Pov Isabella
Lá estava eu,na pior madrugada de toda a minha vida. Há algumas horas atrás eu estava feliz,jantando em família,e agora estou aqui ás 5:13 da manhã sem ter pregado o olho. A playlist de músicas deprimentes que eu escutava no fone já estava quase no final. Os lençóis sob minhas pernas,sentada e as lágrimas caiam pelo meu rosto,era nesse estado em que eu me encontrava.
Aquela maldita fala do meu pai: '' Desculpe mas... Minha filha é... Você está noiva! Você irá casar!'' rodeava a minha cabeça. Além da música,era só o que eu escutava. Ainda lembro perfeitamente de cada fala,aliás foi horas atrás.
Eu queria cavar um buraco e me jogar nele. Queria que fosse um sonho,mas o tanto de beliscões que eu já dei pelo meu corpo prova que tudo isso é real.
Em pleno o século XXI,e ainda há pais que planejam o casamento dos filhos. O pior, é que já estava tudo planejado entes mesmo de eu nascer. Ok não foi planejado no século XXI mas mesmo assim,se estamos nesse século é por que esse absurdo se corresponde á esse século. Mas mais pior ainda é quando você não sabe o nome de seu noivo,nem sua mãe e nem seu próprio pai que fez a burrada. Isso mesmo o que você leu! Ele não sabe quem é. Ele assinou um contrato pra me proteger. Calma eu vou tentar explicar o que nem eu entendi direito.
O pai do meu ''noivo'', Dr. Gregório,alegou para meu pai que se eu não casasse com o filho dele que na época tinha 2 anos ele iria me sequestrar ou sei lá o que. O que eu entendi é que eu viraria órfã. O filho dele morava em Londres com a mãe. Meu pai nunca o viu e Gregório disse que ele só o conheceria no dia do meu casamento,no caso,no dia do meu aniversário de 18 anos que está muito perto. Um pouco só mais de um mês. Meu pai só tinha duas opções e vocês já sabem a qual ele escolheu. Uma das coisas mais ruins são: Eu não conheço meu noivo nem ao menos sei o nome dele. Só o sobrenome que é Silva,ou seja um nome muito comum por aqui.
Mas cara... Eu ainda era um feto e já estava noiva!
O motivo de meu pai ter entrado nesse acordo eu não sei. Meu pai não quis explicar e na hora eu também não queria mais explicação de coisa alguma!
Queria poder ligar para a meus amigos... Beatrice,Jane,Guilherme e João e contar tudo para eles. Mas não posso fazer isso,pois com certeza estão dormindo. E eu também não sei como iria dizer isso. Eles são meus melhores amigos,posso os contar tudo mas isso... acho que vai ser um choque para os quatro.
Vejo a porta do meu quarto se abrir,e um homem de roupa social aparece atrás dela. É meu pai,já arrumado para ir trabalhar.
-Filha?-ele diz e eu nada respondo. Só o olhei com os olhos cheios de lágrimas,e vi seus olhos lagrimejarem.
-Desde que horas você está acordada?-ele pergunta
-Desde ontem!-eu o dirijo a palavra pela a primeira vez.
-Isabella você não dormiu?-ele pergunta se sentando na ponta da minha cama e eu somente balancei a cabeça negativamente.
-Filha eu...
-Não começe a se explicar pai!
-Mas filha... Foi para te prteger!
-O que seja! Só de deixe sozinha!
-Ok... Me desculpe mais uma vez!
-Desculpas não voltam a dia em que você assinou esse contrato podre!-eu digo com raiva
-Tudo bem...-ele disse e se retirou do meu quarto. Eu voltei a me afogar nos edredons e nas lágrimas e pude pensar em só uma coisa: EU QUERO MORRER!!!
(...)
Tentei abrir meus olhos mas a claridade me impediu de abri-los por completo. Percebo que eu havia caído no sono. Olho para o relógio que fica no meu criado mundo e vejo que são 9:37 da manhã.
Começo a lembrar de tudo o que meu pai falou e meus olhos mais um vez se enchem de lágrimas,porém não as permito rolarem pelo meu rosto.
Me levanto da cama e vou em direção ao meu banheiro. Me olho no espelho e me vejo cheia de olheiras e com os olhos inchados. Jogo água no meu rosto,escovo os dentes e ouço o barulho da minha porta se abrir.
-Bella,minha flha?-pergunta aquela voz feminina,doce e carinhosa. Saio do banheiro e vejo minha mãe em pé parada na porta. Assim que nota a minha presença abe um leve sorriso.
-Bom dia minha filha!-ela cumprimenta
-Éh... Bom dia!-eu digo tentando soar simpática e educada
-Vamos tomar café da manhã?
-Não quero mãe...
-Mas filha,assim você vai ficar com anêmia!-ela diz e um leve e pequeno sorriso se monta em meu rosto pelo seu exagero mas logo se fecha.
-Vamos filha é sério! Eu imagino o que você ta passando,eu também nunca quis,nem seu pai mas... São só seis meses!-ela diz a respeito do tempo em que eu tenho que ficar casada.
-Tudo bem,vamos comer! Chega desse assunto!-eu disse saindo do quarto.
(...)
Depois do café da manhã me tranquei no quarto e mesmo com a inscistência da minha mãe,não almoçei.
Já eram 18:30,e resolvi que não ia ficar ali sem desabafar com ninguém. Me arrumei,peguei minha mochila,meu skate e sai do quarto.
-Até que enfim saiu da foça!-diz minha mãe
-É! Vou para a facul tá? Beijo!-eu digo e saio de casa e subo no meu skate rumo a faculdade. A rua está sem ninguém,o que é bom.
A brisa gelada que soprava em meu rosto era perfeita. Fechei os olhos por meio segundo para sentir a brisa e quando os abro do nada aparece uma bicicleta na minha frente. Ei pera da onde isso veio? Que? Instantaneamene a bicicleta bate contra o skate.
-Vê se olha por onde anda!!-eu digo
-Eu digo o mesmo para você!-ele diz se levantando. Eu reviro os olhos e os mesmo se encontram com um certo par de olhos castanhos. Meu coração acelerou. Mas o que ta acontecendo? Eu corei provavelmente. Ih credo! Xô satanás!
-Não vai levantar?-ele pergunta e me liberta de meus pensamentos. Mas o que eu realmente pensava era: Buguei!