Numa manhã de trovoada e chuva torrencial, todos dormiam cansados da festa do dia anterior que tinha esgotado as energias a todos, até dos mais elétricos. À frente da enorme mansão Hyuuga, encontravam-se duas pessoas que olhavam a casa. Não se conseguia perceber quem eram, graças aos chapéus-de-chuva que cada um segurava, e por causa de imensa chuva que caía das nuvens cinzentas. Um forte relâmpago cai provocando uma imensa luz, dando mais cor às duas pessoas, nesse momento.

– Finalmente chegámos. – Fala um dos vultos dando a entender ser uma mulher.

– É o que parece. – Disse o homem que se encontrava ao lado da mulher.

– Bem mano, finalmente regressámos. – Disse a mulher.

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…

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Já era 1 da tarde e ainda todos dormiam descansados, menos uma jovem loira que tinha acordado há umas horas por causa do barulho da chuva e do vento a bater na janela. Temari, já não conseguindo ficar na cama, levanta-se e vai descalça até à sala. Pára quando entra na divisão e fica a observar a chuva cair na rua. Cansada de ver aquela imagem triste dirige-se até a cozinha e começa a prepara algo para comer. Com tudo arranjado, senta-se na mesa e começa a comer vagarosamente.

– Mas que dia. Começou logo bem. – Disse olhando novamente para a rua onde a chuva ainda caia. – Só de pensar que daqui a bocado tenho de ir ter com aqueles chatos até fico doente. Este casamento não vai dar certo, nem que as galinhas ganhem dentes. – Suspira e volta a comer.

Gaara entra na cozinha com uma cara sonolenta e senta-se a frente da irmã. Sem pensar duas vezes pega na sandes que ela tinha preparado para si e come-a sem dizer nada. – Gaara, bolas! Isso era meu. – Disse irritada.

– Disseste bem. ERA. – Responde-lhe.

– Ai que raiva! Não sabes cozinhar e depois quem sofre sou eu! Ou tu aprendes a cozinhar ou então já não faço mais comida para ninguém. – Ameaçou a rapariga, enquanto preparava outra sandes para ela.

– Faz como quiseres. Mas já devias estar a caminho da casa do teu noivo. Já são 13:30. – Retrucou o ruivo, friamente.

Temari assusta-se ao olhar para o relógio e sai da cozinha para se começar a arrumar. Entra no quarto, veste a primeira roupa que encontra, vai à casa de banho lavar o rosto, lavar os dentes e pentear-se para depois fazer o seu habitual penteado. Corre até à sala e vê o irmão deitado no sofá, já pronto.

– Vamos. – Disse ele. Por sorte a chuva tinha decidido dar tréguas.

Entram no carro e vão em direção à mansão Hyuuga. Gaara deixa lá a irmã e volta para casa. Quando chegaram Neji, Hinata, Kanome e Hiashi já a esperavam na sala. Ela cumprimenta-os e sentam-se nos restantes sofás vazios.

– Então, temos de escolher uma data. – Disse Kanome, querendo começar com os preparativos.

– Eu já estive a pensar nisso. Mas não me ocorreu nada de mais. – Informa Neji. – Tens alguma data que prefiras, Temari?

– Não. – Respondeu ela, simplesmente.

Nesse instante a campainha toca. Passado um bocado, a empregada aparece na sala com duas pessoas atrás. Hinata olha para a porta e fica como uma cara muito espantada quando vê quem acaba de entrar. Neji, vendo a cara da prima também dirige o olhar para a entrada. A cara dele não era muito diferente da cara da prima. Os dois levantam-se, mas não desviam o olhar da porta. Os olhos de Hinata começam a encher-se de lágrimas. Temari continua a olhar para os dois primos sem entender o que se passa. Hinata começa a correr em direcção à porta, abraçando uma rapariga fortemente. A Sabaku olha para a porta e vê lá duas pessoas. Um rapaz, alto, com belos olhos azuis, loiro e com um corpo muito bonito, e uma rapariga que não dava para ver bem, graças a Hinata que a abraçava fortemente.

As raparigas largam-se dando a possibilidade de ver a estranha. Era uma rapariga muito bonita. Tinha uns grandes olhos cor de avelã, o cabelo castanho preso em dois coques, era um pouco mais baixa que o rapaz.

