Um curto sorriso se formou no rosto de Fernando.
Fernando: -Ele acordou!
Pesadamente, Nick soltou a respiração.
Gaby o encarou até que ele a olhasse, quando aconteceu, ela sorriu. Um sorriso verdadeiro, espontâneo, daqueles aliviados! Ele retribui com um de seus curtos sorrisos de canto.
Médico: -Pode vê-lo, agora!
Nick: -Acho que... minha mãe deve ir primeiro.
Médico: -Como quiser!

[...]
O Sr. e a Sra. Smith visitaram seu filho.
Ficaram pouco tempo no quarto. O diálogo foi curto, mas o suficiente para emociona-los.
Assim que entraram, Eduardo abaixou a cabeça.
Carmen o abraçou verdadeiramente. Ele retribui.
Em seguida foi a vez de Ricardo Smith.
Eduardo: -Desculpa!
Carmen: -Não tem que nos pedir desculpa. Você não tem culpa de sofrer um acidente!
Eduardo: -Desculpa por ter ido embora e... não lhes dar noticias!
Carmen: -Esquece isso, meu filho! Já está perdoado!
Eduardo: -Amo vocês!
Carmen: -Também te amamos!
Ricardo: -E muito!
Os três se abraçaram. Ficaram assim por alguns minutos.
As lagrimas se misturavam se tornando uma só. Pai, mãe e filho choravam como nunca antes haviam chorado.
[...]

Ryan já havia chegado ao hospital.
Estava do lado de fora do quarto, ao lado de Nicohlas, Jack, Beck, Gaby e as crianças.
...
Carmen: -Você vai entrar agora, Nicohlas?
Ele não respondeu. Estava pensando.
Bia: -O papai está mal?
Carmen: -Não! Ele está bem, como sempre esteve! –deu um sorriso meigo para a garotinha.
Matheus: -Então por que está chorando?
A mulher não sabia o que responder. Gaby teve que intervir.
Gaby: -Ela está emocionada! Faz muito tempo que não via o pai de vocês. Por isso se emociona!
Ryan: -Se não quiser ir, eu vou.
Nick: -Tudo bem! Eu vou.
Nicohlas lançou um rápido olhar para sua mãe. Respirou fundo. E entrou...

Eduardo continuava deitado/sentado na maca.
Quando Nicohlas entrou, seu espanto foi visível.
Não. Eduardo não imaginava receber a visita do irmão, e entendia o porque.
Estava surpreso, e feliz. Os dois tinham muito que conversar.

Nicohlas não disse uma palavra. Seus olhos percorriam por todo o quarto. Não ousava encarar o homem a sua frente.
Não era ele quem devia tomar iniciativa. Não foi ele quem errou.
Eduardo abriu e fechou a boca duas vezes, mal sabia por onde começar.
Edu: -Nicohlas...-os dois se encararam.
O outro se aproximou.
Edu: -Eu vou entender se você negar mas, posso te dar um... –refletiu um pouco antes de completar- abraço?!
Nicohlas não sabia como agir.
Seu orgulho gritava dentro de si: Não!
Mas, felizmente, o amor é maior que qualquer orgulho.
Eles se abraçaram.
Um abraço verdadeiro. Abraço de quem sente saudade. Abraço de quem ama.
Os dois não controlavam as lágrimas.
Mesmo sendo orgulhosos e machistas, choravam feito criança. Duas crianças. Dois irmão, separados por muita mágoa.
Edu: -Cara, eu sei que fiz muita coisa errada. Nós erámos tão ligados e... isso acabou por minha causa. Por eu ser um egoísta, e não ter me importado com mais ninguém além de mim. Mas você é muito importante pra mim. Por isso que te peço perdão. Intendo que não queira aceitar. Talvez você não acredite no que eu digo mas... Eu e você somos igualmente orgulhosos e, você sabe, nunca pediria perdão se não fosse importante pra mim. Desculpa! Desculpa por ter machucado um garotinho de oito anos. Eu sei que errei. E errei feio! Mas eu peço perdão! Mas se não aceitar eu...
Nick: -Você tem razão! Errou feio! E eu nunca poderia te perdoar. Nunca! Mas... Quem sou eu pra fazer isso?!
Ambos sorriram e fizeram um toque de mãos, que costumavam fazer quando crianças.
Edu: -A... Como ela chama mesmo?!
Nick: -Gabryella?
Edu: -Isso! Ela está aqui?
Nick: -Está.
Edu: -Eu preciso falar com ela.

Nicohlas abriu a porta do quarto e a chamou.
Ela entrou com certo receio.

Edu: -Ola!
Gaby: -Oi. Como está?
Edu: -Não muito bem!
Gaby: -O que quer me falar?
Edu: -Primeiramente eu lhe devo desculpas. Não a tratei bem, como devia.
Gaby: -Esqueça isso! Eu já esqueci.
Edu: -E também tenho que lhe agradecer. Você e o Nicohlas cuidam dos meus filhos e sempre dão a eles o amor que eu não dou.
Gabryella lançou um curto olhar para Nicohlas.
Gaby: -Eles são uns amores.
Edu: -Mas eu preciso muito falar com vocês. Por mais que os médicos não me digam nada, eu sei que meu estado é grave –Nick e Gaby trocaram olhares –Não adianta mentir. Eu sei que corro risco de morte.
Gaby: -Não fale isso! Você acordou, está falando normalmente.
Edu: -Não precisa mentir...
Nick: -Ninguém aqui está mentindo. Você mesmo pode –Gabryella o interrompe.
Gaby: -Talvez ele deva saber...
Nick: -A verdade é que, você vai ter que fazer uma cirurgia na cabeça.
Edu: -Se eu morrer...
Nick: -Isso não vai acontecer!
Edu: -Suponhamos que aconteça. Pela lei, meus filhos vão ficar com nossos pais. Sei que as crianças ficariam bem com eles, mas sei também, que são muito apegados a vocês dois.
Gaby: -Nós também gostamos bastante deles.
Edu: -Se algo acontecer comigo, quero que Bia e Matheus fique sob a guarda de vocês. Tudo bem?
Gabryella encarou os olhos de Nicohlas. Procurava ali uma resposta. Sem sucesso!
Ele estava tão em duvida quanto ela.
Edu: -E então? Posso contar com os dois?