Ever Dream escrita por Christine


Capítulo 2
Capítulo 2




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"- Ai! Que merda você está..."


"- Limpando seu machucado" – respondeu Draco com toda a tranqüilidade.


Irritado, Ron fulminou com o olhar a parede mais próxima. Amaldiçoou os medi-bruxos que não haviam conseguido curar completamente o machucado na sua cabeça e haviam incumbido Draco dessa delicada missão. Havia sido liberado no dia anterior, ainda sem as lembranças dos dois anos anteriores.


E ainda estranhando muito o fato de ter se casado com Draco Malfoy.


"- Você poderia parar de passar essa coisa, Malfoy, é realmente..."


Ele parou de limpar o machucado e olhou para ele.


"- Ron, eu não vou continuar casado com alguém que me chama pelo sobrenome."


"- Mas eu não me lembro de ter me casado com você, certo?"


Encaram-se por alguns segundos. Foi Draco que desistiu primeiro, desviando o olhar e voltando sua atenção para o machucado de Ron.


"- De qualquer forma, isso me irrita." – fez uma pausa e pegou uma gaze que estava ali perto – "Não estava acostumado."


Silêncio desconfortável.


"-Como eu chamava você?"


"- Draco, oras" – respondeu o outro, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.


"- O tempo todo?"


"- Claro." – acabou de fazer o curativo. – "Ron... o que você realmente quer saber?"


Ouvi-lo chamando-o pelo primeiro nome era mesmo muito estranho.


"- Ah, claro. Você quer saber sobre a nossa relação." – concluiu Draco, não esperando a resposta dele. Deu uma risadinha enquanto ia ao banheiro para guardar algumas coisas. Ron passou a mão na cabeça, quase como se certificasse que ela continuava ali.


"- Eu quero saber como você acabou com um bebê meu na barriga."


Draco colocou a cabeça para fora do banheiro e o encarou com um olhar ligeiramente incrédulo.


"- Bem, você se lembra que foi instruído sobre a reprodução da espécie, não lembra?"


O rosto de Ron ficou da cor de seus cabelos, enquanto péssimas imagens mentais vinham à cabeça.


"- Você entendeu o que eu quis dizer."


Draco voltou ao banheiro, rindo.


"- Claro que eu entendi." – houve alguns segundos de silêncio – "A história é um pouco grande."


"- Eu não estou fazendo nada."


Draco saiu do banheiro e começou a trocar de roupa para dormir. Ron imediatamente virou para o outro lado. O outro fingiu não perceber.


"- Começou há um ano e meio atrás, se não me engano. Era um pouco... estranho."


"- Estranho?"


"- Você estava esquisito. Eu acho que foi porque... bem... sua noiva havia morrido há pouco tempo, e..."


"- Não me lembre disso." – pediu Ron, sentindo o peito afundar. Viver numa realidade em que Hermione não existia mais ainda era um bocado doloroso.


Draco calou-se. Ron percebeu que ele estava mexendo nos lençóis. Deu uma espiada com o canto do olho; ele já estava seguramente vestido.


"- Continue."


Draco respirou fundo.


"- Você era esquisito. Mas, mesmo assim, eu aceitei quando você me convidou para sair."


"- Por quê?"


Draco se sentou do lado de Ron, não sem certo esforço.


"- Já estava cansado de ficar sozinho. E, além disso" – deu uma estranha risadinha – "você estava mais bonito."


Ron limitou-se a olhar para os próprios pés.


"- E depois?"


"- Você sabe."


Ron mexeu-se, desconfortável, e encarou Draco.


"- Não, não sei."


Draco pigarreou.


"- Hum... depois, evoluiu."


"- Como assim, evol... ah, certo." – corou e desviou o olhar de Draco – "Eu fiz... isso."


O outro tamborilou os dedos na barriga, impaciente.


"- Não chame o bebê de isso!" – ralhou.


"- Que seja. E depois?"


Draco lançou um olhar irritado a ele antes de responder.


"- Eu tentei esconder por algum tempo. Mas descobriram."


"- Descobriram? Quem fo..."


"- Todos, depois que eu comecei a engordar como um erumpente." – disse ele rápido, aborrecido.


Ron não conseguiu se controlar e soltou um ronco de riso.