Neji que até agora não se tinha pronunciado, vai até aos dois jovens e abraça-os sendo retribuído. Temari continua sem perceber nada. Hinata e a outra rapariga choravam, pareciam duas madalenas, se elas não parassem podiam causar uma inundação.

Neji e o outro rapaz também estavam abraçados e a chamar nomes um ao outro. A jovem Hyuuga repara na cara confusa de Temari, limpa as lágrimas começando a explicar-se.

– Temari, … esta é… a Mitsashi Tenten e este é… Uzumaki Na…ruto. – Disse Hinata muito timidamente. – São nossos amigos de infância...

– Tiveram de se ir embora há 6 anos. Os pais da Tenten adotaram o Naruto e decidiram mudar-se para outra cidade. Nós tínhamos 11 anos naquela altura. No inicio ainda trocávamos algumas cartas, mas depois perdemos o contacto com eles… Por falar nisso, o que vocês estão aqui a fazer? – Interroga Neji, completando a fala da prima.

– Bem, nós viemos ao casamento. – Respondeu Naruto com um sorriso bobo na cara.

– Como souberam? – Pergunta Neji admirado.

– Foi eu que entrei em contacto com eles. – Respondeu Kanome. – Achei que iam gostar da surpresa. Hinata tinha comentado à uns dias sobre eles, e decidi que vocês iriam querer voltar a estar juntos nesta data especial.

– Então, esta deve ser a noiva. – Naruto apontou para a Temari que se sentiu um pouco constrangida.

– Sim. Esta é Temari no Sabaku.– Confirmou Neji com a sua habitual voz fria.

– Bem, nós vamos deixar-vos a sós, para porem a conversa em dia. - Kanome e o marido saem da sala deixando os cinco jovens sozinhos.

– Prazer em conhecer-te Temari. – Cumprimenta Tenten, sendo retribuído pela loira. - Então contem novidades. – Pede muito empolgada.

– M…Mas o que queres saber? – Pergunta Hinata.

– Como está a malta? Há pelo menos uns três, quatro anos que não falamos. – Disse Naruto sentando-se num sofá sendo imitado pelos outros.

– E… então deixa ver… – Começa Hinata

– A Sakura e o Sasuke estão juntos, a Ino e o Shikamaru também estavam… – Afirmou Neji, rapidamente, mas foi interrompido por Naruto.

– A minha Sakura está com aquele idiota? – Reclamou o loiro com uma vozinha chateada.

– Cala-te mano. Tu já esqueceste a Sakura há anos. – Repreende Tenten dando um pequeno murro no braço do rapaz. – Mas eles finalmente ficaram juntos. Que bom. Eu lembro-me quando era pequena, que ela gostava dele.

– É, eles namoram já há algum tempo. – Disse Neji, indiferente.

– Dois Anos. – Completou Hinata.

– Mas o Shikamaru e a Ino! Esses é que eu nunca esperava! – Exclama Tenten.

Temari ao ouvir o nome do rapaz, sente algo apertar dentro do seu coração.

– Eles namoram também há, se não me engano, dois anos. Mas a relação deles não está muito estável neste momento. Nem sei se andam ou já não. É que o Shikamaru apanhou-a aos beijos com um amigo dele. Mas pela versão dela, o outro é que a agarrou, então agora ela anda insuportável, e ele… bem… ele nem se importa muito para variar. – Explica Neji.

– Queres dizer que continua o mesmo preguiçoso de seis anos atrás. – Conclui Naruto.

– Não, ele está pior. – Dramatiza Neji, fazendo todos presentes rirem-se.

Temari já não se encontrava lá, ou pelo menos, não os seus pensamentos. A sua mente corria em volta do Nara. Desde que Tenten tinha falado dele, perdera logo a sua atenção à conversa.

– VAMOS VÊ-LOS! – Grita tão alto o Uzumaki, que consegue com que Temari desperte dos seus pensamentos.

– Está bem. Mas não era preciso gritar. – Reclama Tenten para o seu irmão.

Neji pega no seu telemóvel e liga aos amigos para se encontrarem todos.

– Já está tudo combinado. Daqui a 5 minutos à frente da escola primária. – Disse Neji, quando acabou de desligar o telemóvel.

Os cinco jovens levantam-se e começam a caminhar alegremente até à escola primária. Temari ia afastada do grupo. O Hyuuga, ao reparar no incómodo da noiva, recua o passo ficando ao lado dela.

