Caçadores de Recompensa - Dupla identidade escrita por Sah


Capítulo 1
Primeira carta


Notas iniciais do capítulo

A primeira parte da história se encontra aqui: http://fanfiction.com.br/historia/477910/Cacadores_de_Recompensa/



Sei que demorei muito para começar a postar a segunda parte de Caçadores de recompensas. Mas está aqui, ainda não sei qual vai ser a peridiocidade mas vou postando quando der.



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Faz quase um mês que estou trabalhando na Copas. Eu trabalho na sua sede em Nova York. Ainda estou no primeiro estágio. E ainda não vi nada de suspeito ou errado.

Minha admissão foi rápida. Sem burocracia. Comecei a trabalhar no dia seguinte. O meu trabalho é verificar vídeos e atender telefonemas de denúncias.

Sendo a Copas a maior empresa de captura de criminosos do país o trabalho nunca termina. Ganho pouco e trabalho por meio período. Mas pode haver uma bonificação por pessoa encontrada. Além de criminosos a Copas também procura pessoas desaparecidas. Estou apenas a 1 semana e já consegui achar dois criminosos e uma pessoa desaparecida. E isso é um recorde pelo que me disseram. Em breve eu passarei para o estágio 2.

São 11 da manhã. A moça do cubículo ao lado fica constantemente olhando o que eu estou fazendo.

— Algum problema Denise?

Ela se assusta e se concentra em sua própria tela.

Diferente de mim, Charlotte, meu disfarce, Alexia, tem a personalidade bem forte. Para não ser reconhecida por ninguém, eu fiz Alexia o oposto de mim. Além das características físicas diferentes. O cabelo escuro e liso e os olhos cinzas. Alexia é tudo que um dia eu sonhei em ser. Ela não deixa ninguém a manipular. Quando eu sou Alexia ninguém pode me segurar.

Minha supervisora, não gosta da Alexia. Ela implica constantemente comigo. Mas ela não pode fazer nada se a Alexia é melhor do que qualquer pessoa que trabalha nesse setor.

— Quero mais concentração Srta Turner.

Olho para ela. Eu a encaro como se não fosse nada. Seu olhar baixa e ela continua seu trajeto. Como todas as pessoas daqui a minha supervisora têm problemas de autoestima.

Quando pensei na Alexia, eu a fiz ter gostos muito diferentes do meu. Minha cor preferida é azul, já a Alexia prefere vermelho. A Alexia gosta de comida japonesa, eu gosto de italiana. Tudo é diferente. Mesmo que as pessoas me achem parecida fisicamente com a Alexia, elas nunca irão descobrir por causa da personalidade.

O setor em que eu trabalho é o de reconhecimento e denúncia. Eu divido uma sala gigante no décimo andar da sede com mais 200 pessoas. Todas em seu próprio cubículo. Por algum motivo nós só procuramos pessoas que estejam na lista a mais de um ano. Isso faz com que as médias das localizações sejam de 0,5 por pessoa. Por isso minha média está tão alta. Eu costumo levar meu trabalho para casa, e localizo as pessoas com os meus próprios meios.

Quando chega às 13h. Meu turno acaba. Sou chamada para almoçar com diversas pessoas. Mas eu recuso.

No elevador eu encontro um rapaz que se denomina Summers. Ele me paquera todos os dias desde que eu comecei. Ele não sabe que eu sei mais do que ele imagina.

Seu nome é David Summers , ele tem 38 anos, idade que ele não tenta esconder pelos seus cabelos levemente grisalhos. Ele está acima do estágio 4, possivelmente trabalha na diretoria. E ele vai ser o meu caminho para chegar a Altair Fraser.

Eu decidi aceitar os seus avanços.

— Vamos tomar um café? – Ele me pergunta casualmente.

Fazemos contato visual. Ele me olha de cima abaixo.

Sorrio.

— Claro.

E ele retribui o sorriso.

Fomos à cafeteria da empresa. Um lugar monitorado e bem movimentado.

Ele pede um café triplo. E eu um capuccino.

Enquanto esperamos nosso café, ele tenta puxar conversa.

— Sabe, quando eu te vi pela primeira vez, eu fiquei imaginado quando seria o nosso primeiro contato.

Dou o meu mais sincero sorriso.

— Sério?

— Sim. Eu sempre falo sério.

Ele sorriu, mas não foi como o meu sorriso. As segundas intenções dele eram palpáveis.

Ele era charmoso isso eu não poderia negar. Seu histórico de relacionamentos era de dar inveja a muitos Don Juans. Ele foi casado duas vezes. Sem filhos. Já se relacionou com algumas celebridades. Sua conta bancária ajuda no seu próprio charme.

Somo servidos.

— Você jantaria comigo sexta á noite?

Sexta a noite, Charlotte iria ir em uma exposição de fotos da sua amiga Samantha.

— Claro.

— Posso pegar o seu id?

— Me passe o seu.

Ele hesita.

Me levanto. Mal toquei no meu capuccino. Simulo que vou embora.

— Tudo bem. Ele me passa um papel.

Um número que já conheço muito bem.

Sorrio novamente.

Pego um táxi na frente da empresa. Peço para que ele me deixe em frente a uma grande e movimentada loja de departamentos.

Entro e vou direto para o banheiro. Demorou um pouco para me livrar da Alexia. A peruca é nova custou muito dinheiro cerca de dez mil dólares e só irá sair com um produto especial. Tiro a minhas lentes, elas são de um tom grafite e combina com os cabelos negros da alexia. Retiro a maquiagem. Olho-me no espelho. Nem parece que fui outra pessoa. Só consigo ver a Charlotte no meu reflexo. Coloco uma roupa casual e retiro aqueles saltos que me incomodam tanto.

