Tentadora escrita por Ina Oliveira


Capítulo 9
Ganho uma perseguidora.


Notas iniciais do capítulo

Ai, meus amores. Me perdoem pela demora. Sei que extrapolei dessa vez e fiquei mais de um ano sem postar, ams eu tenho uma boa explicação. Eu tive vários problemas familiares e amorosos nesse ano de 2011. Minha vida estava uma bagunça e virou de pernas para o ar. Por isso, se tornou impossivel vir aqui postar. Tive que parar não só com essa fic, como com todas as outras que eu postava em outros lugares. Isso foi tão triste. Mas graças a deus eu já resolvi todos os meu problemas e agora posso ter minha cabeça centrada nas fics e nos meus leitores. Estou reassumindo agora e vou postar com frequencia. Até porque estou de férias da faculdade e tenho mais tempo livre. Prometo! Espero que vocês não queiram me matar.
Beijos da Ina!



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Essa definitivamente seria uma mediação é tanto.
E eu achando que Carmel era uma cidade comum. Que ingênuo, Jesse. Que ingênuo.


Engoli em seco e olhei para o padre D. Ele, por incrível que pareça, estava tranqüilo. Como se aquela situação fosse perfeitamente normal para ele.
Já vi que não terei ajuda religiosa, pensei ironicamente.
- Hum... Oi. - disse desconfortavelmente para a menina a minha frente enquanto passava as mãos por meus cabelos.
- Olá. - ela disse num tom descontraído. - Quem é você?
- Anne, - a voz do padre D. ressoou pelo corredor. - esse é Jesse. Ele está aqui para estudar e claro, também ajuda-La. - nessa ultima parte a linda e esculpida sobrancelha de Anne se levantou. Dizer que ela estava desconfiada era um pouquinho fora da realidade.
- Me ajudar? - a voz dela subiu um quarto. - Me ajudar no que? Ele vai trazer minha vida de volta?
- Hum... Não. - murmurei mais desconfortável ainda. Porque essas coisas sempre acontecem comigo? estava me perguntado. - Na verdade, eu queria ajuda-La em qualquer coisa ao meu alcance. O padre Dominic estava me contando o seu... Hum, caso. Quem sabe não podemos trabalhar nisso juntos? - eu sei, estou parecendo uma assistente social, mas eu descobri com o decorrer dos anos que uma abordagem pacifica é a melhor solução. Só quando isso não funciona é que eu parto para o braço.
E pela cara que a Anne estava fazendo agora, com certeza seria a segunda opção. Padre D. ficaria decepcionado.
- Eu não preciso de ajuda! - ela disse gritando. As portas dos armários começaram a abrir e bater descontroladamente e as vigas que sustentam os arcos da missão tremiam como se estivessem num vendaval.
- Hey! - gritei para chamar a atenção dela que agora olhava para o padre D. como se fosse incinerá-lo vivo. - Se acalme, okay?
- Me acalmar? Por um acaso você tem noção do que está me pedindo? - ela disse rindo sarcasticamente. - Sou eu que estou morta! Eu! - e mais uma viga estremecia. - Enquanto aquele... Urgh!
Ela socou um dos armários que ficou amassado com a força que ela usou.
Olhei para o padre D. enviesado. Aquele quem? E o que aconteceu com chega de segredos? A garota foi assassinada e ele nem para me contar!!!
- Olha, eu sei que está sendo difícil para você. - me sobressaltei quando a garota me olhou com seus olhos alagados. Agora é fato: fantasmas choram.
- Você... Sabe? - ela disse com sua voz se quebrando e bem chorosa.
- Sei. Você está se sentindo sozinha e isso é horrível. - ela assentiu devagar. - Não vou dizer que melhora, mas com o tempo... Você se acostuma. Mas você precisa deixar alguém ajuda-La.
- É horrível. - disse fungando. - Todos passarem direto por você. Ninguém te ver. Perder a formatura.
- Hey! Não fica assim. - sou péssimo nisso, mas no momento seguinte me vi consolando uma fantasma. Ah, qual é? Não consolo nem os vivos que dirá os mortos. Mas algo naqueles olhos azuis tão infantis ainda, fez eu me aproximar dela e segurar suas mãos. Ela levantou os olhos surpresos para mim. - Não fica triste assim. Seu problema é a formatura? É isso? - ela assentiu.
- Seria na semana seguinte. Não... Espera. Já aconteceu. É que eu simplesmente perdi...
- A noção do tempo. - completei para ela. Olhei ao redor a procura do padre D., mas para variar descobri que ele tinha ido embora e me largado aqui sozinho com a Anne. - Olha, você precisa me deixar ajuda-La. Se você descobrir o que te prende aqui ainda, pode resolver isso e ir... Não sei. Para o lugar que deve ir e ficar em paz.
- Eu... - Anne disse soltando suas mãos das minhas. - Não! - ela balançou a cabeça como que tentando afastar uma imagem de lá. - Não! Eu não posso ir. Não sem faze-lo pagar. Me desculpe, Jesse.
- Quem? Quem pagar...? - mas para variar a Anne já tinha ido e me deixado sozinho no corredor da missão.


