Apenas Um Olhar escrita por Mi Freire


Capítulo 6
Completamente apaixonada.


Notas iniciais do capítulo

Apesar de ainda ter poucos leitores, estou muito empolgada com a história. Tenho capítulos prontos para o mês todo! Estou aproveitando ao máximo minha ultima semana de férias. Pena que está acabando. Não estou preparada psicologicamente hahaha



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Carlos ficou em Niterói durante duas semanas e confesso que foram as duas semanas mais intensas da minha vida.

Essas duas semanas passaram muito rápido, mas tive a chance de conhece-lo um pouquinho melhor e me convencer do obvio e do que já estava claro para todo mundo: eu estava apaixonada.

Depois daquela conversa ao telefone quando eu mostrei a ele todas as minhas inseguranças, Carlos passou a me tratar ainda melhor, como se quisesse provar a todo instante que ele falava sério quando dizia que tinha como gostado de mim como nunca antes.

No dia seguinte ao telefonema, ele novamente foi me buscar no trabalho e nós fomos almoçar juntos.

Aquela tarde Carlos me falou mais detalhamento sobre o seu trabalho, que era o que ele mais gostava de fazer. Percebi que ele era um homem bastante objetivo, centrado, inteligente e focado.

Depois do almoço nós saímos para caminhar. Foi quando ele segurou a minha mão durante todo o tempo, sem nunca soltar, e me disse que era uma sensação boa de estabilidade.

— Ao seu lado eu me sinto no lugar certo. – disse ele, quando paramos em frente a pousada, no comecinho daquela noite.

Ele não me beijou quando nos despedimos minutos depois, acho que ele queria conquistar ainda mais a minha confiança.

No outro dia, durante a minha pausa, ele me ligou e ficamos conversando por um bom tempo.

Eu sempre gostava quando ele me surpreendia.

— Olha só para você! – Alícia zombou, rindo de mim. — Você não para de sorrir. Acho que nunca te vi assim antes.

Carlos não me ligou mais aquele dia e nem foi me buscar no trabalho. Eu estava começando a ficar mal-acostumada. Mas imaginei que ele estaria muito ocupado com o seu trabalho.

Eu estava terminando de ler mais um livro naquela noite, depois de ter tomado um banho e colocado uma roupa mais leve, enquanto minha irmã e meu irmão discutiam para ver em seria o próximo a entrar no banheiro, quando a mamãe gritou:

— Mel, tem visita para você.

Logo eu pensei: só pode ser ele. Deixei o livro de lado, calcei os chinelos e soltei os cabelos. Antes de descer dei uma olhada rápida no espelho. Eu não era tão vaidosa quanto a minha irmã, mas gostava quando o Carlos dizia que eu estava bonita, mesmo quando eu não estava muito arrumada como naquele dia.

Ele estava lá fora, esperando por mim. Abriu um largo sorriso quando me viu. Eu fiquei na porta, um pouco acanhada. Ainda não sabia muito bem como agir diante dele. Então ele veio até mim e me deu um abraço apertado, depois um beijo apaixonado.

— Nossa, eu senti muito a sua falta hoje. – disse ele, com a mão no meu rosto. — Passei o dia todo pensando em você.

Apesar da insistência da mamãe para entrarmos e tomarmos um café ou comer alguma coisa, eu e o Carlos preferimos ficar ali fora mesmo, onde teríamos mais privacidade.

Conversamos e trocamos carinhos.

— Desculpa não poder ficar um pouco, mas é que eu tenho um jantar muito importante de negócios. – ele beijou a minha mão e se foi, prometendo me ligar assim que pudesse.

Mesmo durante o jantar, Juliana não parava de me constranger diante de todos. Ela ficava perguntando sem parar sobre mim e sobre o Carlos. A mamãe parecia gostar que eu me abrisse um pouco mais. Já que eu raramente falava sobre meus sentimentos. Já o meu irmão e o papai não pareciam nenhum pouco à vontade, por isso evitei falar muito.

Na sexta-feira à noite, Juliana entrou correndo no quarto, toda afobada.

— Você não vai acreditar! – disse ela, animada, sentando-se comigo sobre a cama. — Eu convidei o Carlos para ir com a gente naquele tal barzinho que ia inaugurar hoje no centro da cidade. E ele aceitou, desde que você quisesse ir também.

Pensei em dizer não, porque é claro que eu não estava preparada ainda para sair com o Carlos, com a minha irmã, o Igor e todas suas amigas e amigos. Ficariam todos olhando para nós, fazendo perguntas, me constrangendo, fazendo fofocas...

Eu não gostava desse tipo de situação.