– Sabes, estive a pensar. Devíamos fazer um jantar com os padrinhos do casamento. Era para ser um convite mais formal. – Temari desperta dos seus pensamentos quando ouve o noivo a falar do casamento.

– É, deves ter razão. – Concorda Temari, tentando mostrar interesse.

– Já sabes quem vais pedir para ser os teus padrinhos? – Pergunta Neji.

– Estava a pensar no meu irmão e na Sakura. Também não conheço mais ninguém que possa ser. E tu?

– O Shikamaru, … e se calhar a minha prima. É isso mesmo. Fica esses os dois. – Temari, ao ouvir novamente o nome do rapaz dos seus pensamentos, pára. O moreno vê-a a parar e também pára. – Algum problema? – A loira sai dos pensamentos, sorri ligeiramente para o noivo, e continua andar.

– Nada não. Estava a pensar como conseguir convencer o meu irmão a ser o meu padrinho. – Mente Temari.

– Pelo que conheço do Gaara, é só pedires com jeitinho que ele aceita. – Responde ironicamente Neji.

– Também acho. O que achas melhor? Uma faca ou uma moto-serra? – Pergunta na brincadeira Temari.

Os dois olham-se e começam a rir-se. Os três lá na frente ouvem os risos atrás e olham e deparam-se com uma cena nunca pensada ser vista. Neji ria alegremente junto com a noiva.

– Parece que eles se dão bem. – Comenta Tenten.

Os outros dois jovens apenas concordam com a cabeça, e continuam andar para não interromper o casal.

– Mas bem, falando a sério. Quando estás a pensar fazer esse jantar? – Pergunta Temari.

– Hoje. Falamos com eles hoje, ok? – Pergunta Neji. A Sabaku apenas concorda com a cabeça. – Depois já combinamos melhor as horas.

O resto do caminho foi feito em silêncio por parte dos noivos. Passados alguns segundos, finalmente chegam a um grande pátio ao pé da escola primária. Naruto, Neji, Tenten e Hinata estavam entretidos com a conversa. Mesmo com a alegre troca de palavras, Neji não conseguia parar de mandar alguns olhares de relance a Temari que olhava a escola com atenção.

Nesse momento atrás de uma árvore ouvem-se uns risinhos. Temari fica curiosa e vai ver o que é.

Ao lá chegar, depara-se com Sakura e Sasuke aos amassos encostados à árvore. Sasuke beijava intensamente Sakura, sendo retribuído. As suas mãos passavam pelas pernas nuas, por causa da saia, da namorada, enquanto as mãos dela despenteavam os seus cabelos negros. Temari fica com cara de parva a olhar a cena. Quando recupera do choque, finge estar a tossir para chamar atenção do casal. Sakura e Sasuke largam-se e olham para a rapariga com as faces um pouco coradas.

– Bem, parece que estou a interromper, não é? – Disse Temari ironicamente.

– Bem, por acaso até est… – Começou Sasuke, mas Sakura tapa a sua boca com a mão.

– Não, Temari, deixa estar. Então o Neji já chegou não é? Eu quero ver a tal surpresa de que ele nos falou. – Disse Sakura tentando fugir à conversa.

Temari sorri e começa a andar sendo seguida por Sakura e Sasuke de mãos dadas. Ao chegar ao pé dos amigos, Sakura larga Sasuke e corre para abraçar os dois jovens recentemente regressados. Sasuke que ainda não os tinha visto, fica com uma pontada de ciúmes. Ia começar a reclamar algo, mas Temari agarra-lhe o pulso, tentando acalmá-lo.

– Bem, é melhor acalmares-te. Não é nada disso que estás a pensar. – Sasuke olha com uma cara interrogativa para a noiva do seu amigo. Ela sorri e aponta com a cabeça para o grupo de jovens que já se tinham largado. Sasuke repara, então, que são os seus amigos de infância.

– OLHEM O IDIOTA DO SASUKE! – Berra Naruto com um sorriso bobo na cara.

Temari e Sasuke aproximam-se do grupo, este último com os dos seus raros sorrisos no rosto. Sasuke aperta a mão de Naruto, mas este puxa-o para um abraço, o qual o Uchiha acaba por corresponder. Depois de se separarem, Tenten atira-se nos braços do Sasuke, que também a abraça.

