O Pescador e Os Banidos escrita por LoKs22


Capítulo 1
Capítulo 1: Eles não Irão Sobrevives


Notas iniciais do capítulo

Yoo Leitor espero que goste dessa historia que eu quero que seja o meu foco de julho/agosto (eu ia fazer o desafio mas decidi escrever essa historia que eu achei mais interessante)eu espero que a historia dure 20 capítulos no máximo com pequenos arcos focados em uma coisa só consumindo 2 ou 3 capítulos de vez em quando. Bem espero que goste da leitura não se esqueça de comentar (não que você seja obrigado).

EDIT: Eu esqueci de revisar o texto (o que deixou vários erros bobos no texto) e agora que arrumei eles vou começar o segundo capitulo. (ainda não sei quando vou postar)



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Mathion estava arrumando sua enorme mochila que tinha recebido para o banimento junto com tudo que precisava para sobreviver por pelo menos 3 dias. O clima de sua casa estava frio, a mãe de Mathion, Elia, estava chorando aos poucos sentado em uma cadeira de madeira simples, com seus cabelos longos e pretos cobrindo seu rosto e o irmão de Mathion, Celkiur, estava usando sua armadura de soldado de couro e olhando com cara de desgosto para Mathion enquanto ele terminava de arrumar suas coisas.

—Acho que foi tudo – disse Mathion cansado.

—Tem certeza que não esqueceu nada, filho? – perguntou Elia enxugando suas lagrimas com as mãos.

— Só se algo tiver ganhado vida e se escondeu por aí – respondeu Mathion com um sorriso e Elia deu uma leve risada.

—Típico de você – Resmungou Celkiur- Sempre fazendo essas piadas sem graça, é por isso que você vai ser banido.

—Ei, minhas piadas não têm nada a ver com isso, irmão.

—Como não? Se você não ficasse com essas gracinhas burras o tempo todo você e seus amigos idiotas não teriam ...

A fala de Celkiur foi interrompida por um soco do Mathion.

—Eles não são idiotas!!! – gritou Mathion com muita raiva e levou um soco do irmão.

—MENINOS, PAREM!!!!! - gritou Elia separando a briga dos dois – Celkiur, essa pode ser a última vez que você pode ver seu irmão. Quer mesmo terminar isso com uma briga?

—Ele não é mais um membro dessa família – afirmou ele. - Se meu pai estivesse aqui ele teria desgosto de ter criado um filho desses.

—Não tem como você saber o que ele pensaria nessa ... – A fala de Elia é interrompida pelo barulho da porta. Mathion tinha sumido junto com a mochila.

Akrion tinha terminado a mochila rápido com a ajuda de sua família que estava bem triste com o banimento.

—Bem, isso foi tudo que me mandaram – Disse Akrion - Obrigado por tudo.

—Não agradeça –Disse a mãe de Akrion com uma cara triste- Você ainda vai ser banido.

—Você não precisa fazer isso –Disse o pai do Akrion - Nossa família pode conviver com o título de desonra. Todo mundo vai esquecer disso depois de uns anos.

—Mas eu não quero prejudicar vocês e meus amigos também decidiram. Não posso deixar vocês passarem por algo que aconteceu por minha culpa.

—A culpa não foi de vocês –responde o pai em um tom mais alto - Quem ia saber que um boi ia ficar tão bravo de uma forma fácil a ponto de matar alguém?

—Mas aconteceu e nós merecemos isso.

—Irmão, todos estão dizendo que vocês não vão sobreviver nem 1 semana fora dos portões –Disse a irmã menor de Akrion, que começava a chorar.

—Não preocupe com isso, Kiria. –Disse Akrion abraçando a irmã e confortando-a.

—Você tem mesmo que ir? E o Mathion também? – Pergunta Kiria, sentindo-se um pouco melhor.

—Sim, nós temos que fazer isso.

—Filho, não importa o que digam nunca iremos perder nossa confiança e nosso orgulho em você.

—Obrigado, pai. –Disse Akrion, sorrindo para a família – Bem, já está quase na hora. É melhor irmos até o portão.

Então Akrion e sua família saíram juntos de sua casa de pedra.

