A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 22
A reação


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente... É... - suspiro profundo - não estou tão animada assim ultimamente com determinados acontecimentos na minha família, e isso explica a razão de não ter respondido os comentários do capítulo 17 até agora, apenas alguns do capítulo retrasado, porque não quero responder ninguém de maneira curta. Não estou desanimada com vocês, que fique bem claro, ok?! Por favor! Não pensem isso! Eu amo quando comentam, sabem disso, não sabem? E amo conversar, interagir com vocês, e essa é a explicação de não ter respondido, mas isso não significa que eu esteja desmerecendo alguns ou outros, é porque os comentários do capítulo 16 estão bem longos e complexos, explicando detalhadamente cada emoção, e como gosto de comentários assim, para interagir ainda mais com vocês, eu fico um bom tempo focada apenas em responder, ai acaba meu tempo na internet, e eu preciso resolver alguma coisa, me desligar da internet, e uma série de coisas, mas já estou trabalhando nisso, ok?
Espero que gostem desse capítulo, de verdade. Eu escrevi com certo receio, e ele está com uma surpresa ai, para a querida Kemily, da qual me pede isso deeeeesssde muitos capítulos, especialmente depois da carta, e como nem respondi o comentário dela, é uma resposta. Espero que goste querida.
E a todos que estão acompanhando, favoritam, me mandam mensagens, comentam, muito obrigada também, gente. Vocês são extremamente importantes para mim, e espero que gostem, de verdade mesmo.
* Leiam com atenção para não se perderem no meio, porque eu voltei alguns acontecimentos, e como escrevo pelo celular, não tem como colocar em itálico. Peço mil perdões por isso, sério mesmo :// parece que só tenho decepcionado as coisas e pessoas ao meu redor 😒😒😒😒



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Kiss me hard before you go

Summertime sadness

I just wanted you to know

That, baby, youre the best

Lana Del Ray cantava, enquanto eu observava Peeta dormir, de bruços, com fios loiros teimando em cobrir-lhe os olhos azuis intensos. Toquei sua testa, e logo constei que estava febril - Hey, Peeta, acorda. Você não pode ficar deitado ai coberto. Pode causar uma convulsão.

– Ah... Aqui tá quentinho... - murmurou se debatendo um pouco, virando-se para o outro lado e eu ri - Não tô com febre.

– Você está sim! Vai tomar um banho frio, vai. E nada de ficar ai na cama! - o balancei com agressividade e ele se levantou bufando, batendo o pé e caminhou irritado para o banheiro do meu quarto, depois de eu tomar o meu.

Fui para a sala, onde Annie já tinha secado o rastro que meus pés e de Peeta deixou, e brincava com Dylan no tapete da sala - Ai, você tem certeza de que não precisa que eu e o Gale vamos para um hotel? - minha irmã perguntou

– O que acha que nós vamos fazer, hein? - perguntei fechando um poucos olhos e unindo as sobrancelhas, assim como levantando um pouco os braços

– Talvez mais alguns filhos... - cantarolou sem olhar para mim, deixando a frase no ar, quando eu entendi o que ela quis dizer

– Annie!

– Que foi? Só estou sendo verdadeira!

– Cuidar do seu filho que é bom - peguei Dylan no colo, que deu um gritinho animado - Nada! - ela riu, seguindo-me enquanto eu ia para a cozinha - Que foi? - coloquei o pequeno no chão, e ele foi correndo em busca do pai

– Quero saber qual é a nossa. - suspirei, fechando os olhos

– Nós somos irmãs. Gêmeas. Poderia entender que nesse momento apenas quero fazer um chá. - coloquei água na chaleira - Annie, por favor... Não torne sua estadia um martírio. O clima já está tenso nos últimos meses para mim, e deve saber o porquê.

– Ok! Eu sei, eu sei... Rye ainda está sendo observado por causa da pancada, ainda muito sonolento e apresenta pausa em seu desenvolvimento, MAS, enquanto eu e Gale estamos aqui, por favor, vamos tentar voltar como era antes... Sinto saudades suas.

– E como éramos antes? - perguntei grossa, preocupada com Peeta febril

– Unidas. Só me dei conta quando foi embora.

– Você foi embora, e levou tudo o que eu achava estável na minha vida ir embora, Annie. - não estava mais magoada com ela ou Gale, na verdade, estou feliz que Dylan tenha aproximado-os, e ele me disse que ela disse que o amava, de verdade mesmo, quando voltou para casa depois de passar a noite chorando no meu quarto de hospital. Eu apenas me sinto mal, por ela ter a vida que eu iria levar. - E eu já te perdoei. Por que estamos tendo essa conversa?

