Apenas Um Olhar escrita por Mi Freire


Capítulo 7
Um pequeno surto.




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Tive uma semana difícil.

Agora que eu sabia da existência Carlos, as coisas sem ele por perto pareciam tão sem graça, tão sem forma e sem cor. Minha vida não era mais como antes. Na verdade, eu nem lembrava mais como era a minha vida antes dele aparecer nela.

Para minha sorte, ele parecia sentir exatamente a mesma coisa, mesmo estando a quilômetros de distância de mim.

Carlos me ligou todos os dias da semana, praticamente todas as horas livres do seu dia. Conversamos também pela internet. Eu deixava de fazer qualquer coisa para falar com ele. Até mesmo os meus livros que eram tão preciosos para mim. Só de ouvir a voz dele, eu me sentia completamente renovada.

Apesar de nunca ter vivido uma experiência igual a essa, eu já tinha a plena consciência do quanto os namoros a distância eram difíceis. Eu já tinha lido muito sobre isso nos meus livros de romance, mas pra ser sincera, na vida real, fora da ficção, as coisas eram duzentas vezes piores e mais complicadas. Principalmente quando se há muito sentimento envolvido.

Sim, no começo eu tive muito medo de abrir meu coração e de expor meus sentimentos. Mas as coisas que ele me disse e o que elas me fizeram sentir mudou tudo. Desde que eu criei coragem de dizer “sim, eu estou completamente apaixonada por você” tenho revelado cada vez mais tudo que sinto, sem medos, sem receios.

Não canso de dizer o quanto eu sinto a falta dele, o quanto eu gostaria que ele estivesse aqui, o quanto eu penso nele ou o quanto estou apaixonada e envolvida. Eu, Melissa Borges, nunca fui tão aberta com alguém, nem mesmo com a minha irmã ou minha melhor amiga. Com o Carlos é tudo tão diferente, tudo tão novo.

Por falar nelas... Juliana tem me enchido o saco cada vez mais. Tirando sarro de mim por finalmente ter me apaixonado, ainda mais por um homem que qualquer garota sonha em ter. Já a Alícia está distante e está fria. Ela não é a mesma de antes.

Será que é ciúmes? Ou inveja? Bom, eu não sei. Daria tudo para saber o que se passa na cabecinha maluca dela. Mas se ela não quer mais conversar comigo ou ser a minha amiga.... Não tem importância também. Não vou ficar me rastejando por ninguém. Não agora, que estou completamente envolvida com o homem mais maravilhoso de todos.

Não posso fazer nada se ela não entende o meu lado. Até parece que nunca esteve tão cega de amores por ninguém.

Acho que todo mundo passa por isso pelo menos uma vez na vida. E se você ainda não passou.... Eu sugiro que se prepare. Porque tudo acontecerá no tempo certo, quando você menos esperar. E de repente você vai ser ver outra pessoa.

Meu irmão, Augusto, voltou para a escola. Suas férias chegaram ao fim. E eu volto a leva-la para a escola e só depois vou para o trabalho. Mas ele continua sem falar comigo. Continua emburrado e mal-humorado. E isso é só comigo. O que é bem estranho e nem adianta perguntar o que aconteceu, porque ele é bastante rude e grosseiro. Acho que isso é só uma fase difícil.

Não há outra explicação.

— Fica tranquila, meu amor. – Carlos diz ao telefone, todo carinhoso comigo. — Isso logo vai passar, você vai ver. Ele só está com raiva de mim. Acho que ele se sente ameaçado. Talvez ele pense que vou roubar de vez a irmãzinha predileta dele.

— E você vai? – não consigo segurar o riso.

— Ah, sim. – ele ri também, enchendo meu peito de alegria. — Com certeza eu vou. A não ser que você não queira...

— Eu com certeza quero.

