BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 3
Ano I Capítulo II




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Carter Longbotton gostava de observar o mundo. Seu lugar favorito para fazer isso, era a torre de Astronomia, e era lá onde ele estava quando os novos alunos chegaram aos barcos, igual há todos os anos, mas para ele que nunca viveria aquilo parecia um pouco mais mágico do que de costume. Ele quase se sentia tentado a mudar de ideia quanto a partir, mas no fim, a escolha estava feita. Depois de tantos anos vendo outros chegarem e partilhem, crescerem e seguirem suas vidas era a vez dele deixar Hogwarts.

No dia seguinte, ele pegaria o trem até Londres, sozinho. E depois, junto ao representante de Drumstrang, seguiria a jornada até sua nova escola. Onde ninguém o veria como o pobre menino que perdeu a mãe, ou o filho do professor Neville. Enquanto os jardins ficavam negros novamente, e os novos alunos sumiam abaixo dele, Carter começou a arrumar suas coisas para descer ao salão de jantar.

Ele desamassou suas roupas quando chegou ao primeiro andar, ouvindo os gritos vindos lá de dentro. Ele entrou, surpreso com a confusão incomum mesmo em Hogwarts, se sentando ao lado do pai, bem na pontinha da mesa, tentando não ser notado. Uma menina orgulhosa, com cabelos muito loiros e nariz em pé havia acabado de se levantar e sair do salão, quando ele sentou-se. Ele procurou pelas mesas por rostos conhecidos.

Na mesa da Ravenclaw, Evanna Lovegood Scamander, com o rosto idêntico ao da mãe nas fotos de juventude do escritório do pai, parecia completamente perdida, com os lábios apertados e os olhos arregalados olhando de um lado para o outro na confusão.

A mesa da Gryffindor havia ganhado não uma, mas duas novas Weasley aquele ano. Tanto Rose quanto Dominique assumiram seus lugares aos lados dos primos e irmãos.

Ele olhou para a mesa da Slytherin, piscando duas vezes, antes de voltar à mesa da Gryffindor a procura de Albus, apenas para ser forçado a engasgar olhando mais uma vez para a mesa da casa das cobras. Albus Severus Potter estava ali, recebendo olhares de todo salão, encolhido sob todos os gritos e cochichos.

—Crianças... Silêncio! – pedia a Diretora Minerva, sendo claramente ignorada por todos – SILÊNCIO!

O que calou todos, se não o grito da Diretora, foi à rajada de ar que correu o salão.

—Obrigada, agora disfrutem seu jantar.

Carter se perguntou o que estava acontecendo. Como era possível que o filho do grande Harry Potter não ter ido para a Gryffindor? Era o destino de Albus, assim como fora com James. Ele engoliu seu jantar, analisando todos aqueles olhares sobre Albus. Talvez ele também gostasse da ideia de ir para outra escola, Carter pensou.

Naquela noite, após conferir três vezes a mala há muito pronta ao pé da cama, Carter deitou-se em sua cama, bem no momento em que seu pai entrou no quarto.

—E então? Ansioso? – perguntou Neville, se sentando na beirada da cama do filho. O menino balançou a cabeça – Olhe só para você, já está um rapazinho. Em um ou dois anos não será mais uma criança. Ah, sua mãe estaria tão orgulhosa de você!

—O senhor acha? – perguntou o menino com olhos brilhantes – Acha que ela está orgulhosa?

—Claro que sim – sorriu Neville – Na verdade, acho que ela deve estar aqui agora mesmo. Provavelmente te dando um beijo na testa.

—Pai – arfou o menino, dando um pulo e colocando a mão entre os olhos – Eu acho que senti alguma coisa!

—Não falei? Eu conhecia sua mãe melhor do que ninguém – falou Neville –Agora é melhor ir dormir se quiser tomar café antes de sair amanhã. Boa noite filhão!

