A jovem acorda deitada em uma cama, na enfermaria. Ao abrir seus olhos azuis claros, Lizzie vê a enfermeira. Uma mulher que aparentava ter quarenta e cinco anos, tinha cabelos brancos, e usava uma capa branca.

–Tudo bem, minha jovem? - disse a enfermeira.

–Si-Sim. Como eu vim parar aqui?

–Não sabemos. Mas você recebeu Memoireffacen em sua cabeça.

–Quem usaria uma magia de amnesia em mim? - perguntou a jovem A enfermeira ia responder, mas Sirena adentrou no local.

–Ela já esta acordava? - perguntou a professora.

–Sim, professora, mas recebeu uma magia de amnesia.

–Qual? Desnozium?

–Não, Memoireffacen. -diz a enfermeira.

–Então, não posso usar a Neuarum.

–O que esta acontecendo? - perguntou Elizabeth.

–Não se preocupe, Elizabeth. - diz a professora. - Tenho que ir para o salão de refeições. O diretor vai dar avisos importantes no jantar. - diz Sirena, se retirando.

***

O salão estava cheio. Os alunos jantavam, até o momento que o diretor pediu a atenção de todos.

–Alunos e alunas de Magus draken...-diz o diretor. - ...é com tristeza que anúncio que, ontem, um aluno morreu sob a maldição Darkzan. - diz ele. Muitos alunos ficaram com medo, outros surpresos. - Sim, tomem cuidado nos corredores. Nos ordenamos aos monitores que mantenham vocês seguros.

(...)

Os alunos saíam do salão depois da janta, a maioria em grupos, para evitar qualquer coisa. Barton esperou a maioria dos alunos se retirarem, para poder se levantar da cadeira.

Ele olhou para os cantos e ainda tinha alguns alunos no salão, conversando, comendo, etc... Barton, então, olhou para Namish, pois teve a impressão de que a garota estava olhando-o, tanto que ela ficou vermelha de vergonha quando ele a olhou. Barton sorriu rápidamente e se retirou.

***

Dia vinte de setembro, o dia do teste para o time de Erdebol. Erick estava sentado na arquibancada do estadio oficial de treinamento do time de Erdebol de Magus Draken. Harley apareceu e se sentou do lado do jovem. A jovem colocou a cabeça no ombro do garoto, que fez um leve carinho com as mãos nos cabelos loiros de Harley.

Erick notou feridas de queimaduras no braço da garota, feitas por um dragão a oito dias atrás, quando ela cumpria a detenção de Claus.

–O que houve, Harley?

–Ah, uma longa historia. Mas, resumindo, toquei fogo na floresta com um erdenomus firus, Claus deu uma detenção para meu irmão e para mim. Tivemos que ir procurar um dragão espinho-vermelho, ficamos o dia todo caminhando em uma savana africana, e de noite, encontramos o dragão comendo uma zebra. Tobias e eu nos assustamos com o tamanho da criatura. - disse Harley, pensando. - Nas pinturas dos livros parece menor.

–Continue, Harley.

–Ok. Ele estava comendo uma zebra, enquanto matava uma girafa com as garras do seu pé. Claus mandou que não nos aproximassemos. O dragão começou a disparar fogo por todo lado quando Claus caminhou em direção a ele, e o resultado foi que nos três saímos com queimaduras de segundo grau,

Harley se deitou no banco da arquibancada, com sua cabeça em cima do colo de Erick, e o jovem ficou mexendo nas ondulações do cabelode Harley. O mago notou que, como de costume, Harley estava suja de terra.

–Você estava brincando na terra? - dissee Ericj, sorrindo.

–Sim, por quê? - a garota fechou o rosto, fazendo uma expressão de orgulho e raiva.

–Nada, só acho lindo o seu jeito. - diz ele, com um sorriso. Harley muda sua expressão e também sorri.

Claus ainda não tinha chegado para iniciar os testes, para falar a verdade, somente o casal tinha chegado.

–O Tobias ficou sabendo sobre a Lizzie? - perguntou Erick

–Sim, ele esta na enfermaria faz algum tempo, para fazer companhia para sua ela. - diz Harley. - Bom, vamos parar de falar sobre eles. - a garota beija Erick logo apos dizer isso. Um beijo calmo, mas apaixonante. Erick interrompe o beijo.

–Olha, tenho que te contar uma coisa. - diz Erick.

–O que? - perguntou a loira.

–Você não vai gostar.

–Conta...- disse Harley, mudando o tom de voz.

–Eu vou me inscrever no Erdemagum esse ano.

–O que? Você tá doido? Você sabe que as pessoas costumam morrer nisso, né? Você sabe que só teve três Erdemaguns que não tiveram morte, né? - gritou Harley.

–Sim, mas eu acho que consigo...- disse Erick, sendo interrompído pela garota.

–Acha o que? Mesmo que você consiga, é perigoso. Você não sabe o quanto eu vou ficar preocupada. - Harley continuava gritando, sem perceber que alguns alunos que iriam participar do teste para o Erdebol já tinham chegado.

–Calma, amor... - diz Erick, com calma, tentando acalmar a loira, que sempre o interrompia.