– Hei! Vejam lá, eu estou aqui! – Disse Sakura na brincadeira mas com um tom de ciúmes na voz.

Tenten e Sasuke largam-se. O rapaz vai até a namorada e abraça-a pela cintura.

– Não sejas tão ciumenta. – Acabando de dizer isso, beija-a.

– Olha quem fala. – Comenta Temari referindo-se ao que se tinha passado a pouco tempo.

Sasuke solta-se de Sakura e olha com um olhar ameaçador para a loira. Nesse momento, vê-se outra loira a aproximar com uma cara um tanto triste. Ela chega ao pé dos amigos, dá um "oi" e encosta-se a uma árvore sem tirar os olhos vermelhos do chão. Os sete jovens ficam com uma cara de parvos a olhar para a loira.

– As coisas estão mesmo negras. – Sussurra Tenten ao ouvido da Sakura.

A rapariga apenas concorda com a cabeça. Naruto encosta-se ao lado dela. Ela não diz nada. Ele olha para os amigos, mas eles só olham para ver o que ele fazia. Ele suspira e passa um braço em redor os ombros dela. Ino assusta-se e empurra Naruto para o chão, mas por azar ela também cai em por cima dela. Os outros jovens desataram a rir ao ver a cena.

– SEU TARADO! QUEM PENSAS QUE ÉS? LARGA-ME! VÁ LARGA-ME! OLHA QUE EU GRITO! – Gritava Ino em cima do Naruto, enquanto agarrava o pescoço dele.

– Mas Ino, tu já estas a gritar. – Disse Sakura que se ria encostada a árvore onde os dois jovens estavam antes de cair.

– Bem maninho, acho que não era bem isto que tu planeavas. – Disse Tenten também a rir.

Ino reconhece aquela voz. Olha para trás e vê Tenten a rir loucamente. Volta a olhar para baixo e vê Naruto já com uma cara roxa por falta de ar. Ino larga-lhe o pescoço e abraça-o. Passado um bocado larga-o, sai de cima dele e abraça Tenten fortemente.

– O que vocês estão aqui a fazer? – Pergunta aos irmãos.

– Então viemos ao casamento, não e lógico? – Responde Tenten enquanto ajudava o irmão a levantar-se. Ficaram todos a conversar até que o telemóvel da Temari toca. Ela pede licença e vai atender um pouco afastada do grupo.

– Estou? – Diz ela quando atende o telemóvel.

– Já devias estar aqui em casa. Onde andas? – Diz uma voz no outro lado da linha.

– Em frente da escola primaria, com o teu querido amigo e com os amigos dele. – Disse Temari.

Ela estava de costas para o grupo de amigos, não podendo reparar que o rapaz dos seus pensamentos se aproximava do grupo.

– Ok. Então eu vou ter ai contigo, percebes-te? - Temari suspira e vira-se para o grupo. Ao repara que o Nara já se encontrava presente, ela paralisa. Os olhares que Ino lhe lançava, deixavam-na mais desconfortada. Ele tentava manter o contacto visual com ela, mas sempre falhava quando olhava para Tenten que estava ao lado dela. Temari estava tão absorvida em seus pensamentos que nem repara que o seu irmão gritava no outro lado da linha. Só repara quando ele grita mais alto.

– O que foi? – Pergunta Temari com a cara mais santa do mundo.

– Deixaste-me a falar sozinho. Bem, eu vou ai ter contigo. Não saias dai. – Dizendo isso ele desliga o telemóvel.

Temari, sem mais nenhuma alternativa regressa para o pé do grupo. Eles falavam animadamente, excepto Ino que por mais esforços fizesse não conseguia conter a tristeza. Shikamaru parecia indiferente à conversa, ou olhava para as nuvens ou olhava para a Temari. Quando os seus olhares se encontravam não conseguiam evitar o rubor na sua face e um pequeno sorriso aparecer no rosto.

– Eu vi isso, Temari. – Sussurrou uma voz ao ouvido de Temari fazendo ela arrepiar-se. Rapidamente ela olha para trás e dá de caras com o irmão. Ela suspira um pouco aliviada.

– Não me assustes dessa maneira. – Resmunga Temari.

– Hei, pessoal que tal sair daqui? Já estou farta de aqui estar. – Reclama Tenten. – Quem és tu? – Pergunta quando repara em Gaara.