– Porque eu... - seus olhos ficaram cheios d'água - Não tenho ninguém para conversar sinceramente.

– Ok. Estou te ouvindo. - não queria estar, mas... Fazer o que, né? Irmão é irmão...

– Eu amo o Gale, amo o Dylan, você sabe, e eu estava focada ultimamente, apenas em me dedicar a eles, mas... - algumas lágrimas caíram - Eu acho que não estou cumprindo com minhas obrigações.

– Então arrume um jeito de cumprir. Você é preguiçosa. Não faça diferente. Seja diferente. - coloquei a água quente em uma caneca e depois o sachê para fazer o chá

– E o que... Você acha que eu posso fazer para ser melhor e mais presente?

– Para de ir todo bendito final de semana no shopping, para comprar roupas, e fica em casa, assiste um filme com eles, vai no parquinho com o Dylan... - olhei em seus olhos - Faça valer a pena, aproveita, porque serão esses momentos que a farão se lembrar de quem você é quando ninguém mais lembrar. Os momentos em família.

– Mas... E as compras?! - perguntou

– Deixa pro final do mês...? - perguntei de volta como se fosse óbvio. E é. - Crianças crescem muito rápido, e quando você ver, vai estar com 40 anos ao lado do seu marido, e aí? O que vão fazer? - e saí da cozinha, com o chá do Peeta, mas quase morri de susto quando Rye passou em seu andador gritando animado com Gale o empurrando - AI MEU DEUS! QUEREM ME MATAR? - meu amigo parou, rindo, assim como meu filho, que ria sem nenhum dente

– A gente está se divertindo! Para! - Gale disse voltando a empurrar meu pequeno pela sala, e logo vi Dylan balbuciando coisas incompreensíveis atrás do pai, rindo - Aaaai! Corre, Rye! Ta com o Dylan! - e saíram correndo, com Gale empurrando o andador, já que meu Biscoitinho ainda não sabe andar, e não sei se vai ser tão cedo, por causa da queda, e que ainda tem oito meses. Ele é muito esperto sim, e Peeta o ensinou a tirar e colocar algumas blusas, mas não há "melhora" em seus atos, mas Annie disse que não preciso me preocupar com isso, assim como Finnick, mas mesmo os dois sendo extremamente inteligentes, e tendo cursado a faculdade na Ivy College, é muito difícil para uma mãe ver seu filho sem progredir. Não por superioridade, e sim por preocupação mesmo, dele nunca andar, falar, etc.

Quando entrei no quarto, depois de duas batidas e nenhuma resposta, Peeta ainda estava no banho. Isso é uma boa oportunidade...

Tranquei a porta do meu quarto, coloquei a caneca com o chá de camomila que descobri ser seu favorito na mesa ao lado da cama, quando ouvi que ele estava saindo, logo tirei minha blusa, de costas, e depois meu sutiã, procurando uma roupa mais confortável e maleável. - Hm... Katniss? - ele abriu a porta do banheiro, e eu senti seu perfume amadeirado dominando o ambiente, com o do sabonete e shampoo.

– Ah, eu não pensei que fosse sair agora do banho... - falei em um tom natural, mas pude sentir sua respiração acelerada - O que foi? - me virei para ele, com um braço cobrindo apenas o necessário, que claramente prendeu a respiração e eu ri - Nunca viu uma mulher assim? - perguntei provocativa

– Você não pode andar por aí assim se não quer que eu te beije. - uou. Essa foi pesada.

Desci meus olhos dos seus, para o seu abdômen descoberto, e na cintura uma toalha amarrada, que separei apenas para ele - E nem você andar no meu quarto sem camisa, e apenas uma toalha na sua cintura. - ele sorriu

– Isso poderia ficar mais justo, não? - não entendi... Processando...

– PEETA! - me virei novamente, para ele não ver minhas bochechas ficarem vermelhas escarlate, enquanto ele ria da minha reação. Peguei um top apenas, e me vesti, colocando uma regata por cima - Eu posso sentir seus olhos sob as minha costas...

– Posso fazer nada se você ainda amamenta, e ganhou mais curvas que eu jurava impossível. - ficamos em silêncio, comigo tirando a calça, e colocando um shorts, ficando apenas de calcinha da cintura para baixo, mas não houve reação, na verdade, houve sim. Pude sentir que prendeu a respiração ofegante apenas em me ver com poucas roupas.