–...Erick, você não vai se inscrever nisso...

–Harley, eu vou. - diz ele, perdendo a paciência com os palavrões que a garota estava falando,

–Então, eu vou te ignorar até você mudar de ideía. - foram as últimas coisas que a garota disse, antes de sair de perto do mago.

–Bom, o teatro acabou. Todos colocando os uniformes para o teste!- gritou Claus. Erick percebeu que o professor já tinha chegado no local só após Claus dizer essa frase. Ele se levantou e foi até o vestiario do estádio, para se trocar.

Os alunos vestiram os uniformes, uma capa com uma fênix nas costas, protetores de ombro e de joelho, luvas de pelede dragão ou de cérbero, e uma blusa feita feita com fios de metal elfico, um metal mágico criado por elfos, extremamente resistênte e flexível.

–Ok, alunos, vamos começar o teste. Primeiro formarei dois times. - disse Claus. - Falarei um pouco sobre as regras e sobre o Erdebol. O Erdebol é um jogo aonde são necessário três atacantes, um defensor, três guerreiros e três zaqueiros em cada time. Cada time possuí três esféras feitas com a energia mágica Erde, por isso o nome do jogo é Erdebol. Essas esféras ficam em um local do campo conhecido como campo do defensor, um local aonde só os atacantes podem entrar. Como o nome já diz, o defensor fica no campo do defensor, protegendo as esféras, e o mesmo não pode sair de seu campo. Os zagueiros ficam em volta do campo do defensor, com o objetivo de tomar as esféras que os atacantes do time inimigo pegaram quando ainda estiverem em seu campo, pois os zagueiros não podem entrar no campo adversário. Um pouco a frente dos zagueiros estão os guerreiros, que protegem o campo do defensor, e lutam contra os atacantes, e até mesmo, lutam contra os guerreiros do próprio time, pois os guerreiros podem entrar no time inimigo, mas, eles só podem entrar quando o atacante de seu time roubar a esféra do time inimigo. E o atacante fica á frente dos guerreiros, seu objetivo é roubar a esféra do time adversário, e eles só podem lutar contra os guerreiros do time adversário quando estiverem com a esféra, então, quando eles estiverem entrando no campo adversário, eles devem apenas esquivar das magias dos guerreiros. O jogo é um jogo aéreo, isso significa que, em todo momento, vocês jogam ele voando, usando qualquer magia de voo, desde a flonianimus ate a mais veloz e a melhor, e as esféras tem a capacidade de voar, para os cabeça-de-ventos que querem perguntar. - diz Claus, e no mesmo instante, um menino abaixa a mão. - Uma regra importante, quando um atacante consegue levar a esféra do inimigo para seu campo, a esféra já é dele, e o time inimigo não pode pegar de volta, e o atacante que já pegou a esféra, não pode tentar pegar outra, ele deve permanecer parado em sua posição, observando o jogo, e duelando com os outros atacantes que entrarem no campo. Resumindo, o atacante que roubou a esféra se transforma em um guerreiro.

–Senhor, as bolas se mantém inertes? - perguntou um jovem do primeiro ano.

–Não. No Erdebol, as três bolas são diferentes. Temos a Destruídora, a Velocista e a Mão Direita. A bola Mão Direita fica, em todo momento, na mão direita do defensor, que a segura firmemente no jogo. Para pegar essa bola, você deve duelar com o defensor, caso o defensor solte-a no meio do duelo, ela automaticamente voa para o atacante, considerando a derrota do defensor, a partir desse momento, o atacante deve segurar ela firme, pois se um zagueiro conseguir tomar ela, ou um guerreiro conseguir derrotar o atacante em um duelo antes que o atacantec chegue em seu campo, a bola volta para a mão do defensor. A Velocista é uma bola extremamente veloz, e fica voando sem parar no campo do defensor. Bem difícil de ser capturada. - diz Claus, se lembrando dos momentos ruins que já passou com essa esféra. - E a Destruídora ataca qualquer um que entre no campo defensor, e ela é a última bola que pode ser capturada, isso é regra. Você pode escolher qual você quer capturar primeiro entre a velocista e a mão direita, mas a destruídora só pode ser capturada depois que as duas outras esféras forem capturadas. Continuando, a Destruídora ataca qualquer um que entra no campo do defensor, mas quando as duas esféras são capturadas, a Destruídora começa a agir como uma velocista, voando e fugindo. - Claus termina seu discurso. - Alguma dúvida? - nenhum aluno se manisfesta. - Então, vamos começar os testes.

***

Emily e Peter estavam na floresta, no local aonde acampam antes de ir para Magus Draken, conhecida como Zona Calma da Floresta Maldita. Eles aproveitaram que, no dia em questão, não tinha aulas, apenas para os participantes de aulas opcionais, que estariam fazendo seus testes.

–Ok, Emily, só tivémos uma aula até agora, e te ensinei como conjurar a Ignis Tenebrarum. Você praticou? - perguntou ele. Peter ainda estava tímido.

–Sim, mas não consegui dominar. - disse a jovem, virando o rosto com uma expressão de orgulho.

