Perdidos escrita por strangeland


Capítulo 1
Onde estamos?




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Capítulo 1 – Onde estamos?

Nate e Sully estavam sendo puxados para um vazio. Um clarão enorme. Se não fosse pela violência que eles estavam sendo puxados e remexidos, Sully teria certeza que estaria morrendo e indo pro céu. De repente, os dois estavam caindo, como se estivessem a 1,50m do chão. “Merda” foi o que Nate disse mentalmente. Num minuto, estava em pé numa sala e de repente estava quase de cabeça pra baixo e caindo agressivamente no chão, quase batendo sua cabeça.

— Sully? –Nate disse ao ver o amigo caído no chão, massageando a testa.

— Eu estou bem. E você?

— Sim – Nate levantou as costas e permaneceu sentado, olhando ao redor.

— Mas que porra! O que aconteceu? Parece que alguma coisa virou nossos corpos de um jeito que ficássemos de cabeça pra baixo...

— Sully... – Nate disse preocupado. – Onde estamos?

Sully olhou ao redor e percebeu que o lugar que estavam agora era completamente diferente da sala que estavam anteriormente. Era como se ali fosse um lugar onde os ferreiros faziam espadas ou qualquer outra coisa. Havia fornalhas, marretas, baldes de água...

— Garoto, eu não gosto disso.

— Vamos sair daqui.

— Não estamos no Japão não, né? – Sully perguntou.

— Sério? Japão? Da onde você tira essas coisas?

Eles abriram a porta principal e se assustaram com o que viram. Mulheres que vestiam vestidos que tampavam do decote aos pés e homens que usavam roupas medievais andavam pelas ruas. O chão não era asfaltado.

— Só pode ser brincadeira... – Sully resmungou.

— Bom dia – disse um homem vestindo uma roupa que variava entre o preto e roxo.

— Bom dia - disse Nate e Sully de forma assustada.

— O senhor Gordon está? – disse o homem com um inglês arcaico.

— Senhor Gordon...? – Nate disse.

— Sim, o ferreiro – e então o homem fez sinal para a placa acima deles que dizia “Gordon, o ferreiro”, como se aquilo fosse um banner de madeira.

— Ele não está lá dentro, mas eu não sei onde ele está – Nate respondeu.

— Hum... Ok. Posso fazer uma pergunta? – homem estava sério e agora coçava a barba.

— Sim – Nate disse depois que deu uma olhadela para a cara de Sully.

— Vocês são do teatro? Nunca vi roupas tão estranhas como estas. Vocês são atores de “Os dois Cavaleiros de Verona”? Vocês não são ingleses. – o inglês do homem era completamente arcaico.

Nate e Sully se olharam. Não sabiam o que responder.

— Sim. Ham... Senhor, poderia dizer onde estamos? Bebi muito ontem e acho que perdi a memória – Drake sorriu, tentando imitar o inglês arcaico.

— Minha nossa – o homem achou estranho o jeito como Nate falava. – Vocês falam de um jeito tão estranho – e então riu. – Estamos em Londres.

— Estou feliz que seja Londres, pelo menos. – Sully resmungou para si.

— Em que ano estamos? – Nate parecia com medo da resposta.

— Meu rapaz, o quanto você bebeu? Se você não sabe o ano que está, imagine as falas da peça – e então o homem deu uma gargalhada – o senhor Shakespeare não gostará nada disso se souber.

— Espera, o quê?! Shakespeare saber... – Nate perdeu a fala.

— Sim, o dono da peça. Rapaz, estamos em Londres. O ano é “mil quinhentos e noventa e três” – o homem disse bem devagar, achando que Nate e Sully estavam de ressaca – Se eu fosse vocês, eu pararia de tomar tanto xerez – e deu outra gargalhada.

— 1593? – Sully ria forçadamente – Você ouviu isso, garoto? 1593! Senhor, se nos der licença, eu e meu filho precisamos memorizar as falas da nossa peça.

— Oh, ele é seu filho? Que bom! E qual é o nome dos senhores? Meu nome é Charles Windley.

— Nathan Drake

— Sullivan

Os dois disseram ao mesmo tempo, causando uma confusão no momento.

— Drake! É o mesmo sobrenome de Sir Francis Drake.  Se você fosse inglês, perguntaria se é seu parente.

— Francis Drake? “O” Francis Drake? Marinheiro...?

— Sim. Eu o vi num bar esses dias.

“Merda , merda, merda, merda...” Nate pensava na hora enquanto olhava para o chão.

— Com licença, senhor Sullivan, mas Sullivan é seu primeiro ou último nome? Achei que era pai deste rapaz – Charles perguntou.

— Sullivan Drake! Meu pai e minha mãe foram péssimos em escolher meu nome. Infelizmente, nós precisamos ir agora – Sully riu – Tchau, Charles! – puxava Nate pelo braço.

— Tchau, senhores. Eu vou ficar esperando pelo senhor Gordon.

Quando Nate e Sully se afastavam de Charles, Sully resmungou perto do ouvido de Nate:

— MIL QUINHENTOS E NOVENTA E TRÊS? Mas que porra é essa?! Nós voltamos no tempo?! Garoto, eu estou velho demais pra isso – e então eles pararam numa rua deserta.

— Não me olhe assim, foi sua idéia roubar aquele artefato às pressas e só investigá-lo quando estivéssemos num lugar seguro.

— Garoto, eu te conheço!  Você iria ficar olhando admirado, iria desenhar no seu caderno... A gente estava um pouco sem tempo pra aquilo.

— E que negócio é esse de “eu e meu filho”? Você mentiu para aquele cara!

Sully deu aquela gargalhada que vinha como se fosse uma tosse.

— Pior você que confirmou que éramos atores do Shakespeare! Se Cuttler estivesse aqui, estaria morrendo de rir.

Duas mulheres passaram por eles e não disfarçaram os olhares intrigados para as roupas deles:  Nate usava uma camisa preta com uma pequena gola de botões aberta, uma calça jeans azul; Sullivan usava uma blusa roxa e calça jeans azul clara.

— Nós precisamos trocar de roupa, senão todo mundo chegará na gente perguntando se a gente é ator de teatro!

— Mas é o nosso melhor e único disfarce até agora! Vamos arrumar roupa de quem?! – Sully disse.

— Sério? – Nate riu – “Lead on, MacDuff”.  Sério? Você nem sabe citar Hamlet direito.

— É Macbeth, Nate! Nossa... Você está pior que eu.

Os dois ficaram em silêncio. Nate tampou o rosto com as duas mãos, enquanto andava em círculos.

— O que fazemos agora?! – Nate perguntou.

— Eu tenho uma idéia idiota.

—____________________________________

( Aproximadamente 15 minutos atrás)

— Nate, chegamos – Sully puxou Nate para dentro e fechou a porta.

— Nossa... – Nate olhou para o centro da sala – Então é isso? Achamos?

— Garoto, não temos tempo para isso! Vamos jogar isso na mochila e sairmos daqui o mais rápido possível! Cuttler está nos esperando.

Os dois se aproximavam de um pequeno altar que havia na sala e então ouviram um barulho.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do primeiro capítulo? ^^ Antes que me perguntem, digo logo: esperem qualquer tipo de zoeira vindo disto. Os capítulos virão devagar, por isso o apoio das pessoas é importante.



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