A Imperatriz e a Princesa escrita por Melissa França


Capítulo 19
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E é isto, amoras! História encerrada!



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Olhando para o horizonte, sentido o movimento das ondas levar o barco para longe da costa de Roma, Xena sentiu a brisa do vento bater em seus cabelos e a pureza do ar fez com que ela encontrasse a própria inocência mais uma vez.

A guerreira estava indo para casa, finalmente, mas a ideia de ir para casa não era o que a agradava, ela amava Roma e as pessoas do país. Duas pessoas em especial, Joxer, que estava seguro em casa com a família, e Autolycus, que decidira viajar por toda a costa, ela sentiria falta dos seus escudeiros. Porém, o que deixava Xena feliz era saber que em breve reencontraria sua mãe e estaria junto de sua família.

Gabrielle estava aplicando alguns pontos de pressão que a guerreira lhe ensinara anteriormente para enjoo e Solan embalava a pequena Helena num sono doce e tranquilo. Os quatro desembarcaram em Amphipolis em uma tarde de outono e os Deuses pareciam sorrir para eles, pois o sol brilhava e os passarinhos pareciam estar todos cantando canções de boas vindas.

Xena e Gabrielle correram para a taverna de Cyrene, ambas com saudades e ansiosas para apresentar Solan e Helena à mulher que era a única sobrevivente da sua pequena família.

Cyrene estava na porta da taverna, ela sacudia um tapete quando avistou de longe as três figurinha se aproximando. Seu cérebro não hesitou, ela simplesmente sabia que aquilo não era uma visão, não desta vez, era sua filha voltando para seus braços. A mulher largou o tapete e correu em direção a Xena, o coração saltando do peito e as lágrimas formadas escorrendo por sua face.

— Você está aqui, minha menina, você voltou para mim! – A mãe disse emocionada.

— Estou aqui, mãe. – Ela suspirou e apertou o abraço, ambas inebriadas pelo aroma uma da outra. – Estou aqui.

            Depois de um longo abraço entre mãe e filha, Cyrene também abraçou Gabrielle, ela lembrava claramente da barda que contava histórias em troca de comida para seus fregueses. Antes de qualquer apresentação, porém, Cyrene tomou a mão da filha e encaminhou todos para sua casa. Solan estava assustado, ele escondia-se atrás de Gabrielle numa atitude infrutífera de se preservar da conversa. Entretanto, não demorou muito para Xena segurar a mão do menino e começar.

            – Mãe, este é Solan, seu neto.

            Os olhos de Cyrene encheram-se novamente de lágrimas, ela se abaixou para ficar na altura do menino e sorriu de maneira terna do jeito que só uma avó poderia.

            – É um prazer conhecê-lo, Solan. – O menino tímido abriu um pequeno sorriso.

            A avó passou a mão pelos cabelos longos e loiros dele, absorvendo a imagem da criança e tentando encontrar semelhanças com sua própria filha, então, também o abraçou. Gabrielle pediu para que Solan fosse conhecer as redondezas para que assim as três pudessem atualizar uma a outra.

            – Eu pensei que nunca mais te veria, Gabrielle. – Cyrene começou. – Eu sempre soube no fundo da minha alma que reencontraria minha filha, mas você... Estou tão feliz que encontraram uma a outra.

            Xena segurou a mão da barda.

— Ela me encontrou, mãe. – Ela sorriu para a amada e recebeu um sorriso doce em retorno.

— Foi um caminho árduo para a felicidade, Cyrene, quase nos perdemos por diversas vezes, porém, de algum jeito, nós conseguimos chegar aqui.

— E quem é essa menina linda nos seus braços, Gabrielle?

A jovem mãe sorriu orgulhosa, como ela tinha esquecido de apresentar a filha?

— Essa é Helena, minha filha.

— Ela é nossa filha, mãe. – Xena disse para espanto de Cyrene.

Um minuto de silêncio pairou no ar, a pequena Helena se contorceu no colo de Gabrielle e iniciou um choro manso. Cyrene se levantou e tomou a menina dos braços da mãe, iniciando uma melodia para acalmá-la. Xena puxou a amada para seus braços para que a mesma descansasse a cabeça em seus ombros, assim ambas observaram a criança adormecer no colo da avó.

— Ela e Solan são perfeitos. – Cyrene disse por fim. – Estou que feliz que voltaram.

— Tem mais uma coisa, mãe. – Xena se afastou levemente de Gabrielle. – Helena é filha de Júlio César.

— O Imperador de Roma?

— Ele está morto, mãe.

— Você matou o Imperador?