—Boa noite – falou o menino, enquanto a luz apagava. Podia ser imaginação de uma criança, mas, enquanto pegava no sono, Carter tinha a sensação de uma leve brisa em seu pescoço, enquanto o som da voz da mãe que nunca conheceu – a mãe que deu a vida pela dele – sussurrar.

“Boa Noite Querido”

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“Mestiço” e “Aberração” foram o pouco que Albus conseguiu ouvir dos seus colegas de casa durante o resto do jantar. Não levou muito para que ele entendesse o quão não era bem vindo ali. Aos poucos, como se não fosse importante o bastante, a conversa começou a silenciar-se até que ninguém mais parecia interessado em falar sobre ele.

Albus tentou ignorar, até mesmo conversar com algumas das outras crianças em volta dele, mas só recebeu deles olhares enjoados antes de voltarem a comer ou conversar com outros alunos. Sob o ombro, ele tinha a perfeita visão de suas primas Rose e Dominique rindo junto a James e o resto da família na mesa de Gryffindor. Por anos, ele rejeitou a ideia de sentar naquela mesa, na sombra do irmão, mas agora daria tudo para estar lá.

Mas aqui estava ele, em meio a todos os esnobes e puros-sangues que pareciam dispostos a morrer antes de trocar uma única palavra com ele.

Ele não havia visto quanto Calisto Malfoy voltará, mas assim que a diretora McGonagall dispensou todos para se retirar das mesas, ela integrava um grupo entre os alunos dos sextos e sétimos anos, que se dispersou a deixando ao lado de um rapaz loiro e alto, que seguiu os guiando até o dormitório.

—Nosso salão comunal fica nas masmorras – o garoto anunciou. Ele deveria ser do último ano, pensou Albus, vendo o broche de monitor chefe nas suas roupas – Vocês não tem permissão para sair depois do horário de recolher, ou isso é o que eu devo dizer a vocês pelo menos. Se quiserem ou precisarem sair, sugiro que tenham cuidado de não esbarrar com Fitch e sua gata, ou com algum dos professores. – ele deu um olhar de alerta a todos, olhando sobre o ombro – Agora, antes de entrarmos, temos que dizer uma senha. Ela muda a cada três ou quatro semanas, e se não souberem a senha, perguntem para os monitores e eles certamente irão ajudar. A não ser que irritem algum deles...

Todos riram nervosamente.

Assim que a senha foi dita, e a porta se abriu, o rapaz deu espaço para que todos entrassem. Albus seguiu a manada, olhando em volta, fascinado. O salão comunal da Slytherin era tudo, e muito mais, do que Albus sequer poderia imaginar um dia, e isso não era nada bom.

Luxuoso e imponente, com paredes de pedras cinza, cadeiras e sofás absurdamente confortáveis, onde alguns alunos já se reuniam, e uma tapeçaria rica, o salão tinha uma lareira crepitante em fogo verde e janelas de vidro da mesma cor, onde a luz da lua refletia o lago, jogando reflexos vivos por toda a sala. O grupo se dispersou, caminhando pelo salão. Metade dos alunos tinha imediatamente corrido para as grandes janelas, admirando algo do lado de fora que Albus não conseguia captar.

—Como já devem ter ouvido falar, estamos embaixo do lago. Se tiverem sorte, em algum momento verão a Lula Gigante... Se isso acontecer, só pessoa que não saiam correndo, nossos vidros encantados se mantes imaculáveis há séculos. Agora venham todos aqui!

O grupo se reuniu novamente. Albus, em silêncio, tentou contar quantos eram. Doze meninas, e nove meninos.

—Como vocês devem lembrar, essa é a porta principal, por onde acabamos de entrar – ele deu uma batidinha na porta, entediado. Albus via aquela mesma expressão em James às vezes, como se fosse bom demais para lidar com as “crianças”.

—Felix, comporte-se! – uma menina mais velha gritou de um dos sofás.

