O Pescador e Os Banidos escrita por LoKs22


Capítulo 2
Capitulo 2: Alguém Para Ajuda-los


Notas iniciais do capítulo

Yoo leitores, aqui está esse lindo capitulo perfeitamente arrumado para vocês. Eu gostaria de agradecer ao pessoal da Nyah! Café com o autor, especialmente o Starkiller, que me entrevistaram e fizeram um review dessa historia deem uma olhada no facebook, foi muito legal.
Queria agradecer uma amiga minha que me está me ajudando a melhorar o meu português aos poucos para que essa historia fique cada vez mais perfeita aos olhos de vocês.
Enfim, Aqui está o capitulo. Espero que gostem



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Os três amigos estavam andando na floresta durante o amanhecer do sol. Eles estavam cansados, dois dias de caminhada, quando tentavam fazer um acampamento não passava duas horas que eles eram atacados pelas criaturas da floresta. Por sorte nenhum deles saiu ferido durante as fugas.

—Nossa, mas que sono! – reclamou Mathion. - Não esperava tanto problema aqui fora.

—O que você esperava? – disse Akrion, ironicamente. - Aqui é a floresta: várias criaturas hostis vivem aqui.

—Pelo menos a gente conseguiu fugir de todas elas – afirmou Mathion.

—O que exatamente nos estamos procurando? – perguntou Turkon.

—Eu pensei nisso. Não tem como construirmos nossa nova casa em qualquer lugar. Sinceramente eu nem sei se iremos conseguir fazer uma casa nós mesmos, então vamos procurar ruínas, casas abandonadas, cavernas pequenas... esse tipo de coisa.

—É, mas essa não é a única coisa. – disse Akrion. - Precisamos achar água. Não sei quanto tempo a das nossas garrafas ainda vai durar.

—Tem razão – concordou Mathion. - Então precisamos de um lugar com água, como um rio, talvez uma praia, ou quem sabe...

—Um lago? – Disse Turkon interrompendo o amigo.

—Isso aí.

—Não, eu to falando sério, tem um lago ali na direita – Turkon apontou para a direção, onde dava para ver, entre as árvores, um lago enorme brilhando na luz do sol da manhã.

—Sabia que íamos encontrar alguma coisa cedo ou tarde! – disse Mathion correndo para o lago junto aos outros - E você desconfiou do meu instinto.

—É, foi mal. – Akrion se desculpou. - Bem, mas ainda precisamos de um lugar para ficar.

Quando os jovens atravessaram as árvores, viram o resto do lago. Correram direto para ele para reencher as garrafas. Logo depois, os três olharam em volta. Viram mais à direita uma cabana bem ao longe e foram andando até lá.

— Akrion, agora fala que precisamos de um lobo voador, amigável, que tenha o pelo da cor de um arco-íris – disse Mathion com um sorriso, apoiando seu braço no amigo. Eles começaram a rir.

A casa era totalmente de madeira bem simples, mas com vários problemas. Algumas janelas quebradas, buracos nas paredes, não tinha uma porta. O interior era bem simples, dividido em 5 cômodos. Três eram quartos pequenos, cada um só tinha uma escrivaninha junto a uma janela quebrada que mostrava a floresta. O outro era a sala, com 4 cadeiras inteiras colocadas no canto dela, com duas janelas que mostravam o lago, e a última tinha uma prateleira vazia com uma janela que também mostrava o lago

—Nossa, essa casa está toda velha e destruída – reclamou Akrion. - Como vamos viver nisso?

—Não se preocupe. – disse Mathion, tentando acalmar o amigo. - Só precisamos consertar aos poucos e aí nos....

—Pessoal, essa casa tem um buraco no teto! – disse Turkon interrompendo Mathion.

—Ok, isso é um problema. – afirmou ele. - Mas, talvez, se fizermos uma escada com alguns pedaços de madeira, podemos ir lá em cima e cobrir com alguma coisa, sei lá.

—Isso é uma boa ideia, mas também precisamos de consertar as paredes, as janelas e.... olha pelo menos o chão não parece ter problemas.

—Isso é bom. – disse Mathion - Não precisamos mais nos preocupar com pedras e outras coisas incomodando a gente enquanto dormirmos, não é?

Os dois amigos mexem a cabeça concordando.

