A garota do Capuz escrita por Kampaki


Capítulo 6
Capitulo VI. Em busca do Começo




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Acordo em um quarto diferente, ele é grande e arejado. – O que estou fazendo aqui? – Me pergunto mentalmente.

Vou em direção a porta. – Vai sair assim mesmo? – Ouço a voz em minha cabeça. Ignoro e continuo indo em direção a porta, e quando eu abro vejo um grande corredor.

Vejo algumas pessoas. – Com licença. Onde eu estou? – Pergunto a um homem que passa por ali.

Ele se vira e me encara por alguns segundos. Seu nariz começa a sangrar. – Você está bem? – Pergunto preocupada. Ele desmaia com uma cara estranha.

– Se olha no espelho. – Ouço a voz.

Fecho a porta e volto ao quarto. Quando olho no espelho, vejo que estou nua.

– O que você fez? – Pergunto para a voz.

– Tirei as roupas para dormir. Por quê?

– Por que não me avisou? – Pergunto desesperada, mas em voz baixa.

– Eu tentei. Mas você não me ouviu. – Fala ela. – Bem, porque não fazemos o seguinte: Eu te explico o que eu fiz nos últimos dias, e você começa a me escutar mais.

– Dias!? – Assusto-me.

– Sim dias. E não vem com essa de desmaiar de novo que já tá ficando chato. – Reclama.

– Ok. O que você andou fazendo nos últimos dias? – Pergunto.

– Nada! – Diz resolutamente.

– Como assim? Você disse que se passaram dias. E que você não fez nada? – Falo descrente.

– Bem, pra não falar que não fiz nada, eu li.. Essa marca. Chama-se Ouroboros. A Ouroboros ou Oroboro é uma criatura mitológica em forma de serpente, minhoca, cobra ou dragão que engole a própria cauda formado um círculo e, por isso, simboliza o ciclo da vida, a eternidade, a mudança, o tempo, a evolução, a fecundação, o nascimento, a morte, a ressurreição, a criação, a destruição, a renovação. Além disso, muitas vezes, Ouroboros está associado à criação do Universo. – Conta-me ela.

– Bem, e o que tem a ver essa marca, com tudo o que vem acontecendo? – Pergunto se saber se entendi tudo o que ela me disse.

– Não sei. Mas sabe, você não precisa ficar falando feito uma lesada. Eu estou na sua cabeça e então posso ouvir o que você pensa.

– Sério? E minha privacidade onde fica? – Reclamo. Mas sei que não vai dar em nada.

Depois de algum tempo de conversa, consigo absorver algum conhecimento sobre tudo o que ela estudou. Ela me conta que antes, nós estávamos em uma pequena cidade, mas que ela comporta uma das maiores academias dos Magi, perdendo apenas para a da capital e uma biblioteca oculta que só os mestres tem acesso.

Visto-me e saio do quarto, desço as escadas até o andar de baixo. Na saída, pago a conta do quarto. – Você não podia ter pego um quarto mais barato? – Reclamo com a voz.

– Não. Já estou cansada do chão duro e de camas desconfortáveis. – Responde ela.

Saio dali e vou para a biblioteca, pego um livro sobre marcas e começo a ler em uma página aleatória.

– O que você está fazendo? – Pergunta a voz.

– Lendo. – Respondo.

– Mas nós já temos as informações que precisamos sobre a marca.

– Já fiz o que queria por aqui. – Penso. –Então o que eu faço agora?

Começo a refletir sobre isso por um tempo, chego à conclusão que tenho que coletar informações sobre ele, mas como?

Procuro neste livro minha marca e acho o que procuro. O lugar onde nasceu o mito do deus Ouroboros. Saio da biblioteca e rumo ao norte. Em direção à baia, o lugar onde pela primeira vez, Ouroboros apareceu.

São cinco dias de cavalgada, que transcorrem sem nenhum incidente além de eu quase cair de um precipício por não prestar atenção.