– Posso virar? - perguntei fazendo um coque no cabelo

– Eu na verdade terminei de me arrumar a umas duas peças atrás... - quando me virei, ele estava escorado na parede perto de mim, com um sorriso malicioso, mordendo o lábio inferior, sem camisa, e apenas uma calça de moletom

– Cadê sua blusa?

– Não posso usar, porque posso ter uma "convulsão" por causa da febre, esqueceu? - arqueou uma sobrancelha e eu corei, fazendo-o rir - Sério mesmo que vai ficar esse clima tenso?

– Não está tenso! - tentei amenizar o clima - Você quem é um aproveitador! - ergueu as mãos em rendição

– É? E quem trancou a porta e ficou sem sutiã enquanto eu estava no banho?

– Idiota! Eu não sabia que estava saindo!

– É uma péssima mentirosa... - assentiu com sua própria afirmação - Muito mesmo.

– Você não é tão convincente. - eu disse dando de ombros, destrancando a porta, mas ele me impediu - Que foi?

– O que somos? - seus olhos estavam mais claros que o normal, por causa da luz do quarto, e eu
perdi o fio da meada por alguns instantes.

– Somos namorados. - eu disse abrindo a porta - Mas acima disso, melhores amigos. - ele sorriu lindamente para mim, e me puxou pela cintura, dando-me um beijo demorado, pedindo passagem com a língua, que logo cedi. Não sei explicar como é seu beijo... Mais suave que uma garoa, mas mais intenso que um furacão.

Fechei a porta com o pé, ao sentir ele me puxar para dentro do quarto, e descer a mão da minha cintura para o meu bumbum, e então para minha coxa, apertando-a, e eu coloquei as pernas ao redor de seu quadril, então me pressionou contra a porta, mudando seus beijos da minha boca para meu pescoço, trancando novamente a porta.

Como se tivessem vida própria, minhas mãos mergulharam em seus fios loiros, em busca de apoio. Nessa posição, eu acabava ficando um pouco mais alta que ele, e usei isso ao meu favor. - Me beija. - exigi, e ele sorriu, beijando-me intensamente, e no meio do beijo, chocou nossos quadris, fazendo a porta fazer um barulho alto, e logo saberiam o que estamos fazendo ali, só que nesse momento nada mais parecia importar.

Mais um vez chocou nossos quadris, enquanto sussurrava palavras carinhosas no meu ouvido, e eu gemi alto, em seu ouvido, fazendo-o chocar nossas intimidades já ansiosas mais uma vez, e era quase um grito de prazer.

Sabendo que minha irmã, seu marido, meu sobrinho e nosso filho iriam perguntar o que está acontecendo, caminhou para a minha cama, só que não conseguiu nos deitar, pois eu pedi. Ele se sentou na cama, comigo em seu colo, com as pernas entrelaçadas a sua cintura, e eu comecei a fazer movimentos de sobe e desce, fazendo-o gemer alto de prazer, assim como eu, e nem começamos nada. Isso é apenas um aquecimento. - Eu quero estar dentro de você agora. - sussurrou com a voz rouca em meu ouvido

– E eu quero você dentro de mim agora. - devolvi o sussurro, com a ponta dos dedos em sua nuca, fazendo-o arrepiar.

Inverteu nossas posições com facilidade, depois de puxar para cima minha regata, e começou a beijar minhas mãos, meu ante braço, o vale dos meus seios, uma trilha, até minha boca, onde me deu mais um de seus beijos quentes e apaixonados.

Meus pés começaram a descer sua calça, ao sentir sua animação, quando desabotoou meu shorts, quando senti sua pele mais quente que o normal - Acho melhor a gente parar, Katniss. - a calça estava meio caída de um lado, três dedos abaixo da cintura, e o outro normal, dando para ver que sua cueca é uma Calvin Klein branca. Ótimo, pensei, mordendo o lábio inferior sensualmente na minha mente - A Katniss que eu conheço, esperaria mais. - fechei meus olhos, jogando-me para trás na cama de solteiro do meu quarto, já que eu não tinha planos para me casar depois de Rye, e não fazia ideia que Peeta estaria por aqui no Novo Arizona. - Katniss.

– Eu sei...não é do meu caráter fazer isso. - senti-me constrangida

– Eu vou te pedir em casamento. - jogou-se ao meu lado - Você vai dizer sim?

– Por quais razões eu diria não? - pude senti-lo sorrir - Vamos fazer uma promessa? Muito séria? - fiquei sobre um cotovelo, de lado na cama, enquanto ele continuou deitado, com as mãos atrás da cabeça, sem se importar em deixar a mostra seu corpo esculpido por Deus, com certeza, com perfeitos seis gominhos, sem nada exagerado, apenas mostrando que ele é vaidoso e saudável na medida certa. Nada muito chamativo, mas também não era nada imperceptível.

