Amelissa escrita por Maria Andrade


Capítulo 1
Borboletas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/630373/chapter/1

Amelissa Stamford, uma jovem de 15 anos, que sonhava com a liberdade. Ela vivia em uma casa luxuosa, com seu pai, John e sua madrasta Margery e com mais cinco meio-irmãos: Kevin, Harry, Sammy, Nancy e Emma. Ela não tinha uma boa relação com os irmãos, na verdade eles não tinha com ela, por ela ser fruto de uma traição. Mas Sammy, ele gostava de Amelissa. Ela vivia um vida cheia de regras e padrões, com muito formalidade é claro. Ela não se sentia bem lá, aquela vida não a pertencia, ela só queria ser livre. Ela era filha de Martha Donovan, uma boa mulher, pintora e vendia sua arte nas ruas de Manchester. Ganhava o suficiente para sobreviver. Ela ficou com Robert porque não sabia que ele era casado nem que tina filhos, ela pensava que se casariam quando ela engravidou, mas ai, ela descobriu que ele tinha uma família, aquilo foi um desgosto para ela. Martha se encontra uma vez por mês com sua filha e em algumas festas, são os momentos mais legais da vida de Amelissa.

Era uma tarde de 1915, Amelissa estava caçando borboletas no jardim de sua casa, e neste jardim estava havendo um preparativo para uma festa que seus pais dariam naquela tarde. Ela estava com um vestido branco, com mangas longas, gola alta, seu cabelo castanho escuro estava amarrado com uma trança e sua franja estava de lado, estava se esforçando enquanto corria, ela estava descalço, assim sentia-se mais à vontade para corre atras das borboletas, e é claro, ela tinha um potinho com uma tampa para coloca-las la dentro. Ela corria atras delas mas não conseguia pegá-las, então, seu meio-irmão, Sammy, que vinha de dentro da casa, já pronto para quando os convidados chegassem, disse:

- Oque está tentando fazer? - Perguntou Sammy

- Oque se parece? - Respondeu uma forma sarcástica, até porque era muito perceptível oque ela estava tentando fazer.

- Bom, parece que estar tentando pegar as lindas borboletas. - Responde Sammy.

- Correto. - Fala Amelissa, enquanto se esforça para pegá-las.

- Quer mesmo fazer isso? - Pergunta Sammy enquanto ia em direção a Amelissa no jardim.

- Claro, porque estar perguntando?

- Bem, primeiro que você estar fazendo de forma errada. - Então Amelissa para e olhar para ele, colocando as mãos na cintura e olhando sério para ele. Logo, Sammy continua. - Você estar assustando as borboletas, nunca vai conseguir, tem que ir de mansinho. - Amelissa fica atenta nas palavras de Sammy, e ele continua. - Segundo, você quer mesmo tirar a liberdade dessas belas borboletas que foram feitas para voar e serem livres? - Logo Amelissa para e fica pensativa, ela pensa o quanto queria ser livre, e tirar a liberdade daqueles bichinhos seria injusto, então ela diz:

- É, você tem razão.

- Eu sei. - Diz Sammy, num tom sarcástico.

- Ah, não abuse. - Responde Amelissa, em seguida, sua madrasta grita por seu nome.

- Amelissa! Amelissa! - Grita Margery, sua madrasta, enquanto estar na porta.

- Ah não... - Fala Amelissa bem baixo para que ela não escute.

- Ela estar te chamando, acho melhor ir. - Fala Sammy, com seu tom sarcástico.

- Sim madrasta, estou indo! - Ela olha para sério para Sammy virando a cabeça, logo ela sai andando, chegando na porta.

- Vamos, entre, os convidados já estão chegando e você estar toda desarrumada e suja, olhe para seus pés, oque estava fazendo? - Fala sua madrasta enquanto a conduz para o quarto com a mão nas suas costas.