Turkon terminou toda a mochila sozinho. Sua casa estava muito quieta: nem ele nem o pai estavam querendo conversar. Seu pai estava sentado, olhando para o filho com um olhar frio de frustração.

—Bem, já acabei – disse Turkon. - Bem que você podia dizer alguma coisa... nós nunca iremos nos ver de novo.

—Dizer o que, exatamente? – Perguntou o pai dele, se levantando da cadeira com raiva - Que você foi um bom filho que me escutava e fazia o que eu pedia para fazer?

O pai de Turkon respirou fundo e continuou.

—Se você me obedecesse e não ficasse fazendo brincadeiras idiotas o tempo todo com aqueles seus amigos inúteis você não....

—Eles não são inúteis! – gritou Turkon, enraivecido- Eles foram uma família melhor do que você foi.

—Bem, olha onde essa sua família te levou. Eu podia ter dado a você uma vida de orgulho e respeito por todos da vila.

—Não é isso que eu quero – respondeu Turkon. - Isso é o que você quer. Tudo o que eu queria era uma família feliz que gostasse de mim do jeito que eu sou e não do jeito que querem que eu seja.

Turkon respirou fundo e continuou.

—Eu fui o único entre os 3 que escolheu o banimento para o bem de mim mesmo e não ao que família ia perder.

Os dois ficaram quietos por um tempo, cada um desviando o olhar.

—Quer pelo menos ir até o portão comigo? Ver o filho que você tanto odeia ir embora para sempre.

O pai de Turkon concorda e os dois saem de sua casa sem nenhum olhar para o outro.

Era manhã cedo, ninguém estava nas estradas de terra além de Mathion, Akrion, Turkon e os outros. Os três se encontraram ao mesmo tempo a alguns metros do portão.

Os três tinham 18 anos e pele de cor parda. Mathion estava usando uma camisa branca velha com bordas e detalhes em azul, uma bermuda de tecido marrom com dois bolsos laterais e chinelos de madeira. Tinha a altura média de 1,90, cabelo preto curto e todo bagunçado e olhos castanhos.

Akrion usava uma camisa verde-escuro com detalhes em marrom, uma bermuda bege também com dois bolsos laterais e um par de botas pequenas de couro verde escuro. Era um pouco mais baixo que Mathion: tinha cerca de 1,80, cabelo castanho escuro, um pouco grande, com um laço de tecido branco amarrado atrás, deixando ele com um pequeno rabo de cavalo, e olhos também castanhos.

Turkon usava uma camisa vermelho escura com detalhes pretos, uma bermuda bege com os mesmos dois bolsos nas laterais, um par de botas longas de couro preto. Era o mais alto entre eles, com cerca de 2,05 e cabelo preto muito curto. Por um erro da genética, ele tinha um olho verde e outro castanho.

—Bom dia, pessoal – disse Mathion.

—Bom dia – responderam os dois amigos e a família de Akrion.

—Onde está sua mãe, Mathion? – Perguntou Akrion, preocupado.

—Em casa discutindo com o Celkiur. Mas já deve estar vindo.

—Ele mencionou seu pai de novo, não é? – adivinhou Turkon.

—Sim, mencionou. Ele disse que meu pai estaria desonrado de ter criado um filho como eu se me visse agora.

—Nossa! Que coisa horrível para se dizer para o próprio irmão – surpreendeu-se a mãe de Akrion.

—Ele nem me considera mais da família. Mal pode esperar para me ver longe daqui.

—Não seja tão sério. – disse o pai de Akrion. - Ele deve estar mais preocupado com isso do que você imagina.

Os três amigos seguraram o riso.

— Eu conheço meu irmão. Ele deve me odiar mais agora do que já odiava.

— Mesmo assim, você escolheu o banimento – disse o pai de Turkon. - Para que a honra de seu irmão continuasse intacta.

—Se fosse só meu irmão eu não me importaria – Mathion estava com uma expressão chateada. - Mas minha mãe também estava nisso, eu escolhi isso por ela.

—Assim como Akrion – disse Kiria, sorrindo.

—Sim... eu acho. – disse Mathion, sorrindo para Kiria e provocando nela uma ponta de vergonha.

Nesse momento, todos ouviram alguém se aproximar, correndo: era a mãe de Mathion, que chegou abraçando-o bem forte.