Mas é claro que eu não conseguia negar um pedido da minha irmã.

Antes que eu pudesse dar qualquer resposta, meu celular tocou e era o Carlos.

— É ele! Vou atender.

Carlos estava animado para sairmos todos juntos, o que me faz relaxar um pouco, porque para mim não teria problema nenhum em ficarmos lá fora, só conversando e aproveitando o luar.

Assim que desliguei, fui me arrumar. Passei um bom tempo pensando no que vestir, mas como sempre a minha irmã fez questão de me ajudar. Uma hora depois estávamos prontas.

O Carlos já estava me esperando lá fora.

Ele ainda não tinha entrado aqui em casa, parecia um pouco cedo para isso. Eu sabia que tínhamos pouco tempo, mas queria ir com calma. Sabia que tudo tinha seu tempo certo.

— Para variar, o Igor está atrasado. – bufou a minha irmã, já muito irritada, como se ela nunca fizesse o coitado do namorado esperar. — Vão vocês. A gente se encontra lá.

Juliana passou as instruções e lá fomos nós.

Era um barzinho simples, nada que o Carlos já tivesse frequentado antes. Depois de todas as conversas que tivemos, imaginei que ele frequentasse lugares mais sofisticados. Mas pelo menos ele não era do tipo que desprezava a simplicidade.

Com a mão na minha cintura, ele me guiou até o bar. Carlos pediu um drinque que eu nunca tinha ouvido falar antes. Mas também como poderia se eu não gosto muito de beber?

— Quer alguma coisa? – ele perguntou, gentil.

— Uma soda, por favor.

Quinze minutos depois Juliana chegou agarrada com o namorado e algumas amigas. Depois de cumprimentar todos e fazer as devidas apresentações, nós nos acomodamos no fundo do bar, em uma mesa grande, onde coubesse todo mundo.

As amigas da minha irmã não paravam de falar. Elas estavam muito animadas com suas sainhas e shortinhos curtos. Carlos logo fez amizade com o Igor e outros meninos presentes. E a Juliana não parava de me cutucar e sorrir. Ela parecia uma criança.

Passei a maior parte do tempo calada, apenas bebendo minha soda e ouvindo a conversa alheia. Pelo menos o Carlos era um bom companheiro, pois vez em outra ele se virava para mim e apertava a minha mão, como se quisesse dizer que estava tudo bem.

Juliana levantou-se para ir dançar com as amigas e o Igor foi pegar mais bebidas.

— Está gostando? – Carlos perguntou no meu ouvido, pois a música estava muito alta.

Eu assenti, dizendo que sim, mesmo que no fundo eu preferisse que fosse só nós dois em um lugar mais calmo.

No final da noite fomos todos embora.

Carlos foi gentil em oferecer uma carona a minha irmã e ao namorado. Igor ainda não tinha seu próprio carro. Ele tinha uma moto, mas não gostava de andar muito com ela quando ele saia pra beber. Claro, ele estava certíssimo.

Na metade do caminho Juliana havia decido ir dormir na casa do Igor.

A meia noite o Carlos parou com o carro em frente de casa. Ficamos ali dentro por mais vinte minutos, apenas conversando.

— Sua irmã é sempre assim tão.... Agitada? – ele perguntou, divertido.

— Sim, ela é. – respondi, rindo. — Nós somos gêmeas, mas somos completamente diferentes. Acho que isso você já notou...

— Eu prefiro você. – ele se aproximou e me deu um rápido beijo. — Eu gosto muito da sua irmã. Ela é divertida. Mas é o seu jeitinho meigo e simples que me encanta tanto.

Ele me beijou de novo e pela primeira vez eu senti que as coisas estavam esquentando entre nós. Coisa que eu não podia evitar. Até gostava. Gostava quando a mão dele subia pelas minhas pernas e faziam com que meu corpo todo paralisasse.

No sábado ele me levou ao parque de diversões, em outra cidade. Nós passamos o dia por lá. Brincando e rindo muito. Eu ainda não tinha conhecido esse lado dele.

No domingo, mais por insistência da minha mãe, convidei o Carlos para ir almoçar lá em casa. Ajudei a mamãe a preparar tudo. Apesar de já o conhecer bem melhor agora, eu tinha receio que ele não gostasse de como as coisas funcionavam aqui em casa. Não éramos uma família muito normal.

— Augusto! – a mamãe gritou. — Por favor, querido, ajude a sua irmã a pôr a mesa. Nós temos convidados hoje!

— Ah, não, mãe. Por favor, não me obrigue a isso. Pede para a Juliana ajudar a Melissa. Porque já estou de saída.