Trigonometria. É a pior aula que eu tenho. Bom, pelo menos das três que eu tive hoje. Mas já me falaram que amanha teremos Deveres Religiosos e eu não estou entusiasmado para ela, se é que me entende. Não que eu seja ateu ou coisa assim, mas o meu pai era judeu. Catolicismo não é bem uma coisa próxima a mim.
- Olá Nova York. - alguém me chamou enquanto eu cruzava um dos muitos corredores da missão. Virei-me para trás apenas para encontrar a baixinha, Alice eu acho, com um cara alto de cabelos cobres. Quem era ele?
- Olá Carmel. - disse sorrindo. O rapaz também riu da careta que Alice fez.
- Perdido? Porque agora é a hora do intervalo, você deve ir para lá. - ela apontou a direção contrária a que eu ia. - É onde fica a cantina e o pátio para comermos.
- Eu sei. Estava pensando apenas em discutir um assunto com o padre Dominic. - Alice franziu a testa e o rapaz desconhecido que estava com ela apenas se apoiou na parede.
- Problemas? Esse é apenas o seu primeiro dia. - Alice disse ironicamente.
- Não, Alice. Não tenho problemas. Apenas umas coisas pendentes na minha matricula. - Alice sorriu. Na verdade, eu queria discutir sobre a Anne e as coisas que ele andava me escondendo. Mas é claro que eu não podia mencionar isso para ela.
- Ah, entendi. - então ela olhou o menino ao seu lado. - Oh! Perdoe-me a indelicadeza. Esse é...
- Edward Cullen. Irmão dessa louca desequilibrada. - o rapaz disse sorrindo e me estendendo a sua mão. Sorri para ele e Alice deu-lhe um tapa no ombro.
- Ora! Não fale assim de mim. - Edward apenas deu de ombros.
- Sou Jesse Ackerman.
- Mudou-se recentemente para cá? - Edward perguntou-me.
- Não. Ele é aluno novo na escola por diversão. - Alice revirou os olhos. - Mais é claro que mudou recentemente. Por Deus, Edward. É tão estúpido ás vezes.
Olhei meio chocado para Alice. Os dois tinham começado uma pequena discussãozinha e eu ria da cena.
- Ela sempre foi assim. - uma voz falou ao meu ouvido. Não precisei virar para saber quem era. Anne.
- O que faz aqui? - perguntei sussurrando. Não queria que eles me ouvissem.
- Oras, Jesse. Eu assombro aqui. Não é isso? Não é assim que chamamos quando um fantasma vive num lugar? - ela disse rindo histericamente e correndo ao redor de Edward e Alice. Eles tinham sorte de não conseguir vê-La.
- Anne. - continuei sussurrando. - Agora não. Por favor, me espere ao final das aulas. Quero conversar com você.
Anne me ignorou e resolveu brincar um pouco. Ela ficou soprando o curto cabelo de Alice e as vezes, Edward olhava na direção dela. Por um momento eu pensei que ele pudesse vê-La, mas depois notei que ele na verdade olhava na direção da brisa inexistente que soprava o cabelo da sua irmã.
- Jesse, gostei de você. Você parece legal, diferente daquele velho chato. - se o bom padre D. ouvisse isso ficaria magoado. - Vou gostar de passar o dia com você.
- O que? - por um momento me esqueci de que devia falar baixo e Anne gargalhou.
- Uh! Parece que vai se meter em encrencas. - eu olhei torto para ela e depois olhei para Edward e Alice que me olhavam espantados. É, acho que realmente gritei com o nada no meio do corredor. Bom, não com o nada, sim com a Anne. Mas eles não podem vê-La.
- Hum... Lembrei que preciso pegar algo no meu armário. - eles continuaram a me encarar de forma estranha. - Acho que vou indo.
Edward foi o primeiro a se recuperar.
- Nós te acompanhamos. - me disse.
- Não precisa. Podem ir comer.
- Que isso. Não será nada. - droga! Quando me livraria deles e poderia gritar a vontade com a fantasma abusada que nesse exato momento estava se equilibrando nos meus ombros e me seguindo como uma sombra?


