoa.

Mara voltou ao orfanato para buscar as suas coisas por causa da mudança. Lá encontrou Marcella que iria ajudá-la a levar as suas coisas para o seu novo apartamento.

Chegaram ao novo apartamento de Mara, que ficava perto da faculdade. Era um pequeno t1 que dava perfeitamente para Mara. Na entrada encontrava-se a cozinha com as coisas básicas e uma mini sala com apenas um sofá e uma televisão. Para além disto havia ainda mais uma divisão, o novo quarto de Mara. Tinha uma cama, um armário e uma secretária onde Mara poderia estudar. Dentro do quarto existia também uma porta que levava à casa de banho.

Enquanto arrumavam as coisas Mara contou a Marcella o seu dia, incluindo a situação caricata que passou com Alexander.

–Mara não achas que exageraste? – perguntou Marcella. Marcella era completamente contra a violência e aquele simples ato de Mara já deixava Marcella chateada.

–Não, ele mereceu.

–Sabes que a violência não leva a lado nenhum.

–Neste caso foi uma violência necessária, ele ia beijar-me. – Mara fez uma cara de nojo ao lembrar-se do momento em que Alexander tentara beijá-la - E, além do mais, nem lhe dei assim com tanta força. – explicava-se Mara lembrando-se da cara de dor que Alexander fez.

–Tu também provocaste isso. – continuou Marcella – Se já sabias até onde ele iria, desde o início, tinhas parado ali o assunto.

–Oh Marcella, ele merecia. Ele pensava que todas as mulheres caíam nos encantos dele. Eu só lhe fiz ver que isso não era verdade. – Marcella acenava a cabeça em sinal de desaprovação. – Marcella para com sermão, eu fiz o que achei melhor e adorei ver a cara de dor dele!

–Mara!

–Pronto já parei. – disse entre risos. – Mas devias ter visto a cara dele. – riu ainda mais alto e Marcella acabou por rir com ela. Apesar de Marcella desaprovar completamente a atitude de Mara sabia que ela tinha tido os seus motivos.

Mara via em Marcella não apenas uma amiga mas sim uma irmã. Ao longo de toda a sua vida, Marcella sempre esteve lá para os bons e os maus momentos. Muitas vezes Marcella agia como sua mãe mas Mara não se importava, afinal nunca soube o que era ter uma mãe e em Marcella encontrou esse carinho e amor materno.

Mara olhou para o relógio e reparou que se não saísse agora de casa chegaria atrasada ao trabalho. Convidou Marcella para jantar naquele dia em sua casa e saiu rumo ao trabalho.

Mara estava ansiosa por chegar ao trabalho pois hoje saberia a decisão do seu patrão, Bryan House. Há duas semanas atrás, Mara falou com Bryan a propósito da sua entrada na faculdade e se haveria alguma possibilidade de o seu trabalho passar a ser um part-time. Bryan mostrou-se compreensivo com a situação de Mara pois ele achava que todos os jovens deveriam se formar em algo, por isso disse a Mara que iria tentar arranjar uma solução. E o dia em que Bryan iria dar uma resposta era hoje daí toda a ansiedade de chegar o mais depressa possível ao emprego.

Quando chegou ao edifício, Mara dirigiu-se rapidamente até ao escritório de Bryan. Bateu à porta e imediatamente recebeu uma indicação de que poderia entrar.

O escritório de Bryan House era enorme e luxuoso. De um lado encontrava-se uma secretária de carvalho maciço com um computador e diversos documentos em cima. Ao seu lado havia uma estante, também de carvalho maciço, cheia de pastas referentes a todos os casos que Bryan já trabalhou. Por fim, do outro lado da sala encontrava-se uma enorme mesa de vidro com doze cadeiras em sua volta onde ocorrem as reuniões de Bryan com os seus clientes.

–Boa tarde Mara. – cumprimentou Bryan mal Mara entrou na sala.

–Boa tarde Doutor House. Disse-me que hoje teria uma resposta para mim. – Bryan notou a ansiedade de Mara mas ainda não lhe podia dizer a sua decisão.

–Falta só chegar uma pessoa e falo já contigo. – Mara estranhou pois era um assunto deles os dois em que não era necessário uma terceira pessoa. Mesmo assim Mara concordou e disse que esperaria lá fora para que Bryan pudesse trabalhar à vontade.

Mara saiu do escritório de Bryan e ao virar-se deu de caras com Alexander.