—Resolvemos esse tipo de coisa depois. – continuou ele. - Primeiro vamos arrumar as mochilas e preparar um pouco de comida.

Os três amigos começaram a arrumar as suas camas dentro da casa e prepararam uma fogueira atrás dela, que tinha também um cerco velho e quebrado, provavelmente para servir como um quintal. Eles comeram um pouco de frutas e pedaços de galinha assada. É bem provável que foi por isso que eles eram tão caçados.

—Nós estamos ficando sem carne – disse Akrion.

—Usamos a maior parte para fugir dos animais selvagens, não é?

—Não se preocupem, é só nos vivermos de frutas da floresta por um tempo – disse Mathion, muito positivo – Olha, tem algumas maçãs naquela árvore ali.

—Pegamos elas depois. – disse Akrion - Agora nós temos que contar o que sobrou dos nossos suprimentos.

—Enquanto você faz isso, eu e o Turkon iremos pegar um pouco de pedra e madeira para usarmos depois.

Os três ficaram algumas horas arrumando seus suprimentos, pegando algumas pedras e madeiras pelo chão. Isso não demorou muito, eles terminaram pouco depois, e, como ainda era manhã, eles decidiram descansar um pouco dentro da casa.

—Pessoal? – disse Mathion chamando a atenção dos outros dois - Alguma ideia de como vamos concertar essa casa?

—Nós não sabemos nada de construção, muito menos de conserto... – disse Akrion.

—Poderíamos perguntar para alguém.

—Quem? – perguntou ele. - Não é como se fosse aparecer alguém do nada com tempo disponível para ajudar três jovens sem nenhuma experiência em sobrevivência.

—Que tal aquele velho que está chegando agora e indo para o lago? – sugeriu Turkon, que viu o velho pela janela.

—Errr.... Como é que é?! – Akrion ficou surpreso. Os três se debruçaram na janela.

Eles viram um homem velho com uma longa barba preta e algumas partes grisalhas, um chapéu de palha, carregando um cesto enorme e vazio nas costas, uma vara de pescar de madeira com uma linha em volta, um galho amarrado e um anzol na ponta dela. O velho se vestia de uma forma bem colorida e um pouco desgastada: usava uma camiseta sem mangas vermelha, uma bermuda azul clara e um par de sandálias de madeira.

De repente, Mathion segurou Akrion pelos ombros.

—Agora fala que precisamos de um lobo voador! Vamos, fale!! – disse ele, balançando Akrion.

—Calma aí! – disse ele se soltando do Mathion. - Ainda precisamos saber se ele é confiável.

—Olha para ele – Mathion apontou para o velho pela janela, que estava pescando. - Ele é a coisa menos mortal que encontramos desde que saímos.

—Não podemos ser tão ingênuos como éramos quando crianças! Não concorda, Turkon?

Quando os dois olham, Turkon estava dormindo em sua cama.

—Como ele dormiu tão rápido? – perguntou Akrion a si mesmo.

—Eu vou lá conversar com ele. Não se preocupe, mamãe – disse Mathion, debochando do amigo.

—Ok, vai logo. – respondeu ele, um pouco irritado.

Mathion ficou um pouco nervoso. No meio do caminho, ele começou a andar de mansinho. Ele olhava para o velho, que continuava parado, olhando para o horizonte sem ter pescado nada ainda.

—Não é uma linda paisagem? – disse o velho que continuava olhando para o horizonte.

Mathion se assustou e sentiu um calafrio passando por todo corpo.

—Errr.... Você está falando comigo? – perguntou ele.

—É logico que estou falando com você, garoto.

—Você me notou? Quando?

—Eu sou velho, não cego, garoto. Notei você desde de que saiu da cabana.

—Ela é sua? – disse Mathion, que se aproximou de uma forma mais calma, para pescador.

—Aquela casa velha?! Não, não. Eu moro mais longe.

—Entendo... – Mathion ficou parado em pé, coçando a cabeça.

—Não vai responder minha pergunta?

—Como?

—A paisagem, o que você acha dela?

—Ah bem....

Mathion olhou para o lago e viu algo que não tinha notado quando tinha chegado: a linda visão sobre o sol refletindo na água, um pouco da floresta que cobria envolta do lago e pássaros voando sobre o mesmo. Era simples, mas lindo o suficiente para deixar os olhos dele encantados.

—É mesmo bem bonito.

