Por que Vivo escrita por Anita


Capítulo 1
Por Que Vivo parte 1 de 3


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único dividido em três para respeitar os limites



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Por Que Vivo

Olho Azul Apresenta:

Por Que

Vivo

  Levei novamente os exames a meu médico, que havia pedido que eu os refizesse em outro laboratório para termos certeza do que estávamos enfrentando. Ainda assim, minha passagem para Israel já estava comprada desde hoje cedo. Entregando a pasta branca do laboratório para aquele senhor de mãos enrugadas perguntei-me como conseguia ver o que estava errado naquele preto e branco.

-Definitivamente, um tumor maligno, senhor Chiba. Está avançando rápido demais se compararmos com o último exame. Quantos anos tem mesmo?

-Vinte, sensei.

-Maior de idade... Não terá problemas em Israel, então. Todos os médicos lá são muito bons e esse hospital tem um que eu venero! Foi meu professor na faculdade.

  Olhei para seus pequenos olhos. Pareciam sorrir pensando no passado. Como poderia ainda ter um professor vivo? Talvez tivesse se formado tarde na faculdade... Algo que eu não faria. Não me preocupei em trancar a matrícula. Apesar de eu estar indo para o meio do Oriente em busca do melhor tratamento, já me haviam informado que seria inútil. Tarde demais. Por que veio mais cedo? Era o tom com o médico me dera a notícia. Todavia, para um aluno de Faculdade, dores de cabeça não são mais que sinais de tantas noites varadas fazendo trabalhos.

  Sim, eu só tinha vindo em busca de um bom remédio para essas dores e não do meu atestado de óbito.

  Mizumori-sensei estendeu-me a mão com um meio sorriso. Metade ainda se lembrando dos tempos idos em que ele próprio devia ter tido dores de cabeça sem que precisassem de análise em preto e branco, metade envergonhando-se da outra, por não se simpatizar com um paciente terminal. Metade apenas... Afinal, eu não era mais paciente dele, saindo de seu consultório, com viagem marcada para um coveiro mais experiente. No dia seguinte eu estaria só.

  Caminhei pelas ruas, ignorando o carro estacionado ao lado. Voltaria mais tarde para pegar ou pegaria um táxi para o aeroporto. Não precisaria dele em Israel, mas ainda não criara coragem de deixá-lo com Andrew, aquele que concluí ser o único amigo que fizera naquela vida. Pelo menos, o único que conservara por ela afora. Não que eu lhe tivesse contado o resultado do primeiro exame, nem que lhe fosse contar o do segundo. Melhor que pensasse que se tratasse de puro estresse com as provas da escola, alguém ainda tinha que ter essas esperanças, certo? Quando descobrisse, sentiria raiva de mim, por não lhe confidenciar meu sofrimento... Tornaria o luto mais simples, tenho certeza.

  O resto do mundo teria o resto de suas vidas para pensar se fora uma tristeza nunca haver conhecido o verdadeiro Darien Chiba. Com o tempo, concluiriam que não e seguiriam como se ninguém tivesse morrido.

  E se o tratamento funcionasse? Chance remota, segundo Mizumori-sensei. No máximo duas pessoas em dez, mesmo assim com horríveis seqüelas. Então, decidi encarar assim: tenho uns oitenta por cento de chance de morrer bem e vinte de ficar na pior. Atitude otimista. Uma pena que essa também seja a proporção em que meu otimismo perde pro meu outro lado. Aquilo me deprimia. Muito.

  Peguei o ônibus já querendo chorar. Só não o fiz porque não sabia como. Nunca me acostumei a expressar minhas emoções, nem sei por que. Acho que é que homem não chora. Não que em alguns meses eu ainda fosse homem. Seria melhor me acostumar logo com a próxima vida de pó que terei até reencarnar. Se isso existisse. Em que acreditar? Nunca levei muita fé em céu, inferno, apenas um mundo de mortos, próxima vida. Fiquei pensando naquele banco gelado do ônibus enquanto olhava vagamente pela janela para as ruas movimentadas da cidade: em que acreditar? Em que eu acreditei? O que quero que seja de mim depois que tudo ficasse preto naqueles exames? Ou seria branco? Ou cinza? Na verdade, eu via azul, tudo azul. Pelo menos não entendia nada de medicina, as coisas que médicos não explicam devem ser assustadoras. Entre os azuis claros e escuros estava uma foice bem grande batendo contra a minha cabeça e eu sequer sabia para que deus rezar pela minha alma.