–O que é que estás aqui a fazer? – perguntou Mara incrédula. Alexander também não queria acreditar que a tinha encontrado justamente ali mas iria aproveitar a situação. Lançou-lhe um sorriso de lado.

–Olá Mara. – disse galanteador. – O destino prega-nos com cada partida, não é?

–Vamos ver se no teu destino não acontece também um déjà vu. – o sorriso de Alexander desapareceu ao lembrar-se da joelhada que levou mais cedo mas rapidamente se recompôs.

–Eu sei que estavas nervosa e é por isso que eu te desculpe. – Mara partiu-se a rir, Alexander não tinha mesmo noção.

–Se a carreira de advogado não funcionar consegues, de certeza, um emprego no circo como palhaço. Irias ter um grande sucesso. – Alexander aproximou-se de Mara, encostando-a à parede e, para que ela não se esquivasse, colocou um braço de cada lado. Rapidamente o sorriso de Mara desapareceu.

–Eu não estou a brincar Mara, vais dizer que consegues resistir-me? – sussurrou Alexander a meros centímetros de Mara.

–Afasta-te de mim ou eu não respondo por mim. – disse Mara completamente nervosa. Ele não tinha o direito de estar assim tão próximo dela.

–Até gostava de ver. Tu deves ser daquelas selvagens. - Alexander queria provocar Mara ao máximo para ver até onde ela era capaz de ir. Ela, por sua vez, estava a ponto de matá-lo por causa das suas insinuações.

Mara não teve tempo de responder porque nesse momento a porta do escritório de Bryan abriu-se e Alexander afastou-se dela o mais rápido possível.

–Alex, ainda bem que já chegaste. – disse Bryan. Mara estranhou este tratamento tão íntimo entre os dois.

–Tive de resolver uns problemas antes pai, mas agora já estou disponível.

–Pai? – perguntou incrédula Mara. Ela suspeitaria de tudo menos que Alexander fosse filho de Bryan House. Mas, vendo bem as coisas, não era assim tão estranho. Na pequena conversa que teve com Alexander, Mara lembrava-se de ele ter mencionado que iria fazer estágio no escritório de advogados no qual o pai era o dono. Mas quanto azar Mara poderia ter que o pai de Alexander era justamente o seu patrão.

–Sim Mara. Alex é um dos meus cinco filhos. – respondeu Bryan prontamente.

Mara, naquele momento, lembrou-se de Rebecca House, esposa do seu patrão. Das vezes que ela foi visitar o marido, Mara lembra-se de uma mulher alta, em completa forma com uns incríveis cabelos ruivos que tinha gerado cinco filhos. Quem a visse e não a conhecesse nunca acreditaria em tal coisa devido à enorme elegância de Rebecca. Mas o que Mara se lembrava mais de Rebecca era a simpatia que transbordava dos seus olhos azuis. Olhos esses que Alexander herdou dela. Além de Alexander, Mara já conhecia outra filha de Bryan, Rose House, que herdara os cabelos ruivos da mãe e os olhos do pai. Rose deveria de ter a mesma idade de Mara.

–Vamos entrar para conversarmos. – disse Bryan indicando a Mara e Alex para que entrassem e se sentassem nas cadeiras em frente à sua secretária. De seguida, Bryan também se sentou encarando os dois jovens à sua frente.

–Bem vamos direto ao ponto. Mara, eu consegui arranjar uma solução para não te despedir. – neste momento os olhos de Mara brilharam. Ela havia conseguido entrar na faculdade e ao mesmo tempo não perder o emprego que tanto precisava.

–A sério? – perguntou Mara – Obrigada.

–Desculpa lá pai, mas o que é que eu tenho a ver com isso? – perguntou Alex completamente confuso.

–É aí que tu entras. – Bryan viu as caras confusas dos dois jovens à sua frente e decidiu continuar. – Alex, como é o teu último ano, tu irás realizar aqui um estágio, certo? – Alex assentiu – O teu horário será de apenas meio dia de trabalho. Como a Mara vai começar a frequentar a faculdade, ela pediu-me para que o seu horário fosse reduzido para metade. Então eu tive a ideia de colocar a Mara como tua secretária.

–Eu? Secretária dele? – perguntou incrédula Mara apontando para Alex. Ao olhar para ele, viu o sorriso debochado que Alexander lhe mandava e concluiu que isto não iria dar certo.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acham :)



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