Continuamos a conversar, até que enfim eu chego em casa e resolvo desligar. Tomo um banho, troco de roupa e como alguma coisinha. Resolvo uns problemas do trabalho e depois mergulho no livro que estou lendo atualmente, O céu está em todo lugar, da Jandy Nelson.

— Quem você pensa que é? – Juliana entra no quarto gritando. Igor, seu namorado, vem logo atrás. — Você não pode falar assim comigo! Você não manda em mim, entendeu?

— Juliana, por favor, para de gritar. Me deixa falar...

Estou abismada e com medo. Juliana está vermelha de raiva e eu sei que quando ela está assim, algo de muito ruim está prestes a acontecer. Então, não demora muito para o primeiro objeto voar em direção a parede e se estraçalhar no chão.

O porta-retratos que eu ganhei de aniversário.

— Ei, não. Parem já com isso. Pelo amor de Deus! – grito mais alto que consigo, mas não parece o bastante. — Juliana, por favor, não quebre mais nada. Por favor. Ou então briguem em outro lugar.

Mas ela não me escuta e continua xingando tudo e falando palavrão que até então eu desconhecia. Por um momento acho que ela vai voar em cima do Igor e apertar o pescoço dele até ele perder totalmente o ar e cair feito pedra no chão, morto.

— Vocês ficaram loucos? – mamãe aparece para dar um basta naquilo. — Dá para ouvir o grito de vocês da pousada!

A mamãe é a única capaz de fazer a minha irmã parar e ouvir. Meu irmão, que até então estava trancando no quarto jogando videogame, aparece de uma hora para outra para assistir de perto a grande briga. Ele parece se divertir com a cena.

Saio de fininho com o meu livro e celular em mãos e deixo eles resolverem sozinhos aquela grande confusão. Sento-me em um banquinho no quintal, com Paçoca e Chantilly pulando em volta de mim, e resolvo ligar para o Carlos e contar tudo que aconteceu.

Como sempre, ele se diverte com as loucuras da minha irmã.

— Desculpe, querida. Eu adoraria ficar conversando mais com você, mas eu preciso desligar agora e resolver uns problemas.

Já é noite quando nos despedimos e assim que desligo o celular, entro na cozinha para tomar um copo de água.

Mamãe já está preparando o jantar.

— O que houve lá em cima, hein? – pergunto, curiosa.

— Não sei.... Pelo pouco que entendi o Igor disse alguma coisa que sua irmã não gostou e ela não pensou duas vezes em começar a gritar e fazer um escândalo. – mamãe suspira. — Mas já passou, assim espero. Eles estão lá em cima, conversando.

Dou risada, depositando meu copo vazio sobre a pia.

— Ainda acho que isso tudo vai dar em casamento.

Ajudo a mamãe a preparar o resto do jantar. Corto a salada, os tomates e cebola e aproveito para fazer um suco fresco de laranja.

Vinte minutos depois, Juliana e Igor descem, mais felizes do que nunca, como se nada tivesse acontecido. Papai e Augusto vêm logo atrás e todos nos reunimos a mesa para o jantar.

Antes de subir para o quarto, termino de ler mais um capítulo. Estou amando esse livro! Ele é tão amorzinho. Do jeitinho que eu gosto, ainda mais agora que estou nessa fase colorida da minha vida, onde tudo parece surreal, como na ficção.

Na manhã seguinte, já no trabalho, Alicia aparece correndo na biblioteca. Eu estava organizando algumas prateleiras, tirando o pó de tudo, por falta do que fazer. Até ela aparecer...

— Desculpa interromper assim o seu trabalho. – diz ela, muito séria. — Mas eu preciso que você tome conta da minha turma, pode ser? Eu preciso sair. Aconteceu alguma coisa com o Bruno...

Pela cara dela, aconteceu algo muito ruim.

— Aconteceu alguma coisa grave?

— Não sei. – vejo que ela está desesperada, pelo menos por dentro, mas não quer deixar isso transparecer por fora. — Eu vou até o hospital saber o que houve.