  Carros rápidos passavam por aquelas ruas. Uma menina quase fora atropelada. Ao longe o trem seguia os trilhos levando centenas, milhares para seus trabalhos. Plena hora do rush. O motorista grita com a garota que lhe olha apavorada. Do ônibus ainda consigo ler o que se passa nela: "eu me salvei". Como seria essa sensação? Seria a minha alma que iria no lugar da dela? Minha alma... existia mesmo?

  Encostei a cabeça no banco. Chega de janela. Com meu ponto próximo, só precisava prestar atenção para não perdê-lo e acabar na estação de trem. Não... Pela última vez na vida, eu precisava ir até a estação. Algo me atraía até lá. Uma idéia simples para os meus últimos momentos no Japão. Claro, não iria cometer um atentado terrorista.

  Fui até a plataforma e fiquei olhando a faixa amarela, pisando nela enquanto uma mulher me mandava afastar. Uma gravação de computador. Dei mais um passo olhando para os trilhos. Estavam limpos. Devia ser muito chato limpar aquilo... Não fui médico, nem trabalhei pela segurança dos trens. Quantas vidas não salvei? Fiz uns anos inúteis de faculdade e nada pelo meu planeta ou pelo meu vizinho. Pensamentos estranho que nos ocorrem enquanto o azul fica mais escuro? O trem se aproximou e logo a multidão de trabalhadores se juntou a mim, também ultrapassando a faixa amarela pelo bem do emprego da voz que nos lembrava de não fazê-lo. Logo, todos se foram, deixando-me com aqueles que tentavam se desviar de mim para sair do vagão.

  Fechei os olhos e ri da idéia que acabara de ter. Um pouco tarde demais para me jogar contra o trem que já se fora, mas por que não contra o próximo? Eu realmente não acreditava em nada, muito menos num milagre da ciência para me salvar do sofrimento que passaria em Israel. Essa era a minha resposta. Em toda a minha vida, eu acreditara na minha própria capacidade de sair das situações ruins, não havia motivo para não o fazer naquela hora, exceto pelo trem. Outro viria. E não estaria tão cheio, já que já era mais de nove horas da manhã, aquele devia ter sido o último cheio para a hora do rush. Menos espetáculo, certo?

  Olhei para o céu tentando me lembrar dos horários do trem, calculei que a minha ajuda devia chegar em dez minutos. Pensei em ir para o outro lado, talvez o trem de lá chegasse mais rápido, mas era um pouco reconfortante pensar que eu ainda teria dez minutos quase que exatos. Melhor que a dúvida. Esta seria minha teoria de vida: vivendo sempre em ponto, morrendo também. Pus a beirada dos meus pés para dobrar no precipício até os trilhos. Não que eu fosse cair até lá ainda consciente, apenas para me despedir. Então percebi algo óbvio: não era na área de embarque que eu seria atropelado na velocidade certa, doloroso demais. Andei em direção à entrada da plataforma, até seu começo, não sabia o suficiente de física para garantir a idéia, mas alguma coisa na vida tinha que ser deixada à sorte. Sim, sorte de morrer bem e não ter o risco de um "milagre".

  Vários minutos se passaram e todos já estavam nos lugares certos para pegarem o trem. Alguns me olhavam estranho, como se eu fosse um idiota de achar que alguma porta abriria naquele ponto tão longe. Devolvi-lhes um olhar irritado, mas os recém-chegados continuavam a insistir no erro. Olhei ao longe e tinha certeza de que meu novo amigo já se aproximava. O barulho dos trilhos começou. As pessoas ultrapassavam de novo a faixa amarela. Eu me posicionei para a largada. Ajeitei o casaco e encarei a silhueta que se apressava para a próxima parada. Demorou mais que os dez minutos que eu já havia esperado... Pelo menos, parecia correr o bastante. Talvez tivesse sido melhor escolher qualquer avenida movimentada, mais certo. Só que morrer nos trilhos garantia uma remoção mais rápida, ou eu ainda contava com o tal "milagre" de me salvar e ainda obter a cura para aquele câncer?