—Eu venho aqui todos os dias e sempre me encanto com isso.

—Sério?! Você vem aqui todos os dias?

—E fico aqui o dia todo. Não tem nada nem ninguém me esperando em casa.

—Então todo dia você vem aqui com esse cesto e essa vara de pescar e fica pescando até o anoitecer?

—Sim, depois eu volto para casa.

—Durante a noite?

—Eu coloquei pontos de referência na floresta que me levam direto para casa.

—Espero que você não ache que eu esteja querendo saber demais da sua vida, mas como é sua casa?

—Lá é muito pequeno... eu a construí para apenas uma pessoa viver nela.

—Então você sabe construir casa e concertar também, não é?

—Sim. Por quê?

—É que eu e meus amigos estamos tentando arrumar aquela cabana velha para morar nela, e...

—E você quer que eu te ajude a concertar ela, não é isso?

—Sim, isso mesmo.

—Bem, por que não? Eu consegui construir a minha casa sozinho e ela não é muito diferente disso aí. Só um pouco menor e menos destruída.

—Ok, eu vou chamar meus amigos!

Mathion então faz um sinal de longe, chamando os outros dois.

Quando os dois chegaram, Mathion começou as apresentações.

—Bem, senhor pescador, esses são Akrion e Turkon – disse ele, apontando para cada um enquanto falava.

—Oi – disse Turkon, um pouco cansado.

—Olá, senhor – disse Akrion.

—E eu sou Mathion, prazer em te conhecer – Ele e o pescador fazem um aperto de mão - Ah é, eu esqueci de perguntar seu nome.

—Meu nome é Mirior.

—Hmmmm... prefiro te chamar de Pescador, se não se importar.

—Mathion! Isso é falta de respeito – disse Akrion.

—Não, não! Pode me chamar de Pescador, mesmo. Acredite, vocês não são os primeiros a me chamarem assim.

—Ok... então, por onde começamos? – Perguntou Mathion.

—Não se apresse. Eu vou dar uma olhada na cabana e depois falo para vocês o que fazer.

Os três veem o velho pescador analisar cada parte da casa, parede, janelas, buracos e tudo mais.

—Nossa... faz tempo que não entro aqui – disse o Pescador. - Não imaginei que estivesse tão destruído assim.

—Mas dá para consertar? – perguntou Mathion.

—Sim, mas vou precisar da ajuda de vocês. Uma das coisas que vamos usar muito é madeira e fibras. Vocês conseguem?

—Turkon pode coletar a madeira, ele é o mais forte aqui – disse Mathion.

—Sim, mas sozinho vai demorar muito –Afirmou ele.

—Eu te ajudo! Enquanto isso, Akrion vai atrás das fibras, seja lá o que isso for.

—É um material fino que é pego de algumas plantas para fazer cordas, linhas e outras coisas do tipo – disse o pescador.

—Eu sei o que é – disse Akrion - Meu pai me ensinou uma vez, mas eu nunca fiz muito isso.

—Entendo, coletem o máximo que puderem e deixem guardado dentro da casa. Não se preocupem com comida, eu vou pescar um pouco para vocês.

—Ok, obrigado pela ajuda.

—Não agradeçam ainda. Vamos, não fiquem parados!

Os três fizeram o que o pescador pediu. Akrion pegou dezenas de fibras, enquanto os outros dois cortaram algumas árvores pequenas que tinha em volta. Eles demoravam mais por causa das ferramentas de pedra que receberam do banimento: elas eram fracas e demoravam para cortar.

Já era o pôr do sol e os três estavam cansados depois de tanta coisa que tiveram que fazer. O Pescador fez peixe assado para eles, e comeram quase tudo de uma vez. Quando tudo ficou mais calmo, eles começaram a conversar em volta da fogueira.

—Uau! Vocês fizeram bastante progresso, em um dia – disse o pescador, impressionado.

—Você acha que com isso poderemos concertar a casa por completo? – perguntou Mathion.

—Bem, tirando as janelas, sim, acho que dá para concertar.

—Issooo!! – disse Mathion animado.

—Ei, vocês por acaso plantaram as sementes das árvores em outro lugar depois que as cortaram?

—Não – respondeu Turkon. - Por quê?

—É melhor plantarem. – respondeu ele - Os Espíritos da Natureza Selvagem não gostam quando cortam suas árvores sem plantarem mais em troca.

