Fated escrita por J N Taylor


Capítulo 4
III - Weakness




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Washington D.C., Estados Unidos, hoje

Lucian entrou em seu apartamento puxando a garota pela mão. Ela parecia ter 20 anos, mas ele não se interessava. Ela era menor que ele, dois dedos abaixo do ombro dele. Vestia um vestido preto curto, dois ou três palmos abaixo da cintura. Estava maquiada levemente, como ele gostava. Para ele, uma garota com pouca maquiagem, mais natural, era mais bonita. A garota era um pouco pálida, com o cabelo castanho levemente encaracolado. Ele a puxou para o quarto, empurrando-a sobre a cama. Ela não reagiu.

–Você é rápido. - ela falou, rindo.

–Não tanto. Gosto de rondar minhas presas. - e deu uma piscada, tirando o casaco e jogando-o de canto – Quer beber alguma coisa?

–O que tem? - ela sentou-se. Ele foi até um frigobar, abriu. Viu algumas latas de refrigerante. Foi até a cozinha – Vai demorar? - ela perguntou, levemente impaciente.

–Peguei esse apartamento ontem com um amigo. - ele falou – Desculpa, não sei onde está tudo ainda. Eu vi uma garrafa de uísque aqui, em algum lugar…

Numa prateleira da cozinha, estava uma garrafa de uísque. Ele pegou dois copos e levou.

–Um Cutty Sark Original Scots Whisky. Quem larga um uísque numa prateleira qualquer? - não esperou resposta, serviu ela e depois se serviu – Muito tempo que não bebo uísque. - e bebeu um gole – Perfeito. Como disse que se chamava?

–Ruby. - falou, bebendo um gole e dando uma mordida no lábio inferior. Ele fechou os olhos por um segundo e suspirou. A garota colocou o copo na mesa de cabeceira – Muito bom. Mas quando começamos a diversão? - ela ficou de joelhos na borda da cama e o puxou pela gola da camisa.

–Agora. - ele colocou o copo junto do dela e a empurrou na cama. Lentamente, ela tirou a camisa dele e jogou para o lado. Ele abriu o cinto e o zíper da calça, tirou o sapato, as meias, e depois a calça. Delicadamente, retirou o vestido dela enquanto a beijava.

Ambos estavam só com as roupas íntimas. Ele a segurou pelo cabelo e desviou-se da boca dela, descendo para o pescoço. Começavam a ofegar. Ela passou a mão pelo peito e pela barriga dele, quando ela desceu um pouco mais, alcançando a barra da cueca boxer branca, ele suspirou profundamente. A mão direita dele se enrolava no cabelo dela, enquanto a esquerda descia pelas costas da garota delicadamente até alcançar o fecho do sutiã rendado preto dela, que ele abriu em um movimento rápido, deixando cair.

Ainda de joelhos, ela voltou, de costas, para perto do encosto da cama, puxando Lucian, que a acompanhou, ajoelhando-se na ponta. Ele a girou e a deitou rapidamente, posicionando-se sobre ela. Sem pensar, Ruby o empurrou e trocou de posição, sentando-se sobre ele, que se deixara deitar. Ele deu um sorriso malicioso para ela e a beijou. Ela mordiscou o lábio dele. Ela arranhou o peito e a barriga dele, delicada e lentamente.

Ele se arrepiou.

Ela o agarrou pelo cabelo, puxando-o para perto de seu rosto. Suas respirações estavam pesadas. Lucian a beijou novamente, segurando-a com firmeza. Sussurrou algo no ouvido dela e chegou um pouco para trás. Ela levou a mão até a cueca dele. Começou a descer lentamente, então a porta abriu. Um pouco sem jeito, ela soltou o tecido, que voltou para o lugar.

Henry entrou, arfando.

–Desculpa atrapalhar. Olá, garota. - acenou de qualquer jeito para ela - Lucian, preciso de você.

–Estou ocupado! - e se voltou para a garota – Se puder fazer a gentileza de sair, eu agradeceria. - e se voltou para Ruby – Ignore ele. - e a beijou.

–Por favor, é uma emergência. Sua puta pode ficar pra depois.

–Eu não sou uma puta! - a garota rosnou.

–Desculpe ele… Com licença, Ruby. - ele a afastou delicadamente. Se levantou e andou até Henry, sem se incomodar em colocar a calça.

–Seja rápido.

–Não vou falar com ela aqui.

–Você acabou de falar como uma mulher que pegou o marido na cama com a amante. - e parou por um segundo – Você sequer gosta de mim como amigo, como gostaria de mim desse jeito?

–Quem disse que não gosto?

–O que? - Lucian se espantou.

–Eu gosto de você como amigo, Lucian. Jesus, não seja tão arrogante e pretensioso. - e olhou para baixo – Alguém me parece animado.

–Seja direto, por favor. - ignorou os comentários.

–Não consigo me concentrar com você assim.

–O que acha do meu corpo, Ruby?

