No és una Ilusión escrita por Myu Kamimura


Capítulo 6
Capítulo VI




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Enquanto os Cavaleiros de Athena estavam preocupados com a nova – ou nem tanto – ameaça na Miami Arena, Helena arrastava Miho de loja em loja em um shopping que havia próximo do local do show. A atriz cismou que a garota precisava de uma repaginada total e estava empenhada em conseguir aquilo:

—Amanhã você vai chegar naquele show com a aparência digna de uma namorada de rockstar— a deusa do amor reencarnada indagou, após ver a garota com mais uma cominação de roupa escolhida por ela.

—Eu ainda acho que isso é uma baboseira, Helena – a japonesa resmungou – Não é uma roupa que vai fazer ele me olhar diferente.

—Não é a roupa mesmo. É a combinação de fatores: look, cabelo, maquiagem e atitude. Principalmente atitude. Serão poucas horas, mas será o suficiente para te transformar, mas sem apagar a sua essência, Miho-chan! – Piscou – Agora vista essas aqui – entregou a ela mais algumas peças de roupa – juro que são as últimas... ao menos nessa loja.

A professorinha rolou com os olhos, mas nada disse. Apenas se enfiou dentro do provador e seguiu a epopeia da provação de roupa.

***

No palco, Shun e Debbie faziam uma versão de Lost in your eyes apenas com voz e piano, enquanto eram assistidos com admiração por quem estava no local. Marin os observou de longe e, em seguida, juntou-se a Saori, Angelo, Tohma e Sergio. A tensão ainda prevalecia:

—Athena – curvou o corpo – Marin de Águia a sua disposição.

—Irmã? – Tohma a olhou – Por que a máscara?

—Para manter o foco – suspirou – e lembrar quem eu realmente sou.

O celestial sentiu a tristeza e a confusão vindo da irmã, mas achou melhor não falar nada. Naquele momento, ela era uma das mais velhas do grupo de Cavaleiros. Precisava manter a mente fria:

—Eu creio que Éris não conta com todo seu poder – a ruiva começou – Se pararmos para analisar, ela preferiu perder tempo criando pequenas intrigas ao invés de atacar diretamente qualquer uma das deusas.

—E o que você sugere? – Saori questionou.

—Toh-.... Ikarus – olhou para o irmão – As Areias do Tempo paralisam o tempo totalmente ou há alguma forma de escolhermos quem queremos que continue a se mover?

—Conte-me exatamente o que você pretende, porque não entendi seu questionamento.

—Eu quero acabar logo com essa ameaça, mas não quero envolver os demais... nem mesmo quem me machucou – ela aproveitou a máscara para olhar para Debbie. Apesar de tudo, ela era apenas uma vítima das tramoias da deusa da discórdia – O que eu quero saber é se há uma forma dessa ampulheta deixar apenas nós, cavaleiros de Athena e Éris, em movimento, enquanto todos os outros estão paralisados. Assim, quando enfim acabarmos com isso, tudo estará do mesmo jeito e não teremos que dar nenhuma explicação.

—Bom, isso aqui é emprestado – ele deu um sorriso amarelo, apontando para a ampulheta – Mas creio que podemos deixar em movimento apenas aqueles que podem queimar o cosmo.

—Serve. Assim que Shun encerrar a música, gire a ampulheta.

Ele meneou a cabeça em concordância e observou o palco. No momento que o irmão de Ikki tirou as mãos do piano, Tohma girou a ampulheta de Chronos e o tempo automaticamente parou de correr. Marin suspirou e olhou em volta os faxineiros, roadies e seguranças da arena paralisados. Atrás deles, Ruben imóvel, como se estivesse correndo. Havia um rastro atrás dele. Um rastro de lágrimas. Marin suspirou e usou todo seu autocontrole para não chorar. Ele não tinha culpa, ela sabia, mas estava ferida. Fez menção a se aproximar dele, quando ouviu seu irmão indignasse com algo. Virou e percebeu que Sergio estava imóvel, porém Angelo movia-se tranquilamente:

—Tá, eu achei que aquela história de beijos com sabor de torta de maçã era apenas uma baboseira infantil, mas... Não foi isso que fez você perceber que tinha algo errado, não é? – O Celestial questionou.

—Angelo é muito esforçado, irmão – a ruiva indagou – Em poucos meses compreendeu sobre os poderes do corpo e da mente e, sempre que possível, me procura para treinarmos.

Ainda com o olhar espantado, Ikarus o mediu de cima a baixo e, após um suspiro, falou:

—Claro... Angelus. Já vi sobre você nas estrelas.

—An-... Angelus? – O loiro perguntou um tanto confuso – O que você quis dizer com isso?

—Depois ele te responde. – A amazona de águia interrompeu – Agora temos muito o que fazer.

A ruiva avançou para a área do palco, onde Seiya e os demais se encaravam confusos. Ao ver Marin de máscara, Shina se espantou:

—O que está acontecendo? Por que o tempo parou? Estamos sendo atacados por um deus que controla o tempo?