Augusto estava muito estranho ultimamente. Ele mal olhava na minha cara. Ele costumava dizer que eu era sua irmã preferida. Mas eu não sabia porque ele estava agindo tão friamente comigo.

— Você não vai ficar para almoçar? – perguntei, surpresa.

— De jeito nenhum! – então ele saiu, antes que a mamãe perdesse a paciência com ele. Coisa que sempre acontecia com muita facilidade.

Carlos chegou na hora marcada: as duas horas da tarde e trouxe flores para agradar a mamãe e agradecer pelo convite.

Já estava tudo pronto. Mas primeiro, resolvi mostrar a ele a nossa humilde casa. Mostrei a sala e os quartos e por último a cozinha, onde já estavam todos reunidos, exceto o Augusto.

Tivemos um almoço tranquilo e como sempre a mamãe arrasou na refeição. Mais tarde, enquanto dávamos uma geral na cozinha, papai e o Carlos foram assistir ao jogo de futebol na sala de estar.

Juliana saiu para se encontrar com o namorado e eu, meus pais e o Carlos ficamos na sala pelo resto da tarde, conversando.

— Filha, porque você não mostra algumas fotos para ele?

Carlos achou uma excelente ideia.

Convidei o Carlos para subir para o quarto, onde encontraríamos os álbuns de família. Nos acomodamos na cama e mostrei algumas fotos antigas para ele. Inclusive aquela foto, do dia do concurso, quando estraguei todo o meu vestido por ser derrubada no chão, justamente em cima de uma poça de lama.

A segunda-feira foi um dia bem normal e triste. Eu trabalhei e segui com a minha rotina de como era a minha vida antes do Carlos aparecer nela. Nós não podemos nos encontrar aquele dia, pois ele estava ocupado, cuidado de coisas do trabalho.

Na terça-feira Carlos pediu para eu me preparar, pois ele iria me fazer uma surpresa para compensar o dia anterior. Passei o dia todo ansiosa, sem saber o que esperar. Afinal, ele estava sempre me surpreendendo com coisas maravilhosas e positivas.

As sete da noite ele me ligou, pedindo para eu subir até a sua suíte, na pousada. Era a primeira vez que eu entraria no quarto onde ele estava hospedado e aquilo me apavorou um pouco.

Pelas primeiras vez ficaríamos sozinhos em um ambiente fechado.

Dei uma leve batidinha na porta e quase que imediatamente ele a abriu. Carlos estava elegante, como sempre, usando jeans escuro e uma camisa social, além de sapatos. Seu cabelo escuro estava muito bem penteado e ele estava muitíssimo cheiroso.

Claro que eu já tinha entrado antes em uma daquelas suítes, mas apenas para arrumar, quando não tinha ninguém. E quando entrei naquele quarto, vi que ele não se parecia nada como eu costumava me lembrar. Para onde quer que eu olhasse, eu via o Carlos em toda parte.

Estava tudo muito bem organizado e em perfeita ordem. Nada fora do lugar e nada sujo. O que me fez pensar que ele era muito mais organizado que eu, sem sombras de dúvida.

Havia uma mesa pequena e redonda perto da janela com um jantar romântico que ele mesmo havia preparado, com direito a vinho e rosas. E de fundo uma música calma e clássica.

— Gostou? – ele perguntou, me oferecendo a mão e um sorriso.

— É perfeito. – seguro a sua mão, sorrindo também e entro de uma vez por todas.

Carlos tranca a porta e me guia até a mesa de jantar.

Depois de comer vamos até o sofá, onde nos sentamos e continuamos a conversar e beber o resto do vinho. Já me sinto levemente tonta, por conta do álcool. Mas estou adorando cada detalhe. Me surpreende que ainda existam homens românticos assim.

Carlos tira as minhas sandálias e começa a massagear meus pés. Eu nunca antes recebi uma massagem de nenhum outro homem. O toque dele é gentil e me deixa muito relaxada.

Depois de um tempo, ele sobe as mãos pelas minhas pernas, me fazendo estremecer. Ele se aproxima, se inclina e me beija, com a mão no meu pescoço. Meu coração bate forte. Não sei como agir. Seria muito ridículo se eu dissesse que aos vinte e quatro anos eu nunca estive em uma situação assim como nenhum homem?

Tento dizer isso a ele. Sinto que preciso ser sincera e abrir meu coração, mesmo correndo o risco de ele rir da minha cara e me achar muito tola. Muito pelo contrário. Ele me cala com o dedo e um sorriso e volta a me deixar de um jeito ainda mais ardente.

Não sei porque, mas agora sim eu me sinto segura.