—Certo, para a direita dormitório das meninas, e à esquerda os dos meninos. Suas coisas já estão nos quartos, é só seguirem reto até o final do corredor – ele parou por um minuto, pensativo – Como amanhã é o primeiro dia de aula, você tem de estar no salão principal para o café da manhã, almoço e jantar, e após este devem se reunir aqui para algumas palavras do diretor da nossa casa, Link Slughorn, professor de poções. Conseguem adivinhar de quem ele é sobrinho, certo?

Todos arfaram de excitação, e ele revirou os olhos – Exato, Horácio Slughorn, a lenda. E ele tem acesso a todos os contatos do tio, não vão querer deixa-lo irritado. Agora, sigam para seus quartos e aproveitem a vista de sorte que conseguiram. Boa noite a todos.

Enquanto os grupos se separavam, Albus seguiu os outros meninos até o fim do corredor dos dormitórios masculinos, passando por seis portas antes de chegar à última, onde uma placa dourada dizia “1º ANO”.

Assim que entraram, cada um dos garotos começou a recolher e arrumar seus pertences e animais de estimação, jogando as dele ao chão. Albus pegou sua mala e escolheu a mais isolada das nove camas, mais longe possível das grandes janelas que cercava metade do quarto. Ele puxou o fecho da janela, apenas para fechar novamente. Sentia-se cansado demais para aquilo, então apenas se aninhou sobre as coberta ouvindo os outros garotos falando sobre coisas insignificantes para meninos de onze anos, como política e economia.

Ele respirou fundo e fechou os olhos, esperando que tudo aquilo fosse um grande pesadelo. Só queria volta para casa.

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As quatro mesas estavam praticamente vazias quando Calisto Malfoy se sentou para o café da manhã. Ela viu Scorpius na mesa da Ravenclaw, mas isso não queria dizer nada. Ele mal erguerá o braço para acenar para ela e ela já se sentará de costas para o irmão. Ainda parecia inconcebível que ele tivesse ido para a Ravenclaw. Mesmo com todos os livros, ele ainda era um Malfoy.

Ela viu sua caneca se encher de café fumegante, enquanto pegava uma fatia de bolo da travessa no centro da mesa. Grupos de alunos sorridentes começavam a chegar, e ela sentia os olhares sobre ela como sentirá a vida inteira, mas ninguém era corajoso o bastante pra se aproximar sem uma permissão. Ou isso, ela achava...

—Eu reconheceria esse cabelo loiro em qualquer lugar – um garoto falou, sentando-se ao lado dela – Me sinto velho, como é possível que você já esteja em Hogwarts?

Ela olhou para o lado, contrariada. Ela mal o reconhecia, olhos negros e cabelos castanhos macios e penteados, roupas impecáveis e aquele sorriso debochado de quem jogará pasta de dente em seus cabelos quando tinha oito anos – Damon Pearkison?

—Calisto Mentol – ele sorriu ainda mais grandiosamente, beijando a mão dela – É um prazer revê-la, senhorita.

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Assim que desceu as escadas, Carter viu duas figuras conhecidas prestes a seguirem em direção ao Salão Principal para o café da manhã.

—Albus! Rose! – ele chamou, chamando atenção de metade dos alunos ali, enquanto os dois sorriam e seguiam até ele.

—Carter! – Rose o abraçou desajeitada, por conta do livro sob o braço. Ela parecia muito uma versão ruiva de sua mãe quando mais nova, com os enormes cabelos desengrenados – Não te vimos ontem na seleção das casas, o que faz aqui?

—Me despedindo – falou ele – Vou pegar um trem para Londres em duas horas, e em seguida, Drumstrang. Mas me digam vocês, o que acharam de Hogwarts?

—É deslumbrante – falou Rose, enquanto Albus fazia um grunhido com a garganta, fazendo os dois se virarem para ele.

—Não se preocupe, com o tempo você se acostuma com seus colegas de casa – falou Carter, sorrindo.

