Víctimas Del Pecado escrita por Miss Addams


Capítulo 1
PRÓLOGO


Notas iniciais do capítulo

Vem descobrir quem são as vítimas de um pecado!



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Ele respirou fundo, fechando os olhos para que aqueles inúmeros papéis sumissem de sua vista por um momento, ele resolveu ficar mais algum tempo depois de seu horário que já havia ultrapassado, para diminuir seu trabalho. Porém, eram muitos e muitos trabalhos para corrigir. Queria que quando reabrisse os olhos, num passe de mágica tudo desaparecesse, mas isso era impossível.

A sala estava mal iluminada, poucas pessoas estavam presentes na Universidade uma hora daquelas, talvez apenas os seguranças dos prédios. Entretanto ele não percebeu quando todas as luzes se apagaram, num corte breve de energia.

Estava pensando em como na próxima aula torturaria, os seus alunos queridos, o prazer que ele sentia ao ver que eles não reagiam. Era equivalente a um orgasmo. Ele riu sozinho com os olhos fechados, elaborando uma nova brincadeira.

:- Rindo sozinho professor?

Felipe sentiu seu coração vir à boca, tamanho o susto que levou, e com os olhos arregalados ele olhou para a voz conhecida.

:- Você? – Felipe se recompôs e se manteve numa pose autoritária, como um professor deveria ser e tossiu para mudar o seu tom de voz, tentando esquecer o susto. – O que faz aqui?

Felipe não teve a resposta um bom tempo, apenas ficou sendo encarado, até um sorriso malicioso nascer de seu rosto, estava completamente ciente dos seus atos, queria fazer aquilo mais que tudo. Logo a caça se curvaria diante do poder do caçador.

:- Vim tirar uma dúvida. – disse somente. – Professor, quando alguém faz uma coisa ruim ela deve ser punida, certo?!

:- Provavelmente. – O professor disse, arrumando os óculos de leitura na face, estava estranhando toda a situação, como tudo estava acontecendo ele passou a ter medo fazendo o coração bater mais rápido e as veias carregando seu sangue medroso para todos os lugares possíveis, por que a sala estava pior iluminada que antes, havia pontos iluminados outros não, por conta do gerador de emergência ser acionado pela falta de energia.

Felipe mal sabia que tudo tinha sido planejado e o corte de energia foi proposital, assim como sua morte.

:- Então professor aqui está sua punição. – Tirou o revólver da escuridão e apenas a arma e sua mão ficou iluminada, não saía do escuro mesmo que a caça soubesse de sua identidade, era o seu caçador.

:- Por favor, não, não faça isso! Podemos conversar e resolver toda essa situação, prometo não implicar mais com você, com vocês. – Ele já tinha se levantado temendo pela vida, uma parte de si tentava inutilmente implorar pelo perdão, a outra saiba que dali ele não passaria o ódio que via no olhar e o sorriso foi à última visão dele.

O tiro foi feito e certeiro perfurou seu peito esquerdo atravessando seu coração e fazendo jorrar sangue, na parede que estava atrás dele, o sangue antes medroso agora escorria mudando a cor branca da sala. O corpo caiu logo e os olhos ainda estavam abertos encarando o nada por que já não funcionavam mais, já não havia mais uma vida, quando saiu foi sorrindo por ver a caça implorar diante da morte. Se curvando diante do seu poder.

Aquele ser miserável não interferiria na vida de mais ninguém, se a pressa não fosse o que mais tivesse agora, teria visto sua nota no último trabalho, mas não havia tempo deixaria isso para segunda, agora faltavam poucos minutos para as luzes serem reacendidas.

‘●’

:- Devidas todas as provas e as evidências, que foram apresentadas, eu condeno Dulce María Espinoza Saviñon e Alfonso Herrera Rodriguez, como os culpados pelo assassinato de Felipe Gomez. Serão condenados a...

:- Isso é um absurdo! – Alfonso gritou se rebelando e não deu ouvidos ao seu advogado, interrompendo o Juiz. – Que absurdo! – ele se exaltou ao escutar sua penitência.

:- Somos inocentes. – Dulce apenas disse em alto e bom som, temerosa se sentindo injustiçada.

E os policiais logo chegaram e os levaram, ao passar pelos antigos amigos que também estavam no caso como suspeitos, o ódio só se manifestava e Alfonso, literalmente cuspiu a promessa, tendo um de seus últimos atos que o ligaria a alguma religião.

:- Vou me vingar de vocês dois. Cedo ou tarde, vocês não perdem por esperar, vou acabar com a raça de vocês, e os caçarei no inferno se necessário. Vou persegui-los como um caçador a uma caça, eu prometo que vocês vão sofrer. – ele tinha raiva a cada palavra se forçava para ficar ali e dizer tudo que sentia, Dulce que estava logo atrás não falou nada e nem era preciso, por compartilhar o mesmo olhar e a mesma promessa de Alfonso, calada.

Angelique e Eugênio se sentiam aliviados por ainda terem sua liberdade, mas os gritos de Alfonso eram ensurdecedores, Dulce tinha um olhar que antes nunca foi visto. Eles sabiam que as promessas seriam cumpridas e tiveram medo por isso, mas a justiça estava sendo feita. E isso ninguém tiraria deles.

‘●’

Hoje era a sua última tentativa, e ele estava conversando com o homem superior que ficava no céu, tirou o crucifixo que ele tinha guardado debaixo de seu uniforme laranja de presidiário, apesar de viver naquele inferno.

