Não uso palavras bonitas. escrita por Stherphany


Capítulo 32
Trinta e um


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas!!! Essa foi realmente a vez que mais demorei a postar. Semana passada foi inteira de provas e devido a várias coisas só deu tempo escrever ontem á noite. Quem viu o horário que eu postei (estou postando) percebeu que ainda é bem cedo. Isso porque não consegui postar ontem por ter terminado de escrever muito tarde. Prometo que o próximo capítulo não irá demorar e espero que gostem dele tanto quanto eu :3



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Acordo no meio da noite tremendo de frio, me espreguiço um pouco e bocejo, até que percebo que onde estou é nada mais nada menos que no sofá da sala, e que também ao meu lado está Felipe, dormindo tranquilamente.

Me sento e cutuco ele devagar, que se meche um pouco mas para logo depois. Tento de novo, dessa vez com mais força.

–O que você quer garota?! –Felipe murmura, abrindo os olhos lentamente e bocejando.

–Eu dormi aqui?! –Pergunto.

–Tecnicamente você dormiu no táxi. –Ele fala, se sentando no sofá e se aproximando mais de mim. –Eu ia te levar até o quarto, mais fiquei com medo de acordar você.

–Hm... Que horas são?! –Me levanto e vou até a cozinha. Enquanto Felipe procura pelo celular no sofá.

–Quatro horas. –Afirma ele, ainda com sono.

–Você não tá com fome?! Eu tô morrendo! –Pergunto, abrindo a geladeira e pegando meu tão amado suco de laranja.

–Você sabe fazer café?!

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Alguns minutos depois e tanto eu, como Felipe nos aquecíamos com uma grande xícara de café.

Eu poderia ser horrível no quesito cozinhar, mais se tinha algo que eu sabia fazer de melhor era isso.

–Já podemos nos casar! –Diz Felipe, sorrindo. Me engasgo com o que estou bebendo na mesma hora.

–Ann, porque?! –Digo depois de me recuperar um pouco.

–Você faz minha bebida preferida perfeitamente bem, tenho que casar com você.

–Hm...Café né?! –Pensei alto.

–O quer dizer com isso?! –Ele fala, me fitando com um olhar de dúvida.

–Ah, é...É que não sei muito sobre você! Contando com isso, só sei que você gosta de café e doce de banana. –Falo.

–E isso é ruim?! –Felipe se aproxima devagar.

–Bom, acho que preciso saber mais da pessoa que me mora na mesma casa que eu, sim?!

–...Tudo bem, mais depois vai ter que falar sobre você também. –Hesito um pouco, mas depois confirmo com a cabeça.

–Okay, meu nome é Felipe, tenho...

–Disso eu sei... –Resmungo.

–Tô brincando. –Ele sorri. –Bom...Se fosse me descrever diria que sou eclético, não tenho um gosto exato pra coisas. O que sei é que realmente amo café e doce de banana com chocolate. –Ambos rimos. –Gosto de ouvir música, mais sou péssimo tocando algum instrumento. Detesto matemática, mais assustadoramente minhas notas são boas, gosto bastante da minha voz, mas não sei cantar. É...amo pessoas que não se intimidam com meus olhos, e me identifico com os gatos por serem quietos e independentes.

Quando Felipe termina de falar demora um tempo para que tudo fique em ordem em minha cabeça. Eu realmente esperava que fosse falar algo, mas não tanto assim.

–Eaí, quer que eu fale mais alguma coisa?! –Ele pergunta.

–N-não precisa... –Murmuro.

–Então agora você! –Felipe sorri com os olhos.

Não sei o que dizer! Definitivamente me arrependo de ter inventado uma coisa dessas.

–Aaaa...O que já sabe sobre mim? –Indago querendo tomar mais tempo.

–Bom, não muito... –Ele começa. –Você gosta de jogos de RPG e luta. Ama suco de laranja, e é incrivelmente bonita mesmo que não se arrume toda e não pareça feminina.

“Bonita?!” –Meu coração acelera e a dúvida surge. Felipe já deve está começando seus joguinhos novamente.

–Você não gosta de elogios por achar que é mentira. –Ele dá um breve sorriso. –E é super pessimista por detestar criar expectativas e se decepcionar. Ah...Você sempre foge quando há algo que você não consegue lidar. –Ele finalmente para e dá um de seus famosos sorrisinhos de satisfação.

–Ân, como sabe tudo isso?! –Pergunto. –Você fica me analisando é?!

–Eu só deduzo! –Ele afirma ainda sorrindo.

–E como assim eu fujo?! Que tipo de pessoa acha que eu sou?!

–Que ver como eu tô certo! –Felipe me encara.

Sinto sua mão tocando minha nuca, logo me afasto, já agitada e nervosa e quando menos espero sinto os lábios de Felipe nos meus. Um beijo. Breve e suave. Tão rápido como tudo isso aconteceu foi sua duração. Logo Felipe já está me encarando novamente, com aquele sorriso de canto e seus olhos escuros a me fitar.

–Agora é a hora que você foge?! –Ele diz ainda com a mesma expressão.

“Eu sabia! Ele só está brincando comigo, me testando, como sempre fez!” –Penso ainda focada em seus olhos.