–Por que você é assim?

–Assim como? - perguntou Emily.

–Orgulhosa. - diz Peter. - Não existe problema algum em errar. - a garota respirou fundo, e abaixou a cabeça, com uma expressão triste.

–Meus pais...

–O que tem eles? - perguntou Peter.

–Eu sou de uma geração de magos puros. Magos que não tiveram nenhuma ligação ou relacionamento com pessoas normais. Todos da família que se relacionaram com pessoas normais foram assassinadas pelos mesmos. Muitos magos teriam orgulho de ser da família Darentite, que é minha família. - diz ela. - Mas meus pais sempre me maltrataram, falaram que eu era inferior ao meu irmão mais velho, que é um mago extremamente poderoso, um gênio da magia. Eu e meu irmão adotivos sempre fomos maltratados, mas eu sempre fui mais desvalorizada.

Peter abaixou a cabeça, sua família sempre foi a pior, pelo menos seus avós, que sempre o maltrataram. Uma aura roxa começou a brilhar no mago das trevas, e então, Peter encostou a mão no ombro de Emily.

–Segure em minha mão.

–O que você vai fazer? - perguntou ela.

–Bom, vou tentar te mostrar que, nem sempre, o mundo é um local horrível. - diz o jovem, sorrindo. Ela segura na mão de Peter, e começa a emanar a mesma aura de seu corpo. - Levitategard. - disse o jovem, começando a voar, e levando Emiy. - Segure em meu pescoço.

Emily segurou no pescoço do garoto pelas suas costas,e ele passou os braços em volta das pernas da garota, fazendo como um irmão mais velho costuma fazer com seu irmãozinho, quando brincam de cavalinho.

O jovem voou cem metros do chão, e Emily teve uma visão linda do alto. O jovem começou a voar por vários lugares.

***

Os dois times para o teste já estavam formados, algumas pessoas ficaram nas arquibancadas. esperando a sua vez de fazer o teste. Em um, que estava usando uma faixa azul amarrada no braço direito, estavam Barton, Harley e Millene no ataque, Shiro na defesa, e o resto do time eram outros alunos. No outro time, estava Erick no ataque, que observava Harley olhando para ele com raiva.

–Só uma lembrança, atacantes não lutam contra atacantes, um atacante só pode lutar contra outro se já tiver roubado uma esféra. - disse Claus. - Podem voar.

Nesse momento, todos os alunos começaram a voar, e ficaram a quinze metros acima do chão.

–Começem. - gritou Claus, e o jogo começou.

O jogo começou. Claus caminhou até o lado de Linda.

–Acha que o time desse ano estará forte?

–Não sei. - disse ela. - Então, Claus, esta afim de ir comigo na sala de itens mágicos? - disse a mulher, abraçando o professor, que ficou sem reação. Ele sempre ficava assim, pois sempre recebeu esse tipo de cantada da Linda, mas nunca aceitava, pois nunca sentiu interesse pela professora.

–Então, temos que observar o time, né? - disse ele, sorrindo sem graça, e tirando os braços de Linda de seu pescoço. - Afinal, imagina se a o casal que brigou resolvesse duelar?

–Mas o que isso tem...- disse ela, sendo interrompida pelo professor.

–Olha só a hora. - diz o professor, olhando para seu pulso, que não tinha nenhum relógio. - Tenho que ir ver a Sirena na enfermaria. Locutio Instant. - disse o professor, se teletransportando. Linda cruzou os braços e fez uma expressão nada agradável.

***

Claus chegou na enfermaria, e Sirena estava lá, junto do professor de poções e a própria enfermeira. Alguns alunos se encontravam deitados na cama, dormindo, com exceção de Elizabeth, que conversava com Tobias. A garota estava lá pois precisavam recuperar suas memórias. Todos se assustaram com a chegada surpresa do professor.

–Sirena, vem cá. - disse Claus

–O que foi isso, Claus? - disse ela, indignada com o susto que teve.

–Desculpa. Vem cá. - disse ele, puxando ela pelo braço e se teletransportando.

Os dois aparecem na Zona Calma.

–O que foi, Claus? Você esta enlouquecendo? Temos que curar os alunos que estão sendo atacados, estou sem tempo.

–A Linda começou com suas loucuras - disse Claus.

–Então, você me tira da enfermaria pra falar sobre a...- disse Sirena, mudando sua expressão de raiva para uma expressão de ciúme. - Você disse o que?

–A Linda...

–Sim, eu escutei. - disse ela, interrompendo o professor e cruzando os braços. Por um momento, o fato de estar ocupada sumiu da cabeça da professora. - O que ela fez?

–Ela veio me abraçando e...

–O que? - gritou a professora, interrompendo, mais uma vez, o professor.

–O que foi, Sirena, ficou doida?

–Desculpe. - diz ela, com uma expressão de raiva. - Olha, tenho que voltar, tchau. - Sirena se teletransporta com raiva.

–Mas espera! - o professor disse isso tarde de mais. - Agora eu não entendi nada. Por que ela ficou assim? - disse o professor, falando sozinho.