Encontro Marcado escrita por Gustavo


Capítulo 17
The Downward Spiral


Notas iniciais do capítulo

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida. Há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata."



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Há uma passagem de tempo, e Leonardo ainda lutava para colocar a guarda de Aurora nas mãos de Camilla, que sabia que cuidaria muito bem da própria filha. No dia que finalmente conseguiu, eles comemoraram.

Descendo do carro, ele abre a porta para Camilla descer, junto com a bebê que tinha a guarda da mãe oficialmente. Pandora via tudo do outro lado da rua, escondida em um pequeno arbusto e com ódio. Porém, agora que Camilla tinha a guarda de Aurora, seria mais fácil sequestrar a bebê.

Ela sai do arbusto correndo e vai em direção aos dois, já gritando.

– Que palhaçada é essa, Léo? O que você está fazendo com a Camilla? (Pandora)

– Ele veio me trazer até em casa, estávamos cuidando da papelada. Ele botou a guarda da minha filha de volta para mim! (Camilla)

Pandora olha para Leonardo incrédula.

– Como assim Léo? Você sabe do amor que eu tenho pela Aurora, você sabe que eu vou sofrer com essa separação minha e dela... (Pandora)

– Você foi dedicada com a Aurora sem dúvidas, mas o lugar da minha filha é com a mãe dela! (Leonardo)

– Eu que fiz o papel de mãe todos esses anos, e agora eu sou o que? – Camilla abaixa a cabeça – não sou nada, nem pra você e nem pra sua filha! (Pandora)

Pandora sai correndo deixando Leonardo e Camilla sozinhos. Ela se vira para ele.

– Ela não deixa de ter razão, Leonardo! A Pandora te ajudou a cuidar da Aurora esse tempo que eu estava presa, ela merecia pelo menos saber dessa sua decisão! – ela suspira – por que é que você não contou nada para ela? (Camilla)

– Por medo de uma reação dessas como você viu, a Pandora está a cada dia mais desequilibrada! (Leonardo)

– Eu sempre achei a Pandora estranha, isso eu também sou suspeita pra falar! – ela abre um sorriso – E minha desconfiança não anula tudo que ela fez pela nossa filha. (Camilla)

– A Pandora me ajudou a cuidar da Aurora sim, mas nunca demonstrou amor por ela. Aliás, eu nem sei se ela é capaz de amar alguém... (Leonardo)

– Você não devia falar assim. Ela é sua namorada e minha “irmã” – eles se fitam – eu tenho que entrar Léo. (Camilla)

Sem dizer mais nada, ela entra no hotel junto com Aurora, deixando Leonardo sozinho sob a luz do sol que batia e voltava diante de um mar de vermelhidão.

*

Ingrid dança para um senhor que a havia ganhado aquela noite na mesa, realiza todos os desejos dele e logo após, recebe o seu salário.

– Toma, desfrute de tudo isso e fique mais poderosa do que já é, deliciosa. (Elísio)

Ingrid apenas sorri para o homem e coloca as suas roupas, saindo do quarto logo depois. Ela confere as notas, tinha 600 reais consigo, porém cem iria para o estabelecimento. Já indo para o hall de entrada da sala de jogos, ela encontra um rosto muito conhecido: Gustavo. Ao perceber sua presença, ela gela. Que sempre gostou dele, não era um segredo para ninguém. Ele percebe a presença da garota e abre um sorriso, porém seu instinto é mais alto e ela sai correndo.

– Ingrid? (Gustavo)

Sem discussões, ela passa pela porta do hall e sai correndo para não poder olhar na cara do garoto. Estava com vergonha. Ele estava ali para apostar alguém, e ela era a apostada por muitos. Posso parecer ser uma pessoa sentimental, inteligente, controladora e forte. Mas eu não sou tudo isso, toda bolha se estoura. Todo vidro se racha. Preciso sair dessa zona de conflitos. Preciso ir direto e rápido, apostando na felicidade. Ela cruza os dedos. Faltava pouco, em um mês ganharia o dinheiro de herança do pai. Entre passos e lágrimas, ela volta para a mansão que chamava de lar, e que podia ao menos, tentar ser feliz.

*

Já no dia seguinte, Raquel tinha sido convocada para uma reunião da empresa. Encontrava-se alegre, nunca tinha participado, e pelo jeito, era algo bom que tinha acontecido. Ela entra no hall da empresa e é cumprimentada por sorrisos e beijos de pessoas que mal conhecia. Sentia-se importante, sentia uma parte do pai em si.

Ela entra na sala de reunião, e vários olhares a cercam. Um espaço no centro da grande mesa estava vago. Meu lugar.

– Pode entrar Raquel. (Adrilson)

Adrilson era o gerente da empresa, aquele que o pai tinha total confiança. Ela vai até a cadeira do centro e senta-se. Adrilson começa a falar.

