Parece até que isso é um sonho. Mas se é um sonho, então estou dividindo com o Cebola. Pois ele está sonhando também. Como eu queria está em casa agora. Com meus pais, meus amigos e meu namorado. Esse lugar é muito entediado.
Essa mulher estranha olhando para nós, sentada na poltrona com os dedos cruzados e olhos arregalados sorrindo, que dá pra perceber que está sendo forçado. O que ela quer?
Trouxeram a gente para esse lugar depois que a tal colheita foi concluída. É um tipo de metrô, estou vendo se locomover muito rápido. Está bem luxuoso comparado com aquele outro lugar.
O Cebola não dava um pio sequer. Ai ai!
Já chega! Estava na hora de perguntar para onde estávamos indo.

— Ei moça, pode nos dizer para onde estamos indo?
— Como assim? Todos sabem para onde estamos levando vocês! — Respondeu Effea.
(Cebola) — Não, não sabemos para onde vamos! A gente só vive dormindo, sabe? E quase não presenciamos nada que ocorre por aqui.
— Nossa, mas vocês não faltam no dia da escolha, né?
— Claro, que não! Seria uma total desordem! — Cebola responde.
— Bem, vou dar uma breve explicação então! Vocês estão indo para a Capital, para ir a vários eventos simultâneos, programas de TV, lugares famosos... Ou seja, vão ter a vida que vocês tanto quiseram. Pronto!

Para mim aquela mulher era louca, isso sim! E pelo aspecto dela deve ter muita fortuna comparada com o daquelas pessoas. Como seria ótimo alguém vir explicar com clareza tudo para nós!

— Bom jovens, vou ali ao quarto porque estou absolutamente morta de cansaço. Cuidem-se e espere seu mentor chegar para que tudo ocorra bem. Ou melhor, como todos querem que ocorra!

Mais o que? Mentor? Ai Deus, cada coisa que me aparece.

— Ei Cebola?
— Que foi Mô?
— Vamos dar o fora daqui?
— Ai agora você quer sair? Impossível. Com esse treco em movimento nós só íamos virar picadinho.
— então, O QUE A GENTE VAI FAZER?

Mônica coloca suas mãos na cabeça como se estivesse atordoada.

— Eu avisei pra você não deixar eles te pegarem, não foi? — Nesse instante surgiu sentado na poltrona onde a mesma moça estava. Era o mesmo menininho que fugiu quando o homem no cavalo apareceu. Sua aparência era careca, meio rechonchudo e os olhos brilhavam bastante. Tem uma roupa que cobria seu corpo todo, com cores escuras. Sendo ela preta e verde.
— Ei, o que você está fazendo aqui? E quem são vocês, que aparecem sem nenhum rastro de repente?
— É senhorita Mônica, parece que você foi um tanto tolinha sabe? Vou te explicar.
Meu nome é puero priores. Minha raça se divide apenas em cinco membros. Puero priores, que sou eu, puero secundo, puero tertia, puero quartus e puero quintum.
— E o que são pueros? — Cebola pergunta.
— Do mesmo jeito que existem humanos na terra, e populos nesse lugar... Existem os pueros na minha dimensão.
— O que? Não estou entendendo nada! Sua dimensão?
— Se você ficar calado jovem vai entender!

Cebola cruza os braços e faz uma cara de estresse. Não é nada bom receber ordem de alguém menor que você.

— Continuando. Do mesmo jeito que vocês estão me observando como ser igual a vocês, também enxergam essas criaturas da mesma forma. Só que não é bem por ai!
Esses populos, como são chamados. São criaturas muito semelhantes com de um humano. Só que, são muito mais fortes, a força que um humano tem, eles têm em dobro. Sua reprodução é bem mais ágil que a de vocês, devora as coisas com muita velocidade e se estressam ou confundem as coisas com facilidades.

— Então eu já os conheço! — Cebola interrompe a explicação.
(Mônica) — Como assim você os conhece?
(Cebola) — Ué Mônica. Não reconhece sua própria espécie? Sua força é em dobro que de um ser humano, come como um elefante, se estressa com por qualquer coisa e confunde as coisas com facilidade, e em um ano você saiu dos sete anos e foi para quinze. Tá óbvio!
(Mônica) — AAAAAAAAH! Duas caras, traíra, vou te matar!
(Cebola) — Socolo, porco pueroooos ela vai me bater!
(Puero) — Quem você chamou de porco? Meu nome é pueroooo priores. Vem cá pra eu te matar também.
(Cebola) — AAAAH! Fugam para debaixo das poltronas.