— O.K. Vai lá. – levanto-me do chão. Penso em lhe dar um abraço e dizer que vai ficar tudo bem, mas como não estamos muito próximas ultimamente, talvez seja uma má ideia. — Eu tomo conta da sua turma pelo tempo que precisar. E por favor, me ligue mais tarde para dar informações.

Ela apenas assente e sai correndo.

Tomo conta da turma da Alícia até o final do turno. As crianças adoram a Professora Alícia e ficam preocupadas por ela ter saído sem dizer muita coisa de uma hora para outra. Então, para distrai-las, eu preparo uma atividade mais interativa e descontraída.

Alícia não liga para dar notícias, eu até evito ficar falando com o Carlos durante muito tempo para não a impedir de entrar em contanto, a qualquer minuto. Fico preocupada e resolvo ligar para ela, mas como já era de se esperar, ela não me atende.

No outro dia ela não aparece no trabalho. E ninguém tem informações sobre o que aconteceu com ela. Seria uma honra ficar cuidado de sua turma outra vez, mas infelizmente arrumaram uma professora substituta para ficar em seu lugar durante sua ausência.

Penso em ir na casa dela depois do trabalho, mas então penso que talvez ela não queria que eu saiba de nada ou muito menos a minha companhia e eu não quero bancar a chata inconveniente.

— Agora chega de notícias ruins. – diz o Carlos, animado. Após eu ter contado toda a situação para ele. Carlos era meu mais novo melhor amigo e confidente. Eu não queria esconder nada dele e nem deixa-lo de fora dos detalhes da minha vida e esperava o mesmo vindo dele. — Eu tenho uma surpresa para você.

— Uma surpresa? Ah, então me diz logo o que é!

— Nem pensar! Se não deixa de ser surpresa.

Tentei terminar de ler o livro que eu estava lendo atualmente, mas acabei pegando no sono e acordei com minha irmã me sacudindo.

— Ju, o que foi? Aconteceu alguma coisa? A Alícia por acaso me ligou? Ou apareceu por aqui procurando por mim?

Tento-me sentar na cama, meio grogue de sono.

— Alícia? – ela franze o cenho. — Não! Não é isso. Eu só queria te convidar para sair. Vamos, vai ser legal. Você só lê, dorme e vive sonhando acordado com o Carlos.

— Eu não quero sair! – faço uma careta. — Não acredito que você me acordou pra isso. Eu estava tendo um sonho tão bom...

— Ah, para com isso, Mel. – Juliana coloca a mão na cintura para parecer mais durona. — Hoje é sexta-feira! Vamos, vai ser divertido. As meninas vão também! Pelo amor de Deus, sai um pouco de casa. O Carlos com certeza não ia gostar de te ver assim...

Pensei por um momento.... Afinal, o que eu tinha a perder?

Eu não estava fazendo nada de mais.

E há um bom tempo eu não me divertia.

Nós arrumamos rapidinho para não nos atrasarmos. Ainda eram sete da noite. Eu vesti um vestidinho preto soltinho e umas botinhas marrons de cano baixo. Juliana optou por um shortinho rasgadinho, uma blusinha mais solta e saltos altos.

Uma de suas amigas veio nos buscar de carro.

Não imaginei que iriamos a uma boate. Eu pensava que iriamos a um barzinho, uma lanchonete, uma sorveteria. Mas não há uma boate lotada com a música alta de estourar os ouvidos.

Juliana me arrastou direto para o bar nos fundos e foi logo pedindo nossos drinques sem nem me deixar escolher. O nome era bem esquisito, mas até o que sabor era bom, bem docinho. Depois ela me arrastou para o pavimento superior, onde tínhamos uma vista privilegiada de toda a boate escura com suas luzes fluorescentes e onde o resto suas amigas nos esperavam.

Fiquei um lado, para variar, apenas ouvindo elas fofocarem sem parar. Falando sobre os homens ou sobre a roupa e os cabelos das outras garotas. Um garçom se aproximou com uma bandeja cheia de bebidas que elas pegaram e me ofereceram uma.

