Entre Irmãos escrita por Isa


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Espero que gostem desse capitulo.



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—Ah não. – Disse Mayara fechando a porta. Mas Matheus travou-a com o pé.

—Vamos conversar. – Disse com a voz terna, mas firme.

—Eu SABIA que você não ia me deixar em paz tão facilmente, como fui idiota de pensar isso. – Ela disse deixando o caminho livre para ele passar. – O que você quer? Aliás, como conseguiu subir de novo?

—O rapaz na portaria era o mesmo da outra vez, acho que ainda acredita que moro aqui. – Ele disse rindo debochadamente.

—Parece que vou precisar ter uma conversa com ele.  – Ela respondeu revirando os olhos mostrando insatisfação.

Matheus entrou no apartamento, fechou a porta atrás dos dois e começou a falar mais seriamente:

— Olha, você está brava porque não apareci ontem? Porque se for eu não entendi, não temos nada serio, não preciso me comprometer 100% com você. – Ele disse passando a mão pelos cabelos negros.

— O que? – Ela estava inconformada, não conseguia acreditar no que ele estava dizendo. – É obvio que não temos nada serio! Pare de pensar que todo o meu mundo gira em torno de você, não estou brava por que você não apareceu, na verdade nem ligo para isso. Estou brava por conta do que estamos fazendo com seu irmão. – Ela deu ênfase enquanto pronunciava a palavra “irmão”.

— Você acha que eu não sei que o que estamos fazendo é errado? Vindo te ver escondido, mentindo para uma das pessoas que eu mais me importo nesse mundo. Você acha que não penso nisso todos os dias quando deito minha cabeça no travesseiro?

— Você acha que eu não faço isso? – Ela disparou quase o interrompendo.

Um clima tenso se instaurou entre os dois. Mas apesar da tensão, as faíscas que um despertava no outro ainda eram perceptíveis nas entrelinhas de suas frases; porém Mayara sabia que precisava ser forte e manter sua decisão.

— Por favor, vá embora. – Finalizou. – Esse romancezinho de verão já durou muito mais do que deveria. E alguém que realmente ama um irmão, nunca faria isso.

Matheus a olhou com uma expressão difícil de decifrar, ela levantou o olhar e seus olhos se encontraram; foi aí que ela percebeu que pela primeira vez aqueles olhos pareciam demonstrar certa tristeza. Ela se sentiu mal pelas suas palavras, mas sabia que aquilo era o certo a se fazer. Matheus não disse mais nenhuma palavra, se virou e saiu pela porta; deixando-a sozinha com seus pensamentos. Ela olhava para a porta fechada a sua frente, e por mais que tentasse, não conseguiu continuar a conter as lagrimas que insistiam em se formar. Sentou-se no sofá da sala e começou a chorar.

Em sua cabeça vários pensamentos se formavam “será que sou uma pessoa tão ruim assim” “Eu deveria contar tudo para o Alex?” “será que estou tomando a decisão certa?” por mais que em sua cabeça ela soubesse a resposta para todas essas perguntas, ela não podia deixar de se perguntar, afinal sempre queremos achar alguma razão nas coisas que fazemos.

Ela se deixou levar por esses pensamentos e pela culpa que se formava em si. Mesmo sabendo que lá no fundo havia pensamentos sobre Matheus, ela não os deixava tomar forma em sua cabeça.

...

Matheus desceu pelo elevador e foi até seu carro, sentou-se no carro e começou a dar socos no volante, que dava várias buzinadas.

—Droga, droga!!

Ele sabia que as palavras de Mayara, por mais que doessem, eram verdadeiras. Ele e o irmão sempre foram muito próximos, Alex sempre fora certinho e dedicado nos estudos; enquanto ele arrumava brigas na rua e ia mal na escola. Talvez se dessem tão bem pelo fato de serem tão diferentes, pois um sempre ajudava o outro. Mas por outro lado, ele nunca havia sentido nada parecido por outra mulher; logo ele que sempre se orgulhou de ter muitas mulheres, desejava a única que não podia ter. Aquilo parecia até coisa de filme clichê, mas realmente estava mexendo com ele.

—Preciso esquecê-la. Ela está certa. – Ele disse olhando para seu reflexo no retrovisor.