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NA OUTRA DIMENSÃO

— O Cebola é um imbecil, cara! Já tá passando dos limites. Chamar minha namorada de comilona. Comilona é a Magali!
— Ei, esqueceu que eu estou aqui?
— Xi, é mesmo!
— Ei, fiquem calados que eu quero ouvir mais sobre essa raça. Isso está sendo bem estranho em um nível equivalente bem superior. Mas isso é o que torna mais interessante — Franja os interrompe.

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Depois te ter espancado o Cebola, o puero prossegui.

— Bem pessoal, continuando! Cof Cof! Vocês estão em outra dimensão! Calma, vou explicar direitinho. Falo antes que esse Cenourinha me interrompa.
— AAAAAAAH, quem você chamou de Cenourinha?
— Silêncio seu chato!
— Humph! — Cebola vira a cara e finge que não quer dar mais ouvidos ao que o puero tinha para dizer.
— Concluindo o que acabei de falar... Vocês estão em outra dimensão, ou seja, nada que vocês estão presenciando aqui jamais viram na vida de vocês! Certo que é normal vocês verem casas, automóveis, animais... Mas aqui a tecnologia como chamada de onde vocês vieram, é bem, bem mesmo ultrapassada. Com vários avanços desse tipo, eles conseguiram criar esses “Jogos da Voracidade”.
Pelo que eu estou vendo vocês estão indo para competir, mas saibam vocês, que aquele lugar é dominado. Dominado por populos da Capital. Causando vários desastres para matar os participantes sem dó!
— Como você sabe dessas coisas? — Mônica já curiosa pergunta.
— É uma longa história. Mas acho que posso contar. De acordo com meus cálculos faltam ainda mais ou menos uma hora para que o mentor de vocês chegue. Então dá pra explicar sem que ele me veja.
E acho que também não sabem, mas esse mentor é o “conselheiro” de vocês. Ele que coordena o que vocês devem e não devem fazer. Mas isso não vem ao caso.
Lá onde eu vivo, está mais para um paraíso. Imaginem um mundo de paz, tranquilidade e apenas cinco pessoas morando em um lugar extenso com vários satélites no céu reluzentes, com uma imensidão de coisas bonitas ao nosso redor... Ai ai! Saudades da minha da dimensão universi puero. Pena que não podemos voltar agora.
— Porque não? — Mônica pergunta.
— Sabe aquele momento que formos jogados para essa dimensão. Pois bem, aquilo foi um acidente, causado por você.
— P-por m-mim?
— Sim Mônica, você! Aquilo que estávamos fazendo era o selamento das dimensões. É um poder específico que só as raças mais poderosas podem ter acesso. Nunca foi preciso ter utilidades deste poder. Até que aconteceu...
— Aconteceu...
— De alguém ter aberto as passagens para outras dimensões. Alguém abriu Mônica, e por isso estamos aqui.

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ACONTECIMENTO

“Estava eu descansando depois de uma pequena caminhada com meus amigos para deixar o lugar em controle”.

— Hi hi, Tchau puero secundo! Boa dormida.

“Foi quando senti algo tremer naquele lugar. E senti também coisas estranhas acontecendo. Foi quando meu mestre me chamou mentalmente”.

— puero priores, está escutando?
— Estou sim, mestre!
— Algum desleixado ou desleixada abriu a passagem para as diferentes dimensões. Você tem que ir imediatamente para o templo e chamar os outros dominadores de suas respectivas dimensões e proteger para que nada nem ninguém consigam penetrá-las.
— Sim, mestre!

“Eu corri imediatamente para o templo onde podíamos comunicar com os grandes imperadores das outras dimensões. Logo fiz com que todos conseguissem ouvir uns aos outros através de uma única ligação telepata.”

— Estão todos na escuta?
— Sim! — Falaram em coral.
— E já sabemos o que está acontecendo, o que o mestre mandou fazer? — Perguntou um dos imperadores.
— Mandou fazer uma barreira para proteger e não permitir a entrada de nenhuma partícula em sua dimensão.
— Mas porque, o que ocorre se passar?
— Ele não me falou, mas não deve ser algo bom.

“Todos fizeram o que eu pedi. E nenhuma dimensão permitiu a entrada de absolutamente nada na mesma. Exceto uma...”.

— Ei, acabo de me lembrar. O imperador da dimensão voraz nunca deu as caras então por isso não vai ficar sabendo o que se deve fazer. — Um dos imperadores falou telepaticamente.

“Foi então que um ser da terra conseguiu entrar, e arruinou tudo!”.