POV Jack

Acordei com o barulho estridente do despertador, recordando que era o dia que a “prisão” seria aberta novamente.

Tomei um longo banho gelado para despertar, me levantei e fui para o café da manhã; onde Elsa já acabava de comer.

– Bom dia, mano. Preparado para o recomeço das aulas?

– Espero que seja mesmo bom. – murmurei, levantei a cabeça e sorri para ela – Bom dia, irmã.

Ela ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada. Se retirou para a sala, me aguardando para irmos juntos. Então, engoli qualquer coisa e saímos de casa.

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POV Astrid

Depois de me arrumar, conferir novamente o material, e calçar o tênis, fui ao quarto da Merida chama-la. Fiquei surpresa, já que não estava lá.

Fui direto para a cozinha comer algo. Elinor estava lá, junto com Fergus e os trigêmeos.

– Bom dia. – falei me sentando

– Bom dia – todos responderam e Elinor prosseguiu – Merida pegou uma maçã e se jogou no sofá, Astrid. Disse que te esperaria lá.

Assenti, comi a torrada a minha frente relembrando o dia anterior rapidamente. Jack agiu de repente, e tudo bem, me ajudou, mas não precisava tentar me beijar! Quanto a Soluço e Merida? Tinha algo no ar entre aqueles dois...

Levantei quando percebi que a ruiva me observava, semicerrando os olhos, na porta da cozinha. Saímos juntas com os garotos, que praticamente saltitavam de ansiedade

Nosso uniforme era uma calça azul escura que parecia de moletom; blusa branca com o nome “Colégio Guardiões do Futuro” nas costas, também de azul; e tênis.

Um tumulto se formava na frente do portão principal. Grupos que se reencontravam e seguiam juntos para suas salas. Eu e Merida nos entreolhamos e avistamos ao redor, mas não havia nenhum dos veteranos que conhecemos.

O colégio era formado por 5 andares, não havia sequer uma alma que decidisse nos dar qualquer informação sobre nada. Apenas nos olhavam estranho e saiam cochichando; algumas meninas paravam e olhavam o cabelo da Merida, comentando em seguida coisas boas sobre a cor etc ou ruins, sobre o volume que ela deixava formar, mas essa ignorava a todos e procurava algum conhecido em meio os alunos.

O corredor que estávamos era enorme, cheio de partes com escadas que ligavam ao andar superior; armários entre as salas. Uma garota abria caminho na nossa direção, paramos ao lado da sala da direção e esperamos ela nos alcançar.

– Oi, meninas. Avistei vocês de longe. – olhou para Merida e falou – Uau, seu ruivo é realmente lindo. – se recompôs ao ver nossa cara de dúvida – Prazer, sou a Tothiana,vice diretora da escola e uma das poucas dentistas da cidade. Vocês devem ser Astrid Hofferson e Merida DunBroch, venham comigo, irei leva-las a sua sala.

Ela não nos deu nem chance de falar algo, apenas ficou entre nós, colocou o braço em volta do pescoço de cada uma e saiu nos guiando no meio dos outros alunos.

Pela quantidade de escadas que subimos, presumi que a nossa sala ficasse no quarto andar. Não demorou muito para ela nos colocar dentro da sala, se soltar e ir falar com cada aluno ali presente.

Ela poderia ser facilmente confundida com um dos estudantes. Tinha lindos olhos cor de lavanda; cabelo castanho escuro com algumas mexas coloridas (o que me surpreendeu, pelo fato de ser diretora e ter cabelo assim); um corpo magrinho, com roupas descontraídas e não poderia ter mais de 26 anos.

– Então..onde vamos sentar? – Merida interrompeu meus devaneios, observando toda a sala; as pessoas que estavam lá nos encaravam, curiosos.

– Nas últimas cadeiras do meio? – sugeri e fomos andando para lá.

Cada uma ficou com a última da fila, quando acabamos de nos arrumar, uma garota de cabelos negros encaracolados e olhos verdes foi falar conosco.