– E qual seria? - olhou-me de maneira carinhosa, como sempre olha para todos, e não sei se um dia vou me acostumar com isso

– Vamos esperar até o casamento. - contei séria, realmente disposta a cumprir isso - Não sou mais moça, sou mãe sem me casar, e isso já foi suficiente para... - corei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha - Vamos esperar, ok? - olhei em seus olhos azuis, esperando reprovação, mas só vi compreensão e carinho.

– Eu diria isso, mas soaria meio gay, virgem ou algo do tipo... - ri, assentindo, e ele me puxou para seu colo, fazendo carinho em meus cabelos, e aproveitei a temperatura elevada de seu corpo para dormir.

...

– Vou ver como eles estão. - respondi para Annie, enquanto ríamos da conversa sem qualquer nexo do Rye com Dylan

– Ok. Gosta de pizza? - perguntou gentilmente, colocando uma mecha ruiva atrás da orelha, olhando pra seu filho com grande e notável devoção, assim como para meu filho

– Não gosto. Eu tenho um relacionamento sério com. - ela riu, e eu a acompanhei

– Avisa pra Katniss que vou pedir duas tamanho família, ok? - assenti, dando mais uma olhada no meu pequeno, e rumei para o quarto da Katniss, onde escutei suspiros, alguns soluços, e diversas coisas negativas passaram pela minha cabeça.

Abri a porta sem quaisquer educação, a tempo de ver Gale a um palmo de seu rosto, acariciando sua bochecha, dizendo algumas coisas que meu coração não permitia, batendo com grande intensidade em meu peito, ensurdecendo, desta forma, meus ouvidos. - O que raios está havendo aqui? - podia sentir minhas bochechas aquecerem-se automaticamente, e uma raiva, a mesma que sinto quando algum homem se aproxima da mãe do meu filho toda vez, se triplicou, e eu precisei me lembrar que Rye é a única ligação que temos, com um fino traço de amizade, bem abalado desde o dia que meu pai causou um acidente que quase matou nosso filho.

Meu tom de voz era calmo, mas eu podia sentir tudo naquele momento, menos calma ou paciência - Peeta! - ela deu um pulo para trás, assim como Gale, assustados com a minha presença repentina - Não é o que está imaginando... Por favor. - ela estava chorando agora pouco, o que me fez olhar como se fosse seu marido, ou algo do tipo, extremamente possessivo para Gale, seu ex-noivo. Não se passa boas coisas na cabeça de uma pessoa que vê o amor da sua vida (do qual você deixou partir sem dizer uma palavra, apenas deixando uma carta de duas folhas frente e verso, prejudicando ainda mais uma estabilidade entre você e essa pessoa, por ter mostrado o seu lado mais fraco, fragilizado e machucado, provando que não é a pessoa adequada) e o ex dela, que a mesma admitiu que era apaixonada na adolescência em uma cama, a um palmo de distância.

Parece que o jogo virou, Peeta.

Minha mente disse e eu contive uma arfada. Sem sentir, eu já estava passando pela porta principal do apartamento dela, sabendo que, mesmo que Annie não tem um caráter digno, assim como Gale, por razões que todos sabem quais são, o amor que ela tem pelo meu filho, é tão grande quanto o que tem pelo próprio. - PEETA! - Katniss me chamava, mas eu não dava ouvidos, apenas descia apressadamente os lances de escada, sem me importar com o elevador, apenas no quanto eu sou idiota.

"Lute por ela! Escute-a!"

Exigi a mim mesmo, mas não o fiz.

Quando cheguei na recepção, a chuva caia intensamente, porém, sinceramente, eu não me importei. No Novo Arizona, tem-se temperaturas elevadas, como 40º, mas essa noite, nessa bendita noite, fazia 24º, forçando-me a cobrir minha cabeça com o capuz do meu casaco, e afundar minhas mãos nos bolsos do mesmo. Consultei rapidamente o relógio, que marcava 22:30 da noite de domingo. Isso pode ficar mais dramático? Por favor... Não toque nenhuma música da trilha sonora de Crepúsculo! Eu sou tão frágil como a maioria da população feminina!

Ao correr pelas ruas, com a chuva embaçando minha visão, senti vontade de chorar, por tê-la deixado um dia. Ela é livre para deixar qualquer um tocar seu rosto macio, fazer aquele seu sorriso maravilhoso aparecer, beijar seu corpo moldado como o de Afrodite, e deixá-la feliz. Eu não sou merecedor disso. Não é preciso dinheiro perto dela, apenas ela. Meu coração, ao passar do tempo, nunca foi de Prim.