Em menos de dez minutos, eu estava lá em baixo, no meio daquela gente toda, dançando como nunca dancei na vida. E sabe do melhor? Eu nem precisava saber dançar bem - o que era o caso - porque ninguém se importava. Era só balançar o corpo ao ritmo da música.

Eu estava tão empolgada com a minha dança esquisita, que nem percebi quando as meninas sumiram de vista. Quando olhei para os lados elas já não estavam mais lá. Mas eu nem me importei, porque é claro que já estava um pouquinho bêbada. Ou muito bêbada! Estava convicta de que elas logo me encontrariam.

Então, continue dançando. Até que um rapaz se aproximou de mim. Ele era forte e alto. E tinha os cabelos arrepiados e até que seu sorriso era bem bonitinho e charmoso. Ele disse algo no meu ouvido, mas eu não entendi nada, então apenas dei risada.

Acho que ele deve ter entendido errado, porque só foi eu rir para ele pegar no meu braço e me arrastar para longe dali.

Mas para minha sorte, no meio do caminho, nos esbarramos com a minha irmã. Ela olhou surpresa para mim.

— Ufa, enfim te achei. – só depois ela se deu conta que um rapaz estava me segurando pelo braço. Ela olhou feio para ele. — Ei, tire suas garras da minha irmã! – ela fez cara feia para ele.

O rapaz se afastou, com o rabo entre as pernas.

Qualquer um sentiria medo da minha irmã e da cara que ela faz quando está furiosa. Na época do colégio, apesar de eu ser alguns minutos mais velha, Juliana por ser mais durona e sagaz, sempre me protegeu de tudo e todos.

— Chega por hoje. Vamos para casa! – disse ela, determinada.

Eu quase protestei, queria muito ficar.

Estava tão divertido!

— Você ficou doida? – ela brigou comigo, assim que saímos da boate e estávamos longe da música alta. Agora sim eu podia ouvir melhor e compreende-la mais. — Aquele cara ia fazer picadinho de você.

— Não entendo. – digo, confusa. Por um momento eu quase dou de cara no chão, ao tropeçar nos meus próprios pés. E olha que eu nem estava de salto. — Ele parecia tão legal. Acho que só queria conversar...

— Melissa! Você tá bêbada, né? – ela me olhava com indignação, como se não me reconhece. E eu só queria rir de tudo, principalmente da carinha dela. — Não foi uma boa ideia de trazer aqui.

Estávamos quase chegando em casa, quando sinto meu celular vibrar e tocar dentro da pequena bolsinha pendura em meu ombro.

— Amor? Amor! Que bom ouvir você. – nem sei se é o Carlos, mas quem mais poderia ser? — Eu estava morrendo de saudade...

Carlos diz algo. Ele parece preocupado e curioso. Mas sinceramente, não entendo nada com nada. Não consigo raciocinar direito. De repente tudo em volta começou a girar.

— Ai, acho que vou vomitar.

Imediatamente, Juliana arranca o celular das minhas mãos. Só dá tempo de me inclinar para baixo e vomitar na rua.

— Desculpa, Carlos. Ela não está muito legal. Acho melhor você ligar amanhã. Eu vou cuidar dela agora.

Juliana praticamente me leva para casa nos braços. Já é tarde e estão todos dormindo. Ela pede para eu não fazer barulho.

Ao me deitar na minha cama, ela tira minhas botas.

Eu me viro para o lado. Eu só quero tirar um cochilo.

— Você se sente melhor agora? Não vai vomitar de novo, ou vai? Se você vomitar aqui no quarto a mamãe vai nos matar!

Não ouço mais nada. E tudo apaga.

Acordo no sábado morrendo de dor de cabeça. São quase uma hora da tarde. Me sinto péssima e ao me lembrar vagamente da noite de ontem só me sinto ainda pior.