–Você não sente vergonha?! –Pergunto, me afastando um pouco dele e limpando minha boca com a manga do moletom. –De brincar com os sentimento de um garota?! É muito fácil pra você não é, já que não tem sentimento algum!

–Não tenho sentimentos?! Você vai vim de novo com essa história?! Pelo menos não é eu que tenho medo de admitir o que sinto! –Ele fica sério, mais não aparenta está alterado como eu.

–Como vou assumir algo que não estou sentindo?! –Falo mesmo que já não sabendo como a conversa foi parar ali.

–Não sente?! –Minha respiração agitada e meu coração apressado se acalmam assim que paro para fitá-lo. Seus olhos continuavam os mesmo de sempre, fixos nos meus, estávamos bem próximos e ainda estava meio escuro. Podia ouvir sua respiração, seu calor. –Se não sente, então não precisa falar mais comigo, basta fingir que não estou mais aqui! –Ele continua.

Faço um olhar de dúvida, porque estaria sendo tão radical assim?! O que estaria querendo provar com isso?! Não posso simplesmente ignorar uma pessoa que mora na mesma casa que eu, e mesmo que não sentisse nada por ele, isso seria impossível.

–Já beijei você várias vezes, você também me beijou! Se não tenho sentimentos, se tudo que faço é brincar com você, porque isso aconteceu?! Porque não começou a me ignorar logo na primeira vez nos beijamos?! –Ele pergunta, mas não dá tempo pra mim responder, na verdade não preciso, tenho apenas que ouvir. –Estou dando a chance, se acha que sou apenas um garoto sem sentimentos querendo apenas brincar com você, então repito, não precisa falar mais comigo.

–O que quer com tudo isso?! –Pergunto, confusa.

–Só acho que se não leva seus sentimentos a sério, não deveria fazer o mesmo com os meus.

Desvio o olhar, cansada demais pra responder, confusa demais para encará-lo. Apenas abaixo a cabeça e começo a pensar se tudo aquilo era verdade, e como podia saber. Ele deve está certo, eu realmente tenho medo de admitir o que sinto.

“Então quer dizer que sinto alguma coisa?!”

–Como posso saber é verdade?! Como saber se você não está só brincando?! –Volto a fitá-lo.

“Definitivamente ele está certo!”

Felipe volta a se aproximar de mim, ele coloca uma das suas mãos em minha cintura, me puxando devagar pra perto, enquanto a outra mão vai até meu rosto, fazendo carinho. Em poucos segundos já estou envolvida, fecho meus olhos e me aproximo também. Ele ainda enrola um pouco, passando seu nariz no meu devagar, acariciando minha nuca.

“Será que ele está esperando que eu comece a beijá-lo?!” –Penso, mesmo totalmente enfeitiçada com aquilo.

Entrelaço devagar meus braços em sua nuca, vou chegando ,aos poucos, receosa, será o primeiro beijo que vou iniciar e mesmo insegura, não penso em parar.

Sinto finalmente seus lábios, úmidos e quentes, os únicos lábios que beijei até agora, que sabia pouco, mais conhecia bem. Iniciamos o beijo, estava seguindo sempre Felipe, que parecia querer mostrar o máximo de carinho possível. Demorou bastante para que precisassemos de ar. Começo a acariciar sua nuca, enquanto Felipe pressiona ainda mais minha cintura, passamos a beijos mais intensos, faltava ar, mais não conseguia parar. Depois de uma breve pausa, Felipe inseriu a língua devagar. Permiti, era um território novo, mais incrivelmente bom, tentei fazer o mesmo, mais receosa possível, ele parecia ter gostado me puxando com cada vez mais força pra si.

Mesmo com os beijos tendo cada vez mais intensidade, Felipe sempre conseguia demonstrar o seu sentimento, acariciando meu rosto, sorrindo quando davámos uma pausa. Tudo parecia desconhecido mas não deixava de ser maravilhoso.

Paramos de nos beijar depois de um bom tempo e nos encaramos, ofegantes, Felipe volta a fazer carinhos no meu rosto, enquanto fico dividida entre a vergonha e a timidez. E devio o olhar.

–Não acho que deve ter medo de se apaixonar... –Ele diz me encarando, ainda sem muito ar. –Não por mim. Eu não vou fazer você sofrer nunca.

Uma frase e tudo para. A verdade é que mesmo que eu tenha assumido meu defeito, meu problema criado por um “amor” antigo, não significava que tenha o superado. O medo continua lá, no seu devido lugar, e não apenas uma situação que vai fazê-lo desaparecer.

–Eu não consigo... –Sussurro o fitando aos poucos.

–Não precisa ser agora, basta por isso em mente, tudo bem?!

Confirmo com a cabeça, Felipe sorri e se levanta do sofá. Ele faz carinho na minha cabeça quando passa por mim e caminha até as escadas.

–É melhor ir pra cama, ou acordar de vez se quiser! –Felipe fala, já subindo.

Não respondo, apenas vou pro quarto algum tempo depois. Minha cabeça realmente está cansada, muitas coisas já aconteceram e mal começou o dia, então resolvo dormir ao invés de pensar em tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Iaí gostaram?! Bom, é meu aniversário (01/10) então sintam-se honradas de saber que a primeira coisa que fiz com dezesseis anos foi postar isso >—< Espero que como presente, sejam bem carinhosas nos comentários ^w^ Até o próximo capítulo.