A Boneca de Emily escrita por Obake Suripu, Tia Luka Kane


Capítulo 5
O Relógio


Notas iniciais do capítulo

Olá smiles da tia! Tudo bom? Cá estou eu com mais um cap pra vocês!

Obrigada a Exotic, Emichan, e otaku67 pelos comentários!

Boa leitura, smiles!



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Abro os olhos lentamente, cegando-me com a luz ofuscante do sol que passava pela janela. Mas em meio a essa luz, uma sombra. A silhueta de uma garota com as mãos na cintura. Pisco os olhos algumas vezes até meus olhos acostumarem-se com a claridade. Percebo que a garota é Dolleye Jackstone.

— Levante-se — ela diz superior — Preciso levar-lhe a um lugar.

Levanto-me num pulo e a abraço.

— Por onde você esteve? Estive preocupada!

— Isso não importa. Se vista rapidamente — ela diz.

Me irrito com sua superioridade. Quem ela pensa que é?

— Não posso sair hoje. Tenho que terminar o quarto.

— Isso não importa, aonde iremos és mais importante.

Cruzo os braços, irritada.

— Como eu já disse, não posso sair enquanto não acabar.

Ela suspira como se estivesse lidando com uma idiota.

— Certp. Acho que quatro mãos são melhores que duas — ela diz e se põe a me ajudar.

~~*~~

Levamos a maior parte do dia para arrumar tudo. Não encontrei muitas coisas interessantes no quarto como antes, então o dia fora meio tedioso. Dolleye parecia mais irritante que o normal, dando-me ordens e brigando comigo por nada. Onde quer que ela tenha ido, com toda a certeza mudara seu humor.

— Pronto — digo olhando orgulhosa para o quarto.

Agora o quarto não estava mais tão cor-de-rosa: nas paredes estavam pendurados pôsteres de minhas bandas favoritas, a cama tinha uma colcha vermelha e preta ao invés de rosa, e o guarda-roupa e cômoda tinham roupas normais de uma adolescente normal.

— Agora iremos — ela diz impaciente.

— Dolleye, já está anoitecendo. Não podemos ir a lugar nenhum agora. E pare de me dar ordens porque não sou sua empregada!

— Não entendes a gravidade da situação. Vamos agora.

— Não, não iremos. Espere até amanhã. Nem tudo tem que ser como você quer.

— Estás agindo como uma idiota.

— A idiota mandona aqui é você! Você vai esperar até amanhã! — grito com ela.

Saio do quarto batendo a porta e descendo.

— Filha, porque estava gritando? — pergunta minha mãe ao me ver.

— Bem, eu... Me desentendi com Dolleye — digo meio sem jeito.

— Dolleye está aqui?

— Não, não. — levanto o celular como desculpa.

— Ah, certo. Espere mais um pouco, a janta já fica pronta.

— Certo.

— Já terminou seu quarto?

— Já sim.

— Sei...

Rio e saio da cozinha. Mamãe e sua falsa desconfiança. Subo as escadas, mas não entro em meu quarto. Ao invés disso, volto a explorar os outros. A maioria dos quartos são parecidos. Grandes, com um guarda-roupa e uma cama simples. A maioria não tem graça realmente.

Paro diante de uma porta com uma placa e os dizeres “Sr. e Sra. Jones”. Devia ser o quarto de meus tataravós. Decido entrar. Abro a porta lentamente, esperando encontrar mais um quarto grande com um guarda-roupa e uma cama simples. Mas não é isso que encontro.

O quarto que entro é maior que os outros e tem um cheiro de gente velha mais forte que os outros. Mas, exceto por uma miniatura da torre de Big Bang na parede oposta à porta, não tem mais nada. O quarto é grande, então a miniatura é grande também. Tem aproximadamente 2 metros e meio, ou mais.

Fico boquiaberta olhando para aquela torre. É tão vívida e cheia de detalhes que me sinto olhando para a verdadeira. Aproximo-me da torre e a toco. Percebo que não é nem de plástico, metal, ou outro material do tipo. É do mesmo material da própria torre, o que a torna ainda mais real.

O enorme relógio no alto da torre fazia seu som de tic-tac um tanto alto demais. Pergunto-me como nunca o ouvi. Mas, apesar de ser tão real, tinha algo que a diferenciava da verdadeira. Eu só não sabia o quê...

— É isso! — exclamo em voz alta.

Na base da torre, havia uma pequena gaveta, tão camuflada ao resto que quase não dava para percebê-la. Aproximo-me e abro. Dentro, havia apenas um cilindro prateado. O pego na mão e abro.

Tiro de dentro do cilindro um mini rolo de papel amarelado e áspero. Percebo que se trata de um pergaminho surrado e queimado. Abro o pergaminho, revelando um texto incoerente e sem sentido, com muitas palavras apagadas ou queimadas. Em resumo, estava escrito mais ou menos assim:

Pro Ar RAízes no C isto Híbrido E

Serás SI samentE SEu Rei, PROvo rá

CUstos de Reais no Esta PEculiar

Levado a crescer Hera enquanto o Org lhe

u apassa

Leio novamente umas 3 vezes, tentando entender. Mas tudo me parece confuso demais. Guardo o cilindro na gaveta e a fecho, mas ainda seguro o pequeno rolo de pergaminho. Leio mais uma vez, mas nada faz sentido. Guardo-o em meu bolso e saio do quarto.

Assim que saio, ouço mamãe gritar:

— Emily, vem jantar!

Corro escada a baixo, entrando animada na cozinha.

— Que animação toda é essa? — mamãe ri — Acertou-se com Dolleye?

— Hã... Não. Ligarei para ela novamente depois do jantar. — digo me servindo — Você não vai acreditar o que eu achei!

Sento-me na mesa, olhando-a animada. Ela me olha sem entender.

— E o que é?

— No quarto dos meus tataravós tem uma miniatura de 2 metros da torre de Big Bang!

— Impossível, Emily — minha mãe diz como se fosse óbvio.

— Não, eu vi com meus próprios olhos! E tinha...

— Emily — minha mãe diz séria, me interrompendo — Antes de nos mudarmos, eu dei uma geral na casa. Limpei cada cantinho dela, para tirar o cheiro de mofo...

— Engraçado, eu ainda sinto cheiro de gente velha — comento irônica.

—... E eu não encontrei nenhuma torre de Big Bang — minha mãe ignora meu comentário.

— Então você não olhou no quarto dos meus tataravós.

— Bem, tenho certeza que limpei todos os quartos. Inclusive o deles, e se me lembro bem, não tinha nada lá. Tudo fora tirado quando morreram.

— Mas porque o quarto da bisavó Margareth estava com tudo lá ainda?

— Eu não sei, Emily. Talvez não se importassem.

— Ou talvez tivesse algo importante lá.

Minha mãe ri.

— Se achássemos dinheiro com certeza seria bem-vindo.

Rio sem graça. Não era isso que quis dizer.

Termino de jantar e saio em silêncio da cozinha. Alguma coisa estava definitivamente estranha. Subo as escadas, ansiosa para mostrar à Dolleye o que achara.

Mas quando entro no quarto, ela não está lá.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem pra tia saber!

Obrigada a Luka-sama por me ajudar com o textinho que a Emily achou ♥ (E, bem, com muito mais do que apenas isso)

Até a próxima, smiles! o/