– Este é o Gaara. O irmão da Temari. – Responde Neji. – Bem, Gaara acho que não conheces ninguém, não é? – O ruivo nem responde.

Neji já habituado à atitude do amigo, aceita o seu silêncio como um sim.

– Bem, esta é a Tenten, uma amiga que regressou agora, Naruto, o seu irmão. Aquela ali é a Sakura e ao lado dela o Sasuke, o seu namorado. E por último, a loira stressada ali é a Ino. E ele é o Shikamaru. – Disse Neji muito rapidamente.

Eles cumprimentaram-se e começaram a andar pelas ruas da cidade. As raparigas, excepto Temari, falavam muito animadamente. Os rapazes só comentavam uma coisa ou outra de vez em quando.

Neji, acelera um pouco o passo para ficar ao lado da sua recente noiva.

– Então, já falaste com algum? – Pergunta.

– Algum quê? – Disse ela sem entender onde o noivo queria chegar.

– Padrinho.

– Ah não. E tu? – Pergunta Temari.

– Vou falar agora com o Shikamaru. – Respondeu.

– Eu falo agora com a Sakura. Mas o que queres que eu diga?

– Pede para irem jantar fora. Depois nós lá convidamos. Mas não digas o porquê do jantar. Quero que seja surpresa. Fica no restaurante Ichiraku às 20 horas. Ok?

– Está bem. – Temari acelera um pouco o passo até ficar ao lado da amiga de cabelos rosados. – Hei Sakura que tal irmos jantar ao Ichiraku?

– O quê? Esse é o melhor restaurante da cidade. É claro que vou. Mas porque me estás a convidar?

– Depois vês. Bem, a gente vê-se lá às 20h, ok?

– Ok. – Temari desacelera o passo ficando assim novamente atrás das raparigas.

Lá atrás, Neji tentava convencer Shikamaru a ir ao jantar.

– Vá lá Shika, anda lá. – Disse Neji.

– É muito problemático. Porque raio queres que eu vá jantar contigo no melhor restaurante da cidade? – Pergunta Shikamaru com a sua voz de tédio.

– É surpresa. Tu depois vês. – Continua a insistir Neji.

– Bah, que problemático. Está bem, eu vou. – Disse Shikamaru finalmente derrotado pelo amigo.

Neji acelera novamente o passo e fica ao lado da Temari.

– Aqueles os dois já estão. Como fazemos com os outros? – Pergunta Temari.

– Bem… – Começa Neji mas é interrompido por um grito da Sakura.

– MALTA, VAMOS LANCHAR NESTA PASTELARIA. – Todos concordam com a cabeça e entram.

Era uma pastelaria muito acolhedora, o tecto era um rosa escuro que se ia aclarando à medida que descia pelas paredes para o chão. As mesas eram redondas e azuis claras. A pastelaria estava ligeiramente cheia. Ao fundo, por sorte do grupo, havia quatro mesas rectangulares que davam para todos. Eles dirigem-se até às mesas e sentam-se. Temari aproveita esse momento para convidar o seu irmão, já que ele se tinha sentado ao seu lado.

– Hei Gaara. – Este olha para a irmã. – Que tal irmos jantar fora? Não me esta apetecer cozinhar. – Disse Temari. Gaara apenas concorda com a cabeça.

– Podemos ir, mas pagas tu. – Temari sem alternativa aceita a proposta do irmão.

Neji que estava sentado ao lado da noiva, repara que ela já tinha convidado o irmão. Neji tenta procurar Hinata pela mesa, e dá com ela mesmo sentada ao seu lado, falando alegremente com Sakura e Tenten à sua frente. As outras duas levantam-se para ir à casa-de-banho, então Neji aproveita o momento.

– Hei Hinata. Que tal ires jantar comigo hoje? – Pergunta Neji. Hinata olha assustada para o primo.

– Porque raio queres jantar comigo? Pede a Temari para ir contigo. – Disse Hinata incomodada com o convite.

– Preciso de te pedir uma coisa. E ao jantar, a Temari também vai. – Tenta explicar Neji, sem dizer muita coisa sobre o jantar.

– Assim já está melhor. Eu vou. – Disse finalmente a prima.