Carlos me pega nos braços, me fazendo rir, e me leva até a sua cama, onde ele me deita devagar. Ele continua a me beijar, agora estando sobre mim. Fico olhando para ele, hipnotizada. E não demora muito para ele se livrar do meu vestido e de suas próprias roupas.

No começo, seus movimentos são leves e calmos. Ele me olha com doçura, como se quisesse se certificar de que está tudo bem. Acho que meu sorriso diz tudo: sim, está tudo bem. Eu nunca me senti tão leve. Com isso, ele intensifica seus movimentos e uma onda de prazer se espalha por meu corpo e então tudo termina tão rápido quanto começou.

Meu corpo todo desaba.

Carlos se deita ao meu lado. Eu me viro de frente para ele, assim ele pode tocar meu rosto. Ele afasta meus cabelos e sorri, sem dizer nada. Sinto o carinho dele, a respiração dele, seus olhos sobre mim, seu corpo quente ao lado do meu e adormeço.

Acordo com o celular despertando. Quando abro meus olhos me encontro em um lugar completamente estranho e diferente. Me desespero. Mas então olho para o lado e vejo que o Carlos está ali, acordado, olhando para mim.

— Estamos atrasados.

Ele tem razão. E ainda é quarta-feira.

Recolho rapidamente as minhas coisas e me despeço dele com um beijo rápido. Já em casa, tomo um banho e coloco a primeira roupa que vejo pela frente. Minha irmã ainda está dormindo, tento não fazer barulho, mas quando coloco a mão em minha bolsa, ela cai no chão e faz o maior barulho.

Juliana abre os olhos, despertando. Ela olha para mim com aquele olhar malicioso que diz tudo e antes que ela comece a me bombardear com perguntas, eu saio correndo do quarto.

Estou atrasada para o trabalho. Mas para minha sorte, o Carlos está lá fora, já no carro, esperando por mim. Ele me leva ao trabalho, sem eu nem precisar pedir.

Já temos nossa própria conexão.

— Ei. – ele segura o meu braço quando estou prestes a descer do carro. — Antes que você vá, eu só queria dizer que a noite de ontem foi muito especial para mim.

Nem se eu quisesse conseguiria dizer alguma coisa. Ainda não sei muito bem o que pensar sobre ontem. Então apenas beijo-o e saio correndo, antes que as coisas compliquem ainda mais.

Na quinta-feira nós vamos a praia, pela tarde, e é a primeira vez que conversamos sobre a noite de terça-feira.

Ele pede desculpas, acha que foi longe demais e tem medo que talvez eu não tenha gostado ou que talvez as coisas não tenham saído como eu tinha imaginado.

— Não diga bobagens. – eu sorrio, timidamente. E coloco a minha mão sobre a dele. — Eu amei cada detalhe daquela noite. Eu faria tudo outra vez, se pudesse.

Naquela noite repetimos a dose e novamente dormimos juntos e como ele vai embora no domingo à noite, passamos o resto dos dias juntos, sem nos desgrudar nenhum momento.

Carlos se despede de todos e já está com tudo arrumado dentro do carro. São seus últimos minutos aqui. Sinto um aperto forte no peito. Acho que nunca foi tão difícil me despedir de alguém.

Depois que enfim ficamos sozinhos, ele me abraça e me beija, repetindo inúmeras vezes que me conhecer foi a melhor coisa que já lhe aconteceu na vida. Ao contrário dele, eu não consigo dizer nada. Pois se não desabaria em lágrimas.

— Ah, eu quase me esqueço do mais importante. – ele corre até o carro e do porta-luvas pega um pequeno embrulho.

Carlos me entrega o embrulho, mesmo tremendo eu tento abri-lo e me deparo com uma caixinha vermelha aveludada.

Na hora eu sei o que aquilo significa. Então não consigo conter as lágrimas e o sorriso. Antes de abrir a caixinha ou dar a minha resposta, eu pulo nos braços dele, emocionada.

— Mas então... O que você me diz?

Antes de responder abro a caixinha e lá dentro encontro o que eu já imaginava: um anel de compromisso.

— Sim! Claro, eu aceito. Mas... como faremos isso dar certo?

Primeiro, ele coloca o anel no meu dedo.

— Eu prometo que vou voltar, princesa. Prometo que vou te fazer feliz. Prometo que irei fazer isso dar certo, de um jeito ou de outro. Hoje, eu tenho ainda mais certeza que encontrei a mulher da minha vida. Agora que te encontrei, eu não quero te perder por nada.


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Notas finais do capítulo

Será que ele volta? O que será que vai acontecer daqui pra frente? Esse namoro vai dá certo? Me digam quais são suas opiniões a respeito.