Saio da loja como uma pessoa comum. Olho no meu celular. Três chamadas perdidas do Oliver. Suspiro e retorno a ligação.

— Que bom. Achei que alguém tinha te sequestrado. – Ele diz em um tom descontraído.

— Qual o problema? – Digo

— Está de mau humor ainda?

Sim, ele achava que eu estava de mau humor, talvez uma TPM. EU comecei a trata-lo de uma forma mais brusca e menos intima depois que eu descobri que ele havia me manipulado. Mas era difícil me manter assim. Eu iria acabar cedendo ao charme dele. Por isso eu estava evitando encontrá-lo.

— Talvez. – Respondi secamente.

— Certo, eu fui até a sua faculdade. Mas ninguém te reconheceu. Assim eu suponho que você não é lá muito popular.

— Você foi até a minha faculdade? Por qual razão? – Disse um pouco alterada

— Oba, um pouco de emoção, já estava achando que você tinha virado um pedra de gelo.

— Por que você foi na minha faculdade?

— Por que eu queria te encontrar. Precisamos conversar.

— Conversar sobre o quê?

— Sobre o nosso projeto.

Projeto era a maneira discreta de falar sobre o nosso alvo. Ele não havia me passado muitas informações.

— Você não pode me passar às informações por e-mail?

— Não, nós precisamos nos ver.

— Eu estou ocupada. Você pode me ligar mais tarde?

As pessoas já estavam me olhando torto na rua, eu estava falando muito alto ao celular.

— Você anda muito ocupada não é? - Senti a irritação na sua voz.

— Tá, me encontre em frente ao meu prédio, daqui a 1 hora. Ok?

— Certo, na verdade eu já estou na frente do seu prédio. Vou te esperar de qualquer forma.

— Você venceu. Ok. Espere. Caso eu demore te dou a permissão de me sequestrar.

— Ótimo! – Ele falou feliz.

— Até mais.

Desliguei o celular.

Eu já estava na esquina da minha rua. E lá estava ele. O carro mais chamativo da rua. Um Camaro vermelho.

Acho que ele me viu. Ele começou a buzinar como uma criança.

Cheguei perto.

— Pare com isso.

— Parar com o quê?

— Eu não vou cair nessa. Não vou deixar você me fazer ficar sem graça.

Ele coçou o queixo, assim eu pude perceber que ele estava com uma barba rala, o que o deixou com um aspecto mais rústico.

— Tem alguma coisa no meu rosto?

Acho que o encarei demais.

— Nada. – Desviei o olhar.

Ele abriu a porta do carro para mim.

— Entre.

— Eu tenho que ir em casa. Tenho que deixar algumas coisas lá.

Minha bolsa estava pesada. Todo o meu disfarce de Alexia estava lá.

— Você pode deixar no meu carro.

Eu não poderia deixar essas coisas no carro dele. Essas são a únicas coisas que me incriminam.

— Eu realmente preciso deixar essas coisas em casa.

O sorriso que ele estava sustentando até agora caiu. Eu senti os seus olhos desconfiados sobre mim.

— Tem algum problema Charlotte?

Lá vem. Sempre começa assim. Eu vou acabar cedendo. Ele como o meu avô usa algumas técnicas de interrogatório e elas são muito eficientes contra mim.

Tá eu preciso realmente fazer isso, é uma boa desculpa, ele não perguntará nada. E isso vai sustentar a teoria de que eu estava de TPM.

— É que acabaram meus absorventes. – Falei sussurrando. E meu rosto ficou em chamas.

Ele pareceu sem graça.

— Claro, claro.

Isso o desmontou totalmente.

Subi rapidamente. Barbara estava dormindo. Deixei minha bolsa em um cofre. Com o dinheiro que eu havia recebido da recompensa do Richard eu tinha comprado algumas coisas, inclusive um cofre de 15 mil dólares. Ele ficava debaixo da minha cama, camuflado sobre um monte de papel. A fechadura era eletrônica, considerada uma das mais seguras do mundo. E eu ainda a criptografei. E o único jeito de tirar esse cofre daqui seria destruindo o meu quarto inteiro. Ele tinha o tamanho certo para que eu guardasse o meu disfarce.

Me olhei no espelho. Eu já estava com a cor normal.

Peguei o meu celular e desci.

Acabei demorando mais do que previsto. E eu podia ver o descontentamento no olhar dele.

Mas ele não reclamou e nem perguntou o porquê eu demorei. Acho que ele não queria que eu falasse mais nada sobre coisas de mulher.

Me sentei ao seu lado no banco da frente.

— Onde vamos? E o que você quer conversar? – Eu disse sem rodeios.

— Eu estava pensando em te levar para a minha casa.

A casa dele? Eu só havia ido lá uma vez, e a experiência não foi muito positiva.

— Por que a sua casa?

Antes de ele responder um telefone começa a tocar. Um toque que eu não reconheço imediatamente. Mas quando eu percebo o meu coração gela.

— Não vai atender? – Ele me diz.

Quando eu pego o aparelho vejo que esse não é o telefone da Charlotte, mas sim da Alexia. Eu olho para a tela, tentando não mostrar para ele. A pessoa que está ligando para a Alexia é David Summers. Eu decorei o seu número. Mas não imagino como ele conseguiu o meu.


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