Amelissa escrita por Maria Andrade


Capítulo 2
Dança na Chuva.




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Já era manhã, Lucy entrou no quarto, acordando Amelissa para suas aulas de violino. Amelissa, como sempre, mostrava-se indisposta, mas mesmo assim tinha que ir. Vestiu-se e desceu. Enquanto ela tocava, suas irmãs a observava, rindo dela, pelo fato de estar errando muito. Margery olha para ela, mostrando-se desapontada, há anos que Amelissa recebia aulas de violino, mas nunca consegiu aprender. Então, Margery tira o violino de suas mãos e chama todos para o café da manhã. Então, Robert, percebendo que sua filha se parece triste, questiona:
– Amelissa, oque houve? Parece triste. - Pergunta Robert. Ela estava de cabeça baixa, olhando para a comida, parecendo estar sem apetite, logo, não responde nada, fica um clima tenso, Margery decide quebrar o silêncio, falando:
– Amelissa, é por causa das aulas de violino, não é? Mas sem problemas, um dia a gente chega lá. - Fala Margery. Amelissa olha para sua madrasta, logo decide falar.
– Não, não é. - Responde Amelissa. Então, Robert decide perguntar, isso, enquanto seus irmãos comem.
– Então, oque é? Com o'quê estar insatisfeita? - Pergunta Robert. Amelissa logo responde:
– Com tudo. - Fala ela, olhando para seu pai, logo, seus irmãos olham para ela.
– Como assim com tudo? - Pergunta novamente Robert.
– Sabe, com tudo, eu não gosto disso, não gosto de violino, nem de piano, nem dessas aulas de boas maneiras, eu nasci para ser assim. - Responde Amelissa. Robert olha para baixo, um pouco desapontado, e fala:
– Mas essas coisas que você aprende dentro desta casa, é o'que vai fazer de você uma mulher de verdade, é como um moça realmente deve se comportar. - Fala Robert. Então, Amelissa decide falar:
– Então quer dizer que as moças que não se comportarem de tal maneira não são mulheres de verdade? - Então Robert e todos os outros ficam em silêncio. Ela continua. - Não existe isso de mulher de verdade, todas as mulheres merecem ser reconhecidas e respeitadas independente da maneira que se comporte, sabe, eu não me sinto bem sendo submetida a tudo isso, eu me sinto presa, como se estivesse em uma cadeia. - Fala Amelissa, então, sua madrasta fala:
– Ora Amelissa, estar desvalorizando tudo oque tem! É importante que você aprenda bons modos, fazendo parte dessa família, você aprenderá e aceitará. - Fala Margery levantando-se da cadeira. Amelissa logo responde:
– Porque fala comigo desta forma? Não é nada minha, só mais uma madrasta chata, que acha que pode mandar na minha vida. Mas não pode. - Responde Amelissa. Logo, seu pai fala:
– Mas eu posso. Eu posso mandar em você, é minha filha, e ordeno que respeite sua madrasta e a escute. - Fala Robert também levantando-se da cadeira. Amelissa fica chateada, logo, sai correndo para seu quarto, com lágrimas no rosto.
Chegando no quarto ela vai direto a janela, observar a paisagem do bosque, e um passarinho pousa na janela, ela ajoelha-se, e fala:
– Eu só queria ter asas, como você, passarinho. Eu sairia voando por ai, exploraria tudo, veria tudo o'que o mundo tem a nos oferecer. - Fala ela, com lágrimas no rosto e um tom melancólico de voz. Logo, o passarinho fica um tempo parado, como se estivesse compreendendo-a, e sai voando. Ela apenas observa, e sorrir, enquanto o sol ilumina a metade de sua face triste.
