Seus corpos pareciam ser feitos um para o outro. Eles sem encaixavam perfeitamente, como se cada um preenchesse um espaço vazio, um pedaço da solidão que ambos tinham dentro de si. Uma solidão que nunca compartilharam com ninguém.
Aquela era a melhor sensação que os dois já haviam experimentado. Matt podia sentir o calor do sangue circulando pelo corpo de Karen. Podia sentir o rubor em seu rosto e a emoção que havia em cada batimento do coração daquela que tinha se entregado completamente a ele. Ela estava ali por inteiro. Nada podia separá-la dele. Nem mesmo a morte. Nem mesmo seus erros.
Ele era tudo o que Karen sempre quis. Matt era tudo o que ela imaginara. E aquele momento, em que estavam entrelaçados como se o tempo tivesse parado, era a única coisa que importava para ela. Talvez ela tivesse sofrido tudo aquilo para encontrá-lo. Para que alguém como ele a salvasse.
Entre beijos e sussurros, seus corpos se juntavam cada vez mais, como em uma dança muito bem coreografada, em que cada movimento os fazia desejar mais e mais um ao outro. Havia algo de misterioso entre eles. Havia sofrimento e necessidade em seus beijos e abraços. Matt podia sentir a sede de Karen por ele, e até mesmo a dor dos arranhões suas costas feitas pelas longas unhas dela. O perfume dela o fazia esquecer do mundo lá fora.
– Karen... – sussurrou ele, enquanto sentia o corpo frágil de Karen estremecendo sobre o seu – eu te amo.
Após suas palavras, Matt percebeu que Karen estava chorando novamente.
– Karen, por favor. Não precisa dizer o mesmo. Eu não tenho cinco anos.
Os batimentos dela ficavam cada vez mais acelerados. Ela parou por um momento para observá-lo. Como ele era bonito. Tudo nele era bonito. Cada pedaço de seu corpo era desejável. Karen deslizou as mãos pelo rosto dele com os olhos fechados. Tocou cada detalhe que havia nele. Os olhos. Os lábios. O cabelo. A cada toque seu, ela tinha a certeza de sentir eletricidade emanando dele.
Karen descansou seus lábios junto aos lábios dele. Ficaram assim por um longo tempo, apenas escutando suas respirações cansadas. As mãos dele percorreram delicadamente suas pernas, afastando-as. Matt a puxou para si. Ele beijava seu pescoço enquanto ela arquejava contra ele. Seus gemidos eram como música para ele. Karen não precisava dizer que o amava. Matt sabia a resposta.
Depois de terem terminado, ficaram deitados juntos até que parassem de arfar. Karen não queriam deixa-lo ir. Queria que ele ficasse dentro dela para sempre. Queria que o tempo parasse naquele instante. Eles eram um só. Eram a mesma pessoa. Tinham os mesmos sentimentos, os mesmos medos e as mesmas dores.
– Matt, - disse ela, deitada sobre o abdome dele – eu sempre te amei. Amo. E sempre amarei.
Ele sentiu a umidade dos olhos dela.
– Eu sei. – respondeu ele, acariciando as costas dela – Eu sempre soube.
Ela ergueu o rosto para olhá-lo. Ela o amava mais que tudo. Mais que a própria vida.
– Estou com medo.
Ele também sabia disso.
– Karen, eu te amo. Você tem que confiar em mim.
– Eu confio. – disse repousando o rosto junto ao dele – Mas quando você souber o que eu fiz, provavelmente não terá certeza disso.
Matt podia imaginar o que ela havia feito. Ele sempre soube. Podia sentir a culpa dentro dela. Sentia o peso de sua respiração ao tocar no assunto. Ela era igual a ele. Karen não era a mocinha, não era só a vítima. Ela também era a heroína.