I will never forget you. escrita por Lorena


Capítulo 37
The day has come!


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, sei que demorei, muitas coisas aconteceram e entre elas meu bloqueio criativo. Agradeço imensamente os comentários que recebi, porém eles são poucos, sinto que estou perdendo leitoras e das que tenho, poucas me aparecem, isso realmente desmotiva, preciso saber o que está acontecendo para que possa melhorar, caso contrário terei que parar com a fic. Tenho vários projetos para ela e tudo está caindo das minhas mãos, poucas opniões em relação a ela e tudo que eu tinha de rascunho foi perdido junto com meu celular, então realmente não está fácil.
Espero que gostem do capítulo e comentem, por favor!



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Após esses cinco dias sem ir ao hospital, decidi voltar, preciso espairecer, guerra, Miguel... gravidez... tudo isso está me deixando louca.

Já são cinco dias longe de Lucca, e se apenas isso já está me enlouquecendo, não quero nem imaginar como será quando ele partir de verdade.

Entrar por aquelas portas foi um tanto quanto estranho, não vi tanto movimento masculino, isso me aperta o coração, muitos ali eram meus amigos, e pensar que estão todos indo para uma guerra enorme, é muito para mim.

– Apareceu, margarida! – Exclama Joana assim que adentro a ala infantil.

– Pois é, não posso mais ficar em casa, vou acabar enlouquecendo. – Digo e a abraço.

– As coisas não estão fáceis, muitos daqui foram convocados, alguns até conseguiram atestados, mas a grande maioria foi.

– Pois é, está tudo tão complicado.

– O Lucca... – Sugere e eu assinto. – Sinto muito.

– Não sei mais o que fazer! – Exclamo e desabo na cadeira mais próxima. Acho que isso é o que mais faço ultimamente, desabo, choro...

– Calma, amiga! Ele vai voltar. – Assegura.

– Mas e se ele não voltar? E se voltar, como vou ficar até lá? Mentindo para o meu filho? Como vou aguentar essa gravidez? – Pergunto atordoada.

– Você está grávida? – Pergunta atônita

– Sim.- Respondo com um bolo na garganta

– Meu Deus! Parabéns! – Parabeniza me abraçando.

– A gente pode não falar sobre isso? – Peço - Preciso me distrair, onde estão os pacientes? – Indago com uma falsa animação em minha voz.

– Alice? –Chamo, adentrando ao quarto.

– Oi! – Fala animada – Estava com saudades.

– Eu também, querida. – Digo me sentando ao seu lado.

Alice é a menina de dez anos, que mostrou ser mais madura que eu, lembram? Engraçado, agora mais do que nunca quero que seja uma menina, esse nome é perfeito. Eu preciso dessa criança.

– Você está bem? – Pergunta segurando minha mão.

– Sim – minto – E você?

– Sim! Eu tive uma melhora! – Exclama animada.

– Eu ouvi falar, tenho certeza que só vai melhorar! Agora vamos, você tem uma quimio agora.

– Você está diferente – Comenta, enquanto arrumo seus medicamentos - Resolveu aquele assunto?

– Sim, e se eu te falar que tenho uma novidade.

– Sério? O que? – Pergunta animada, me fazendo sorrir.

– Eu estou grávida! – Falo e um sorriso estampa toda a sua cara.

Essa gravidez está começando a me animar mais, não que eu não queira a criança, é que foi tão inesperado.

– Que sensacional! É menino ou menina? – Pergunta no instante que a agulha é colocada em seu braço, ocasionando uma torcida engraçada em seu rosto.

– Ainda não sei, mas sabe de uma coisa?

– O que?

– Se for menina, ela vai ter o seu nome. – Falo e vejo seus olhos encherem de lágrimas. – Porque está chorando?

– Obrigada. – Agradece em meio as lágrimas. – Você é minha melhor amiga. – Comenta e agora quem chora sou eu.

– Não faz assim que eu fico emocionada. – Falo tentando me livrar das lágrimas.

– Você me dá mais atenção que a minha mãe. – Confessa e eu abraço.

– Olha, sempre que precisar de qualquer coisa, você me chama, sou sua enfermeira oficial agora, certo?

– Certo. – Confirma e fecha os olhos vagarosamente devido aos remédios.

–**-

– Preparada? – Pergunta Suzana.

– Sim. – Respondo olhando para minha mãe e para Luquinha.

– Então vamos lá. – Fala e começa a passar o gel condutor em minha barriga. Sim, estou fazendo meu primeiro ultrassom. Se estou nervosa? Magina.

Ela passa o aparelho pela região do útero, e é nesse instante que vejo a primeira imagem do meu bebê, um sorriso bobo estampa meu rosto enquanto escuto a médica falar o que se é possível saber agora no início.

– Está tudo certinho, Sophia! – Exclama e eu solto um suspiro aliviada - Você está com sete semanas e meia. – Comenta.