Ela passa um tempo no seu quarto, a professora de boas maneiras chega, suas irmãs recebem aulas, mas parece que sua madrasta lhe poupo daquela vez, ela ficou no quarto, lendo seus livros, algo que a fazia viajar. Enquanto lá embaixo estavam suas irmãs. Estavam sentada em uma mesa redonda, em uma sala e a professora na cadeira bem na frente delas, e pergunta sobre Amelissa:
– Onde estar Amelissa? Essa não é a primeira vez que ela se atrasa. - Pergunta Sara, a professora.
– Bem, ela não vem, a mamãe decidiu dar um tempo para ela. - Responde Nancy.
– Mas porque? - Pergunta Sara.
– Bem, ela deu uma de rebelde hoje de manhã, dizendo que estava se sentindo presa, e não sei o'que, mas ninguém liga para a cenas que ela faz. E nem vai fazer falta está aula para ela, já que ela nunca aprende. - Responde Nancy.
Sara fica olhando para o nada, pensativa, logo, fala para Nancy:
– Talvez ela realmente esteja presa. - Fala Sara.
– Você vai concordar com ela? - Pergunta Nancy, enquanto Emma ficava olhando.
– Sabe Nancy, eu conheço muito bem Amelissa, ela é uma menina agitada, ela nasceu para ser uma pessoa livre, para viver sem padrões, isso realmente não a pertence, mas é uma pena que uma menina que quer ser tão livre tenha nascido em uma família cheia de restrições. - Fala Sara enquanto Margery escuta atras da parede, ela sai andando pensativa, mas logo ignora oque Sara falou.
– Ah não, até você Sara?! - Fala Nancy. Então, Emma interrompe.
– Enfim... vamos começar a aula? Por favor né. - Fala Emma.
Elas começam a aula. Logo depois de terminar a aula, Sara vai até o quarto de Amelissa, escondido, é claro. Ela bate na porta, Amelissa estava rindo, lendo um livro.
– Posso entrar? - Pergunta Sara batendo na porta que não estava totalmente fechada.
– Mas é claro. - Responde Amelissa, percebendo que era Sara. Logo ela fala:
– Suas irmãs falaram porque você não foi até a aula hoje. - Fala Sara.
– É mesmo? - Pergunta Amelissa.
– Sim. Sabe Amelissa... - Fala Sara enquanto as duas estão sentada na cama.
– O'quê? - Pergunta Amelissa.
– Na sua idade, e era bem como você, tinha uma personalidade forte, mas tinha sonho diferente. Eu queria ensinar, era uma menina recatada desde sempre, mas meu pai queria que eu me casasse e tivesse filhos, mas aquela vida não era para mim. Eu queria ser independente. - Fala Sara.
– Eu também quero ser independente, essa coisa de casamento e filhos, não é para mim. - Responde Amelissa.
– Bom, eu já me apaixonei, mas nunca houve nada, mas enfim, meu pai arranjou alguém com quem eu deveria me casar, eu não aceitei, eu fuji um dia antes de casamento, e estou aqui hoje, fazendo oque eu gosto. Eu não quero influenciar você a fujir, mas não se prenda as regras que sua família impõe, tenha atitude e siga seu coração, permita-se a ser livre. - Fala Sara.
– Mas como? Tudo aqui é tão rígido. - Pergunta Amelissa.
– Querida, a vida é curta, aproveite sem medo dos seus pais, o importante é ser feliz e quando uma pessoa se torna livre, ela se torna feliz. Pare de se prender as regras de sua família, isso não é um pecado desde que você esteja seguindo seu coração para uma coisa que for boa, que fizer bem para você. - Fala Sara, ela levanta-se e sai, Amelissa fica pensativa.
