Seu corpo era macio e quente. Seu abraço era tranquilizador. Ela não sentia medo quando estava em volta daqueles braços firmes, o que era muito estranho e maravilhosamente bom. Com a cabeça sobre um dos ombros de Matt, Karen teve a certeza de que não desejaria estar em outro lugar a não ser aquele. O cheiro dele era bom. Tudo que vinha dele era bom demais para alguém como ela. A leveza com que ministrava suas palavras, sempre certas, sempre exatas, a deixava mais calma. Gostava de ouvi-lo falar. Gostava de tê-lo próximo a ela como naquele momento. Como o abraço que tiveram há algum tempo atrás. Ela precisava dele. Ela necessitava dele. Talvez seus problemas haviam sido uma válvula de escape para que pudesse se entregar daquela forma. E ela sabia disso. Conhecia seus sentimentos. Conhecia o seu corpo.
– Fique calma. – disse ele, enquanto alisava o longo cabelo loiro dela com uma das mãos.
Karen continuava chorando. Estava cansada demais para fazê-las pararem de escorrer pelo seu rosto pálido. Estava cansada demais para negar seus sentimentos.
– Não, não me solte! – disse Karen ao notar a tentativa de afastá-la, mas ela o abraçou com mais força.
– Karen, por favor!
– Não Matt, não. Não....
– Nós precisamos conversar – tentou ele, mais uma vez.
– Eu não quero lembrar do que eu fiz. Não agora. – respondeu ela, agarrando-o como se dependesse dele para sobreviver – Eu quero você, Matthew. Eu preciso de você. Eu...
– Karen, - sussurrou ele – eu...
Matt parou por um instante para ouvir o coração acelerado dela. Seus batimentos sempre ficavam instáveis e agitados quando ele falava com ela, e ele notara isso desde o primeiro dia em que se conheceram na delegacia. Ele também sabia que ela corava e que sorria pra ele. E podia ver por entre as chamas a linda mulher que ela era.
Karen deslizou suas mãos pelo abdome dele. Seu corpo era perfeito. Os músculos dele se contraiam cada vez que ela os percorria com seu toque até os quadris. Ela não o imaginava indo a uma academia ou algo do tipo.
– Por favor, Matt. Por favor, - implorou ela. Seu rosto úmido estava tão próximo ao dele como nunca estivera. – Faça amor comigo. Faça...amor...comigo...Matt...
Quando ouviu aquelas palavras, Matt sentiu seu coração à beira de uma explosão. Só havia sentido algo parecido com aquela que agora era nada mais do que sua inimiga. Teve a ligeira impressão de estar sendo eletrocutado ao toque suave de Karen pelo seu corpo. Ela não precisava implorar, pois ele também havia desejado aquele momento.