–Muito bom. - ela gemeu – Muito bom.

–Então, prossiga, Henry.

–Vista-se!

–Não. - e sentou-se na cama, com a perna aberta. A garota se levantou e pegou o vestido do chão.

–Acho que já vou indo. - ela falou, colocando o sutiã.

–Peço que você fique, por favor. - e a segurou pelo pulso, puxando-a.

–Certo, eu fico se não forem demorar.

–Sente-se. - Lucian disse, sob um olhar de reprovação de Henry.

–Claro. - ela sentou na perna dele.

–Prossiga, Henry.

–Eu não vou falar se você continuar seminu! - rosnou, apontando para ele.

–Você não estava com pressa?

–Encontrei Mefisto hoje. E ele sabe onde está o colar.

–O que? Onde? Com quem?

–Lembra da garota que esbarrou em você quando te procurei?

–Não me diga que está com ela.

–Está. - ele confirmou, com um aceno de cabeça e um sorriso no canto do lábio.

–Temos que encontrar ela. E o colar! - ele falou, dando um soco na palma da própria mão.

–Por acaso, lembra algo sobre ela?

–Claro que lembro. Jéssica Parker, do Metropolitan Daily.

–Lembra o jornal?

–Minha memória, Henry, é melhor que a sua. Ruby, nos falamos depois?

–Como quiser. - ela se levantou, pegou uma caneta e um papel sobre a mesinha, e se curvou para anotar seu número. Os dois homens a olharam em silêncio até ela terminar e se levantar, vestindo rapidamente o vestido e calçando seu sapato. Ela saiu e, quando alcançou a porta, voltou em uma corridinha e beijou Lucian, saindo apressado dando uma risadinha.

–Que mulher é essa, Lucian? - Henry murmurou, boquiaberto.

–É bonita. - falou, sem dar muito atenção ao fato.

–Ela é gostosa! Você não deveria pagá-la?

–Não, não. Eu a encontrei em um bar.

–E a levou pra cama em três horas?

–Duas, na verdade. Mas o que isso importa?

–Que ela é… - e parou - Será que ela topa algo a três e…? - Lucian deu um salto e o empurrou na parede, e o segurou pelo colarinho.

–Ela é minha!

–Você não tem se alimentado, não é?

–Não interessa.

–Está pálido, Charles. Eu conheço os sinais.

–Não preciso de você! - e deu um soco na parede.

–Se controle, Charles.

–Lucian! - rosnou.

–Não a matará, você sabe.

–É nojento, é humilhante. O que o seu chefe me obrigou…

–Nos obrigou.

–Você fez por merecer! - ele gemeu – Eu quis te ajudar, seu traidor! - e suspirou – Eu procuro a Jéssica, certo? Você não se mete. - e pegou a calça, vestindo-a.

–Lucian, você não está bem, eu posso ajudar.

–Não preciso! - e se manteve quieto enquanto colocava as meias e os sapatos. Pegou outra camisa no armário, pegou o casaco, vestiu ambos, terminou de beber os dois copos de uísque pela metade, agarrou Henry pelo pulso e o arrastou para fora do apartamento. Entrou novamente, pegou o celular, colocou no bolso da calça e trancou a porta – Você não vem comigo! Diga ao seu chefe que isso está nas minhas mãos agora.

***

Jéssica não foi trabalhar naquele dia. Ligara mais cedo para seu chefe para avisar que faltaria. Não se sentia muito bem. De alguma forma, pegara uma gripe agressiva que a deixaria de cama por uma semana, pelo menos. Se sentia melhor, mas estava com dor de cabeça desde o jantar com seu marido, duas noites antes. Bruce conseguiu sair mais cedo do restaurante onde trabalhava e estaria logo com a esposa. Ela estava deitada na cama, enrolada no edredom, com o ar-condicionado ligado no mais frio, assistindo a um filme qualquer na televisão e comendo pipoca. Sua cabeça ainda latejava depois de três analgésicos. O umidificador não foi desligado em nenhum momento. A campainha tocou e ela saiu do quarto para atender. Quando sentiu o ar morno do corredor, se sentiu incomodada. Desceu a escada de calça jeans, camisa de manga e com o casaco nas costas.

Abriu a porta.

Seu coração falhou uma batida.

–Olá, Jéssica. Lembra de mim?

–Lucian, não é? O cara que esbarrou em mim.

–Você esbarrou em mim.

–Não foi o que me pareceu.

–Posso entrar?

–Estou um pouco ocupada e…

–Obrigado. - ele entrou. Ela lentamente fechou a porta e foi na direção da cozinha.

–Quer beber algo?

–Não, obrigado. - ele parou por um momento – Melhoras. Resfriado?

–Gripe. - ela falou, com um sorriso – O que quer comigo?

–Desculpa a pergunta, mas você teria um colar de ouro com um rubi. O pingente é um par de asas encolhidas em torno da pedra, como um coração.