– Prazer, novatas. Sei como se chamam. Sou a Ghotel, e acho que irei me sentar perto de vocês, parecem ser ótimas pessoas. – ela sorriu e se virou, mas Punzie e os outros haviam chegado sem que notássemos.

– Desculpe, Ghotel, mas as cadeiras perto delas estão ocupadas. – a morena apontou, fazendo com que eu e Merida olhássemos ao redor.

Vivi estava na minha frente, Wilbur e Jack a nossa esquerda. Punzie estava na frente de Merida, com Soluço ao seu lado e Elsa atrás do garoto.

– Ah, desculpe. Não sabia que já se conheciam. Nos falamos no intervalo, novatas – a menina sorriu e saiu.

– Elas estarão ocupadas, Ghotel. – Violeta falou dando de ombros. Ela não se deu ao trabalho de olhar para Vi, apenas saiu marchando para a frente da sala.

– Muito bem, podem explicar o que foi isso? – Merida perguntou olhando todos

– Ghotel é a filha do diretor, conheceram ele? – Elsa indagou, prosseguiu após negarmos – Ele se chama Patrick Black, apelidado por nós de Pitch Black; porque ele lembra muito mais o Bicho Papão que o diretor

– Resumo sobre ela: exibida, se acha superior a todos por ser filha de quem é, etc; A típica patricinha insuportável. – Wilbur revirou os olhos

– Como explicam então essa formação ao nosso redor? Os gêmeos Frost por acaso disputam as últimas cadeiras? – questionei olhando os dois

– Não. – Jack respondeu – É assim: eu e Wilbur somos os bagunceiros da turma; - eles se cumprimentaram – Vivi e Punzie são as que gostam de desenho; e Elsa, Soluço e o super hard nerd pirralho, bem... já deve ter deduzido que são os geniozinhos.

Ele deu de ombro, e um garoto de cabelos negros bagunçados chegou falando com todos; sentando ao lado do Soluço.

– Hm.. Antes que o Robinson ou o Wilbur falem alguma besteira sobre mim, deixem eu me apresentar. – ele acusou os dois, que se olharam e sorriram de lado – Sou Hiro Hamada, tenho 13 anos e sim, terminarei o Ensino Médio com 14.

– Astrid Hofferson. – acenei o avaliando. Ele tinha mesmo cara de quem não poderia ser mais velho que os irmãos DunBroch.

– Merida DunBroch, e bem... entendi porque ele te chamou de gênio. – apontou para Jack, que levantou as mãos indicando que era inocente. Hiro sorriu, o sinal tocou e todos nos ajeitamos nos lugares.

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POV Merida

O primeiro professor era um homem de altura mediana, que não deveria ter mais de 24 anos; cabelos loiros, olhos dourados e roupas amarelas. O que ele queria? Ser a personificação do sol na terra?

Sério, será que todas as pessoas desse lugar são diferentes assim? Primeiro, cabelos naturalmente brancos; depois uma vice diretora que mais parece uma aluna incansável; após isso, um diretor que meus novos amigos chamam de Bicho Papão; menino da idade dos meus irmãos na minha turma; e agora um professor de filosofia com olhos dourados? O que mais eu deveria esperar?

– Novatas, me chamo Sandmand. – claro, eu deveria esperar isso – Não as farei vir aqui na frente se apresentar, olho depois seus nomes na chamada.

Dito isso, ele começou a explicar o que veríamos naquele semestre. Fez perguntas sobre o que vimos da matéria na Escócia e não deu muita bola para os alunos que reclamaram por não saberem nossos nomes ainda.

Sandmand alegou que outros professores nos faria dizer o nome em voz alta. Mas, cara, ele só podia ser bipolar! Não sei outra explicação lógica para isso. Tirando, é claro, a parte em que torci para ele socar o Frost.