—Queria acreditar nisso – murmurou Albus – Eles são simplesmente insuportáveis!

—Eu imagino... – Carter suspirou – Você parece ter ido para uma turma especialmente afetada pelo gene Slytherin!

—Veja pelo lado bom – falou Rose, sorrindo – Pelo menos você não precisa aguentar o...

—Bom dia crianças!

—James – completou Rose, enquanto o primo a envolvia em um abraço apertado e muito suado – Me solta você está fedendo!

—É o cheiro da vitória prima, o cheiro que dará a nossa casa a taça de quadribol esse ano! – falou ele, convencido, com os cachos castanhos grudados na testa.

—Você ainda nem está no time, James – falou Carter, tentando acalma-lo.

Todos riram, enquanto James se afastava praguejando. Por um minuto, Albus teve esperança que tudo melhorasse.

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Scorpius não conseguia deixar de sorrir.

Foram as melhores vinte e quatro horas e quarenta e dois minutos da sua vida inteira. Sim, talvez fosse um pouco entediante todas aquelas aulas sobre assuntos que ele aprenderá anos antes junto a Calisto, mas isso era o de menos, pela primeira vez ele estava fora. Ele não era mais o próximo Draco Malfoy, e embora temesse a cada minuto uma carta dos pais, era excitante aquela sensação de liberdade.

Ele tinha colegas para discutir sobre os mais diversos assuntos, que em nenhum momento o olharam confusos ou entediados, havia apenas fascinação e interesse pelo novo e desconhecido, e quando ele não falava outros o faziam, cheios de ideias, projetos e teorias que ele jamais pensaria sozinho.

Mas aquilo, aquilo fora o melhor de tudo. A biblioteca.

Sim, em casa ele tinha uma biblioteca, e podia comprar todos os livros que pudesse ler, mas aquilo tinha um ar totalmente diferente. Cada livro centenário, centenas e centenas deles, ele nem conseguia pensar em  todas as histórias que eles guardavam, todos os duelos e feitiços e heróis montados em dragões.

Ele se aventurou pelas prateleiras, vendo ao longe a solitária Evanna Lovegood. Ele pensou em fazer companhia a ela, mas decidiu não incomoda-la naqueles minutos de paz, ele sabia o quanto todos pegavam no pé dela. Então escolheu um livro e uma cadeira, antes de se perder nas páginas de uma nova aventura.

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Após o primeiro jantar, os alunos do primeiro ano da Slytherin se juntaram aos dos outros anos no salão comunal esperando pelo diretor de sua casa, lendo livros e jornais, estudando, jogando xadrez bruxou ou assistindo uma partida. Bem, quase todos. Albus estava encolhido, sentado no chão ao lado de um sofá, tentando ficar invisível. Parecia estar funcionando.

Ele observava todos em volta, desde os lances dos jogadores de xadrez no tapete, até as meninas brincando em um dos longos sofás, até os olhares mal humorados de Calisto Malfoy, enquanto apertava um aparelho celular nas mãos.

Não demorou muito até que um septuanista viesse avisar que o diretor da casa havia tido uma emergência e não poderia ir até eles. Albus aproveitou a multidão de alunos e se levantou para seguir para seu quarto, mas na metade algo se enredou em seus pés, o fazendo cair em frente a todos que não perderam a chance de rir do garoto.

—Qual o problema Potter? Não consegue ficar sobre os próprios pés? – uma menina do quarto ano riu agudamente.

—Talvez precise de óculos – um menino do lado dela falou – Como seu pai!

Todos gargalhavam incansavelmente, enquanto ele se ajoelhava para juntar suas coisas. Ele olhou sobre o ombro para o que fizera tropeçar. A longa cobra negra se arrastava em direção a dona, sentada na ponta de um dos sofás.

—Cobra idiota – ele resmungou, e de repente todas as risadas pararam. Ele sabia que tinha dito a coisa errada. Ele se levantou, sentindo todos olharem para ele. Para ele, e pra garota que agora estava parada bem atrás dele, com a cobra nos ombros.

