I will never forget you. escrita por Lorena


Capítulo 40
She's gone.


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Bom, tenho uma notícia...I will never forget you chegou na fase final, ela acabou de ser finalizada no meu word, agora só restam cinco capítulos e um epilogo que ainda preciso pensar.
Espero que curtam o capitulo e comentem bastante.
Beijos!



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– Filha! Acorda! – Chama minha mãe, desesperada. Me acordando no meio da madrugada.

Desperto rapidamente e me sento na cama, a luz do abajur está acesa, o que permite que eu veja seus olhos inchados e o rosto completamente vermelho.

– Mãe, o que aconteceu? – Pergunto com o coração na mão.

– Seu pai, Sophia! – Exclama e se senta ao meu lado. O que raios está acontecendo?

– O que que tem ele, mãe? – Pergunto com a voz falha.

– Ele teve um ataque cardíaco...está em observação...mas está instável. – Explica, soluçando.

– Mãe, a gente precisa ir para lá! – me levantando da cama alarmada e já com lágrimas escorrendo por todo o meu rosto – Ele precisa da gente.

– Eu sinto muito, querida. Eu prometi que iria ficar ao seu lado, mas ele precisa de mim. Prometo que voltarei assim que tudo se ajeitar. – Fala segurando minhas mãos.

– Mãe, eu quero ir, quero ver meu pai. – Falo desesperada.

– Seu filho precisa de você, não pode largar tudo e ir para a África.

Ela está certa, preciso ficar aqui, lá não poderei fazer nada para ajuda-lo.

– Tudo bem, mas me promete que assim que ele estiver bem vocês vão voltar para cá o mais rápido possível. – Peço

– Prometo, mas promete que vai se cuidar, que vai cuidar dos meus netos. – Pede e acaricia minha barriga.

– Prometo. – Digo e a abraço fortemente.

–**-

Ajudo minha mãe a colocar as malas no porta malas do táxi, nos abraçamos por longos minutos e quando nos distanciamos, o medo é visível no rosto de nós duas. Tenho medo de perder meu pai, de ter que aguentar essa barra sozinha, tenho medo de tanta coisa, não sei como irei segurar tudo isso.

– Você é a mulher mais forte que eu conheço, filha. Tenho certeza que irá aguentar tudo isso, e quando menos esperar eu e seu pai estaremos aqui, te ajudando com tudo. – Garante, acariciando meu cabelo.

– Não esquece de falar para ele que eu o amo muito, e tente me ligar quando chegar lá. – Peço e ela assente.

– Fica com Deus. – Fala e me dá um último abraço, assim já seguindo com o carro a caminho do aeroporto.

Sento na grama gelada do jardim e fico a observar o céu, está lindo, todo estrelado e em uma tonalidade azul escura incrível. O vento bate de encontro ao meu corpo me causando arrepios, fico a me perder em pensamentos, como será que Lucca está? Como irá sair dessa? Um dia poderei finalmente ter toda a minha família junta? Um dia poderei viver em paz?

Tudo isso me atormenta de uma forma absurda, eu só tenho vinte e quatro anos, como vou segurar todas essas incertezas e dois filhos? Como vou seguir em frente caso o pior aconteça? São incontáveis lágrimas que agora caem de meus olhos, vejo que essa será mais uma noite em claro.

Uma mão leve se apoia em meu ombro, em um súbito movimento, me viro para trás e não demoro a enxergar a pequena figura que quase some na penumbra da noite. Luquinha.

– Mamãe? – Pergunta com a voz esganiçada.

O puxo para meu colo, ele me olha curioso e totalmente sonado.

– Por que você tá chorando? – Pergunta e o leve toque de suas mãos em meu rosto me acalma.

– Mamãe está com saudades do papai. – Explico e a feição dele se entristece.

– Ele vai voltar mamãe? Porque os papais dos meus amiguinhos também foram viajar? – Pergunta com o rosto cheio de lágrimas.