  Ouvi alguma música na minha cabeça sobre me preparar para correr e decidi marcar o tempo de acordo com seu compasso. Força em um dos pés, o esquerdo. queria sair com o pé direito, já que eu podia escolher. Aquilo tudo estava se saindo bem mais divertido do que eu imaginara. Enfim, pus-me na pose exata para um pulo e deixei meu pé esquerdo dar o impulso, infelizmente mais desajeitado que o direito faria, ainda assim, o bastante para me colocar bem diante do-

  Olhos. Azuis. Enormes. Dor no braço. No pé. Gritos. Voz gritando. Uma garota?

"Falhei?" foi meu primeiro pensamento, ao continuar a sentir dor, ao me sentir plenamente consciente. Não só meu braço, mas pé doía, o mesmo com que dera o impulso. qual era mesmo? Minha cabeça doía! Não podia estar morto, mas também... Se eu tivesse sido jogado contra o trem eu não estaria de pé em plena plataforma com uma pessoa gritando comigo, né?

  Olhei à minha volta e as pessoas subiam em seus vagões, mas punham a cabeça para fora, ainda de olha na pessoa histérica na minha frente. De início, havia pensado que me criticavam pelo que tentara fazer, mas percebendo bem, elas realmente estavam interessados na que me puxara para trás. Provavelmente, com o impulso, eu me virara batendo diretamente nela e ficáramos frente a frente. Quase; ela era bem mais baixa.

  Aos poucos a confusão foi se esvaindo junto com o trem que já se ia e eu pude fazer mais sentido de tudo. Que ironia... A minha salvadora não passava de uma ginasial com quem sempre me encontrava pelos cantos, Serena Tsukino. Normalmente, era eu quem começava a gritar com lições sobre não andar pela rua sem olhara para frente, não correr por aí, não ficar falando alto e/ou sozinha, não jogar coisas pelo ar como uma prova amassada e um sapato. Sim, um sapato que havia batido bem na minha cabeça.

  Pensando nisso, apesar de aqueles sermões que ela devia estar me aplicando me causarem dor de cabeça, eu comecei a rir. Nada muito escandaloso, na verdade, eu tentei me conter, mas... Ela realmente estava irritada! Eu nunca havia imaginado que o dia de ela me falar como eu devia agir corretamente chegaria, ou acho que era isso que ela estava esbravejando.

-Cabecinha de vento...-foi a primeira coisa que me saiu da boca, em meio ao choque dos eventos.

-Sim! Eu mesma! Mas quem agiu como uma foi você, Darien Chiba! Olha, onde já se viu ultrapassar a faixa amarela logo quando a mulher tá gritando pra não fazer? E o que tava achando que faria daquela forma? Pular? Fala sério, a porta do trem não abre ali, não deu pra perceber?

-Preciso me sentar... meu pé dói e pelo que vejo, você deixou meu braço vermelho.

-É que quando eu cheguei correndo aqui, podia jurar que alguém ia pular na frente do trem! O que mais esperava que eu fizesse? Corri que nem doida pra impedir...

-Vou tomar um café. Até mais, -falei, afastando-me para organizar o resto das idéias.

-Espera aí!

  Virei como se tivesse ouvido uma ordem direta da Sailor Moon para algum monstro.

-Digo, -ela ficou um pouco vermelha com o próprio tom e passou a olhar para o chão, -eu não mereço nem uma desculpa esfarrapada pro que eu vi. Não pareceu muito você...

-Eu só queria pegar o trem. E minha desculpa é pra ter te feito perdê-lo. Acho que está bastante atrasada para a escola agora, né?