Sinto-me como a America de "a seleção", entre duas pessoas maravilhosas, importantes para mim, mas chega um momento que é preciso escolher. Pode-se amar duas pessoas ao mesmo tempo, mas nunca na mesma intensidade, e com o passar dos segundos ao lado da Katniss, não consigo não comparar as duas.

Prim já me fez muito feliz, e estaria fazendo até hoje, mas a felicidade que Katniss me causa, é mais do que senti durante nossos 4 anos de relacionamento. Em seis meses eu já estava cego de amores pela morena que me deu o maior presente do mundo, maior privilégio do universo: ser pai.

Não me esqueci da Sugar... Escutei um alto soluço, e pude perceber que é meu.

Sugar, minha Sugar... Esse foi o nome que eu e Prim escolhemos enquanto ríamos de algo idiotia, com seus dedos finos entrelaçados aos meus, e sua perna sobre meu quadril, pouco tempo depois de acordarmos, após uma noite que prefiro poupar detalhes.

Tínhamos descoberto a duas semanas de sua gravidez, e pensávamos sempre, desde que apareceu a segunda linha no palitinho, nomes. - Será Sugar! - disse animada, sorrindo largamente para mim, com sua voz rouca, habitual, que eu nunca vou me esquecer. E não quero. Ela foi muito importante na minha vida.

– Por que Sugar, Patinha? - perguntei rindo, fazendo cachos com minha mão livre, em vão, uma vez que seus cabelos são tão lisos, que nem grampo fica. Pata é seu apelido porque o nosso primeiro encontro foi no central park, e ela disse que ama alimentar os animaizinhos que ficam por lá, e seus favoritos são os patos, daí o apelido.

– Eu gosto de açúcar. Você gosta de açúcar. Por que não? - colocou as pernas ao redor da minha cintura, quase nos unindo como um só, e eu mordi o lábio inferior para não gemer de prazer - O que você mais ama além de mim nessa vida? - perguntou-me, segurando meus ombros, e eu me sentei na nossa cama de casal, segurando com uma mão sua cintura, e a outra seu rosto delicado, como se fosse um anjo. E de fato ela era, tamanha graciosidade em tudo o que fazia

– Nosso filho. - respondi e ela sorriu, tocando minha mão, e a segurou, mas não me afastou, apenas passou a bochecha por minha mão, estimulando-me a fazer carinho, o que fiz - Você é linda. - sussurrei

– E eu te amo. - abriu os olhos azuis claros como o céu, enquanto os meus são como o mar - Eu te amo. - inclinou-se e me beijou de forma terma, expressando todos seus sentimentos e emoções, assim como fiz nesse beijo - Ela vai se chamar Sugar, porque a única coisa que temos em comum além do nosso amor recíproco um pelo outro e pela medicina, são os doces. - ri, acompanhado dela, descendo minha mão para sua barriga, ainda lisa, porém só em saber que carrega um fruto das nossas noites em claro só nos amando, torna a coisa ainda mais sentimental e significativa.

– Eu te amo. - respondi de volta - E não poderia ser nome melhor.

Eu tinha uma mão na boca, meus olhos ardendo de tantas lágrimas, totalmente desnorteado com essas lembranças, e vieram mais. E mais. E muito mais. Ela dizendo que me amava, então seus aparelhos parando, estabilizando-se no 0, e eu vendo Sugar, de olhos fechados, chupando o dedinho, encolhida e com uma rala cabeleira loira, com a pele bem clara, como a minha, mas o formato de seu rosto era como o de Prim. Ela parecia que estava dormindo.. E de fato estava, mas nunca mais acordará.

Ai a coisa mudou. Tudo o que passei com Prim, até o momento de sua morte, tendo foco em sua gravidez, passaram-se na frente de meus olhos, e logo depois imaginando Katniss seguindo em frente com outra pessoa, seja ela Gale ou não, as mesmas imagens que imaginei enquanto escrevia a carta que a deixei aos soluços e pesadas lágrimas de dor.

Meu peito ardia, como se uma mão de ferro apertasse meu coração, e ao invés de oxigênio, fogo entrava em meus pulmões. Poderia pensar que estava tendo uma parada cardíaca, mas não... Essa é a dor de se perder uma pessoa, e nunca mais poder recupera-la, misturada a dor de querer uma pessoa a vida toda, mas saber que não a merece.