– Bom Raquel, vou ser rápido e direto: a empresa está voltando as suas origens. As vendas estão aumentando novamente, as redes sociais estão bombando e estamos cheio de patrocínios. (Adrilson)

Raquel se emociona. Era tudo que o pai queria, a sua empresa e família unida, se dando bem.

– Isso é maravilhoso – ela suspira – nem sei como agradecer. (Raquel)

Adrilson abre um sorriso.

– Tem sim, cuidando bem e sendo uma ótima empresária a partir de hoje. Se quiser, claro. (Adrilson)

A garota se surpreende.

– Como assim, Brasil? (Raquel)

– Sim, seu pai sempre teve o desejo de te ver no comando da empresa. E eu o adorava muito, quero fazer todas as suas escolhas. Começando por essa. (Adrilson)

Lágrimas enchem os olhos de Raquel. Era o que o meu pai queria. Precisava se esforçar, precisava ser uma nova Raquel, aquela que todos amariam e até a própria sentiria orgulho de ser.

– Aceita? (Adrilson)

– Lógico que sim, eu aceito! (Raquel)

*

Raquel se aproxima do túmulo do querido pai. Com uma rosa branca na mão e lágrimas nos olhos, ela abre um sorriso e começa a falar com o vento.

– Eu queria te pedir desculpas, desculpas por ser essa filha horrível que eu fui para você – lágrimas caem sobre o tumulo e a terra – eu queria pedir desculpas por dificilmente falar que te amo, desculpas por tantas vezes fazer você ser um péssimo pai por eu ser uma inconsequente e tantas e tantas vezes te julgar. Você pode ou não estar me escutando, eu sei que sim, em algum lugar dessas dimensões. Saiba que eu te amo por ter confiado em mim, eu te amo por ter me deixado com uma irmã maravilhosa e uma vida agradável. (Raquel)

Ela coloca a rosa branca sobre a terra que cobria o tumulo do pai.

– E eu quero pedir que me perdoe por todas as minhas mentiras, pois eu te perdoo por tudo. Todas as escolhas erradas que você fez refletiram em mim e de uma forma muito mais positiva, então eu te perdoo, pois você me transformou. Você me salvou. E eu te amo muito por isso. Como amo. Como amei... (Raquel)

Ela suspira.

–E sempre, sempre amarei. (Raquel)

Uma grande rajada de vento toma conta do cemitério, e ela sente a necessidade de ir embora. Não sabia a necessidade do vento, mas sentia que por trás dele, havia algo sobrenatural. Ele pode estar mandando minhas mensagens para o meu pai, ele pode estar dizendo que ouviu tudo e me perdoa. Mas apesar de tudo, sei que ele me ama. Sei que ele me amou. E sei que ele sempre me amará.

*

Camilla abre a porta do hall de entradas com Aurora no colo e vai em direção ao ponto de ônibus. Um carro a segue calmamente, sem que a mesma perceba. Ao chegar no ponto, ela fica em pé esperando o ônibus. Estava sozinha. O carro se aproxima mais ainda e para. Dois caras descem do veiculo já com a arma na mão a ameaçando.

– SE GRITAR LEVA TIRO, VAI TER QUE ME OBEDECER. (Bandido)

Camilla se desespera e lágrimas já brotam de seus olhos.

– Moço eu não tenho nada, por favor. Acabei de sair da prisão, eu não tenho nada. (Camilla)

Os bandidos se entreolham e abrem um sorriso de lado.

– Ah tem sim – ele olha para a criança e Camilla se desespera – fica quieta, antes que o pior aconteça! (Bandido)

– Minha filha não, por favor. MINHA FILHA NÃO (Camilla)

O Bandido um puxa Aurora dos braços de Camilla, que começa a chorar desesperadamente. O outro Bandido dá uma coronhada na cabeça da garota, que cai desacordada. Eles colocam a bebe no banco de trás e entram no da frente rapidamente para dirigir o carro.

Em alta velocidade, no meio da mata, eles param em um acostamento e Pandora surge entre as arvores. Ela abre a porta de trás do veículo e entra nele, olhando diretamente para o bebê.

– Finalmente aqueles dois vão ter o que merecem – seu sorriso se torna maléfico – chegou a minha hora de triunfar. Chegou a minha hora de vencer. (Pandora)


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Notas finais do capítulo

#EncontroMarcado, última semana, resumo do DÉCIMO OITAVO capítulo - Pandora larga Aurora na mata com seus capangas. Leonardo descobre que Aurora sumiu. Capangas de Pandora deixam Aurora no bueiro da mata. Simone culpa Camilla pelo sumiço de Aurora. Leonardo pede separação à Pandora que entra em desespero. Capangas de Pandora pedem dois milhões pela vida de Aurora. Ingrid sugere para Camilla a venda do corpo no pôquer. Simone trai Pandora e conta para família que a mesma sequestrou Aurora.



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