—Sim, estamos em ataque, mas não por alguém que controla o tempo – suspirou e encarou seu antigo discípulo – Seiya, há dois anos, quando vocês enfrentaram a Deusa Éris, você atirou uma flecha contra a maçã dourada, devolvendo o cosmo de Athena e impedindo que a deusa da discórdia ressurgisse em toda sua glória... entretanto, você não pulverizou a maçã, apenas a fragmentou. Um desses fragmentos conservou a alma dela e, bem, acho que ela retornou em busca de vingança.

—Mas... – foi Hyoga quem se manifestou – A Eire-chan está imóvel. Eu imagino que, se Éris estivesse de volta, buscaria o corpo dela.

—Isso seria óbvio demais, não acha? – A voz de Tina ecoou pelo local – Senti saudades da sua inteligência e da sua voz sexy, Hyoga de Cisne. Aliás, eu não sou a única loira a sentir essa saudade. Há uma doce francesinha, que olha todos os dias a constelação de cisne no céu noturno e se pergunta “por que o Hyoga não veio me buscar? ”.

tá de brincadeira, né? – Shiryu arfou – A pirralha do Family Ties? Sério mesmo, Éris?

—A gente trabalha com o que pode, Dragãozinho. Como disse, seria óbvio demais pegar o corpo da senhorita Aizawa. Além do mais, apenas um resquício da minha alma foi preservado. Aguardei pacientemente, sobre uma forma decrepita, coberta com um manto para esconder o quão horrenda eu estava.

“Uma velha artesã numa feirinha de Athenas. Um disfarce perfeito, que vocês nunca desconfiariam, apesar de que vocês andavam bastante ocupados com outras ameaças. Eu só precisava esperar o receptáculo perfeito. Alguém com grande ambição e nascida sobre a mesma estrela que eu. A jovem Tina chegou empolgada, arriscando algumas frases em grego que aprendeu com uma colega modelo, essa mesma foi quem te disse o quanto a Grécia era bela, mas eu pude sentir. Pude sentir que, por trás de todas essas falas admiradas, ela queria ser aquela modelo. Uma carreira meteórica, convites para as mais diversas festas, capas de revistas, outdoors na Times Square. Tina era apenas uma coadjuvante num sitcom, uma adolescente esquisita, mas Mariah... Ah, Mariah era alta, ruiva, um corpo incrível e uma altivez invejável. Eu senti tudo isso e ofereci para aquela garota uma peça rara e exclusiva – apontou para o colar em seu pescoço – um pingente de maçã feito de ouro puro. Seus olhos brilhavam em admiração e eu propus que ela o experimentasse. E aqui estou. Agora imaginem a minha surpresa quando descobri que a tal Mariah na verdade era uma Amazona de Athena? Eu estava planejando uma vingança a minha altura quando aquele produtorzinho chamou a Tina para ser apresentadora, ao lado da Mariah, em um evento de caridade. Claro que aceitei, afinal precisava estar próxima dela para tentar descobrir alguma coisa sobre como destruir os Cavaleiros de Athena. Até que você, querida ruiva, me falou sobre os Guardians, amigos japoneses de longa data que agora tinham uma banda e estariam no evento do fim de semana. Tina já havia escutado sobre eles, mas não os conhecia. Eu preciso te agradecer, Mariah Aquilla, Marin de Águia, Mayumi Higurashi... muitíssimo obrigada por ter me mostrado aquele pôster. Foi a partir dele que decidi o que ia fazer e, em agradecimento a Tina por ter, gentilmente, me cedido esse corpinho invejoso, resolvi começar com você”

—Mayumi Higurashi... faz bem mais de dez anos que ninguém me chama por esse nome – a ruiva riu – Dá pra ver que você está realmente motivada em me desestabilizar, Éris. Mas será que você tem poder para isso?

—Eu posso estar enfraquecida, mas ainda sou uma deusa... – começou a elevar o cosmo – E, como tal, tenho alguns privilégios.

O cosmo da deusa da discórdia se dissolveu em três pilares, que começaram a materializar silhuetas, silhuetas de cavaleiros:

—Cavaleiros Fantasmas... – Ikki revirou os olhos – Que original.

—Não. Digamos que, graças ao fato de vocês terem vencido Hades e reiniciado, por assim dizer, o inferno, os deuses adquiriram alguns brinquedinhos bem interessantes. Alguns feitos de prata e outros de ouro. Infelizmente meu poder não me permite brincar com todos, mas – as silhuetas cósmicas finalmente adquiriram forma, revelando-se Shaka, Aiolia e Mu, com expressões vazias – Esses três foram os que mais achei interessante.

—E acha mesmo que os Cavaleiros de Ouro vão nos atacar? – foi a vez de Seiya se manifestar

—Hahaha... Vocês continuam sem entender. Não são seus cavaleiros de Ouro. É apenas uma projeção cósmica deles. As almas dos Guerreiros de Athena condenadas ao Tártaro agora estão em poder dos deuses do Olimpo. Certo que eu não sou muito querida por eles, mas garanto que gostam muito menos de você, mimadinha – apontou para Saori

A deusa da guerra se encolheu e olhou para Tohma, que estava a seu lado assim como Angelo, e ele desviou o olhar:

—Você... Você sabia disso?