– Mas por favor não comentes com ninguém. O jantar vai ser no restaurante Ichiraku às oito. – Hinata apenas concorda com a cabeça.

Nesse momento Sakura e Tenten chegam, dando início novamente à conversa das três.

Temari, para variar naquele dia, estava absorvida nos seus pensamentos. Shikamaru, à sua frente também não estava muito diferente. As suas pernas por baixo da mesa raspavam ligeiramente. Temari, ao sentir aquele toque, o seu coração acelerava intensamente, um rubor na sua face aparecia vagarosamente. Com Shikamaru também acontecia a mesma coisa. Os seus olhares não paravam de se encarar. Já estavam lá há 30 minutos, mas o tempo, para eles, pareceu séculos, não tinham tomado atenção nenhuma ao resto do grupo. Todos começam a levantar-se. Temari e Shikamaru ficam a olhara para eles sem entender o que se estava a passar.

– Hei o que se passa? – Pergunta Temari ao irmão.

– Vamos todos embora. Já são 19 horas. – Responde Gaara. Temari levanta-se rapidamente. Despede-se de todos, lança um último olhar a Shikamaru e sai arrastando o irmão com ela. Rapidamente, chegam a casa. Temari corre até ao quarto, pega no primeiro vestido que vê, numa toalha e fecha-se na casa-de-banho para tomar banho. Já lá dentro grita para o irmão.

– Gaara despacha-te. Quero ver se às oito horas estou lá. – A Sabaku numa enorme correria despachou-se, faltava já 5 minutos para a hora combinada do jantar.

Ela tinha um vestido comprido de costas nuas de cor de vinho. Um decote oval fazendo com que os seus belos ombros ficam-se descobertos. Umas pequenas sandálias pretas com um ligeiro salto. Para variar tinha o cabelo preso nos seus habituais 4 rabos de cavalos.

Gaara já estava sentado no sofá da sala á espera da sua irmã. Ele vestia umas calças pretas e uma camisa bege.

Rapidamente, eles dirigem-se para o restaurante. Gaara já ia entrar no luxuoso restaurante, mas Temari impediu-o de entrar.

– Não vamos entrar? – Pergunta Gaara à irmã.

– Espera pelos outros. – Gaara olha para a irmã sem perceber ao que ela se referia.

Encosta-se a parede, e fica à espera que a irmã decida entrar. Nesse momento Sakura aparece no outro lado da rua. Vestia um vestido branco pelos joelhos, uma sandália branca e o cabelo solto. Ela chega até a Temari e cumprimenta-a.

– Agora já podemos entrar? – Pergunta Gaara irritado. Nesse momento Sakura repara na presença do irmão da sua nova amiga.

– Temari, disseste que éramos só nós duas. Porque o trouxeste? – Pergunta a recém-chegada referindo-se a Gaara.

– Acalmem-se. Quando o resto chegar logo vêem. – Disse Temari.

Passados alguns segundos, Hinata aparece com Neji.

Ela vestia um vestido azul comprido, umas sandálias pretas, e o cabelo com duas tranças. Eles cumprimentaram-se e logo em seguida apareceu Shikamaru, com a sua normal cara de sono. Vestia umas calças pretas com uma camisa branca e um casaco preto. Neji e Temari entraram, sendo seguidos pelos outros, sem entenderem o que se estava a passar.

Neji foi falar com um empregado que os levou para uma zona reservada. Entraram dentro de uma sala com uma mesa para 6 pessoas, muito bem decorada.

As paredes eram em tom bege e o chão de madeira. Em cima da mesa, ao centro, encontrava-se um enorme enfeite de frutas. Três empregados entraram dentro do cómodo e conduziram as três jovens até aos seus lugares. Gentilmente retiraram o casaco que cada uma tinha vestido e puxaram as cadeiras para elas se sentarem. Os rapazes também se dirigem à mesa e se sentam.

Os empregados entregam a cada um uma ementa. Escolhem e pedem os seus pedidos. Durante o curto prazo de tempo em que estiveram à espera das suas comidas, estiveram em completo silêncio.

Neji olhava para os lados com um ar muito distante, ao seu lado Sakura brincava com uma madeixa do cabelo, Hinata à sua frente brincava com os talheres, Shikamaru ao seu lado olhava fixamente para Temari que retribuía o olhar, e ao lado do Nara encontrava-se Gaara que observava cada movimento da irmã com o amigo do noivo.