—Nunca ouvi falar – disse Mathion.

—Eu já ouvi falar que existem vários tipos de espíritos e que representam vários elementos diferentes da natureza, mas nunca ouvi falar desse tipo.

—Bem, eles são o que o nome diz. Alguns também os chamam de vingança da natureza sobre o homem. Existe até um conto pouco conhecido sobre eles... querem que eu conte?

—Claro!! – disse Mathion, todo animado com a ideia. - Adoro escutar historias em volta da fogueira.

—É! Pode contar, Pescador.

—É mais ou menos assim “Existia um pequeno povoado bem ao norte. O povo de lá era forte e inteligente. Esse povo começou a crescer com o tempo e cresceu muito, muito mesmo. O problema era que tudo deles usava madeira. Eles usavam tanta madeira que era impossível replantar o que eles destruíram em árvores. Eles também caçavam todos os animais, sem parar. Houve uma época em que eles começaram a evoluir usando pedras e metal encontrados em montanhas, mas não era o suficiente. Foi aí que veio o inverno da vingança. Eles começaram a queimar toda a madeira para se aquecerem. As casas, mobília, brinquedos, tudo... até começaram a cortar e queimar os muros de madeira. Eles tentavam substituir tudo por pedra e metal, mas a falta de comida deixou eles fracos demais para construir. Foi poucos dias depois que veio o dia em que os Espíritos da Natureza Selvagens surgiram. Eles atacaram o vilarejo sem dó nem piedade. O povo não conseguia se defender direito por causa da fome e do frio; até os jovens e inocentes não foram perdoados pelos erros de seus ancestrais. Todos os humanos morreram e os espíritos se sacrificaram para trazer de volta aquela área em sua verdadeira beleza, fazendo com que novas árvores surgissem junto aos animais. No final, aquele lugar voltou a ser a bela floresta que um dia foi.”

—Olha, que historia INCRÍVEL!!! – gritou Mathion, impressionado.

—Só uma pergunta – disse Akrion. - Por que o povo dessa vila não fugiu quando viram que o inverno estava acabando com eles?

—Eles eram orgulhosos. Achavam que conseguiriam vencer aquele inverno, e quando viram que não era possível... era tarde demais.

—Entendo... Vou lembrar os dois aqui a plantarem as sementes das arvores amanhã.

—Ótimo – disse o Pescador - Bem, eu vou andando para casa.

—Mas já é de noite! tem certeza? – disse Akrion, um pouco preocupado.

—Ele me disse que, no caminho, tem pontos de referência que o levam direto para casa.

—Isso mesmo. Até amanhã.

—Até mais, Pescador – disseram os três amigos em sincronia.

O Pescador então entrou na mata escura, até que não podia ser mais visto pelos garotos. Os três decidiram dormir sobre a luz das estrelas, quando Mathion olhou para o lago.

—Pessoal, o reflexo do lago não faz parecer que estamos estre dois céus estrelados? –perguntou ele.

—Nossa parece mesmo! – disse Akrion surpreso - É muito bonito.

—É... tivemos sorte de encontrar um lugar desses.

—E de encontrar alguém para nos ajudar.

—Ah, é! Falando nele, me pergunto: como ele sabe falar nossa língua tão fluentemente?

—Como assim?

—Tipo, até aquela vila próxima da nossa tem dificuldade de falar a nossa língua direito! Como ele fala tão bem?

—Que tal perguntarmos para ele amanhã?

—É, Akrion! Deixa isso para amanhã eu estou com sono.

—Ok, ok.

Os três amigos foram dormir e, pela primeira vez desde que foram banidos, tiveram uma noite tranquila e serena. Todos dormiam calmos e com um sorriso no rosto, ansiosos para o dia de amanhã.


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Notas finais do capítulo

Yoo leitores, gostaram do capitulo? Espero que sim. Enfim, dessa vez eu detalhei um pouco mais os cenários (algo que não fiz muito no primeiro capitulo) e dessa vez eu não vou falar quando (provavelmente) vai ter o próximo capitulo, nem eu sei quando vou ter tempo para escrever quando acabar as ferias. Não se esqueçam de comentar, caso tenha algo que tenham gostado muito ou só para perguntar mesmo, eu não ligo. (lembrando que você não é obrigado). Até a Próxima. ;)



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