I will never forget you. escrita por Lorena


Capítulo 29
Uncle who?


Notas iniciais do capítulo

Hey!!!
Espero que gostem!
BEijos!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/631174/chapter/29

Ajeito Lucca na cadeirinha e me dirijo ao banco da frente quando alguém me puxa pelo braço.

–Se afasta do carro! Agora! – Ordena o homem encapuzado. Me debato tentando me livrar de seus fortes braços.

– Desgraçado, me solta!

– Cala a boca! Se não morre! - Ele ameaça tirando uma arma de dentro da calça e encostando em minha clavícula.

– Só me deixa pegar meu filho. Pelo amor de Deus! Deixa meu filho - a essa altura Lucca se debatia chorando aos berros "Mamãe"

– Eu já falei para você calar a boca! - Ele explode ameaçador.

– Por favor, eu imploro, leva tudo. Só deixa eu pegar meu filho. - Insisto com lágrimas nos olhos.

Até que vejo um homem passando a uns 5 metros dali. Eu não pensei duas vezes, que eu morresse naquele instante, mas meu filho não.

Gritei:

– SOCORRO!

O bandido se assustou, mas assim que voltou a si mesmo, disparou em direção à minha perna.

Senti minha coxa latejando, de repente o homem que eu avistara apareceu. Eu não vi seu rosto, mas o sujeito trajava um uniforme do exército e uma expressão familiar. Por conta da minha visão turva, não consegui identifica- lo.

Ele prensou o ladrão contra o carro. E se virou para mim.

– Você está bem? – Pergunta enquanto tira um celular do bolso e me olha atordoado.

– Sim. - Repondo meio a contragosto.

Tentei me levantar, mas sem sucesso, minha perna latejava por inteira. Mas precisava saber se meu filho estava bem. Escuto seu grito assustado de longe. Isso me corta o coração.

Em poucos segundos uma viatura chega e o bandido é colocado na traseira do carro.

Após isso, o sujeito abre a porta traseira de meu carro e tira meu filho, ele se debate todo nos braços do oficial.

Minhas últimas recordações são: o homem encarando a mim e ao meu filho com um olhar assustado e o barulho da sirene tampando todo e qualquer outro barulho, após isso, veio uma total escuridão.

Eu acordei com uma voz esganiçada me chamando:

–Mamãe! Acorda. – Pede meu pequeno desesperado.

– Filho! Meu amor! - O tomei em meus braços e o abracei e beijei até não poder mais - onde estamos? - Indago retoricamente.

– No hospital. - Ele fala olhando toda a extensão do quarto.

– Quem nos trouxe aqui? - Pergunto o encarando.

– O tio Miguel. - Ele responde descendo de minha maca.

– Tio quem? - Pergunto intrigada, sabia, aquele rosto me era familiar. Era só o que me faltava.

– O tio Miguel, ele que salvou a gente! – exclama voltando a atenção para a televisão a sua frente.

Fico tentando recuperar memórias do ocorrido, ele estava mais alto, forte, mais homem. Não, isso não pode estar acontecendo. Só pode ser um pesadelo!

Em meio aos meus pensamentos, meu celular passa a tocar, o encontro na mesa ao lado de mim.

– Alô?

– Sophia? Graças a Deus. Onde você está? - Pergunta Clara visivelmente preocupada.

– Longa história. Estou no hospital.

– Estou bem perto daí, chego em poucos minutos, tem alguém com você?

– Só o Lucca.

– Você está mesmo bem?

– Sim, só acho que alguém voltou.

– Você não está falando coisa com coisa, já estou chegando. - Afirma e em seguida desliga o celular.

– Amor, esse tio Miguel está aí fora? - Pergunto e ele volta a me encarar.

– Sim, ele falou que quer te ver. Falou que é seu amigo. - Responde fazendo meu coração falhar por um segundo. Amigo? Sério?

– Você conversou com ele?

– Sim, ele me levou para comer e disse que tem um cavalo. Não é legal? - Fala empolgado.

– Amor, já te disse que não pode conversar com estranhos. – Repreendo mesmo sabendo que ele não é um estranho.

– Desculpa, mas ele falou que é seu amigo, e ele me salvou. - Argumenta.

Minha boca está seca, minhas mãos passam a tremer, já não sei o que pensar, o que ele quer depois de quatro anos? Voltar e esperar que vou estar aqui, o recebendo de braços abertos?

– Tudo... - Sou interrompida por batidas na porta.

– Amiga, o que aconteceu? - Pergunta Clara correndo ao meu encontro.

– Foi só um tiro de raspão, já está tudo certo. - Afirmo me sentando na maca e sentindo um leve formigamento na perna direita.