— Não, claro que não. Eu me casei com ele. – Cyrene olhou em choque para as duas. – Mas as coisas ficaram bem ruins, Gabrielle foi vendida para ele por Draco. Nós duas nos conhecemos no castelo – mentiu— e ela já estava grávida de Helena.

— Então, Helena é a herdeira do trono?

— Em essência, sim. – Gabrielle respondeu.

— Vocês deveriam voltar, então. – Cyrene disse deixando ambas confusas. – Reivindiquem o trono de Helena, façam valer a pena todo o sofrimento, ajudem Roma a prosperar.

— Mãe, você não entende, Gabrielle não quer isso...

— Eu só queria deixar o castelo. – A poetisa sussurrou.

Instigada, Xena se voltou para a loira e lhe segurou as mãos.

— O que estás dizendo, Brie?

— Estou dizendo que já é hora de uma mulher assumir o poder de Roma.

O coração de Xena se alegrou, a verdade é que a guerreira desejava tal feito, porém seu coração dizia que precisava proteger e preservar Gabrielle de mais guerras e dor. Cyrene olhou para as duas mulheres a sua frente decidindo lutar e não pode deixar de sorrir orgulhosa, ela tinha criado uma guerreira.

— Nós acabamos de chegar, mãe, você poderia ir junto conosco, conhecer Roma, ficar perto dos seus netos.

— Não, Xena. – Disse decidida. – Meu lugar é aqui, na minha taverna, não posso deixar o meu lar. Mas, vocês... bom, vocês precisam construir um lar. Depois da morte do seu pai, eu vivi minha vida, montei minha taverna, tive meus amores. – Xena revirou os olhos – Vocês precisam fazer o mesmo, precisam viver o que estão destinadas a viver, mesmo que a versão de vocês seja lutar pelo trono de Helena.

Mais tarde naquele dia, quando o lua banhava o telhado da casa de Cyrene, Solan adormecia e a mulher embalava Helena para que Xena e Gabrielle pudessem conversar a sós.

— Você tem certeza que quer voltar, Brie?

— Eu quero, só não tenho certeza se é seguro para as crianças.

— Eu estava pensando nisso. – Xena deixou o pensamento voar por um momento e completou. – Tenho esperança que vai dar tudo certo, Marco Antônio não seria tolo a ponto de ir contra mim, a Imperatriz, e minha herdeira. Todos acreditam que Helena é minha filha, eu era popular com o povo de Roma, tenho certeza que vamos ser aceitas, além do mais César matou todos os Senadores, o reino está desordenado, qualquer um corajoso o suficiente para reivindicar o trono será Imperador... ou Imperatriz.

Gabrielle sorriu e beijou a amada nos lábios.

— Eu acho... eu sei que estou apaixonada por você.

Xena passou a mão direita nos cabelos de Gabrielle e a beijou novamente, um beijo calmo, sereno, um beijo de quem sabe que outros beijos virão.

— Acho excelente você me dizer isso, porque eu estou completamente apaixonada por você, infinitamente, por todas as nossas vidas.

O beijo retornou, dessa vez os lábios davam abertura para as línguas se encontrarem e os corpos se aproximaram gradativamente até que eram um só. Xena afastou-se minimamente do beijo e deixou seus lábios encostarem nos de Gabrielle quase que numa forma de brincadeira, mas que transformou o corpo da barda em algo extasiado e faminto por mais. As mãos da loira percorriam as costas de Xena gentilmente até que as mão da guerreira percorreram seu corpo e seu cérebro desfocou todos os outros detalhes, os quais foram perdidos por causa do êxtase. As duas se amaram, mais de uma vez, e se encontraram no corpo e nos olhos uma da outra.

 Elas voltaram a dormir, mas dormiram abraçadas, unidas e encaixadas como duas peças de um quebra-cabeça. O sono era importante, pois em breve elas teriam um país inteiro para governar, e elas não sabiam ainda, mas Solan cresceria para ser um bom guerreiro, tão bom que seria nomeado o chefe da guarda durante o reinado de Helena e a menininha cresceria para ser a imagem da mãe, com os olhos verdes e cabelos acastanhados, Helena seria a governante mais justa que Roma já tivera e teria herdeiros para que o trono continuasse na família. Xena e Gabrielle dormiam pacificamente, sem saber uma sombra do futuro, as duas mulheres que seriam conhecidas como a Imperatriz e a Princesa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham amado ler a história tanto quanto eu amei escrever ela! Deixem aí nos comentários tudo o que vocês amaram e odiaram, podem me xingar pela demora que eu mereço mesmo. Peço desculpas adiantes, porém.

Ah, lembrem-se de serem sempre vocês mesmos! O amor ainda é a arma mais resistente e poderosa sim!



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