—O que você falou, Potter? – Calisto Malfoy perguntou, cortante e fria.

Em um minuto de coragem, ele se esqueceu de toda a situação ao responder – Eu disse, ‘cobra idiota’.

Ela pareceu pega de surpresa, por um segundo, antes de se recompor e os olhos se encherem de fúria. Todos olhavam para aquela cena, e Albus percebeu que Calisto não perderia a chance de dar a todos um show – Cobra idiota, Potter? Alguém que não consegue levitar uma única pena, não devia encher a boca desse jeito pra ofender um animal que é o símbolo sagrado da casa onde foi tão indevidamente colocado.

—Calisto... – Uma menina do sexto ano falou – É o bastante.

—Sim, acho que ele aprendeu a lição – falou um garoto do quinto ano – Saia da nossa frente, mestiço.

Foi o que ele fez. O mas rápido possível sem estar correndo, Albus foi para o quarto. Ele se impediu de chorar aquela noite antes de ouvir seus colegas entrando. Ele não chorou, até ter certeza, de que todos estavam dormindo.

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Alguns dias depois durante o jantar, Rose olhava em volta a procura de Albus, mas ele definitivamente não estava ali. Talvez estivesse na biblioteca, mas a chance de um Potter deixar de jantar em nome de um dever de casa quando sequer ela estava fazendo isso tornava a ideia pouco provável na opinião dela. Ela voltou-se para a própria mesa, onde James, o perfeito oposto do irmão com os cabelos ondulados bagunçados ria cercado de colegas do segundo ano, vangloriando-se de como faria para ser o maior apanhador desde seu pai – assim que fosse aceito no time.

Rose se perguntou como os dois podiam ser tão diferentes. Molly lhe contará algumas desventuras de Albus e como estava sendo difícil para os outros alunos o aceitarem na Slytherin. Quando Rose perguntou se Molly não podia ajuda-lo, recebeu a resposta óbvia de uma alpinista social – Molly não podia comprometer sua posição na casa, colocando um aluno do primeiro ano sob sua asa o tempo todo. Mas ela tentaria ajuda-lo.

—Rose Weasley, pode me dizer por que não está comendo essas batatas deliciosas? – perguntou Roxanne, se sentando de um lado dela enquanto a irmã Jullie sentava-se do outro – Vamos, coma!

—Ela está preocupada com Albus, não é mesmo Rose?- Perguntou a mais nova, franzindo o cenho e olhando sobre o ombro – Todos já perceberam que ele não veio jantar hoje.

Rose deu um sorriso condescendente. Nem todos haviam percebido, James continuava de costas para a mesa da Slytherin até aquele segundo, indiferente a ausência do irmão, e sem aquele comentário não teria dado falta dele tão cedo. Mas Jullie só estava encobrindo sua percepção para evitar que Roxanne fizesse alguma brincadeira as custa dela. As duas sempre provocavam uma à outra, alegando “quedinhas” pelos irmãos Potter.

—O que vocês estão dizendo? Meu irmão não veio jantar?– a voz de James se pronunciou mais alta que todos na mesa alguns minutos depois, fazendo todos se virarem para a mesa da Slytherin, a procura de Albus. Por um segundo, Rose viu aquela sombra verdadeira de irmão mais velho e preocupado no rosto de James, antes dele a esconder por trás da máscara de garoto popular – Se algum daqueles mimados nariz em pé fez algo com o meu irmão, eles vão ter de se ver comigo. Principalmente aquele Pearkison...

Rose olhou para Damon Pearkison, sentado ao lado de Calisto Malfoy rindo, e se perguntou se pelo menos uma vez James podia ser diferente deles, e colocar sua família acima de seu exibicionismo.

