Não uso palavras bonitas. escrita por Stherphany


Capítulo 21
Vinte


Notas iniciais do capítulo

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."
Boa leitura :3



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–Desculpa Anny... -Falou Mitty, me encarando e se aproximando de mim. -Mas tudo isso é verdade sim?!

Eu não tinha o que falar naquele momento, minha garganta se apertava cada vez mais, meus olhos lacrimejavam e meu coração doía. Decidi sair dali sem falar nada, apenas deixei os dois as sós novamente e fui embora.

Eu estava arrasada, a pessoa do qual confiei à anos tinha me enganado esse tempo todo, minha visão estava embaçada por conta das lágrimas. Eu queria sair dali o mais rápido possível mais não conseguia ter forças pra correr.

Finalmente cheguei em casa e subi meu pro meu quarto, cai na cama, afundei meu rosto no travesseiro e comecei a chorar, eu não podia mentir pra mim mesmo, tudo que tinha ouvido de Diego era verdade, tudo foi confirmado pela boca de Mitty.

Diego foi a primeira pessoa que eu me apaixonei. Depois que contei a Mitty que gostava dele ela fez de tudo pra ajudar. E pensar que aquilo tudo só passou de uma mentira.

Depois de mais de uma hora chorando, me encontrava totalmente irreconhecível, meus olhos estavam inchados e meu nariz estava vermelho. Talvez eu continuasse a chorar até dormir, mesmo já não sabendo direito por que eu estava assim.

–Garota?! Você tá aí?! -Do nada Felipe bate na porta. Sabia que era ele por ter essa mania de não me chamar pelo nome. Apenas o ignorei. -Sabe, seu pai vai trabalhar até tarde, minha mãe ainda está no colégio, a empregada foi embora, e eu tô com fome! Você sabe fazer comida?

Escapei uma risada abafada e murmurei um não.

–Ah, então você tá aí mesmo não é! -Ele disse, ainda tentando abri a porta.-Abre aí vai!

–N-não mesmo! -Falei.

De forma alguma eu poderia deixar ele me ver naquele estado, sei que já havia resolvido a história dos beijos, mais o problema já era outro.

–Sua voz tá estranha...Você tá chorando? -Ele perguntou ainda atrás da porta.

Limpei minhas lágrimas mesmo que ele não podesse me ver através da parede, ele parece ter ficado bem próximo da porta, eu não sabia o que ele queria com isso mas também me aproximei.

–Seja qual for o motivo do choro...Saiba que não resolver apenas com lágrimas... -Ele saiu e parece ter descido as escadas.

Voltei pra cama e comecei a pensar no que ele tinha acabado de me dizer. Novamente ele veio e me falou essas coisas. Talvez ele estivesse certo de novo. Não adianta ficar chorando por isso, amanhã eu iria pra casa de minha mãe, e bom, teria tempo de esquecer tudo que aconteceu.

Tomei um banho e desci as escadas, encontrei uma panela totalmente queimada, e Felipe comendo uma espécie de ovo com macarrão.

–Então você veio! -Ele falou sorrindo, parando de comer a tal mistura e me fitando.

Mesmo que eu tivesse tomado banho, ainda estava estampado na minha cara que eu tinha chorado. Os olhos e o nariz vermelho, foi o suficiente para Felipe parar de sorrir e me analisar por um tempo.

–Mas iai, sério que você vai comer isso ai?! -Sorri, fazendo ele ignorar meu estado e também sorri como resposta.

–Claro! Se quiser eu também faço pra você!

–Não obrigada! -Balancei a cabeça. -Mas como eu sou uma pessoa legal, eu vou fazer uma comida melhor pra gente! -Sorri e fui pra cozinha.

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Alguns minutos depois e nós nos encontrávamos sentados em frente a TV comendo macarrão instantâneo.

–Quando você disse que ia fazer comida, não achei que era macarrão instantâneo... -Falou Felipe, colocando um filme pra assistirmos.

–Melhor que seu macarrão com ovo está! -Falei, acabando de comer e sentando no sofá.

Felipe colocou um filme de comédia e foi pegar refrigerante para bebermos, colocou as bebidas na mesinha de centro e sentou do meu lado.

Como nós dois já havíamos assistido àquele filme, começamos a conversar. Por algum motivo Felipe estava corado, talvez estivesse com calor.

–O filme tá chato, que tal eu colocar o Exorsista?!

–Não, eu não vou assistir! -Exclamei, já sentindo medo só de imaginar.

–Então quer dizer que você é uma verdadeira chorona se tratando de filme de terror! -Ele perguntou me fitando.

–Não é isso!...

–Bom, na verdade você já é chorona sem precisar de filme nenhum! -Ele gargalhou enquanto eu lhe empurrava.

Felipe acabou caindo no chão, resultado do empurrão que tinha dado nele. Fiquei alguns segundo rindo até que percebi que ele não tinha se levantado.

–Eu não sabia que era tão forte! -Falei rindo. -Tá você já pode se levantar... -Fiquei séria, percebendo que ele não se movia. -Felipe?!

Sai do sofá e vi que ele estava desmaiado, tentei levantá-lo, mas sem muito sucesso.

–Felipe!! -Bati na sua cara tentando acordá-lo. -Você tá com muita febre! -Ele balbuciou algumas palavras e finalmente abriu os olhos devagar. -Consegue se levantar?!

–Talvez... -Murmurou quase sussurrando.

Deixei que se apoiasse em mim, e depois de alguns minutos consegui sentá-lo no sofá. Suspirei aliviada, quando ele finalmente sorriu.

–Você é bem fraquinha né?! -Ele soltou uma risada abafada.

–Ân?! -Lhe encarei, fazendo um cara de raiva. -Eu ajudo você e é assim que me agradece?!

Ele parou de rir e tremeu um pouco. Lembrei que ele ainda estava mal, e corri para ajudá-lo, mesmo sem saber ao certo o que fazer.

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–Vai toma! -Alguns minutos depois e Felipe se encontrava totalmente coberto, já havia lhe dado alguns remédios e fiz um chá para ele tomar.

–Esse chá é seguro?! -Perguntou, tomando um gole meio desconfiado.

–Claro que sim, minha mãe sempre fazia pra mim quando eu tinha febre! -Afirmei, sorrindo e sentando do lado de Felipe.

–Não sei se posso confiar em alguém que só sabe fazer macarrão instantâneo... -Ele sorriu.

–Ahhhh, sem essa tomate humano!! -Brinquei, percebendo que não só seu rosto estava vermelho como estava enrolado em um cobertor da mesma cor. Ambos rimos.

Ficamos em silêncio por um tempo, pude ouvir a respiração pesada de Felipe, e meu coração meio agitado. Ele estava tão perto, será que ele podia escutá-lo daqui?!

–Bom... -Ele falou, apoiando sua cabeça em meu ombro. -Obrigado.


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Notas finais do capítulo

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