"- Bem..."


"- Ora, cale a boca" – cortou Draco, sabendo que ele iria falar que a comparação era perfeita. – "De qualquer forma, depois que todos souberam, você se casou comigo, nos mudamos para cá e tínhamos uma vida conjugal suportável até você despencar daquela janela e acordar depois sem memória."


"- Eu não estou completamente desmoriado, apenas esqueci de você."


Draco fez uma cara estranha, entre furioso e ofendido, e Ron soube imediatamente que falara algo errado.


"- Mas é verdade!'


"- Cala a boca e vem dormir."


Ron deu um suspiro contrariado, que o outro fingiu não perceber. Trocou de roupa e se enfiou debaixo das cobertas. Draco disse alguma coisa em voz baixa e as luzes se apagaram.


"- Mal... Draco?"


"- O quê?"


"- Eu pedi para sair com você do nada?"


"- Claro que não. Houve um processo" – retrucou em voz baixa, não se dignando a olhar para Ron. – "Foi necessário algum tempo para que tivéssemos relações humanas normais e alguns meses para que eu ficasse nesse estado por sua culpa." – fez uma pausa tensa – "E tenha uma boa noite."


"- Mas..."


"- Boa noite." – virou a cabeça para o lado, dando o assunto como terminado.


Ron bufou e virou-se para o seu lado da cama.


Grande primeiro dia de casados.




 


Ele havia se esticado na cama ao seu lado. Os lençóis que cobriam seu corpo suado apenas alguns segundos antes agora estavam no chão. Estava despenteado. Ron jamais o vira assim.


Mas também nunca fora para a cama com ele antes.


Draco estava calado. Anormalmente calado. Não pronunciara uma palavra desde que...


"- Porque você está com essa cara?"


Ron virou a cabeça. Bem, ele havia falado.


"- Não estou com cara nenhuma." – respondeu rispidamente.


"- Hum" - comentou Malfoy – "Se eu fui tão mal assim, fale. Só não garanto que eu não jogue um azaração em você."


Ron murmurou alguma coisa incompreensível.


"- É isso?"


"- Não. É que eu estava pensando em... uma coisa."


Malfoy virou-se para encará-lo melhor.


"- Ah, claro, você estava pensando. – Uma pausa – "Em o que?"


"- É... é que você estava calado demais."


"- Normalmente eu fico assim depois de transar. Vai dizer que você nunca... ah, claro, você era..."


"- Ah, cale a boca."


Draco riu alto, como se quisesse contar vantagem.


"- Continue" – pediu, genuinamente curioso.


Ron pigarreou, desconfortável.


"- Então, eu pensei que você não tivesse gostado. Que eu tivesse ido mal porque era..."


"- Sei."


Silêncio. Draco passou um longo tempo examinando distraidamente as mãos.


"- Então..."


"- O quê?"


"- Eu fui mal?"


Novo silêncio.


"- Digamos que você tenha tirado... hum... seis em dez."


"- O QUÊ!"


Draco olhou para ele, surpreso.


"- Você não achou que tinha ido mal? Pois então."


Ron estava indignado.


"- Mas seis é... é..."


"- Ah, não seja tão severo consigo mesmo" – disse Draco, dando um tapinha no ombro dele – "Para quem era completamente virgem, você nem estava tão nervoso assim."


"- Eu não era completamente virgem!" – afirmou Ron, ainda indignado – "Eu só nunca tinha... ah, quer saber de uma coisa? Vem aqui."


Ele havia puxado um Draco surpreso para cima dele.


"- O que diabos você..."


"- Aumentando minha nota" – respondeu ele num sussurro antes de beijá-lo.




 


Ron acordou tão bruscamente que derrubou um travesseiro da cama quando se sentou. Os primeiros raios de sol da manhã já invadiam o quarto pelas frestas da cortina. Olhou para o lado e se surpreendeu quando viu que Draco não estava lá.


Mas talvez fosse melhor que não estivesse; não tinha muita certeza se conseguiria encará-lo depois do que tinha sonhado. Corou e, de repente, percebeu que estava suando.


Maldito seja Draco Malfoy sem roupa.


Como se lesse pensamentos, seu esposo chegou um segundo depois. Parou no meio do caminho e olhou para ele de uma forma estranha.