Ao chegar lá, vejo uma pequena cidade próxima a uma enorme floresta. Vou até a cidade e tento encontrar alguém que possa me guiar floresta adentro, até que encontro alguém que diz ser guia.

– Quero entrar na floresta. – Falo a ele.

– Claro. 1200 Peças pelo passeio. – Fala sem me dar muita atenção.

– Não estou procurando um passeio. – Falo. – Quero alguém que me leve a um lugar especifico.

– Bem. O único que entra na floresta por aqui sou eu. – Responde-me ele. – Mas vejamos. Onde a senhorita gostaria de ir.

– Próximo ao centro da floresta há uma tribo de índios. Nesta tribo tem um xamã de uma certa divindade. Quero ir até esse xamã.

– Depende MUITO da tribo em questão. – Diz ele - Se forem como os anhanguatir tudo bem, eles são pacíficos. Mas se forem como os Rhirtmin esqueça. Eles matam qualquer um que se aproxima.

– Bem, e se eu te disser que é justamente a esses Rhirtmin que eu quero ir?

– Então a porta fica ali. – Ele aponta a porta. – E você ganha um mapa de brinde que mostra os lugares mais perigosos do caminho. Se você quiser se suicidar eu recomendo as serpentes. É mais rápido e menos doloroso.

– Não quero me suicidar. E posso garantir que eles não nos atacaram. – Falo sem perceber.

– Fique quieta e me deixe cuidar a partir daqui. – Diz a voz em minha mente. – Sei como convence-lo.

– Como vai nos manter seguros contra eles? – Pergunta curioso o guia.

– Próximo à aldeia deles, tem um templo. Neste templo um deus é cultuado. Tenho algo que me põe, do ponto de vista deles, no mesmo patamar deste deus.

– E eu posso saber o que é? – Pergunta ele sem acreditar.

– Sim, e não. Não posso falar o que é, mas posso mostrar. Mas claro, não posso mostrar pra você o que você não tá lá para ver.

– 10.000 Peças. - Diz o guia.

– 3.000 Peças mais meu cavalo, e o conhecimento que você vai ganhar no caminho.

– Sinto que estou sendo enganado, mas tudo bem. - concorda por fim o guia.

– Onde vai conseguir 3.000 Peças? – Pergunto à voz.

– Não vou. Você vai. – Diz ela maliciosamente.

– Você ama me fuder não é mesmo? – Retruco.

– Gostaria de poder. – Diz ela.

– Como assim? – Pergunto, mas ela não responde.

– Como assim? – Insisto.

– Quando saímos? – Continua ela conversando com o guia.

– Em três dias. Preciso de tempo para arrumar algumas coisas. Por isso vou precisar do dinheiro agora. – Diz o guia pedindo um adiantamento.

– 1.500 Peças agora e o resto quando voltarmos.

– O.K –Aceita ele depois de alguns segundos.

Saímos de lá. Começo a contar meu dinheiro, sobraram só 500 Peças. Procuro por uma pensão ou algo parecido, até que chego a pousada Ouro. Consigo arrumar 3 noites por 250 peças. Subo para meu quarto e descarrego minha bagagem.

Pego um pequeno livro na minha mala, meu diário, e um coração na sacola. Sento-me na cama e começo a escrever:

Hoje minha jornada ao norte terminou. Descobri que a tribo onde Oruoboros surgiu não é segura. Mas a Voz garantiu que é seguro e conseguiu um guia para nós. Ele é um cara alto e musculoso, mas não o acho bonito, cabelos negros e algumas cicatriz aqui e ali, olhos castanho-claro com um tom avermelhado.

Será que ele é vampiro ou algo assim? Mas ele estava no sol então não pode ser.

P.S.: Começar a observar melhor o comportamento da Voz quando assumir o controle.

Depois de terminar de comer eu fico na janela vendo o sol se pôr para depois ir deitar-me.


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