Enquanto escrevia, algo mandava eu parar, rasgar a folha e queimar o que sobrasse, voltando para abraçar ela, ou cozinhar sua comida favorita, mas eu não podia... O máximo que eu podia fazer para ver se de alguma forma ela entendesse a minha partida, era sendo 100% sincero, sobre meus sentimentos, sobre meus pensamentos, e sobre a minha história. Ela não ia querer um cara como eu, e muito menos merecia! Ela merece uma pessoa melhor.

Eu a magoaria mais ao contar a minha história, mas a magoei infinitas vezes mais deixando a carta, e o parecer que apenas aproveitei de seu corpo por uma noite, sendo a última coisa que passou pela minha cabeça. Eu não queria ter feito aquilo, saber que ela era virgem, dizer ter feito amor (e fizemos), porém, pela manhã, ir embora. Eu queria ficar, queria acordá-la aos beijos e carícias, dizendo que a amava, mas era como se eu traísse minha ex-esposa e primeiro amor, Prim.

Qualquer um pode notar meu amor por Prim. só que o que sinto por Katniss, é tão grande, puro e inocente, que não consigo expressar em uma simples frase de três palavras. É muito sentimento, muito significado. Mesmo que eu iluminasse o sol sendo lua, seria pouco para o que sinto pela morena de olhos cinzas. Eu a amo. Eu a desejo. Isso é tão assustador, que sinto vontade de morrer, e com certeza levaria um tiro por ela sem piscar.

A chuva só piorava, a ponto de eu não enxergar nem um palmo a minha frente, somado ao meu astigmatismo, que exigiam 4 graus de cada lado, retirados apenas para dormir, mas nem pensei nisso quando saí. - PEETA! - eu podia ouvi-la gritar, e a minha roupa grudar em meu corpo, e forcei a mim mesmo de secar as lágrimas, colocando uma expressão neutra no rosto. Foi o que aprendi quando morava com meus pais, e apanhava. Deveria agir como se minhas costas não sangrassem, e para piorar, meu pai jogava álcool logo depois, empurrando-me para ficar deitado de barriga para cima no chão frio e sujo, para saber aonde é meu lugar, sem poder gemer, ou pronunciar qualquer palavra, pois animais não falam.

Gostaria de sofrer tudo isso de novo, mas não ver a Katniss beijando outro cara que não seja eu, embora eu não mereça. - PEETA! - ela me chamou com tanta decisão, que não tinha mais como ignorar. Amor é o único sentimento do qual não conseguimos controlar, impedir, ou fazer acontecer. Juro... Se pudesse controlar, eu controlaria.

– QUE FOI?! - perguntei me virando, ficando de frente para ela, e surpreendi com meu timbre voz, mas não censurei a mim mesmo de continuar a gritar - VAI ME DIZER O QUE?! QUE NÃO ERA NADA DEMAIS VOCÊ E SEU EX-NOIVO SOZINHOS PRÓXIMOS UM DO OUTRO EM UM QUARTO NA CAMA? - eu não chorava, porque a minha alma estava partida demais para isso. Vê-la com outro cara é tão desesperador, destruidor, que lágrimas não bastam. Se eu pudesse gritar para todo o mundo ouvir que eu a amo, até ficar mudo, eu gritava. Se eu pudesse chorar até estabilizar a água no mundo, eu choraria. Se eu fosse lua, iluminaria o sol apenas com o reflexo do sorriso dela, de tão quente e perfeito que é. Mas ainda desta forma, seria pouco para o que sinto de amor e admiração por Katniss.

Ao tom de minhas palavras, ela estremeceu, pude notar suas pernas bambearam por causa de seus jeans mais colados que o normal em decorrência da chuva, cada vez mais forte, a ponto que nos víamos de forma embaçada. Ela chorava, e aquilo é tão agonizante como é o choro de Rye por cólica. Pior do que sofrer... É ver quem você ama sofrendo, e não poder fazer nada. Pior do que esses dois juntos, é saber que é o causador deste sofrimento.

– Peeta... Foi um mal entendido... Me escuta, por favor. - pediu se aproximando, e eu não sabia dizer se chorava ou não, mas pelo tom de voz, creio que chorava sim.

– Comece. - eu disse apenas, cruzando os braços na frente do corpo, e não liguei para meus cabelos na frente dos meus olhos, que com certeza passavam mágoa, que eu espero que ela não note. Não estou magoado com ela, e sim comigo mesmo, por ser tão cretino e idiota.