Lá estava a personificação do sol, falando algo sobre sonhos e anotando algo em um caderno, quando de repente, alguém interrompe levantando a mão.

– Fala, Jackson. – ele semicerrou os olhos, com certeza pronto para alguma gracinha

– Só queria perguntar se, já que a aula é sobre sonhos, eu poderia tirar um cochilo... - fez cara de inocente e fechou os olhos.

– É claro, caro aluno. Baixe a cabeça e durma o quanto quiser. – todos se surpreenderam, inclusive o Jack, quer realmente baixou a cabeça.

Após mais alguns minutos de falação, o loiro pediu licença, nos deu as costas e tirou um potinho da mochila que levava. Abriu e nos mostrou que era um tipo de tinta dourada brilhosa.

Foi até a carteira do Frost, pegou um pouco do material do potinho e derrabou sob o cabelo do garoto. Ficou dourado e brilhoso; em seguida, foi para a frente da turma, indicando que o Wilbur ou a Astrid deveriam acordar o Jack.

Assim que ele levantou a cabeça, todos explodimos em risos. A luz do sol que entrava pelas janelas, espalhava um brilho pelo seu cabelo e o deixava parecendo um enfeite de natal.

– Do que estão rindo? – ele perguntou desconfiado, encarando a todos os presentes.

– Talvez do seu cabelo reluzente. – Wilbur respondeu tentando controlar o riso – Ou do seu rosto vermelho e achatado.

Rimos ainda mais quando o albino pegou um espelho com a Violeta e viu seu reflexo brilhante, vermelho e com a marca da mesa a sua frente.

– Então, Jack Frost, nos conte, como estava o seu sonho? - o professor perguntou dando de ombros, fazendo o garoto bufar – Vá lavar isso. – mandou – E lembre-se de me contar seus sonhos depois!

Voltou-se para a turma e finalizou a aula marcando uma prova, que seria dali a 3 semanas.

A segunda aula e terceira aula seriam de educação física e ginástica; As meninas nos guiaram até o vestiário, que era no segundo andar. Eu e Astrid pegamos nossas mochilas e as seguimos.

Quando chegamos lá, já havia algumas meninas vestidas com suas legs e blusas folgadas; outras chegando, como nós. Explicaram que Tothiana nos daria a combinação certa no intervalo. Então seguimos para os boxes para nos trocarmos.

– Oh, desculpe-me, Punzie. Estava apressada. – identifiquei a voz da Gothel no corredor ao lado do que estávamos.

Punzie estava se levantando, vermelha de raiva. Com Violeta e Elsa nos armários da frente, fulminando a garota de cabelos negros com o olhar.

– Apenas passe de uma vez! – ela se levantou e abriu caminho. Ghotel pareceu triunfante e saiu rápido.

– O que houve, meninas? – Astrid expôs nossa dúvida. As três já estavam trocadas; pelo visto, era normal se usar uma roupa por baixo da outra.

– Explicamos na aula, vamos, estamos atrasadas e acho que com um pouco mais de demora, o Coelhão nos deixará de fora. – Vi falou e saiu andando, com todas nós a seguindo de perto.

A quadra era no térreo, em um espaço aberto que eu jamais imaginaria que um colégio fosse ter. Árvores e grama para vários lados; quadra de tênis coberta; um local isolado que parecia muito um laboratórios alguns bancos entre as sombras das árvores e a quadra que corríamos para chegar logo.

– E aí estão as últimas. Batendo papo, meninas? – o professor perguntou de cara nos avaliando – Novatas, digam seus nomes para eu anotar aqui.

– Astrid Hofferson. – ele escreveu e me encarou

– Merida DunBroch. – segurou um riso após anotar meu nome, levantando a cabeça

– É claro, uma DunBroch. Inconfundíveis cabelos ruivos o seu e dos seus irmãos. – levantei uma sobrancelha sem entender. – Meu nome é Carlos, mas me chamem de Coelhão, claro, sou professor de vocês e treinador de basquete, caso alguma se interesse.