A comida finalmente chegou. Pratos lindos e bem decorados. Tinham um óptimo aspeto. Começaram a comer vagarosamente, e em silêncio. Sakura começava a incomodar-se com o silêncio.

– A comida está muito boa não acham? – Disse para quebrar o silêncio da mesa, mas não teve muito sucesso. O grupo apenas afirmou com a cabeça. – Então, alguém me pode dizer porque estamos aqui os 6 a jantar? – Proferiu a pergunta que estava encravada na garganta da maioria dos jovens sentados aquela mesa.

Neji olha para Temari, que ao ouvir a pergunta despertou dos seus pensamentos.

– Bem, nós… eu e a Temari, convidámo-los a jantar aqui hoje para vos fazer um convite. – Disse Neji.

Temari só ouvia atentamente o que o noivo dizia.

– Eu, Hyuuga Neji convido-te, a ti Hyuuga Hinata, e a ti Nara Shikamaru, para serem os meus padrinhos de casamento. – Os dois jovens olharam para o amigo tentando raciocinar direito.

– Claro que aceitamos. Não é Shikamaru? – Disse a rapariga rapidamente. Dando um dos seus sorrisos tímidos.

– Que problemática. – Responde Shikamaru.

– Eu também tenho de ser tão formal? – Pergunta Temari ao noivo.

– Bem… - Começa ele mas é interrompido por Sakura.

– Claro que aceito. – Disse com um sorriso no rosto. Temari retribui, olha para o irmão que tinha uma cara indiferente ao possível convite.

– Gaara… – Disse Temari.

– Eu aceito. – Disse o irmão da jovem indiferente.

A partir desse momento tudo ficou mais alegre. Neji, Sakura e Hinata falavam tão alegremente que até se esqueceram do resto do grupo. Gaara só comia calado e observava de vez em quando a irmã. Temari mais uma vez observava Shikamaru, e vice-versa.

O jantar acabou rapidamente, pelo menos para algumas das pessoas. À saída do restaurante, cada um se dirigiu para a sua casa.

Temari mal chega a casa, enfia-se no quarto. Veste um pijama e deita-se na cama. Fica horas às voltas na cama. Por um pequeno relógio na parede, ela vê as horas a passar. Às 3 da manhã ainda não conseguia dormir.

Sem esperanças de conseguir adormecer, veste uma roupa e sai sorrateiramente do quarto. Começa a caminhar pela casa. Ao chegar à sala encontra o irmão num sono leve, deitado no sofá. Vai na sua direção, dá-lhe um pequeno beijo na testa e sai de casa para ver se ganhava sono. Sem conhecer muito do local, decide ir até a floresta. Começa a caminhar pelo caminho escuro, só iluminado pela luz da lua cheia. As árvores mexiam-se ao sabor do vento. Ela chega ao pé do lago, tira os sapatos e senta-se para molhar os pés na água fria. Mexe-os ligeiramente para ver se os aquecia. A água começa a molhar-lhe as calças que tinha vestido, mas ela pouco se importava.

– Bem, que problemática – disse a voz de uma pessoa conhecida que acabara de se sentar ao seu lado. Temari assusta-se um pouco e acaba por molhar os dois - ARG, que problemático. - Temari olha para o lado e vê o padrinho de casamento do seu noivo. Shikamaru, estava sentado ao seu lado tentando limpar os milhares de gotas que a rapariga lhe tinha atirado para cima.

– Desculpa. É que me assustaste. - Desculpa-se Temari, Shikamaru não diz nada, apenas deita-se a olhar para as estrelas e algumas nuvens que estavam no negro céu.

A loira volta a olhar para a água. Já lá estavam à 30 minutos e nenhum dos dois tinha coragem de dizer nada. Ela volta a olhar para o lado e vê Shikamaru na mesma posição. Já com um pouco de sono deita-se ao seu lado. O rapaz olha para o lado e vê a rapariga quase a dormir e com frio.

– Não achas que é problemático, estares com os pés dentro de água? - Pergunta. Temari tira os pés de dentro de água e calça-se.

– Mas tu achas tudo problemático? - Pergunta um pouco irritada.

– Sim. - Responde simplesmente e Temari encolhe-se com frio.