– Você chegou no meio da conversa... Não estava rolando um clima entre Gale e eu. Ele ama a Annie, e... Eu amo... Você. - eu não esperava por suas palavras, de forma alguma, e a expressão séria que eu tinha, ao escutá-la se explicar, se desfez, e eu pude sentir meu corpo vacilar. Não importa quantas vezes eu a escute dizer isso, sempre será inacreditável vindo de sua boca. - Eu amo você, era isso o que ele estava dizendo para eu fazer, te dar uma segunda chance, porque você não vai embora, não mais. - o frio que a chuva proporcionava não importava mais. Suas palavras aqueceram meu coração, e me manteriam vivo até o fim de meus dias.

– O que quer que eu diga? - perguntei. Não tinha declarações. O que ela merece está muito além disso. Então, deu um passo em minha direção, e eu não pensei em me afastar, coisa que, na verdade, eu nunca farei. Nunca mais.

Meus pesadelos normalmente eram sobre Prim, o bebê, minhas irmãs mais novas sendo agredidas, mas depois que ela apareceu no meu apartamento, completamente bêbeda, são apenas sobre perder ela e depois que Jane deu um tapa na minha cara, contando que eu era pai, sobre perder Katniss e Rye. Quando eu pensei que não poderia ficar ainda mais louco pelos dois, o acidente ocorreu, quase levando a vida de Rye embora, e ela se manteve estável até o momento que o levaram para a emergência. Ela não sabe que reparei isso, mas reparei. Ela o ama mais do que si mesma, e naquele momento foi forte por ele, mas quando nosso pequeno não estava em nosso campo de visão, nunca a vi tão devastada. Sua boca emitia sons altos e desesperados, de pura dor, e eu não podia fazer nada. A culpa foi, é, e sempre será minha.

– Afirme olhando nos meus olhos, que nunca, nunca, nunca mais vai embora. Não importa o que aconteça, não existirá mentira ou segredo entre nós. - a chuva ficou ainda mais forte, e nós enxergávamos um ao outro de forma embaçada, então eu a puxei pela cintura, sentindo nossos corpos molhados e gelados pela chuva, mas não nos importávamos se tínhamos um ao outro. Um braço meu estava ao redor de sua cintura, segurando-a com força, e outro tocava seu queixo perfeitamente moldado para seu rosto, o mais lindo que eu já vi na minha vida desde que Prim morreu, e com as pontas dos meus dedos, levantei seus olhos para os meus, e disse com toda a sinceridade do mundo

– Eu nunca mais vou embora, e entre nós não haverá mentira ou segredo. - eu disse com toda certeza do planeta, do universo, olhando bem dentro de seus olhos cinzas como as nuvens acima de nós, molhando-nos até as almas, para notar que eu estava sendo sincero. Ir embora é abandonar minha alma, desistir da vida. Eu preciso dela tanto quanto preciso de ar, e preciso de nosso filho como cola para nossos corações aos pedaços. Se qualquer um de nós abrir mão, o coração não pode ficar inteiro.

E fiz o que sentia vontade nesses últimos dois meses. A beijei.

Seu beijo é doce, é gentil, é simples, mas não a desmerece, apenas causa mais valor. Isso simplifica sua personalidade. O que é simples não indica pouco valor ou significado. Como pude imaginar que poderia viver sem isso? A cada pensamento bom sobre ela, me vem nossa noite, seus gemidos, misturando-se aos meus, meu corpo encontrando o dela, inúmeras e inúmeras vezes, nossos movimentos, como se tivéssemos ensaiado, quando na verdade fomos feito um para o outro. Sua mão preenche a minha, seus olhos são o oposto do meu, e a sua personalidade ao mesmo tempo que é diferente, é igual a minha, mas o que nos torna pessoas totalmente diferentes é o fato de que ela, mesmo não tendo o melhor dos passados, e considerando-se fraca, luta, e mantém-se forte pelas outras pessoas. Com esse pensamento, sorri, juntando ainda mais nossos corpos.

Nossos corpos pareciam ímãs, isso era claramente notável. Eu era negativo, e ela positivo, e os opostos se atraem. O mesmo foi com Prim, mas agora é muito mais intenso. Nossos corpos que produzem energias opostas, e não nossas personalidades.

A levantei, com um só solavanco, e meus braços rodeavam sua cintura perfeita, seguido por um quadril mais largo por causa da gravidez, o que não me incomodou coisa alguma. De qualquer jeito, qualquer cor, qualquer peso, ela é a pessoa mais linda e perfeita que existe. Com esse pensamento, eu a deixei, porque pensava que, pensando dessa maneira, estaria traindo Prim e o meu passado, mas sei que ela queria que eu fosse feliz. Nunca vou esquecer a minha Patinha ou a doce Sugar. Nunca. Porém, a vida precisa seguir em frente, e eu só consigo se for com a Katniss e Rye agora. Todo mundo tem que procurar alguma razão para viver.