Edward e Alice grudaram em mim que nem carrapato. Descobri que tinha duas aulas com Alice e quatro com Edward. Não que eu não gostasse deles, mas... Eu realmente precisava falar com a Anne. Quando finalmente deu o horário da saída, eu quase me ajoelhei perante a virgem Maria e dei aleluia!
- Com pressa para ir a algum lugar? - uma voz sussurrou no meu ouvido. Eu estava prestes a me virar e reclamar com a Anne por ficar me seguindo quando dei de cara com a...
- Suzannah? - eu me recuperei do choque e franzi a testa. - O que faz aqui?
Ela, como sempre, me ignorou e ficou andando de um lado para o outro no corredor enquanto se desviava do mar de estudante que trafegava ali.
- Hum... Exploração de campo. Sabe o que é? - apesar de estar de costas para mim eu quase podia ver o sorriso diabólico em seu rosto.
- Sei... - resmunguei. E disfarçadamente puxei seu braço para longe dali. Entramos dentro de um antigo armário de zelador.
- É sério, Suzannah. O que faz aqui? - ela piscou os olhos demoradamente.
- Jesse! - então apoiou uma das mãos muito casualmente no meu peito. - Eu nunca pensei que você - seu tom foi incrédulo - iria me trazer aqui, - disse apontando ao redor - um quartinho de zelador.
Arregalei meus olhos com o que ela acabara de insinuar e de repente, me senti muito consciente da presença dela próxima a mim. E o seu dedo no meu peito? Começou a parecer exorbitantemente quente.
- Eu... Eu não... Não é nada disso. - disse ficando verdadeiramente constrangido. Suzannah apenas riu e se inclinou mais na minha direção.
- Não é nada disso o que, Jesse? - o jeito como ela disse meu nome, bem sibilado, num tom bem baixo, fez os pelos do meu braço se arrepiarem, mas logo eu joguei esse fato para o lado.
- Suzannah! Por favor. Você sabe o que insinuou... - disse passando as mãos nervosamente no meu cabelo. - E por dios! Tire as mãos de cima de mim.
Suzannah me olhou com uma expressa bem divertida, mas tirou as mãos do meu peito e deu dois passos atrás - o máximo de distancia que poderia manter de mim dentro daquele minúsculo armário.
- Tudo bem, Jesse. Você não é muito divertido quando fica constrangido. - ela enrolou uma mexa de cabelo entre os dedos e me olhou inocentemente. - Jesse, você não deveria estar indo a algum lugar? - automaticamente eu rebati.
- E você não deveria estar me contando o que faz aqui? - ela riu.
- Jura? Eu não lembro de ter assinado nenhuma clausula que dizia que eu tinha que reportar ao dono do quarto onde eu moro todos os passos que dou durante o dia. - ela disse levando um dedo aos lábios e sorrindo travessamente.
- Pois é. Nem eu. Então se me dá licença... - Suzannah continuou no mesmo lugar.
- Nombre de Dios! Suzannah, por favor. - reclamei irritado. Mas Suzannah não olhava mais para mim, ela estava de costas e parecia fitar com mais afinco do que deveria a porta do armário.
- Jesse... - ela meio que sussurrou. - Tome cuidado com ela. As coisas estão fora de controle. - então ela se voltou para mim e seus olhos verdes estavam totalmente desfocados. - Cuide de Anne.
E antes que pudesse perguntar como diabos ela sabia disso, Suzannah evaporou. Só para variar, porque se não tivesse feito isso não seria a fantasma abusada que invadiu meu quarto.
Eu definitivamente tinha sérios problemas com as mulheres da minha vida. Quando elas não estavam mandando em mim - minha mãe -, estavam desaparecendo do nada ou então estavam mortas - Suzannah e Anne.
Que ótimo, eu realmente tenho sorte com as garotas.