"- O que aconteceu com você?" – perguntou, a voz ressoando pelo quarto. Ron não conseguiu evitar se lembrar do Draco de seu sonho. Ficou mais vermelho ainda.


"- Tive um sonho estranho."


Draco se aproximou dele e sentou-se na cama. Mesmo com a pouca luminosidade, Ron viu que suas olheiras pareciam mais acentuadas do que nunca.


"- O que você sonhou?"


"- Hum... foi... com você." – respondeu Ron lentamente, olhando para os lençóis.


Draco deu uma risadinha compreensiva.


"- Certo." – teve um pequeno acesso de riso antes de continuar – "Mas os medibruxos falaram que isso poderia acontecer – sabe, você se lembrar dos acontecimentos desses dois últimos anos por meio de sonhos."


Ron assentiu com a cabeça.


"- Você me deu seis."


"- O qu... ah, sim." – estranhamente, nessa hora, ele pareceu mais corado.


"- Eu era... sou... era tão ruim assim?"


"- Não... quer dizer, você era desajeitado no início."


Ron pareceu encolher.


"- Mas você se lembrou da primeira vez que fomos para a cama..." – apressou-se a acrescentar Draco – "- ... e você era virgem naquela época, então..."


"- Eu sei."


Silêncio incômodo. Depois de alguns segundos, o loiro se levantou para sair do quarto.


"- Draco?"


Quase na porta, ele virou-se.


"- Sim?"


"- Depois eu melhorei?"


Draco deu outro de seus sorrisos estranhos.


"- Sim. Bastante, aliás."


E saiu, deixando um Ron Weasley levemente embasbacado para trás.




 


Alguns dias depois


Vinte e seis anos. Ele completava vinte e seis anos naquele dia e não se lembrava de seus últimos aniversários – ou melhor, ele não se lembrava dos dois últimos anos.


Aquilo era definitivamente não era normal. Nada era mais normal na vida dele desde que acordara daquele sono poucos dias antes.


Nos dias que haviam se passado, Ron desejara desesperadamente que tudo não fosse um grande pesadelo maluco; que Hermione não tivesse morrido; que ele não tivesse feito um filho em Draco Malfoy e, por conseqüência, casado com ele. Ele ansiava que, do nada, acordasse na sua cama e descobrisse que tudo não passara de um sonho particularmente bizarro.


Mas aquilo não era um sonho. E ele soube disso no momento que Draco o acordara e lhe dera os parabéns pelo seu aniversário. E ele teve certeza absoluta quando chegou à Toca para a festa de aniversário.


Naquele momento, Ron Weasley soube que aquela era sua vida real agora, quisesse ele se lembrar do passado ou não.


E, por funesta decorrência, ele estava muito ferrado.


Foi estranho constatar, durante a festa, que Draco parecia se dar perfeitamente bem com toda a sua família – incluindo Ginny. Era verdade que Ron sentira uma certa tensão no ar quando ele falara com Percy; mas, naquele momento, o irmão estava cercado pelos cinco filhos dele com Penélope que pulavam, gritavam e puxavam as vestes do pai, então era bem provável que Ron tivesse se enganado.


Apesar de todos os presentes saberem que Ron havia perdido parte da memória, muitos não tinham noção de quanto. Portanto, o clima da festa ficara longe de ser pesado. Do início até quase no fim, a única pessoa que parecia entristecida era Harry. Suas olheiras haviam melhorado, mas a aparência não; seus olhos estavam agora inchados e vermelhos. Assim que conseguiu se livrar da quinta tia que o abraçava, Ron foi falar com o melhor amigo. Quando perguntou o que havia acontecido, esperava ouvir tudo, menos...


"- Eu e Simas brigamos" – disse Harry, pegando Ron completamente de surpresa.


"- Você e Simas? Mas vocês se davam bem... quer dizer, eu me lembro que vocês se davam bem." – corrigiu Ron mal-humorado.


Harry assentiu afirmativamente.


"- Nós tínhamos um bom relacionamento naquela época, mas agora estamos casados. A situação mudou um pouco." – fez uma pausa para admirar a cena de Percy recebendo um banho de suco dos gêmeos – "E ele não teve David há muito tempo... suponho que o humor dele ainda esteja um pouco variável."