– E você pequeno? - Dirige a palavra ao meu filho pegando o mesmo no colo.

– Sabia dinda, que o tio Miguel salvou a gente do ladrão. Ele tem até um cavalo. - Fala animado e vejo o olhar de Clara vacilar até mim.

– Tio Miguel? Onde ele está? - Pergunta mostrando sinais de irritação.

– Lá fora, ele quer ver a mamãe.

– Sei. - Fala já vermelha e me encarando.

Em segundos a porta é aberta novamente, dessa vez com Manu, Luísa e Thiago- seu noivo-.

– Thi, leva o Lucca para dar uma volta, mas passe longe da sala de espera. - Ordena Clara entregando meu filho em seus braços e ele obedece.

– Está melhor amiga? - Pergunta Luísa e eu assinto.

– Melhor? Aquele desgraçado do Miguel voltou! - Esbraveja Clara e vejo a surpresa estampada no rosto das demais.

– Como assim? - Perguntam em uníssono.

Explico toda a história e o desespero e a raiva começam a tomar conta de mim, ele não vai chegar perto do meu filho, mas não mesmo.

– Então acho que não foi uma boa avisar o Lucca. - Fala Manu e eu gelo.

– Ele está aqui? - Pergunto exasperada

– Ele já deve estar chegando. - Informa, pronto, agora o circo está armado.

As três saem em busca deles me deixando sozinha com meus pensamentos, ele sabe que ele é filho dele, e mesmo assim continuou aqui, ele não espera que depois de todo esse tempo eu lhe receba com flores, pois está longe disso, tudo que sinto é raiva ao lembrar de cada situação que passei por conta da falta de caráter dele, e eu não vou permitir que ele se aproxime, mas nem que a minha vida dependa disso.

– Sophia, acho que temos umas pendencias a resolver. - Sua voz preenche toda a sala e me causa náuseas.

O olho com pura raiva e desprezo e ele parece perceber.

– Não temos nada para resolver seu desgraçado, agora saia daqui! - Esbravejo e ele continua me olhando firmemente.

Sei que ser grossa não vai adiantar nada agora, mas não consigo agir normalmente com ele a minha frente.

– Ah não? E aquela criança lá fora? Vai me dizer que não é meu filho? – Pergunta irônico fazendo minha face ferver.

– Vai dizer que achou que eu estava com uma lombriga na barriga há quatro anos? E não, ele não é seu!

– Não venha com essa, eu sei que ele é meu filho, e agora que o encontrei, não vou me afastar! – Afirma levantando o tom de voz.

– O encontrou? Eu estive no mesmo lugar de sempre! Te esperei por malditos nove meses, e você não apareceu, depois disso, você não tem sequer direito sobre ele! Não voltou antes por ser um covarde! O que realmente você está querendo? - Pergunto esbanjando ironia em meu tom de voz.

– Passei quatro anos longe dele, tenho o direito de fazer parte da vida dele agora, ele precisa de um pai! - Exclama e eu dou risadas sarcásticas.

– Você nos abandonou! Me deixou grávida, sozinha! E ele não precisa de você, e nem nunca vai precisar! Ele é MEU filho, e você não vai mais chegar perto dele!

– Ele também é meu!

– SEU O CARALHO! E ELE NÃO PRECISA DE VOCÊ, ELE JÁ TEM UM PAI! - Esbravejo e vejo seu rosto se preencher de surpresa e raiva.

– Você teve coragem de colocar qualquer um para ser pai dele? Ele é o que? Rico? – Pergunta fazendo com que eu perca todo o controle.

– VOCÊ NÃO DIRIJA MAIS UMA SEQUER PALAVRA À MIM! QUALQUER UM SERIA UM PAI MELHOR QUE VOCÊ! - Grito lhe tacando um vaso se flores na cabeça, que por pouco não acerta.

– VOCÊ FICOU LOUCA?

– EU? VOCÊ APARECE QUATRO ANOS DEPOIS DE TER ME ABANDONADO, PEDE POR DIREITOS E EU QUE SOU A LOUCA?

– VOCÊ NÃO SABE DO QUE ESTÁ FALANDO! EU TIVE OS MEUS MOTIVOS...

– VOCÊ FOI FRACO, TEVE MEDO, VOCÊ É UM COVARDE! - Esbravejo e meu monitor cardíaco começa a apitar cada vez mais forte.

A entrada de um amontoado de médicos faz a discussão parar por hora, mas agora eu sei que o verdadeiro inferno vai começar, mas ele está muito enganado se acha que vai se aproximar de Lucca.

– ISSO AINDA NÃO ACABOU! – Afirma antes de ser expulso da sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Confusão à vista....