–Por que procura um?

–Ele… Eu o dei de presente para minha esposa. E o roubaram de mim. Talvez você tenha ganhado um de um namorado ou parente.

–Meu marido. - e levantou a mão, mostrando a aliança – Ele não roubou você.

–Não disse que ele roubou. Pelo tempo, considero improvável que ele tenha roubado.

–O que te faz achar isso tão improvável?

–Não importa, eu preciso dele.

–O que houve com sua esposa?

–Está morta. - e abaixou a cabeça – Assim como meu filho. - suspirou profundamente.

–Meus pêsames. - ela ficou levemente constrangida – Eu não sabia, me desculpa.

–Não, tudo bem. Aprendi a conviver com a dor.

–Me desculpa te perguntar, mas tem quanto tempo?

–Mais do que um homem merecia. - falou, desanimado – Sabe, não quero incomodar você.

–Não incomoda. - ela sentiu pena dele – Fale.

–Eu tinha um amigo. Ele me traiu porque desejava minha esposa. Só que ela foi morta, antes. E, Deus, o que estou fazendo? Pode me dar o colar?

–Foi um presente de noivado.

–Por Deus, me dê esse colar. Eu preciso dele.

–O que está dizendo?

–Preciso dele para ter minha esposa de volta!

–Ela não estava morta?

–Está, Jéssica.

–E como vão a devolver para você?

–Existem coisas que não se explica.

–Tente.

–Você vai dizer que sou louco.

–Não vou.

–Vai sim, é algo absurdo demais.

–Tente, Lucian.

–Não insista.

–Se quer o colar, terá que me convencer.

–Mas… É impossível! Nem eu mesmo consigo acreditar na minha história.

–Se você não consegue contar, deixa que eu conto. - alguém falou, abrindo a porta.

–Henry? - Lucian se virou, surpreso, ao reconhecer a voz.

–Eu mesmo. - disse, com um sorriso no canto do rosto.

–O que eu te disse? - falou, num sussurro, indo em direção a ele.

–Quem é ele? - Jéssica perguntou, um pouco assustada.

–Eu falei pra você ir dar a mensagem ao seu chefe. Qual seu problema?

–Eu não posso falar com ele quando bem entender.

–Claro que pode. Falava antes.

–Quando ele queria. Eu não vou deixar o colar nas suas mãos. Me diz respeito também!

–Era minha esposa! - Lucian explodiu de raiva, agarrando Henry com violência pelo sobretudo – E isso tudo, toda essa maldita bagunça, é culpa sua. Então me deixa resolver isso sozinho! Sai daqui!

–O que está acontecendo na minha casa? - Jéssica perguntou, com uma ponta de raiva.

–Me solta!

–Não! - a voz de Lucian tremeu – Henry… - ele ficou pálido. A mão perdeu a força – Sai daqui.

–Você é ridículo. - e Henry o empurrou para o lado, se dirigindo para a garota. Lucian tombou no chão, sem forças – Por favor, garota. Me dê o colar.

–Não.

–Por favor. - ele repetiu.

–Deixe ela! - Lucian se apoiou sobre o joelho – Ela não está com o colar.

–Não minta pra mim. Eu ouvi a conversa de vocês.

–O que houve com ele? - perguntou ela, apontando para Lucian, que não conseguia se manter de pé sem tropeçar – Deixe-me ajudá-lo.

–Não. - Henry fez um gesto com a mão e ela caiu no sofá – Onde está o colar?

–Não interessa.

–Eu tenho o tempo que precisar pra revirar sua casa. E você… Não vai sair daí.

–Você não pode… - com outro aceno dele, ela se calou, e ficou imóvel sentada no sofá.

–Eu posso. Com certeza eu posso.

–Quem são vocês e o que estão fazendo na minha casa? - o marido de Jéssica acabara de entrar.

–Bruce?

–Lucian? - o homem se surpreendeu – O que está acontecendo?

–Nada. - ele respondeu. Bruce o ajudou a se levantar.

–Vocês se conhecem? - Henry perguntou.

–Sim, nos conhecemos. - e parou – Mas o que estão fazendo na minha casa? Jéssica! - e correu para ela, que relaxou o corpo e conseguiu abraçá-lo.

–Que nojo de vocês e… - Henry soltou um grito de dor.

Lucian estava parado atrás dele, com uma adaga presa entre as costelas dele.

–Seu imbecil! - e se afastou, levando a mão até as costas – Sabe que isso não me machuca. - e riu, tirando a adaga – Será que machuca você? - e atingiu o coração de Lucian com a lâmina.

Ele recuou um passo, tentou tirar, puxando pelo cabo, mas não conseguiu. Sentiu algo que ele não sabia definir no momento. Recuou mais um passo, tropeçando, e caiu no chão, sangrando. Bruce e Jéssica olhavam aquilo, chocados.

–Agora, por favor. Onde está o colar? - Henry murmurou, indiferente.


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