– Mamãe, aquela ali é minha irmã? – Pergunta Lucca, confuso.

– É sim, meu amor. – Respondo rindo de sua expressão.

– Mas é muito pequena! É uma mancha! – Exclama indignado, fazendo os presentes rirem.

– Ela ainda tem sete meses para crescer. – Explica minha mãe.

– Vamos aos batimentos? – Indaga Suzana e minha mão passa a suar.

– Claro. – Afirmo com a voz falha e minha mãe segura minha mão.

E de repente, aquele som invade toda a sala, todos estão em silêncio, tudo que escutamos são leves batidas, que aquecem meu coração e deixam o resto do meu corpo estático. Tem mesmo uma criança dentro de mim.

Lágrimas descem involuntariamente de meus olhos, as batidas dela estão em sincronia com as minhas, o monitor ainda me mostra o borrão branco minúsculo, minha bebê. Minha metade e a de Lucca, aconteça o que acontecer, essa criança já tem todo o meu amor.

– Parabéns, querida! – Parabeniza minha mãe beijando minha cabeça.

– Minha irmã! – Se empolga Lucca.

– Nossa Alice! – Digo e ele bate as palmas animado.

–-**--

Acordo sobressaltada, esses pesadelos não me deixam em paz! Já é de madrugada, em poucas horas estarei no aeroporto me despedindo de Lucca, não posso contar para ele sobre a gravidez, vai deixar ele abalado, pode prejudica-lo, preciso manter isso em sigilo.

Os mesmos pesadelos me assombram todas as noites desde que eu descobri estar grávida. Lucca me abandonando grávida. Lucca morrendo. Miguel tirando meu filho de mim. Isso tudo só me deixa cada vez mais neurótica.

E o desespero bate novamente, não consigo controlar o choro. O outro lado da cama está intocável, Lucca não está mais do meu lado, talvez nunca mais fique, o cheiro dele está impregnado neste quarto, aquele cheiro maravilhoso, que me faz perder em lembranças tão boas e tão simples, faria qualquer coisa por apenas mais um abraço dele. Eu realmente não posso ficar aqui por nem mais um segundo.

Volto aos meus seis anos e invado o quarto que minha mãe está dormindo. Ela acorda sobressaltada no instante que eu abro a porta.

– Filha? – Pergunta sonolenta – O que aconteceu? Você está chorando?

– Posso ficar aqui com você? – Pergunto quando chego ao pé da cama.

–Claro, querida. Vem! – Chama e logo sou envolvida pelos seus aconchegantes braços.

– Eu não consigo suportar tudo isso!

– Aí como eu queria fazer algo por você. – Lamenta – Se eu pudesse pegar esse seu sofrimento para mim, eu pegaria.

– Como que vai ser daqui para frente?

– Eu não sei, mas você vai receber todo o meu amor e apoio, você tem suas amigas, seu filho. Tudo vai se resolver. – Afirma acariciando meu cabelo.

– E se ele não voltar? – Pergunto baixinho.

– Ele vai, por você. – Assegura, e em algum momento, eu finalmente durmo, sem mais pesadelos.

–**-

– Filho, hoje o papai vai viajar. Que tal a gente ir lá no aeroporto se despedir dele? – Pergunto e ele se anima no mesmo instante.

– Sim, sim! Vamos! – Concorda saltitante.

– Então vai lá tomar seu café com a vovó que daqui a pouco a gente vai. – Peço e ele sai correndo em direção à cozinha.

Arrumo minha bolsa e respondo as mensagens das meninas, todos vão no mesmo horário, vamos nos encontrar todas lá.

Às vezes me sinto tão egoísta em não poder ajudar elas, em não estar lá por elas o tanto que elas sempre estiveram, e estão, por mim.

– Pronto, mamãe! Estamos prontos. –Anuncia

– Então vamos.

Fui o caminho inteiro segurando o choro, cada virada de esquina, cada placa sinalizando o aeroporto era uma facada em meu peito. Estava cada vez mais próximo.

Luquinha tagarela animadamente no banco de trás. Me sinto uma mãe horrível por não saber o que fazer agora. Eu deveria simplesmente contar para ele toda a situação? Ele tem apenas quatro anos! Como poderia entender tudo isso?

Estaciono o carro na primeira vaga que vejo, o aeroporto está lotado, muitas famílias, todas se despedindo, chorando, não sei como responder a todas as perguntas que Luquinha me faz.

– Amor, todos estão indo viajar, eles estão chorando de felicidade. – Minto – E se lembre, não podemos contar pro papai da sua irmãzinha, vamos fazer um surpresa para quando ele voltar, tudo bem?

– Tá. – Fala, a contragosto.

E então uma voz nos chama, eu a reconheço muito bem, quando a escuto, meu corpo passa a procurar por ela a todo o redor, meus olhos vagam por centenas de homens fardados, mas nenhum deles é o meu Lucca.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem, por favor!