Ele deveria ser apenas um ou dois anos mais velho que a Tothiana; corpo com músculos definidos; olhos meio cinzas que te lembram uma tempestade a qualquer momento; cabelos preto com cinza bagunçados, dando um aspecto grisalho, apesar da idade; barba por fazer e expressão mal encarada.

– Gostaria de fazer parte da equipe, professor. – semicerrei os olhos, mas de repente senti uma mão agarrando meu braço.

Era uma garota, de cabelos cor de mel claros quase ruivos, preso em duas tranças; olhos azuis; sardas; expressão de quem não era exatamente a definição de tímida.

– Não acredito! Alguém verdadeiramente ruiva, para pararem de dizer que eu sou e ainda mais querendo fazer parte da equipe! – ela me olhava ansiosa, Elsa apareceu do nada tentando puxa-la dali – Sou Anna Arandele, prima dos Frost, prazer! E será ótimo te ter na equipe!

O professor revirou os olhos, abriu uma sacola cheia de bolas, escolheu uma aleatória, e mandou formarmos dois times. Hiro e Soluço acabaram sendo os dois escolhidos para escolher os jogadores.

Time do Hiro: Astrid, Gothel, Punzie, Wilbur, Anna e várias outras pessoas que não decorei os nomes. O do Soluço: Jack, Elsa, Violeta, eu e alguns outros aleatórios.

O jogo começou, Elsa e Violeta me chamaram para o fundo da quadra, afim de me explicarem a queda da Punzie no vestuário. Observei que do outro lado da quadra, ela e Astrid conversavam.

– É assim... – Vi se enrolou toda e desviou de uma bolada. Os meninos estavam frenéticos jogando e eu estava com muita vontade de ir também. Devo ter demonstrado isso, porque a Elsa logo me explicou.

– Gothel era afim do Jack e queria ficar com ele. Ele a rejeitou, porque estava namorando a Punzie. – aquilo me surpreendeu. Uma menina como ela e um exibido como ele. Os opostos realmente devem se atrair. – O namoro deles não passou de dois meses, mas a amizade permaneceu como antes; Gothel odiou isso e criou um ódio mortal pela Punzie.

– Quer tudo que ela tem. – Violeta continuou enquanto Elsa desviava de uma bola - Não sei se você sabe, mas Punzie e Soluço são os filhos do prefeito. – ela me olhou de lado e eu neguei – É, eles não falam muito disso. Quer os amigos dela; a agilidade no hipismo; já chegou até a pintar o cabelo de castanho uma vez, mas enfim, quer tudo.

Elsa pegou uma bola e lançou, atingindo Anna. Quando a garota foi para o morto, Jack pegou a bola lançada e acertou Wilbur, que em seguida matando o Soluço.

– E por isso, ela vive tentando machucar a Punzie. Que nega, mas é meiga demais para rebater as crueldades da filha do diretor. Eu e Vivi sempre tentamos ir contra as maldades, mas esgotamos as nossas fontes de resposta. – a garota Frost concluiu.

– Hora de ajudar minha amiga Punzie. O jogo dessa aula ainda não acabou.– semicerrei os olhos e procurei Astrid. Ela estava indo para o meu lado oposto da quadra; assentimos juntas, nos afastando das veteranas.

– Merida, cuidado. O Ralph chegou a aula e pelo visto vai ser do nosso time. – Violeta correu até mim – Não deixe ele pegar a bola ou pode machucar Astrid por ontem.

Ela estava certa, o grandalhão entrou para o nosso time. Não me deixei levar e fui para o lado de Jack, no meio do nosso espaço; ele se surpreendeu, mas logo sorriu, agarrou a bola e me deu a chance de jogar.

Olhei novamente para a loira, que estava com os punhos fechados e cara de fúria, esperando minha jogada. Sabíamos o que fazer com quem mexia com as pessoas que gostávamos e ainda mais, com quem mexia com uma de nós.