:- Aonde você vai 23409? – Alicate, perguntou sem tirar os olhos de seu livro. Era seu companheiro de sela, mas para dividir a sela com Alicate, do qual nunca lhe contou o verdadeiro nome, Alfonso teve que passar por situações humilhantes, mas ainda assim teve sorte. Não virou nenhuma boneca de nenhum traficante, frustrado sexualmente.

Conheceu Alicate quando pela quinta vez, saia da solitária, os outros presos aprontavam e colocavam as provas para Alfonso ser punido. Alicate, não era como os outros na verdade por mais que tivesse contado sua história mais de uma vez, Alfonso não entendia o porquê daquele senhor está preso era inteligente, culto, gentil demais, assim como não entendia o fato dele está preso.

Alicate estava preso por matar a esposa e o amante, disse que foi um crime por amor. Mas, aquilo não era importante talvez se tivesse conhecido o senhor gentil contraditoriamente antes, do que passou ele não tivesse mudado tanto. Porém, isso não ocorreu e ele tinha escondido um caderno pequeno, uma espécie de agenda, onde ele ali marcava cada dia a menos, cumprido de sua pena. Ele era inocente. Alfonso alegou quando contava sua história, Alicate riu, e mostrou todos os outros presos, aqui só tem inocentes, ele lhe disse.

:- Fazer minha última tentativa. – ele não entendeu o que Alfonso quis dizer e o olhou. – Minha última reza. – disse antes de sair da sela acompanhado de um policial ir até uma pequena capela que existia naquele bloco.

Ele não viu Alicate negar com a cabeça já fazia 2 anos que Alfonso estava preso e ninguém veio visita-lo, não que esperasse muitas pessoas, apenas uma que era importante, seu irmão. Era órfão, os pais morreram quando ele era adolescente e o único parente que ele tinha era, Gonzalo, o irmão mais velho. Que nunca veio vê-lo.

Alicate então deixou sua leitura de lado e pegou um papel e uma caneta e começou a escrever, não sabia quanto tempo ainda tinha, mas sabia que precisava ter um testamento o quanto antes.

Alfonso, desde que chegou à humilde capela construída pelos presos não disse uma palavra, nada. Segurava o crucifixo forte, e olhava para a estátua de madeira. Não adiantava mais nada, se ele o tinha abandonado, assim como seus pais, assim como seu irmão. Então daí em diante ele seguiria sozinho e puxou com força o frágil instrumento de fé que ele carregava no pescoço. O Cristo de madeira não lhe dizia nada.

‘●’

:- Número, 25304! – a policial a chamou grosseiramente, essa policial tinha o prazer de persegui-la. – Presentinho para você.

Só então Dulce deixou de olhar a pequena janela quadrada por onde entrava o sol, a janela era muito pequena que talvez mal sua cabeça pudesse caber ali, quantas vezes já se imaginou tentando uma fuga por ela, se lembrando da sua infância quando a mãe lia para ela Alice no país das maravilhas, ela sonhava em poder sair dali passando por aquela janela pequena, como Alice no buraco.

E ela olhou para a policial que trazia uma caixa.

Não queria levantar, não existia ânimo para isso, mas a policial a encarava de uma forma que se ela não levantasse, ficaria sem o tal presente, como a policial classificara.

Assim que ela se levantou e esticou as mãos sofridas por ela trabalhar como cozinheira de mais de duas mil presas naquele presídio feminino, era sua forma de diminuir sua pena, viu a policial derrubar a caixa no chão propositalmente com um sorriso.

:- Se você não fosse protegida aqui dentro, você já estaria morta. – a policial se aproximou. – Se não fosse protegida, poderia ser uma de minhas pupilas...

Engoliu a saliva que tinha formada na boca, acontecia isso quando esse policial se aproximava dela, ânsia de vomitar, de nojo.

:- Preferia a morte a ter que transar com você, para ter uma vida dentro desse presídio, menos miserável. – Dulce aprendeu a ser fria, a responder a altura, não tinha outra forma aqui dentro, ou você batia ou você levava.

:- Você é abusada, eu poderia te dar um castigo, pela a desobediência. – falou entre os dentes a policial.

:- Não tenho nada a perder, o que vai me fazer policial? Me prender? Já estou presa. – Dulce ainda mantinha a voz calma e ver que Dulce não se afetava por ela, a deixava irritada.

:- Você não precisaria morrer, Dulce. Já está morta.

E saiu da sela deixando Dulce sozinha, ela sabia que a policial estava certa. E até hoje não entendia o porquê de um momento para o outro ser protegida na prisão feminina, ninguém a visitou. Não que esperasse a visita de seu pai, para ele, ela estava morta há muito tempo antes de ser presa, mas sentia falta de sua irmã mais nova, e por um momento pensou melhor, aquele não era um lugar para Cecília.

Ela se abaixou para pegar a caixa colocando sobre a mesa que tinha na sua sela, da qual ela não dividia com ninguém, não sabia se isso era bom ou ruim, a solidão às vezes parecia a engolir como numa lata de lixo. Abriu a caixa e viu ali um pouco torto, por ter caído mais ainda assim escrito.

Feliz sus 21 años!

Então era isso, por isso ela olhava com tanta gana para a pequena janela, ela se perguntava que dia era hoje. E hoje era o seu aniversário.

‘●’

Se passaram cinco anos, dez anos, quinze anos e finalmente uma notícia, a grande notícia, ambos resgatam sua liberdade. Dulce estava completamente confusa, simplesmente surgiu um novo advogado para o seu caso, e lhe deu a notícia que o seu caso tinha sido reaberto e estava sendo reinvestigado por conta de uma testemunha que voltou atrás em seu depoimento e inocentou-a e a Alfonso também, por isso ela estava livre. E isso era surreal. Assim sem mais nem menos.


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Notas finais do capítulo

Uff!


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