De repente começa a chover, e pensando no que Sara disse, ela foi para a chuva, ela sempre quis sentir aquela água do céu cair em sua pele, ela sempre se perguntou, como água caia do céu? Lhe diziam que era Deus, mas com sua inocência, ela sempre imaginou Deus jogando baldes de água enormes lá de cima. Ela tirou sua grande saia, ficando apenas com um vestido por baixo de todo aquele traje. Ela foi para trás de sua casa, começou a dançar na chuva. A fazer vários passos, fazia questão de se sujar na lama, ela aproveitou o possível antes de seu pai chegar junto com sua madrasta. Lucy quando percebeu, apenas pediu para ela entrar:
– Vamos menina, entre! - Fala Lucy, ela estava na porta dos fundos.
– Ah Lucy, isso estar tão bom! Não imagina como é bom, esta água é tão gelada! Tão bom! - Responde Amelissa enquanto faz sua dança com passos loucos.
– Se sua madrasta chegar, ela mata nós duas! - Fala Lucy.
– Não se preocupe, ela não fará! Eu sairei muito antes disso acontecer! - Responde Amelissa enquanto rodopia pelo quintal sujando-se de lama que saia debaixo da grama verde.
Alguns minutos depois ela entra, com os pés todos sujos de lama batendo até a batata da perna, ela sai deixando pegadas na casa. Enquanto caminha em direção ao seu quarto, Lucy estando logo atrás, seu pai chega junto com Margery, Amelissa percebe, fica parada, olhando para eles enquanto estar enrolada em uma toalha e com seus olhos arregalados. Ela estava muito suja de lama, pois se jogara no chão do quintal fazendo com que amassasse uma pequena parte da grama. Robert fica irritado e pergunta exaltadamente:
– Mas o'que isso significa?!
– Pai, eu só estava tomando um pequeno banho de chuva, só isso. - Responde Amelissa com sua cabeça inclinada para baixo e um olhar alto e frágil para seu pai.
– Só isso? Por acaso uma moça de 15 anos como você faz isso? - Pergunta Robert, muito irritado, logo, Margery interrompe:
– Eu já disse que parasse dessas criancices, já é a sexta vez, e dá última vez você tinha me jurado que não faria mais, mas parece que você mentiu. - Fala Margery. Robert, fala.
– Ela tem razão, oque temos que fazer com você? Não é a primeira vez que você apronta, olhe, a casa está imunda, mas isso acabará amanhã. - Fala Robert. Amelissa vai andando em sua direção, com os mesmo olhos arregalados, e pergunta:
– O'quê? O'que vai fazer comigo? - Ela parece preocupada e com raiva.
– Você verá, não precisa se preocupar, você não vai achar ruim, mas isso só vai acabar. - Responde Robert.
Harry percebe o movimento, logo, vai até Amelissa, após seus pais deixarem o local, e fala:
– Você se ferrou pequena Amelissa. - Ele dá uma risada maliciosa e afrontando Amelissa. Então Sammy vem da cozinha e percebe, logo pergunta:
– Oque está acontecendo? - Pergunta Sammy, Amelissa responde:
– Seu irmão...
– Harry, por favor, vamos parar, você é mais velho que eu, mas sua mentalidade... Bem, nada a comentar. - Fala Sammy. Logo, Harry fala.
– Olha Sammy, cala a boca, você nem sabe oque aconteceu.
– O'que? O'que aconteceu. - Pergunta Sammy olhando para Harry e Amelissa.
– Papai vai castigar Amelissa, estava fazendo criancice de novo. Mas ele não disse oque era. - Responde Harry. Amelissa logo interrompe.
– Ele não disse que ia me castigar, disse que isso tudo acabaria, mas não falou sobre castigo. - Fala Amelissa.
– Tudo bem, tudo bem, saia, e deixe nossa irmã em paz. - Fala Sammy.
– Ela nem é nossa irmã. - Responde Harry, saindo.
Então, Sammy continua falando com Amelissa.
– Não liga para esse garoto.
– Eu já disse que já estou acostumada Sammy. - Responde Amelissa.
Então Sammy sai, Amelissa sobe para o quarto e se arruma. Chega a noite, ela vai dormir, já curiosa para oque iria acontecer com ela no dia seguinte.


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