O Nara vê o estado da rapariga e puxa-a para perto de si. Ao princípio ela pensa em reclamar, mas ao sentir aqueles braços quentes em redor de si, apenas se aconchega. Shikamaru passa um braço pela sua cintura, e Temari abraça-o e deita a sua cabeça no seu peito. O jovem, sem saber porquê, começa a acariciar os cabelos loiros da rapariga. No rosto de Temari, um pequeno sorriso tímido aparece.

– Posso saber o que estás aqui a fazer a esta hora? - Pergunta Temari.

– Não me apetecia dormir. E era muito problemático ficar em casa. Então vim ver as nuvens. – A Sabaku sorri por causa da resposta que o rapaz deu.

– Tu não existes. - Respondeu ela.

– Olha quem fala. Foste tu que te mudaste e mudaste a minha vida. - Disse Shikamaru sem pensar. Temari levanta-se rapidamente, e olha o jovem.

– O que queres disser com isso? - Pergunta.

– Que problemático. – Disse novamente o jovem mas sem responder á pergunta. Temari irritada leva as mãos ao pescoço do jovem para o esganar. Shikamaru tira as mãos dela do seu pescoço, mas ela perde o equilíbrio e cai em cima dele, fazendo com que os seus rostos ficassem muito próximos. Temari sente o rosto a corar. Fora de si, ela começa a aproximar mais. Os olhos começaram a fechar-se. Cada vez mais próximos, Shikamaru também começa a aproximar-se. Finalmente os seus lábios tocam-se.

O beijo começa calmamente, mas cheio de paixão e desejo. Os braços do rapaz passam pela cintura dela e fazem com que ela fique mais em cima de si. Temari passa os braços pelo pescoço de jovem Nara fazendo com que aprofundassem mais o beijo. Temari sente a língua de Shikamaru a pedir permissão para entrar na sua boca. Ela abre ligeiramente os lábios dando permissão. As línguas de ambos faziam uma dança sensual. Nesse momento o moreno ganha consciência e afasta-a ligeiramente. Ela fica a olhar para ele sem entender o que se passava. Chateada, Temari sai de cima dele e senta-se ao seu lado, sem olhá-lo. Shikamaru vê a reação da rapariga e arrepende-se do seu ato. Senta-se e pega numa das mãos da loira, mas ela rapidamente puxa-a fazendo-o solta-la. Vendo que assim não conseguiria, muda de posição, sentando-se atras dela e abraça-a pela cintura. Irritada, Temari ainda tenta-se soltar, mas em vão.

– Não fiques assim. Aquilo foi um erro. - Disse. Shikamaru quando ela deixou-se debater em seus braços

– Olha que bom saber. - Disse chateada.

– Problematica, tu vais-te casar…

– Com um homem que não me chama a atenção, ao contrário de ti. - Contradiz Temari. Shikamaru puxa-a para mais perto de si, e desta vez ela não tentou-se soltar.

– Eu tenho uma semi-namorada… – Continua argumentar, mas notava-se que a voz era um pouco triste.

– Amas-a? - Pergunta Temari sem rodeios. Ela suspeitava a resposta, mas mesmo assim preferia ouvi-lo a dizer.

– Não sei. – Respondeu ele, olhando para o céu. Tudo era tão confuso há uns dias para cá. Ele simplesmente já não sabia o que acreditar.

– Gostas de mim?

– Acho que sim.

– Não gostaste do beijo? Achaste um erro? - Pergunta Temari, tão rápido sem ter margem para respirar.

– Gostei. Eu só acho que foi um erro por causa daquelas razões que te disse. - Responde Shikamaru.

– E não podíamos tentar? Ninguém tem de saber. - Disse manhosa. Temari vira-se e beija-o novamente. Ele nem pensou em negar, rapidamente correspondeu ao beijo.

Temari empurra-o ficando novamente deitados, com ela por cima. Quando ficam sem ar, separaram-se e Temari aconchega-se novamente no colo do jovem.

– Bah, como és problemática. Mas acho que podemos tentar. – Concordou ele, enquanto acariciava os cabelos dela. Ele não sabia como tinha concordado com aquela ideia, apenas sabia que era a decisão o deixava feliz. Pelo menos naquele momento era.

Ela dá um sorriso e abraça-o fortemente, como se tivesse medo que ele fugisse. Em pouco tempo os dois jovens adormecem felizes nos braços um do outro.

Continua…