O desespero paira sobre mim, não sabia que ele já tinha consciência disso, o que vou falar para ele agora? Não suporto ver meu pequeno chorando, e o que fazer quando meu desespero é maior que o dele? Me vejo impotente diante de tal situação.

– O papai vai voltar – respondo com um bolo na garganta – ele e todos os outros papais foram viajar para salvar a gente dos homens malvados, quando a gente menos esperar, ele vai estar aqui, com a gente, e com a Alice. – Prometo e ele agarra meu pescoço, não sinto mais lágrimas, acho que dei uma dentro.

– Meu papai é um herói! – Fala sorridente, fazendo meu coração se acalmar.

– É sim, nosso herói. – Confirmo.

– Mamãe? – Chama bocejando

– Diga.

– A vovó foi embora? – Pergunta confuso enquanto o levo para o quarto.

– Ela foi visitar o vovô. – Explico o aconchegando em minha cama.

– Vovô também vai salvar a gente dos homens malvados?

– Não, o vovô salva as crianças lá na África, lembra? – Pergunto me deitando ao seu lado e ele assente.

– O papai também me salvou. – Fala e sem que eu antes pergunte algo, ele cai no sono.

–**-

‘’O exército brasileiro entra hoje em território de guerra, nenhuma morte foi contabilizada, a situação está calam até então, mas nunca se sabe quando e onde eles irão resolver atacar” – Fala a mulher do noticiário.

Um suspiro de alivio toma conta de toda a sala, acho que consigo ver um pequeno sorriso no rosto de cada uma de minhas amigas.

– Eles vão ficar bem. – Afirma Luísa em um tom baixo de voz.

– Eles têm que ficar. – Clara balbucia com a cabeça baixa.

– Meninas, tenho plantão hoje, a Lara não vai poder cuidar do Lucca, alguma de vocês se importa em ficar com ele? – Pergunto

– Eu posso, acho que vai me fazer bem ter ele em casa. – Fala Luísa em um suspiro.

– Muito obrigada, Lu. Você pode pegar ele na escolinha? – Indago.

– Será um prazer. – Fala empolgada e eu agradeço com o olhar.

–**-

– Como está minha paciente favorita? – Pergunto adentrando no quarto de Alice.

– Ótima! O médico disse que eu vou poder ir para a casa me recuperar! – Fala animada e uma pedra atinge meu coração, forço um sorriso e faço tudo o que tenho que fazer com ela, faço tudo como se realmente fosse a última vez.

– Sophia, obrigada por tudo, você foi a melhor enfermeira que eu poderia ter. – Agradece me abraçando.

– Não foi nada, foi um prazer passar esse tempo com você.

– Você se importa de me apresentar sua filha quando ela nascer? – Indaga ansiosa por uma resposta.

– Você vai ser a primeira a conhecer ela. – Afirmo e ela sorri emocionada.

– Agora preciso ir, volto para me despedir. – Digo já saindo do quarto e correndo a procura do médico responsável por ela.

– Doutor Roberto! – Chamo e ele se vira em minha direção.

– Pois não, Sophia.

– Qual a situação da Alice? – Pergunto com um nó na garganta. Ele me olha com um semblante triste e respira fundo antes de me responder.

– Tive que libera-la para tentar terminar o tratamento em casa, a situação dela se agravou, não tem mais nada que possamos fazer. –Lamenta, e uma tontura me atinge, preciso buscar apoio na parede mais próxima.

– Ela estava reagindo tão bem. – Sussurro com os olhos ardendo.

– Sim, mas o tumor se espalhou, sabe que a situação é praticamente impossível. – Fala – Mas sabe que nunca é bom se apegar a pacientes. – Termina e vira as costas para mim.

Eu não deveria ter novamente me afeiçoado tanto a ela, essa é a maldição da enfermagem, quando você se depara, já está tratando os pacientes como filhos.

Como se eu não tivesse problemas em casa, aí me deparo com isso. Eu não deveria, não podia ter me apegado tanto a um paciente.


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