Víctimas Del Pecado escrita por Miss Addams


Capítulo 36
Dulce - 18




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Dulce

Terminei um gole do meu champanhe, tirando os meus óculos de leitura, piscando pesado com os olhos, estava cansada reavaliando as minhas partes dos projetos da agência, isso acontece desde que Poncho e eu não nos falamos mais. Dividimos os trabalhos cada um ficando com um projeto inteiro.

Diferente de antes de quando tínhamos um projeto, trabalhávamos juntos nesse e tudo se encaminhava assim, bem melhor. Agora era cada um a frente do seu e claro que havia até uma competição para ver quem se saía melhor.

Com os dedos comecei a massagear as laterais da minha cabeça sentindo ela pesada, ao me sentir um pouco melhor pela minha pausa no trabalho duro olhei em meu notebook me alertando a chegada de um e-mail, poderia ser algo urgente e quando fui verificar me surpreendi.

Ao menos uma boa notícia nesse dia.

Recebi um e-mail confirmando que estava quitada a conta do senhor Giovanni, em seu asilo. Claro que eu me disponibilizei a pagar sua estadia ali, era o mínimo que eu poderia fazer além do que a ingrata da filha que ele colocou no mundo não se prestava a isso, antes ele estava não só abandonado como num asilo público.

Não via a hora de Don Giovanni dar o seu depoimento enfim, sorri ao ver aquele e-mail de confirmação. Por isso não vi quando se aproximaram de mim.

E depois quando voltei minha caixa de e-mails notei um novo que não tinha observado antes, era de Ceci, resumidamente dizia que estava aproveitando muito a viagem que Nicole estava enorme e que Estefan estava o mesmo de sempre, estavam na Grécia e ela tinha me mandado algumas fotos ao ver a felicidade dela e da minha sobrinha. Comprovo que valeu a pena ela ter se distanciado do México por um tempo.

Agora eram duas boas notícias no meu dia.

:- Há minutos atrás você não estava sorrindo dessa forma, imagino que tenha recebido uma boa notícia. – escutei a voz contente dele e levantei a cabeça para confirmar quem era.

Rafael.

:- Uma ótima notícia. – retribui o sorriso que ele me lançou, por que realmente fiquei de bom humor.

Ele era o meu passatempo da vez, era jornalista estava ali para uma conferência e no máximo um dia ele iria embora da cidade para fazer alguma outra matéria para o seu jornal em outro lugar. Enfim, perfeito para mim.

:- Eu cheguei aqui no restaurante faz um tempo te reconheci, mas estava tão concentrada em seu notebook e especialmente com cara de poucos amigos, resolvi não me aproximar, almocei antes.

:- Fez bem, eu não estava com um bom humor.

:- Problemas?

:- No trabalho. Mas, eu estou resolvendo tudo.

:- Então, champanhe ás três horas de uma tarde fria de sábado? – ele perguntou divertido olhando para minha mesa.

:- Eu tive vontade e estou bem aquecida aqui dentro. – dei os ombros.

:- Uma pena eu não te acompanhar, tenho que sair a trabalho agora, surgiu uma ótima matéria para fazer e essa será uma das boas. – ele sorriu feliz por seu trabalho, eu tinha que manter minha educação perante a ele.

:- Que pena me privarei de sua companhia e ficarei entupida de trabalho para fazer.

:- Podemos nos ver mais tarde da noite? – ele sugeriu.

Hoje eu estava mais que livre e ainda era a última noite dele nesse hotel, então por que não fazer uma grande despedida.

:- Eu te procuro no bar a noite. – disse confirmando nosso encontro, não queria ele me procurando no meu quarto desse hotel, não dormia com mais ninguém ali desde que tudo entre Poncho e eu acabou. Eu sempre ia para o quarto deles e não eles no meu.

:- Que minha matéria não demore tanto. – ele desejou olhando o relógio verificando o tempo que estava ali e provavelmente quanto tempo ainda tinha. – Eu tenho que ir agora.

Me senti estranha de um momento para outro, mas deveria ser uma bobagem minha eu vi Rafael em minha frente se levantar.

:- Mereço ao menos um beijo de despedida? – eu disse sugestiva ele logo compreendeu o que eu queria, se aproximou e se abaixou metade do corpo e me beijou eu retribui o beijo mesmo sentindo uma sensação ruim de antes voltar e ficar pior.

Terminei o beijo e sorrindo para Rafael eu limpei o canto de seus lábios que sujaram com o meu batom.

:- Obrigado. – agradeceu e se levantou de vez colocou as mãos no bolso e foi caminhando para a saída do restaurante.

E foi olhando Rafael ir embora que compreendi o significado do meu mal estar em verdade dos meus sentidos ficarem mais apurado, eu estava sendo observada. Por um lado ela estava do seu lado encostada na parede de braços cruzados e com um sorriso debochado no rosto, como era o seu costume desde que voltou a aparecer vivia grudada nele.