- Eu estava caçando borboletas. - Responde Amelissa olhando para Margery com sua cabeça baixa. Então, Margery olha para Amelissa virando a cabeça de lado com expressão de desapontamento, logo dizendo:

- Isso é coisa que uma moça como você se faça? Por acaso tornou-se caçadora agora? - Pergunta Margery com um tom de insatisfação.

- Não, me desculpe. - Responde Amelissa quando elas acabam de chegar no quarto.

- Me prometa que não vai mais cometer criancices dessas! - Fala Margery.

- Tudo bem, eu prometo. - Responde Amelissa.

- Ótimo, aqui está seu vestido, o chapéu está bem ali. A Lucy irá fazer seu penteado e lhe ajudar a colocar o espartilho. - Fala Margery enquanto vai em direção a porta e sai do quarto. Amelissa olha para Lucy depois vira o rosto mostrando insatisfação, até porque ela odiava colocar o espartilho, logo, Lucy fala:

- Vamos querida, já deixei sua banheira pronta para você tirar toda essa sujeira, olhe para seus pés.

- Tudo bem, obrigada Lucy. - Fala ela indo em direção ao banheiro.

Logo depois de tomar seu banho, Amelissa colocou seu espartilho com ajuda de Lucy, ela odiava aquilo, era muito apertado, mal podia respirar. Seu vestido era dourado, com mangas de renda batiam cinco dedos abaixo do ombro, sua saia não era armada, a largura da saia era até o chão com um cauda que arrastava-se pelo chão, e tinha vários detalhes de lantejoulas por ele todo. Seu cabelo estava com o coque e na frente sua franja estava solta e seu chapéu era dourado com algumas penas em cima, era um pouco caído para o lado e suas abas eram de tamanho médio. Ela estava com uma maquiagem simples e bonita.

A festa já tinha começado a mais ou menos uns 25 minutos quando ela desceu, vieram várias pessoas importantes de Manchester e clientes de seu pai. Ela desceu, e logo foi percebida por muitas pessoas. Ela se sentia desconfortável passando por todas aquelas pessoas. Então, seu pai que estava conversando com um de seus clientes a chamou, com ele estava suas duas meia-irmãs Nancy e Emma e sua madrasta. Logo, ele apresentou Amelissa a seu cliente John:

- Esta é minha filha mais nova, Amelissa. - Fala seu pai.

- Prazer Amelissa, me chamo John, que bela jovem você é. - Fala John enquanto beija sua mão.

- Obrigada. - Responde Amelissa com certa vergonha.

O cliente de seu pai sai, ficando apenas ela seu pai e sua madrasta e suas meia-irmãs. Logo, Nancy fala:

- A, que linda estar você.

- Obrigada Nancy. - Responde Amelissa dando um sorriso doce. Logo Nancy fala:

- A bastardinha da festa, não é mesmo? - Então Amelissa abaixa a cabeça tirando o sorriso do rosto imediatamente. Margery fica sem graça enquanto Emma que estar com os braços entrelaçados com o da irmã, rir. Logo, Robert fala com uma voz baixa ainda sim brigando com Nancy:

- Nancy, já chega!

- Ai pai, tudo bem. - Responde Nancy.

- Não quero mais essas piadinhas, entendeu? - Fala Robert.

- Sim, entendi. - Responde Nancy, que sai junto com sua irmã em seguida.

Então, Margery fala para Amelissa:

- Não se importe com isso, eu não me importo, faça o mesmo.

- Tudo bem, eu já estou acostumada. - Responde Amelissa.

- Ah, desculpe, talvez nós não tenhamos educado bem nossos filhos Robert. - Fala Margery.

- Eles precisam aprender. - Responde Robert.

Amelissa fica observando, até que vê sua mãe entrando no portão, gritando por seu nome, ela estava com uma roupa simples, um vestido preto com um pano de tecido de seda entre os braços e o seus cabelos castanhos amarrado com um coque e sua franja solta. Assim que entra Amelissa vai em sua direção gritando "mamãe!" , então, elas se abraçam e Robert e Margery apenas observam sem nenhuma reação, e então elas começam a conversar.