Ele deu partida no carro e começou a dirigir, as janelas abertas batiam nos cabelos brilhoso que esvoaçavam com o vento. Por mais que tentasse, não conseguia deixar de lado os pensamentos que envolviam a garota. Talvez devesse ter agido diferente na Itália, quando teve a chance, mas sabia que ele nunca se comprometeria com alguém em um relacionamento a distancia. Parecia que qualquer romance que os dois tinham estava fadado a dar errado. Ele se sentia mal, mas sempre vivera com muitas mulheres, então não deveria ser tão difícil continuar a viver assim.

...

No dia seguinte Mayara acordou no sofá com os olhos inchados de chorar no dia anterior. “Pelo menos não tive nenhum sonho hoje” pensou se levantando. Suas costas doíam por ter dormido em uma posição desconfortável. Muffin correu em sua direção assim que a viu de pé.

— Você quer comer né? Seu fominha. – Ela foi até cozinha e abriu o armário em que guardava a comida do pequeno, colocou uma quantidade no potinho que estava no chão ao lado do sofá e se retirou para o quarto, pegou o celular que estava em cima da cama e viu uma mensagem de Alex.

O que quer fazer hoje amor?

Ela se assustou. Havia esquecido completamente que iam se encontrar naquele dia. Olhou o horário no relógio que estava no criado mudo e respondeu: Vamos almoçar em um restaurante japonês? Me pegue aqui às 13.

Depois disso entrou no chuveiro. Enquanto tomava banho se lembrou que as férias da faculdade estavam acabando e que as aulas dela e de Alex retornariam em uma semana. Ele cursava direito assim como seus pais e ela medicina veterinária.

— Acho que isso vai tirar um pouco minha cabeça dos acontecimentos recentes. – Disse para si mesma enquanto pegava um pouco de condicionador para passar nas californianas de seu longos cabelos.

...

Alex estava em seu quarto terminando de se arrumar, estava vestindo uma camisa polo azul claro e uma calça jeans clara. Terminou de pentear os cabelos e passar um perfume, quando saiu do quarto deu de cara com Matheus, que mal olhou para e ele e entrou no quarto quase batendo a porta.

Alex havia percebido que Matheus parecia mais distante que o normal, mas não achava tão estranho pois o irmão sempre fora meio frio e dificilmente mostrava seus sentimentos abertamente, mas sempre defendia até o fim aqueles que amava. Não deu muita atenção para esses pensamentos e foi embora até o apartamento de Mayara.

Chegando lá, a garota já estava na portaria esperando por ele. Ele saiu do carro e abriu a porta para ela entrar.

— Você está linda. – Ele disse com um sorriso.

—Obrigada. – Ela sorriu também.

O caminho para o restaurante foi tranquilo. Chegando lá, sentaram-se em uma mesa com dois lugares e pediram dois rodízios – um para cada um – e enquanto esperavam a chegada dos pratos, começaram a conversar.

— Estava com saudade de você. – Disse Alex sorrindo.

Mayara assentiu e sorriu, ela tentava agir normalmente, mas estava se sentindo desconfortável por estar mentindo para o namorado.

— Você está bem? – Ele perguntou demonstrando preocupação.

—Estou... – Ela disse levemente cabisbaixa. – Olha, eu te amo tá? – Ela completou.

Ele riu.

— Eu também te amo, mas porque isso do nada? – Ele perguntou sorrindo.

—Não sei... Acho que as pessoas podem fazer coisas estupidas quando amam alguém né? Quero dizer... Muitas pessoas dizem que se alguém te machucar é porque não te ama. Você acredita nisso? Ou acha que mesmo amando uma pessoa você pode machucá-la? – Ela perguntou com certa seriedade no olhar.

Alex a olhava sem entender o motivo daquelas perguntas, mas tentou responder sem transparecer qualquer sentimento negativo, para não preocupa-la mais.

—Eu acho que sim, acho que podemos sim magoar alguém que amamos. Mas não se preocupe demais com esses pensamentos tá bom? – Ele sorriu. Seus dentes eram tão brancos e certinhos que dava inveja.

— Tá bom. – Ela respondeu com um sorriso tímido.

Finalmente a comida chegou e os dois começaram a comer.


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Notas finais do capítulo

Se estiverem gostando, deixem reviews. Se não, deixem criticas construtivas sobre o que deve mudar. Seu comentário é sempre bem vindo. Até a próxima!