Sai do armário do zelador mais atordoado do que eu previra. Suzannah realmente tinha o dom de me tirar do sério.
O que era todo aquele mistério que ela fazia? Por um acaso ela estava se achando uma super detetive, porque se ninguém disse a ela, eu terei que dizer: Ela na tem futuro nessa carreira, está morta. MOR-TA. M-O-R-T-A.
Deus! Porque não nasci com a super capacidade de entender física, ou de escrever um Best seller ou sei lá... Até de me equilibrar numa corda bamba.
Qualquer uma dessas opções seria infinitamente melhor do que ver fantasmas.
- Pensando em mim, Jesse? - dei um pulo tão grande que acho que entrei para o Guinness Book.
- O que pensa que está fazendo, Anne? - disse arrastando-a para fora do prédio. Eu esperava conversar um pouco com ela no estacionamento antes de ir embora com os meus adoráveis “irmãos”.
Mas qual foi minha surpresa ao chegar lá e não encontrar nada.
O estacionamento do Junipero Serra estava completamente vazio.
- Ótimo! - reclamei mais para mim mesmo. - Me deixaram aqui. Por causa dela vou ter que andar dois quilômetros até em casa.
- Dela quem, Jesse? - Anne perguntou se inclinando por cima dos meus ombros, o que era um grande feito já que eu sou bem alto e ela... Bem, ela é bem pequena para alguém tão malcriada.
- Da Su... Ah, esquece! É você que me deve respostas aqui, Anne e não eu.
- Jesse, aquele velhote não te ensinou que você conquista a confiança das pessoas confiando nelas primeiro?
Padre D. o que o senhor ficou fazendo aqui?, me perguntei, Podia pelo menos ter dado uma boa educação a essa garota.
Suprimi a vontade de revirar os olhos e ao invés disso, olhei para ela.
- Tudo bem, garota. Mas infelizmente não vai ser dessa vez. Algo me diz que você não é muito confiável. Agora me diz... O que você quis dizer com fazer ele pagar?
Os olhos azuis de Anne se escureceram tanto que chegaram a ficar castanhos. Eu tinha experiência suficiente com fantasmas para saber que isso não era nada bom.
- Hey! Calminha ai, amiga. Não queremos perder o controle, certo?
Assim que segurei a mão de Anne, seus olhos se voltaram para mim e começaram a clarear, só um pouquinho.
- Olha Jesse, você é legal, mesmo...
- Odeio quando começam assim, porque sempre tem um mas que estraga tudo. - resmunguei sozinho.
- Mas...
- Eu sabia! - Anne calou a minha boca com uma das mãos.
- Mas, eu preciso fazer ele pagar. Não acho justo ele continuar bem enquanto eu estou assim... Morta.
- Fazer quem pagar, Anne? - disse tirando sua mão da minha boca.
- Ele... O cara que me matou, Jesse. Desculpe, Nova Iorquino, você é uma graça, mas eu tenho um encontro agora. Alias, ele tem um encontro com a morte. - E como sempre, Anne evaporou.
Não esperei nem dez segundos, eu sabia muito bem o que eu tinha que fazer. Infelizmente eu percebi que precisaria da ajuda de duas pessoas.
Uma delas estava sentado na sua sala e a outra... Alguma coisa me dizia que assim que a chamasse, ela apareceria.
- Padre D.! - entrei feito um furacão na sua sala. - Nós temos problemas. Acho que a Anne vai tentar alguma besteira. Não queria ter que lhe contar isso, mas a situação me obriga. Tem uma fantasma no meu quarto e acho que talvez ela possa ajudar. Ela se chama...
Parei estático quando vi que o padre D. não estava em sua cadeira e quando olhei ao redor, encontrei-o num canto da sala ao lado da...
- Suzannah? - perguntei incrédulo.
Mas o que diabos estava acontecendo aqui?


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Notas finais do capítulo

[N/A]: Se alguém ainda lê isso aqui, e eu espero realmente que leiam, EU VOLTEI PERMANENTEMENTE!!!
Agora é sério.
Sorry pela demora, mas eu expliquei o melhor que pude no começo desse capitulo e espero que todos tenham lido.
Se você quiserem me xingar e dizer que sou uma péssima escritora, eu entendo.
Mas me partiu o coração deixar vocês na mão. Sério. Me perdoem.
Mas agora estou de volta e com carga total.
Jesse, Suzannah e a turma toda em alta velocidade. Ok?
Beijos e Assombros para vocês!



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