-Pois é! Olha a hora, nove e vinte, nunca vou chegar a tempo.

-A que horas você deve estar lá?

-Oito e meia...

  Fiquei encarando levantando levemente a sobrancelha. Só com uma máquina do tempo ela o conseguiria.

-E agora?-decidi perguntar, talvez me contasse seu segredo, pois nem mesmo aquele trem que perdera a salvaria.

-Ia pegar o próximo, mas você falou em café e eu acordei tão atrasada que nem deu pra comer...-Como se ensaiado, pude ouvir o barulho de seu estômago. -Viu? Vou comer meu almoço!- Passou por mim em direção ao banco da plataforma, estava para abrir a pasta quando eu a impedi:

-Você me convenceu. Vamos comer algo comigo, acho que tem uma lanchonete aqui perto que preste.

-Mas vou perder o trem. Pode ir lá buscar pra mim?

-Estou te oferecendo um lanche e ainda quer me usar de boy!? Não é possível coma  tecnologia atual que você chegue a tempo!

-Bem, até dez horas eu ainda consigo entrar.

-Uma hora e meia de atraso!?

-Nunca me deixaram entrar depois.

-E você ainda tem cara de pedir? Nem com um currículo exemplar...

-Diz isso porque nunca se atrasou na vida.

-O que quero dizer é que-

-Só se você me contar por que parecia um bêbado agora há pouco.

-Hã?

-Pra ter a honra da minha companhia, terá que me dar a sua sinceridade!- E ainda acrescentou um sorriso.

-Estou indo. -Virei-me de novo, pronto para subir a escada de saída quando ouvi outro ronco de seu estômago. Encontrei seus olhos mais uma vez; minha sobrancelha quase juntando-se à raiz de meu cabelo.

-Bem, você falou de comida, coisas gostosas, uma torta... Não posso evitar!

-Torta?

-Decidi! Vamos, siiiiiiiim! E aí você me conta tudinho que está te deixando tão triste, tá? -levantou-se do banco e veio até mim. Então, pegou meu braço e começou a puxar até a saída. Como se tivesse algum radar, acertara direitinho o caminha da lanchonete em que eu estivera pensando em levá-la.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Continuamos a nos olhar, como se tentando ler a mente um do outro e era óbvio que se isso fosse um jogo, ela estava ganhando. Ainda não conseguia crer que lhe contara tudo sobre os exames, o tumor, a viagem para um hospital em Israel onde um professor de meu médico me esperava, provavelmente uma múmia no deserto errado. Durante e após o relato construíram raros momentos em que pude observar Serena Tsukino em uma lanchonete sem parecer pensar em comer qualquer coisa. Seu chocolate quente esfriava e a torta parecia apodrecer. Exagero meu, sei, mas eu não conseguia parar de pensar em como ela parecia bem mais abalada que o que esperara.

  Suas mãos finas seguravam a xícara do café e seus olhos enormes voltaram-se para o líquido, como se tentando ter o círculo que uma de suas mãos fazia com a colher. Meus próprios olhos ficaram hipnotizadas por um momento, não desviando daquele rodamoinho quando este parou de repente e ouvir a voz de Serena. Calma, controlada. O que fosse que viria dali, devia ser outro susto para mim, afinal, aqueles não eram adjetivos em seu vocabulário.

-É a última vez que nos vemos?-perguntou-me, após ter feito um rápido resumo do que lhe contara.

-Provavelmente.

-Ainda bem que você não sei matou, então. -Fora tão abrupta que custei um pouco para entender a lógica. -Sabe, não teria sido uma última vez bonita como esta, junto com uma torta tão boa. Aliás, tem certeza de que não quer um pedaço?

-Não sou fã de doces.

-Vamos, experimente e acabe com esse clichê de homens crescidos acharem doces infantis demais!- Mostrou um sorriso, então tirava um pouco com o garfo e o direcionava a mim, como se fosse um "aviãozinho". Seria um gesto intencionalmente cômico?

-Apenas coma quieta.

  Dessa vez, ela deu uma leve gargalhada. Teria minha reação saído bem como ela quisera?

