Laissez-aller escrita por Eckl


Capítulo 12
Aquele Passo Errado


Notas iniciais do capítulo

ALERTA DE GATILHOS: Conteúdo sexual implícito, Manipulação psicológica

Valéria se beneficia das coincidências da vida para aproveitar da liberdade que terá com Davi. Jorge tenta planejar algo para separar Mário e Daniel, mas está muito distraído pensando em seus momentos com Jaime para se concentrar.

Último dos três capítulos seguidos que prometi. Os próximos virão cheios de drama, emoções e reviravoltas. Prometo que vocês vão se surpreender.



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Furiosa, desordeira, cômica, sarcástica, ciumenta, fiel. Com a adição de mais alguns adjetivos uma descrição bem apurada da Valéria poderia ser montada. Na infância, a garota era a cabeça e a retaguarda do não mais tão coeso grupo de amigos da Escola Mundial. Na adolescência ela se satisfaz em ser a namorada do Davi. Não só se contenta, mas tem prazer. Independente do quão maluco ou surreal isso pode parecer, o mundo da menina começa, se desenvolve e termina com o judeu, a maioria de suas ações e pensamentos o tem como alvo ou motivo e para manter o relacionamento dos dois ela vai até onde for necessário. Por ele, ela mudou a cor usual de seus cabelos, geralmente usa cores leves nas unhas e nos lábios e estuda por dois, já que seu namorado não o faz como deveria.

O pai de Valéria viajara há dois dias para auxiliar numa nova franquia da empresa em que trabalhava. A mãe já arrumava as malas para ir até o interior, por que a avó estava muito doente. Isso significava que Valéria ficaria apenas na companhia de Rosário, a ajudante da casa que só iria trabalhar três vezes na semana. Os planos para noites e mais noites com Davi brotaram na cabecinha imaginativa dela. Muitos adolescentes na mesma situação que ela estariam planejando festas, porém ela só queria ter a casa inteira para namorar sem ser perturbada.

— Filha, sei que não preciso pedir isso, mas meu extinto de mãe me obriga, então, juízo, por favor. – A mãe dela pediu antes de entrar no taxi que a levaria até a rodoviária. – Faz o que a Rosa pedir e se o Davi vier dormir aqui, cuidado.

— Não se preocupe mãe. Vou obedecer à capitã Rosa. – Ela sorriu para Rosário. – E a senhora sabe que eu sei me cuidar. Fui bem educada. – Um beijo na testa e a garota estava sem a supervisão dos pais por perto.

Mal o fim de tarde chegou, mal Rosário deixou a casa, Davi já estava batendo à porta. Como de costume, foi recebido com uma enxurrada de beijos e carinhos. Não houve muitas perguntas, muitos cumprimentos, muita conversa, não houve muito de coisa alguma. O garoto retribuiu os beijos, animou as carícias, a temperatura subiu, aqueceu os hormônios já abundantemente fervidos, as roupas ficaram por ali mesmo na sala de estar e o sofá foi o lugar escolhido, ou melhor, o local confortável mais próximo.

— Calma, Davi. Vamos pro meu quarto.

— A gente não precisa de um quarto para o que vai acontecer agora. Aliás, seu quarto pode ser o cenário do segundo ato. – O garoto deu uma piscadela safada e Valéria assentiu com um sorriso. Os beijos voltaram, as carícias se tornaram mais sensuais e as peças íntimas de vestuário não demoraram muito para voar para longe.

Os dois se misturaram em uma embolada de braços e abraços, beijos e suor, prazer e uns gemidos aqui e ali. A maravilha de uma juventude saudável e com hormônios à flor da pele reside na oportunidade de se fazer amor umas e mais vezes em uma só noite, por isso eles tiveram pelo menos duas preliminares. A oralidade do ato foi executada ao mesmo tempo por ambos em ambos e durou muito mais do que o necessário e muito menos do que o desejado. O loiro foi o escolhido pelo destino para lembrar de que algo importante estava faltando. Davi parou por uns instantes e correu desnudo até onde sua calça estava. Vasculhou nos bolsos até encontrar o que queria.

— Quase esqueci essas coisinhas aqui. – Ele mostrou os pacotes de preservativos.

— Oops. – Ela pegou as embalagens e atirou para trás por cima do ombro. – Acho que a gente não vai precisar disso. Só por hoje. – A moça sorriu libidinosa antes de montar em seu namorado com prazer. Valéria tem preferência por essa e por aquela posição, Davi tem por queridas umas e quaisquer outras, todas as favoritas foram experimentadas e algumas mais.

Não muito longe daquela ebulição de libido, Jorge queimava todos os seus neurônios tramando alguma coisa para atingir seus dois objetivos mais urgentes: ter Mário para si e fazer sua cabeça esquecer Jaime. Pela segunda vez ele gritara para que a doméstica fizesse mais café e levasse até seu quarto. Com creme e um pouco de leite condensado era como ele gostava de seu café, assim o rapaz tentava se focar mais.

Para separar Daniel de Mário, Jorge tinha um milhão de ideias facilmente executáveis e alguns planos já traçados. Nunca foi fácil para o riquinho não pular no pescoço de Daniel todas as vezes que Jorge o via pendurado no pescoço do namorado. Isso figurativa e literalmente, pois Mário usava um colar com o nome de seu parceiro. Como Jorge odeia aquele colar.

O problema residia em um conflito interno que estava consumindo Jorge a cada dia mais e mais. Ele não sentia que Jaime era o cara certo, muito pelo contrário, era como se fosse o cara mais errado imaginável. Então por que seu coração parecia dizer o contrário? A vida dele era solitária e do pior tipo. Rodeado de pessoas que aparentemente gostavam dele, mas ainda assim era como se no mundo só existisse ele e ninguém mais. No entanto, quando estava com Jaime, tudo parecia mais colorido, mais agradável, ele não sentia vontade de berrar com alguém, não sentia raiva de ninguém, não queria nada mais a não ser continuar nos braços dele. Mas o mimado era obcecado pela ideia de possuir Mário e não pela ideia de ser possuído por Jaime. De um jeito ou de outro, Palillo sairia de sua cabeça. Só que os encontros constantes não ajudavam em nada nesse objetivo.

— Elisa, sua incompetente! Você esqueceu o leite condensado! Argh!

— Desculpa, seu Jorginho, mas eu pus sim o leite condensado no seu café como sempre faço.

— Não me contradiga e vá logo preparar outro. – Ele disse em tom baixo e ameaçador sem nem encarar a doméstica. – E me alcança o meu celular. – Assim que o aparelho lhe foi entregue, ele discou o número de Jaime que já não mais estava apenas na memória do celular, mas na dele também. – Fuck! Por que ele não me atende logo? – Foi necessária mais uma tentativa para que a chamada fosse respondida.

— Jorginho, olá. É a terceira vez só nessa semana. O que você manda? – O outro atendeu em seu típico tom de voz descontraído.

It doesn’t matter! Por que diabos você não me atendeu logo?

Wow! É ciúme que eu tô sentindo nesse tom? Ou só tá preocupado que eu esteja com outra pessoa?

— Menos, Palillo, bem menos. Você não está com esse poder todo. – Jorge agradeceu mentalmente por aquela não ser uma ligação de vídeo ou uma conversa cara a cara, por que ele corou instantaneamente.

— Não que eu te deva alguma explicação, mas eu estava no banho. Quer que eu vá até sua casa de novo? – Jaime continuava desencanado.

— Não. Meus tios e alguns primos estão aqui. Eu vou até a sua.


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Notas finais do capítulo

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