—Sim. E não pense que não pretendia ocultar isso de sua santidade, mas é que...

—Eu sei, Tohma. Você é apenas um emissário. Não tem culpa dos atos doentios deles – suspirou e tirou a esfinge de Nike da bolsa. Depois, elevou o cosmo e a deusa da vitória converteu-se em báculo – De jeans ou não, eu ainda sou Athena! – Deu dois passos à frente, sendo ladeada pelos Cavaleiros de Bronze, Marin, Shina e June. – É apenas uma adolescente perturbada! Arranquem aquele colar do pescoço dela e o esmaguem!

—SIM!

Os oito guerreiros elevaram seus cosmos e as armaduras revestiram seus corpos. A tarefa era simples, chegar até Éris e arrancar o colar da maçã dourada de seu pescoço, porém eles eram atrapalhados pelas almas que ela materializou. Eram três contra oito, mas os Cavaleiros de Athena não conseguiam tocar nos dourados materializados, afinal eles eram apenas projeções cósmicas:

—O problema dela ter se encostado numa atriz de Hollywood é que ela decidiu fazer seu próprio filme de zumbi. – June resmungou, com as costas coladas em Marin – Não consigo chegar nela, nem com o chicote.

—É isso! É a mesma coisa de quando enfrentei Asterion – a ruiva murmurou – Me dê cobertura, June.

A Amazona de Camaleão concordou com a cabeça e lançou-se ao ataque. Enquanto isso, Marin seguia em seu encalço, como se fosse sua sombra. Com o chicote, a etíope limava o ataque das projeções dos dourados, até que ficou cara a cara com Éris:

—Foi bem ágil, June de Camaleão – a deusa da discórdia falou em meio a uma risada – Pena que, ao mesmo tempo, foi bem estúpida.

—Eu não teria tanta certeza!

Dito isso, a namorada de Shun abaixou e Marin se revelou, aproveitando a guarda baixa de Éris para arrancar-lhe o colar do pescoço. Tina, inconsciente, foi amparada por June antes de cair e coube a Marin a missão de pulverizar o último resquício da alma de Éris para sempre. Suspirou:

—Acabou – tirou a máscara e olhou para os demais

—Agora só precisamos decidir o que fazer com ela – June indagou, olhando para Tina.

—Coloque-a no camarim dela – suspirou e a armadura deixou seu corpo – Precisamos todos voltar as posições de antes disso tudo começar. Ajeitem os cabelos, tirem a fuligem do rosto a ajam como se nada tivesse acontecido.

—E o que vamos dizer a Tina quando ela acordar?

—Ela não se lembrará de nada que fez como Éris – Saori falou, já sem o báculo – Venha comigo, Angelo. Você vai dizer que estava com ela na área externa, o colar dela caiu em um bueiro, ela foi tentar pegar e caiu, bateu a cabeça e ficou desacordada. Você a levou para o camarim com a ajuda do Sergio.

—Eu contarei essa versão a ele quando girar a ampulheta – Tohma afirmou.

Todos tiraram as armaduras e regressaram as posições iniciais. Mariah ficou de frente para Ruben quando o celestial devolveu o tempo a seu curso normal. Ruben correu até a namorada com lágrimas nos olhos e estranhou o fato dela estar sem máscara:

—Há alguns segundos você...

—Tohma congelou o tempo – respondeu, desviando o olhar dele – Tudo já foi resolvido.

—Então a Tina...

—Voltou a ser apenas uma atriz. – Suspirou e ergueu o olhar para ele – Ouça, Rub... Eu sei que você foi apenas mais uma das vítimas dessa discórdia toda, mas eu ainda tô bem machucada. Preciso voltar para casa e descansar até amanhã

—Mas... como a gente fica?

—Por enquanto assim – deu um beijo em seu indicador direito e pousou-o sobre os lábios dele – Eu amo você, mas, como disse, estou machucada e preciso pensar. Amanhã, antes do show conversaremos. Sugiro que você também vá descansar.

E seguiu caminhando. Ele fez menção em segui-la, mas foi bloqueado por Sergio:

—Não é com ela que você precisa falar agora. – O aquariano indagou, olhando momentaneamente para o palco – A Mariah sabe que você gosta dela de verdade, mas sua ex será uma pedra no sapato constante se você não resolver isso de vez.

—É, Checho... você tem razão.

O Menudo caminhou até o palco, onde uma animada Debbie conversava com Shun:

—A gente realmente deveria persuadir o Darrin pra fazermos isso no show de amanhã, Shun! Imagina que estouro seria?

—Sabe, a música é composição sua, então acho que você deve saber que eu canto um cover dela em japonês nos nossos shows.

—Você tá de brincadeira, né? – Os olhos dela brilhavam – Eu preciso dessa letra! Inclusive quero entrar em estúdio assim que possível pra fazer um dueto contigo e lançar num compacto!

—Desculpa atrapalhar a conversa de vocês, mas... – Ruben surgiu na beira do palco – Precisamos conversar, Deborah... conversar seriamente. Eu te espero no seu camarim.


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