—Mathion, não suma assim de repente – disse ela, chorando.

—Desculpa, mãe. É que eu não aguentava mais ficar naquela casa, perto do meu irmão.

—Não se preocupe com isso. Mas vocês não conseguem se dar bem nem quando é seu último dia aqui?

—Acho que sim. Mas tudo bem. O importante é que eu estou fazendo isso para pagar a burrice que eu... quer dizer, que nós fizemos. Não é, pessoal?

—É, tem razão – disseram juntos Akrion e Turkon.

— Não se preocupe. Nós cuidaremos do Mathion – afirmou Akrion, sorrindo.

— É isso que eu espero. E não se esqueçam de estarem sempre juntos, não importa o que aconteça.

—Claro!!! – disseram os três ao mesmo tempo, com bastante confiança.

Logo o barulho de um tipo de tambor é tocado, chamando todas as pessoas da vila. Eles se juntaram em volta dos 3 garotos e suas famílias, mas se afastaram depois da chegada do chefe da vila, com suas vestimentas de tecido azul com certos detalhes de madeira preta e um cajado de madeira verde com desenhos em amarelo. O chefe bate a base do cajado no chão, chamando a atenção de todos.

—Olá, povo –disse ele, iniciando um discurso. - Hoje é o dia de tristeza para alguns e de felicidade para outros, porque é hoje que baniremos esses três que se apresentam aqui que foram a causa o acidente que matou um dos membros mais respeitados da nossa guarda, Eroin. Ele não era de uma classe alta entre os guardas, mas tinha um coração puro.

O chefe respirou fundo e continuou.

—Como já são adultos, vocês podem fazer suas próprias escolhas, e, nessa situação, vocês tinham três: continuar aqui, mas com o título de desonra - não só sobre vocês, mas também sobre toda sua família -, 10 anos na prisão da vila sem a possibilidade de visitas por qualquer pessoa sequer, e o banimento, que foi a escolha de vocês. Por bondade minha, decidi dar a vocês suprimentos para uma semana, além de algumas ferramentas úteis como picaretas e machados de pedra, entre outros, embora vocês só precisem de três dias para chegar à vila a leste daqui...

—Pera aí!! –Gritou Mathion, interrompendo o chefe da vila. - Vocês acham que nós iremos sobreviver só se formos para outra vila? Ninguém aqui pensa que podemos sobreviver por nós mesmos na floresta?

O povo em volta começou a dar leves risadas. Algumas crianças simplesmente não aguentaram e riram sem parar, até que o chefe chamou a atenção de todos batendo o cajado no chão.

—Isso foi só uma recomendação – respondeu o chefe. – Enfim, peço para que tenham cuidado. A floresta tem muitos perigos lá, alguns que nem dá para imaginar. Agora, peço ao povo da vila que libere a passagem para o portão.

O povo que estava na frente dos três libera o caminho até o portão, lentamente.

—De agora em diante, vocês não têm mais família aqui e suas famílias não têm mais vocês como membros. Vocês não são mais bem vindos não importa o quanto implorem e também não têm mais a obrigação de nos ajudarem ou me ouvirem. Agora vão.

Os três andavam devagar até a saída com suas cabeças abaixadas quando Akrion viu uma pedra que atinge Mathion bem na cabeça. Ele perde o equilíbrio, mas se levanta rapidamente: por sorte, a pedra não teve força o suficiente para feri-lo gravemente. Só deu uma pequena dor de cabeça.

—Quem foi que jogou? – sussurrou Mathion para os outros dois.

—Foi a esposa do Eroin — respondeu Akrion, em voz baixa.

— Pessoal, o povo em volta tá pegando pedra, será que a gente deve correr? – perguntou Turkon, preocupado.

—Não – disse Mathion, com uma voz baixa, mas firme. - Nós corremos nossas vidas inteiras das bobagens que nós fizemos. Está na hora de pagar por essas bobagens.

—Nossa – disse Turkon surpreso. - Nunca pensei que escutaria isso de você cara.

— Você está certo. – disse Akrion, concordando. - Está na hora de pagarmos.