Por falar em Alfonso ele estava ao lado de Maite com uma cara de poucos amigos, totalmente fechado assim como ele costumava me encarar quando eu saia com algum cara, eu poderia até chutar quais palavrões ele estava pensando agora pela forma que me encarava, fora os xingamentos para me denominar. Os dois ficaram me encarando por um tempo, até que eu pegar novamente os meus óculos de leitura e me servir de champanhe com uma taça na mão, a outra eu usei para acenar para os dois.

Maite alargou o sorriso que tinha e Poncho negou com a cabeça me dando as costas para seguir o mesmo caminho até a saída do hotel que Rafael fez alguns minutos atrás. Maite devolveu me aceno e depois o seguiu.

Estavam saindo juntos. Com roupas para sair talvez alguma festa? Jantar? Neguei com minha cabeça isso não era da minha conta e não ficaria aqui gastando meus neurônios com suposições entre os dois, eu tinha um trabalho para terminar.

Antes que eu começasse a ignorar os encontros daquela tarde de sábado coloquei minha taça no seu lugar da mesa próxima da lata de alumínio que conservava a garrafa de champanhe gelada. Numa espécie de espelho a lata grande refletiu o balcão de pedidos, eu vi o que parecia ser um homem.

Não soube identificar realmente, por estar com sobretudo e chapéu, eu sempre tive o olhar curioso ficava prestando atenção em alguns detalhes das pessoas ou atitudes delas, esse homem em especial me chamou a atenção por que eu não vi o rosto dele.

Vi que ele chamou Matt um dos garçons responsáveis por aquele turno e lhe entregou algo. Ainda estava o observando disfarçadamente parecia não notar isso, até que surpreendentemente o homem direcionou a cabeça na minha direção, não consegui ver seu rosto outra pessoa ficou na minha frente. Só consegui ver isso por que o seu chapéu estava na minha direção.

Em alguns instantes, alguém me chamou e desviei da figura desconhecida para ver que era Matt, me surpreendi quando ele me entregou um papel.

Como é estar sozinha? Abandonada por todos nesse jogo, Dulce, sente a solidão te engolir ás vezes? Talvez no final das contas você não se importe sempre teve uma auto estima elevada, espero que ela te acompanhe até o final desse jogo por que talvez seja a única coisa que te reste.

Caçador.

Imediatamente tranquei o meu maxilar, olhando para a lata que gelava meu champanhe, ele ainda estava lá. Esperando alguma reação minha vendo que estava ali eu dobrei o papel e o coloquei na mesa, peguei minha taça de champanhe e tomei para tentar me acalmar tudo olhando discretamente para o homem misterioso novamente.

Eu tinha que ser rápida.

:- Matt? – eu o chamei enquanto estava numa mesa próxima a minha. Vi que o homem se moveu também atento ao que eu fazia.

:- Sim senhora Saviñon. – ele se aproximou.

:- Estou terminando um trabalho, mas eu tenho que sair um instante você pode ficar de olho na minha mesa por esse tempo? – olhei para ele.

:- Claro, não tem problema fique tranquila. – dito isso inclinou a cabeça e depois saiu.

Eu sabia que Matt faria o que eu lhe pedi, era mais um funcionário do hotel que eu conhecia e melhor, confiava. Algumas vezes Matt foi o garçom que me entregou os bilhetes do caçador, ele sempre me disse que eram de pessoas diferentes, pessoas que passavam no máximo um dia no hotel.

Ele achava estranho, mas estava acostumado a fazer esse tipo de trabalho. Uma vez lhe pedi que identificasse quem era a pessoa ou as pessoas que me entregava os bilhetes e ele se propôs a me ajudar, assim como agora, ele inclinou a cabeça justamente para onde estava o homem me dando um sinal discreto.

Levantei da mesa rapidamente e caminhei rápida na direção dele, eu tinha que pegar esse caçador. Agora.

Mas, notando que eu o tinha apanhado ele também foi rápido e saiu do bar pelos fundos. Apressei os meus passos o máximo que pude para não chamar tanta atenção dos outros hospedes estava caminhando na direção da cozinha, eu vi quando ele abriu a porta e fechou.

Corri para acompanhá-lo por isso que desde o começo eu não consegui verificar o seu rosto além do chapéu que fazia sombra, ele estava disfarçado uma máscara mal feita parecida com a que eu usava para ser Clotilde. Porém, a dele começava a se soltar deve ter sido feita a pouco tempo.

Quando cheguei na cozinha não o encontrei.

:- Aloísio? – eu chamei o Chef.

:- Ui! – ele estranhou ao me ver ali. – Dulce?

:- Sim. Viu um homem todo encapuzado passar por aqui? – disse apressada por não ver ele ali. Não era possível que eu o tinha perdido de vista.