- Ah filha, eu estava com muita saudades! - Fala Martha, sua mãe.

- Eu também mamãe! - Responde Amelissa, enquanto as duas se abraçam.

- Você estar linda hoje, que vestido maravilhoso! - Fala sua mãe enquanto pega na sua mão e dá um giro em sua filha.

- Obrigada mamãe, sua roupa, apesar de simples, estar linda também! - Responde Amelissa.

- Obrigada! - Responde Martha.

- Então vamos, quer comer algo? - Pergunta Amelissa.

- Ah, quero sim, essas festas tem cada comida gostosa! - Responde Martha.

- Então vamos! - Fala Amelissa.

As duas sentam-se em uma mesa, e passam o tempo conversando, oque ambas amam fazer, enquanto isso, Nancy e Emma ficam observando as duas de baixo de uma grande árvore que tem no jardim e ficam falando mal delas.

- Veja só, a filhinha com a mamãe que quase acabou com o casamento dos nossos pais. - Fala Nancy.

- Duas ridículas não é? Não sei como a mamãe aceitou ficar com essa menina, ela é uma idiota e ainda é filha dessa aí. - Responde Emma.

- Eu juro que farei de tudo para coloca-la para fora desta casa. - Fala Nancy.

- Se precisar de ajuda, eu estarei super disponível para ajudá-la. - Responde Emma.

- Não suporto mais ela sendo a queridinha do papai, nos somos melhores, não somos duas bastardas. - Fala Nancy.

Então as duas saem andando para as mesas da festa onde tem pessoas jogando golfe. Emma decide jogar, ao invés dela jogar a bola no buraco e faz questão de bater mais forte, a bola acaba batendo na xícara de café quente que Martha estava tomando, batendo em sua roupa e no seu rosto. Logo Martha levanta-se da cadeira e Amelissa levanta-se ao mesmo tempo, e diz:

- Mas oque é isto? - Fala Amelissa olhando para o local onde Emma estava jogando.

- Ah, desculpe-me, foi totalmente sem querer. - Responde Emma.

- Tudo bem Amelissa, deixa pra lá. - Fala Martha.

- Vamos nos limpar mamãe. - Fala Amelissa conduzindo Martha para dentro de casa. Margery vai logo atras.

Elas entram no banheiro do quarto de Amelissa. Ela pega um pano dá para Martha e ela começa e se limpar na frente do espelho do banheiro. Margery aparece na porta e pergunta:

- Oque aconteceu?

- Foi um acidente. - Responde Martha.

- Como aconteceu? - Pergunta Margery.

- Uma bolinha de golfe bateu na minha xícara de café e aconteceu isto, e desculpa se eu estiver incomodando por estar dentro de sua casa. - Responde Martha.

- Ah não, tudo bem, fique a vontade para se limpar. - Responde Margery.

Margery sai do quarto, e Amelissa, que só observava fala:

- Tenho certeza que ela fez de propósito. - Fala Amelissa.

-Ah, não diga isso, você não sabe. - Responde Martha.

- Eu conheço a Emma, ela fez de propósito, até porque ela sabe jogar golfe muito bem, não erraria. - Fala Amelissa.

- Mas tudo bem. - Fala Martha.

- É, tudo bem. - Responde Amelissa.

A festa acaba, Martha vai para casa e todos os outros convidados, os empregados estava arrumando o jardim. Amelissa tinha que subir, junto com suas irmãs e dormir. Ela ficava na janela, observando o sol se pôr e via toda a imensidão do bosque, via as árvores, mas não sabia oque vinha depois, seria aquele bosque infinito? E oque existiria dentro dele? É oque ela sempre quis saber. Ela queria ter asas, como as borboletas que ela tentou prender mais cedo, é algo que ela se lamentava, foi bom seu irmão ter dito aquilo. Ela se sentia como aquelas borboletas, só que ela teria sido presa dentro de um potinho, e não conseguia sair, para voar e ser livre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amelissa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.