Eu jurei que nunca mais iria beber assim, mas eu falhei.

Após tomar um banho, escovar os dentes e vestir uma roupa mais leve e confortável, desço para tomar um remédio e comer alguma coisa.

Augusto está na sala, assistindo desenho animado. Não vejo Juliana por nenhuma parte. Pergunto a ele onde estão todos, mas ele me ignora, sem tirar os olhos da televisão. Na cozinha, encontro um bilhete grudado na geladeira, dizendo que mamãe e papai saíram para fazer comprar, mas deixaram frango assado no forno.

Depois de comer um pouco e tomar um remédio, sento-me no sol, lá fora no quintal. Fecho meus olhos por um momento. Perco o sentido das coisas. Ou talvez eu tenha pegado no sono. E quando ouço um barulho na porta dos fundos, rapidamente me desperto.

Não acredito no que vejo.

É o Carlos.

— Melissa! – ele corre em minhas direção. Levanto-me e ele me abraça apertado de um jeito quase sufocador. — Eu estava tão preocupado! Aonde você se meteu ontem à noite?

Entramos em casa, sirvo suco para ele e nos sentamos na mesa da cozinha, e então conto a história para ele.

— Você foi a uma boate? E você dançou e bebeu? – ele parece abismado.

— Sim, e também vomitei na rua. - dou risada. — Mas...

Ele bate os punhos sobre a madeira velha da mesa, fazendo um barulho alto. Me calo no mesmo instante, assustada.

— Você não podia ter feito isso comigo. – grita ele, parecendo muito bravo. Ele me olha de um jeito penetrante, quase perturbador.

Não se parece nada com ele, com o Carlos carinhoso, romântico, doce e gentil que ele costumava ser comigo.

— Ei, acalma-se. Já passou. Eu estou bem! Você não precisa falar assim comigo e nem agir feito um idiota.

Ele me olha por uns dez segundos e então a ficha cai.

— Me desculpe, meu amor. – ele coloca sua mão sobre a minha. — Eu não queria te assustar e nem surtar! É só que.... Eu fiquei apavorado, com medo que algo muito ruim tivesse acontecido com você e você não me ligou depois, então mil e uma coisas ruins passaram pela minha cabeça. Por isso eu vim correndo para cá.

Agora eu entendia tudo: era preocupação comigo.

— Você é tão fofo! Nem acredito que deixou tudo para trás para vir aqui até aqui só para ver se eu estava bem.

— Eu faria qualquer coisa por você, Mel.

Nós nos beijamos.

— Mas então.... Qual era a surpresa? Pode me contar agora? Não pense que eu esqueci. – eu ri, ele também.

Tudo estava calmo outra vez.

— Na verdade – ele sorriu. — Eu viria para cá esse final de semana de qualquer jeito. Essa era a surpresa. Eu iria vir sem avisar e te pegar desprevenida. Mas aí eu te liguei ontem à noite e você estava esquisita, falando de um jeito estranho.... Eu fiquei todo preocupado e vim o mais rápido que pude. Acho que estraguei tudo... Me desculpe... Não era bem assim que eu queria que acontecesse...

— Não. Não! Você não estragou nada. – eu sorri, segurando firme a mão dele. Adorando sentir aquele calor. Eu estava com muita saudade disso. — Fui quem estragou tudo. Eu não deveria ter saído ontem à noite e nem ter bebido naquele jeito.... Eu deveria ter ficado em casa, lendo e esperando você aparecer e me surpreender.

— Mel. – ele me olhou de um jeito sério. — Por favor, me prometa que não vai me dar um susto daquele de novo...

— Eu prometo, querido. Eu prometo! – toquei o rosto dele e me inclinei para beija-lo e sentir a macies de seus lábios outra vez.

— Gostou da surpresa? – ele sussurrou, assim que me afastei.

— Eu adorei! Estava morrendo de saudade de você.


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