Ela gemeu em minha boca, quando a suspendi, e eu queria que ela fizesse esse som durante a noite inteira, mas comtive meus pensamentos, separando nossas bocas por um instante, e perguntei com a mais pura sinceridade e desejo para que ela responda um "sim". - Você, Katniss Cresta Everdeen, aceita namorar comigo? - seus braços envolviam meu pescoço, e a ponta de seus dedos acariciando minha nuca me faziam ficar arrepiado, mas isso não importava. A chuva caía machucando-nos pra valer, com gotas grossas e rápidas, só que eu só conseguia sentir meu coração batendo forte no peito, e o corpo dela colado ao meu.

– Não posso recusar. - sorri - Todos os sims que você quiser. - e me beijou novamente, selando que, não há nada nesse mundo que ela me diga não, e nem eu para ela.

Não iremos ignorar o passado. Todos as noites que dormirmos juntos, ela dormirá apenas depois de mim, para ter certeza de que não vou deixá-la, e que quando eu ficar sem dizer nada de tão assustadora que minha mente consegue ser as vezes, ela vai pensar que é Prim ou Sugar, o que pode ser verdade, e ficará aborrecida ou magoada, assim como eu sei que todas as vezes que Annie visita-la com a família, ou Madge, ela sentirá inveja, por seus pais não lhe darem a menor das atenções. Toda vez que olhar para Dylan, se lembrará da razão de entrar bêbada no meu apartamento, por ver sua irmã gêmea e o noivo em sua cama, empenhados em aumentar a descendência Hawthorne Cresta Everdeen.

Porém, depois de tudo, de todas as coisas ruins, virá o amor, algumas lágrimas, mas aqui teremos um ao outro para secá-las e para apoiarmos um no outro. É isso o que os amigos fazem. Ajudam uns aos outros, e acima de qualquer tipo de relacionamento amoroso, somos amigos. Grandes amigos, e grandes amigos não deixam os outros, e descobrindo isso, eu nunca, nunca, nunca mais a abandonarei, por saber que a distância é muito pior do que qualquer coisa, pois ela gera a saudade, e a saudade é o único sentimento maior que o amor. Não importa o quanto você ame uma pessoa. A saudade que sentirá dela sempre será duas vezes maior.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Espero que tenham gostado, e gostaria mesmo de saber suas opiniões nos comentários. Espero ansiosamente aqui. Ficou confuso? Peeta soou muito egoísta? Gostaria de saber como ficou. Sinto que não consegui expressar o verdadeiro sentimento dele, mas isso vocês quem sabem. Como ficou?
Mais uma vez, perdoe-me de verdade! Sério! Eu quero muito responder a todos, mas é 3º bimestre, e falta muito pouco para eu ser aprovada direto, mas não posso vacilar logo no finalzinho do 1º ano, se pretendo fazer estágio no ano que vem, ou mudar do inglês para o espanhol.
O máximo de pontos que preciso, são 9, que é em física, depois 7, em química, ou seja, preciso estudar bastante para não ficar desesperada no 4º bimestre, e poder corresponder o carinho imensurável de todos vocês ai, do outro lado da tela.
Eu sempre os respondo, não é verdade? É porque realmente as coisas estão puxadas aqui, e eu não quero falar sobre isso, porque é muito delicado, e me faz ficar pensando no pior, e também porque vocês só merecem boas notícias.
O próximo capítulo é o penúltimo, depois o último, e enfim o epílogo. Estava conversando com a Georgia, e ela me disse gentilmente, que eu pulei a parte dos dois meses falando sobre a amizade deles, e nem notei, sendo que sempre foi o meu foco desde o início com relação ao relacionamento deles e como sei que vocês gostam disso, resolvi estender mais um capítulo, ok? E vai ser o próximo, que será curto, creio eu. Ainda não escrevi. Não falará desses dois meses, e sim de agora, e digamos que vai ter polícia envolvida - carinha divertida - e alguns ferimentos leves.
Falarei mais da segunda temporada no próximo, ok? Muito obrigada pela atenção, gente. Muitos e muitos beijos, e até a próxima.
:)))

Ps.: vou responder mais alguns comentários agora, e pulo alguns sim, mas não é por descaso. Eu primeiro respondo os mais curtos, e depois os mais longos, só que vou responder tudo mesmo, ok? :))