-Falou como se eu fosse uma criança, -disse, ainda segurando o pedaço de torta de chocolate com nozes.

-Sinto muito, é só que você se mexe demais...

-Está tonto?

-Não é isso! Não estou doente, digo, não assim.

-Ah, como pensei. Só está sendo o mesmo chato de sempre, né?- Pontuou a conclusão ainda com o pedaço, então voltou a tentar me forçar a comer.

-Já disse que não quero.

-Você precisa se alimentar mais...!

-Serena... Está me irritando.

  Senti-me mal ao ver a expressão que tomou seu rosto pequeno. Os olhos voltaram a encarar o chocolate e o pedaço enfim fora comido por ela. Não deveria ter falado naquele tom. Era realmente nosso último encontro e eu lhe estava fazendo uma péssima lembrança, como todas as outras que tínhamos juntos. O meu eu, vivo em seu coração, seria sempre aquele chato metido a homem crescido.

-Desculpa, -pedi ainda mais sinceramente, sem tentar pôr parte do problema como dela própria.

-Pelo quê?- Seus olhos azuis se levantaram direto contra os meus, mas fora apenas por um segundo, até baixarem-se ainda mais, em direção a seu colo.

-Tô sendo muito chato, é só que eu ainda tinha esperanças de hoje ser um bom dia.

-Mas pra que se desculpar? Não entendi.

-Eu falei grosso demais. Irritei-me rápido, enquanto você só estava agindo como você mesma. Por isso.

-Você sempre se irrita assim. -Uma nova gargalhada baixa.

-Gostaria de poder dizer que iria mudar, mas você nunca saberia, né? Sinto muito, mesmo.

-Ainda não estou te entendo. Sério.

-Eu vi que te chateei quando baixou seus olhos. Sabe, suas expressões mostram claramente o que pensa, sempre achei isso impressionante em você.

-Hã? Eu baixei os olhos porque não queria parecer tola. Como se um tom mais alto teu fosse incomum...-ainda estava com um sorriso no rosto, fala sinceramente.

-Sou muito grosso...

-É o seu jeito! Bem, como eu me entreguei de qualquer forma, é justo que eu te seja sincera. Só fiquei feliz que tenha podido ouvir meu nome dito pela sua voz. Tolo, né? Mas foi isso.

-Seu nome?

-Você sempre me chama de apelidos. E você ainda usou meu primeiro nome! Eu aqui pensando este tempo todo: "Ele vai embora pra Israel e nunca pudemos ser amigos. Perdi uma pessoa maravilhosa..." e você me chamou pelo meu nome! Como eu não iria ficar feliz com isso? Só que sentir isso me envergonhou, claro. Mesmo sendo meu nome, não quer dizer que sejamos amigos ou coisa assim.

  Foi a minha vez de sorrir um pouco e olhar para baixo. Seria aquela a mesma sensação? Este pensamento só fizera o embaraço aumentar e ao olhar-lhe de novo notei que ela própria gargalhava bem mais alto que antes, como se toda a tensão que a fazia agir mais discretamente lhe houvesse sido amenizada.

-Não é como se hoje eu pudesse fazer minha imagem de menina boba mudar, né? Só evitando minhas emoções mostrarem eu acabei tendo que explicar falando mais besteiras! Hi hi hi, desisto. Sou Serena Tsukino e pode me ter como a eterna Cabecinha-de-Vento. Causei danos à minha imagem que são irreparáveis.

-Acho que sua bobeira também me contagiou um pouco, na verdade. -Sentia-me feliz com um clima daqueles. Não esperava que encontrar alguém de meu círculo social fosse ser algo bom, mas aquele lanche com Serena tornara-se um momento inesquecivelmente prazeroso. -Vou pedir uma torta para mim!

-Eba!

-Pra mim, não é outra pra você.

-Eu sei, mas quem disse que você vai agüentar tudo?-Seus olhos brilhavam, enquanto tomava seu chocolate já nem tão quente.

  E, de fato, ela comeu mais da metade da torta que eu pedira.

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