:- Ele acabou de passar por aqui feito um louco. – falou irritado. – Quase me fez derrubar o meu molho no chão, sabe como eu faço os meus pratos com paixão, Dulce. Ele correu até aquela porta ali. – ele apontou e eu não perdi tempo para correr até ali.

Era a porta que dava acesso exclusivo a cozinha, para receber as mercadorias e ingredientes usados na cozinha. Quando sai estava do lado esquerdo do hotel, não conhecia muito bem ali, mas vi o homem já na Avenida ainda correndo no caminho ele deixou cair as roupas e também parte da máscara que ele usava.

Olhei em volta procurando por câmeras que não haviam. Maldição!!!

Voltei do caminho que eu tinha feito seguindo.

:- Aloísio, eu vou reclamar com a gerencia desse hotel como vocês não tem câmeras desse lado do hotel? E fora esse maluco que anda pregando brincadeira de mal gosto e atrapalhando o seu trabalho. – passei falando para o Chef daquela cozinha.

:- Por favor faça isso Dulce, querida. – só escutei o seu agradecimento antes de fechar a porta voltando para a minha mesa. Não tinha tempo para escutar a reclamações de Aloísio.

Assim que voltei para o restaurante, não tive tempo de recuperar o meu fôlego, quando olhei para minha mesa eu já tinha uma –desagradável- companhia. Ele estava do outro lado eu estava sentada, no mesmo lugar que Rafael se sentou, logo vi o meu notebook com a tela negra. Por sorte ela bloqueava logo quando não era usado e só voltava com a minha senha.

:- O que faz aqui? – perguntei grosseira.

:- Estou hospedado. – ele sorriu cortes. – Espero que não se importe que eu tenha pegado um pouco do seu champanhe Dulce.

Tive vontade de pegar um isqueiro e queimar a cara de pau dele, para descontar a raiva e a aflição que eu passei instante atrás. Rodrigo parecia um médico estava com calça branca e camisa também clara, não sabia o que me irritava mais.

:- O que você quer? – me sentei na cadeira.

:- Eu vou numa mesma festa que Eugênio, sabe algo de negócios e além do que provavelmente eu entre para o time da Universidade. – ele sorriu.

Um dos salvadores de Eugênio era Rodrigo, parece que se tornaram amigos depois de conviverem bastante. Ou Eugênio está apenas o suportando para consegui dinheiro para não falir de vez, Rodrigo era um dos novos acionistas.

:- Enfim, como você e ele estão juntos pensei em chamá-la para ir conosco. Como nos velhos tempos quem sabe? – ele riu.

:- O passado morreu. – eu disse cortando.

:- Quem quer enganar? Você trocou o Alfonso pelo Eugênio é quase como no passado.

Minha vontade de bater nele aumentava a cada palavra que saia da sua boca. Além do mais ele lembrou de um passado que eu fiz questão de esquecer, numa festa eu e Poncho ficamos bem juntos antes dele namorar com Angelique, esta mesma festa estava com Eugênio e por incrível que pareça éramos amigos. Mas, isso era passado, um bem antigo.

:- Você já foi menos inconveniente, Rodrigo.

Ele riu do meu comentário.

:- Enfim, se quiser ir é só falar com Eugênio eu pensei que você pudesse animá-lo um pouco já que ele por mais que não dê o braço a torcer, não suportar ouvir o nome de Angelique. Mesmo que cá entre nós ele ainda fica de quatro por ela.

:- Aonde você quer chegar?

:- Eugênio está um porre esses últimos dias, com a chegada da sua mãe e também com a situação da Universidade, o único momento que ele está melhor é depois que encontra com você.

:- Sendo assim eu tenho o imenso prazer de lhe dizer que não vou a esse jantar. – essa foi a minha vez de sorrir.

E dessa vez ele fechou a cara.

:- Isso mesmo agora saía da minha mesa e não tome mais o meu champanhe Rodrigo, eu tenho muito trabalho pela frente.

:- Ok. Ok. Sei quando não sou bem vindo num lugar, estou indo. Mas, quando puder Dulce encontre com Eugênio logo, ele esta um porre. – ele disse e saiu a caminho do elevador.

Droga! Esse então era o meu fim do dia? O mais faltava acontecer hoje? Eu fechei o meu notebook de vez e o peguei levando junto com a lata onde estava o meu champanhe deixei com primeiro garçom que vi na frente. Não tomaria nada da mesma boca suja de Rodrigo.

Eu tinha que deixar o meu note no meu quarto, não tinha mais cabeça para trabalho, tinha que conseguir alguma filmagem das câmeras de segurança para ver se consigo identificar o homem misterioso, preciso ver se Rodrigo mexeu no meu note, tinha um encontro com Rafael e especialmente, eu precisava me programar para encontrar Alma, mãe de Eugênio.

Poderia não ter cabeça para o meu trabalho na agência, mas eu teria muita investigação pela frente.

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