O povo começou a jogar pedras nos três jovens. Eles não correram nem desviaram: só ficaram andando, recebendo as pedradas. Enquanto isso, Kiria chorava abraçada com seus pais, que também estavam chorando. Ela gritava pedindo para que o povo parasse. A mãe de Mathion ficava com as mãos no rosto, e só se via as lágrimas escorrendo por sua face. Celkiur só ficava com mais ódio do irmão por ver tal fraqueza vindo de Mathion. O pai de Turkon evitava olhar para aquilo com a cabeça abaixada.

Logo o chefe da vila chamou a atenção de todos e eles pararam, mas os três garotos continuaram a andar. Eles não tinham mais que escutar o chefe, então o ignoravam.

— Escutem, eles já estão em uma situação péssima, e vocês querem tornar isso pior. Omeria, eu sei que eles causaram a morte de seu marido, mas isso não é o certo.

— Eu nem sei o que é certo mais! – gritou Omeria. - Mas o que eu sei é que eles merecem a morte e não andarem por aí livres, como se nada tivesse acontecido!

— Eu concordo... – resmungou Celkiur para si mesmo.

— Isso é mais do que parece. Você quer que nosso povo volte às eras selvagens? Eles fizeram sua escolha, é algo que você tem que entender.

— Eles nem ficaram aqui para escutar você defendê-los – disse ela, apontando para o portão. - Você acha mesmo que esse tipo de atitude merece perdão?

CHEGA! – o chefe gritou, projetando sua voz. - Eles não fazem mais parte da vila, e não precisam mais escutar meus discursos ou obedecer minhas ordens, entendeu?

— Está bem... – resmungou ela.

— E todos vocês, voltem às suas rotinas imediatamente!

Todos o escutaram e saíram de perto do portão, voltando às suas vidas cotidianas.

Mathion, Akrion e Turkon pararam perto de uma árvore, meio longe do portão, mas de onde ainda dava para ver a vila. Eles estavam passando curativos por causa das pedradas: algumas deixaram uns machucados feios. Porém, não houve ferimentos mais graves.

— Bem, estou me sentindo melhor – disse Mathion, se levantando. – Então, para que lado nós devemos ir?

— Vamos para o leste? – sugeriu Akrion, sem muita certeza.

— Eu estava falando sério naquela hora que respondi o chefe – disse ele.

— E eu concordo com você – disse Turkon. - Eu realmente acredito que possamos sobreviver por conta própria. Não acha, Akrion?

— Eu não tenho certeza – respondeu ele. - Nós não sabemos nada de sobrevivência.

— A gente se vira – afirmou Mathion, começando a sorrir. - Vamos, galera. Se nos mantivermos unidos, podemos sobreviver até o fim do mundo. Acredite em mim.

Mathion estava sorrindo. Aquele sorriso trazia confiança e conforto para seus amigos. Algo que os fazia respeitarem-no o máximo possível.

— Você está certo! – gritou Akrion. – Então, para que lado?

— Que tal sul? – sugeriu ele.

— Por que o sul? –Turkon perguntou.

— É o lado que o pessoal da vila menos explorou. Se seguirmos reto podemos encontrar alguma coisa. Vocês confiam em mim?

— Está legal, você ganhou. – disse Akrion sorrindo. - Mas é melhor você não nos ferrar dessa vez.

— Isso!! – gritou ele, muito alegre. – E, pessoal, me desculpem por ter ferrado a vida de vocês. Pela primeira vez eu me sinto muito ruim pelo que eu fiz.

—Não bote toda a culpa em si mesmo – disse Turkon. - Nós somos uma equipe: se um falhou todos falhamos. O importante é que estamos juntos.

— É, ele tem razão. Se quisermos sobreviver aqui fora, temos que confiar um no outro. Aliás, foi você que disse isso tudo para a gente, lembra?

— Vocês têm razão! Vamos de uma vez – Mathion estava se sentindo bem melhor, e, juntos, os três seguiram na direção Sul, adentrando cada vez mais a floresta.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido. Qualquer duvida pode me perguntar que eu respondo em menos de uma hora (espero hehehe)mas não se esqueçam de falar qualquer erro que tenha,eu preciso do máximo de suas criticas para melhorar aos poucos. Para os que choraram com o começo não se preocupem a historia vai ficar mais engraçada ou até divertida com o tempo. Muito Obrigado por tudo.