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Quanto à primeira semana em Drumstrang terminou, Carter mal conseguiu chegar ao dormitório antes de cair na cama de tanta exaustão. A escola era brutal.

Não havia colegas de quarto, todos os garotos tinham pequenos quartos solitários com nada além de uma cama, uma escrivaninha para os deveres de casa e um baú para guardarem suas roupas. Ele quase agradecia por isso, pois seus colegas eram todos silenciosos e impessoais, como se tivessem treinado a vida inteira para irem para aquela escola.

As regras e horários era duplamente mais rígidos comparados a Hogwarts, e havia quase duas vezes mais aulas também, mas, apesar de tudo, Carter sorriu deitado e exausto ali, por ter conseguido completar uma semana. Ele se sentia muito diferente do menino que deixará Hogwarts sete dias antes, e embora não soubesse se gostava da escola, a sensação daquele novo mundo era definitivamente gratificante.

Ele olhou pela pequena janela para os jardins da escola, onde os alunos do último ano – as estrelas do Quadribol que jogavam para os maiores times da Europa – chegavam à escola, minutos antes do toque de recolher dos alunos mais velhos, brindando com garrafas de cerveja amanteigada, antes de sentir a cabeça pesada atingir o travesseiro e enfim pegar no sono.

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Depois de quase uma semana se completar, desde que chegará ao castelo, Albus enfim desfazer sua mala. Não importava o quanto demorasse, ele não acordaria em casa em um dia e tudo teria sido um pesadelo. Simplesmente não ia acontecer. Sozinho no dormitório, ele pensou em todos os outros oito garotos, que por uma semana ele observou arrumarem suas malas e exibirem heranças de família uns para os outros. Como ele podia desfazer suas malas na frente deles?

Então, naquele dia, entre o último período e o jantar, ele aproveitara-se das instruções de seu tio George para encontrar a cozinha da escola, e assim ter a hora do jantar livre para poder arrumar suas coisas sozinho.

Não é como se houvesse muito para se arrumar, de qualquer jeito. Ele não tinha quadros de família em molduras de prata, mantas de cama bordadas à mão com o brasão de sua casa, ou anéis de família. Ele tirará a maior parte de seu material escolar nos primeiros dias de aula, então só sobrará alguns uniformes extras e suas roupas comuns, que ele cuidadosamente dobrou uma por uma e guardou no enorme baú aos pés da cama, sem preencher nem metade dele. Quando chegou ao fim da mala, ao tirar de lá o último suéter, viu um embrulho brilhante e mal feito, com um bilhete.

“Para Albus. Use sabiamente. E não conte para sua mãe – Ass. Papai”.

Ele desembrulhou o mais rápido que conseguiu, passando os dedos do papel para a capa que tão bem conhecia. A capa de invisibilidade, tanto vira o pai usar, mas que ainda sim parecia intacta. Albus abraçou aquilo como se fosse à coisa mais valiosa do mundo, ele lembrava que seu pai havia dado um tipo de mapa para James quando este entrou na escola no ano anterior. Albus não sabia exatamente o porquê, mas James vivia se vangloriando desse mapa.

Ele acabou de arrumar suas coisas e guardou a mala, antes de experimentar seu presente e seguir até o espelho, maravilhado ao ver apenas a ponta de seus sapatos aparecendo no reflexo. Ele pensou em todas as vezes que teve que estar lá e ainda sim ser invisível. Na biblioteca, no salão comunal e no quarto. Agora, ele podia realmente ficar invisível.

—Obrigada pai – ele sorriu, tirando a capa e a abraçando, antes de guardá-la sob o travesseiro e se jogar na cama enquanto ouvia seus colegas de quarto chegando. Ele queria agradecer ao pai, mas já havia escrito duas cartas desde que chegará a escola, e não queria preocupar seus pais. Então, ele guardou as palavras e esperou que seus colegas de quarto dormissem, antes de colocar a capa e sair dali.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e obrigada por lerem! Comentem.
Bjs, Meewy!



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