"- Certo." – Ron deu uma olhada com o canto de lado para ver a figura de Percy completamente molhado – "Mas por que vocês brigaram, afinal?"


O rosto de Harry mudou de fisionomia; ficou estranhamente sombrio.


"- Nada, nada. Bobagem do Simas."


O berro de Molly Weasley chamando-os para cantar parabéns interrompeu a conversa.


Mais tarde, depois de toda a cantoria e do bolo, Ron procurara Harry para continuar a conversa, mas, estranhamente, ele não parecia estar em lugar nenhum. Depois de procurar por praticamente toda a casa, só restara um lugar para Harry estar: a cozinha. Mas, quando Ron entrou lá, não era Harry que estava sentado numa das cadeiras.


Simas.


Ele estava com uma aparência miserável – magro e com olhos muito inchados e vermelhos. Estava encolhido, com o rosto apoiado sobre as mãos. Haviam alguns lenços de bolso molhados em cima da mesa. Quando Ron entrou, ele imediatamente olhou para ele. O ruivo não soube o que o havia alertado – o leve rangido da porta, talvez? -, mas o irlandês definitivamente estava alerta.


Ron parou quando percebeu que Simas o encarava longamente. E não era exatamente um olhar amistoso.


"- Oi, Simas" – cumprimentou ele, sem saber muito bem o que dizer.


Simas não respondeu. Levantou-se e o examinou dos pés a cabeça, parando os olhos no machucado na cabeça. Quando a situação já estava ficando desconfortável, ele perguntou:


"- Você sabe, não sabe?"


"- Sei o quê?"


Simas fechou os olhos por um momento, apenas para reabri-los no momento seguinte.


"- Que o bebê que Malfoy está esperando é de Harry."


Silêncio.


Ron piscou algumas vezes para se certificar que aquela cena estava mesmo acontecendo - que Simas estava acusando Draco de tê-lo enganado. Infelizmente, estava mesmo acontecendo.


Sentiu uma repentina vontade de dar uma surra no ex-colega.


"- Você está completamente louco!"


"- Não estou" – respondeu Simas incisivamente, tremendo de raiva – "Eles dormiam juntos pouco antes dele se casar com você, eu sei. E são cheios de segredinhos, portanto..."


"- Você é um paranóico."


"- Não, eu estou apenas enxergando a verdade que está bem diante dos olhos de todos!"


"- Cale a boca, seu..."


"- É tão difícil assim aceitar que ele o traiu?" - os olhos dele estavam escurecidos de raiva.


Ron sabia que Simas estava tendo uma crise, mas esse entendimento não o deteve quando partiu para cima dele.


O único pensamento que passava por sua mente era quebrá-lo aos pedaços.


E é o que teria feito se Draco não tivesse chegado derrapando na cozinha aos berros.


"- PAREM COM ISSO! AGORA! ALGUÉM ME... HARRY!"


No segundo seguinte, Harry havia se metido no meio da briga e conseguido separá-los, puxando Simas, com o lábio cortado e nariz quebrado, para perto da parede. Ron era puxado para longe por Draco, mas antes que pudesse se soltar para partir de novo para cima de Simas, sentiu uma dor aguda na cabeça e caiu. Sentiu os braços de Draco o segurando, na tentativa de brecar a queda – e não conseguindo. Instintivamente, passou a mão na cabeça, só para vê-la, no segundo seguinte, suja de sangue. O machucado havia aberto. O mundo começou a ficar escuro.


Harry largou Simas e correu para acudi-lo. Nos momentos finais de consciência, ele teve a impressão de ver Draco lançando um olhar significativo a Harry. Tremeu e fechou os olhos.


Ah, merda.


E desmaiou.




 


Abriu os olhos e sentou-se, tentando lembrar o que havia acontecido. No segundo seguinte, sentiu alguém lhe dar um tapa particularmente doloroso no braço. Era Draco.


"- Seu estúpido! Como você..."


"- Ei, espera" – Ron olhou em volta, tentando se orientar – "Onde diabos eu es..."


"- No St. Mungus" – respondeu Draco rispidamente, de péssimo humor – "No que você estava pensando quando se meteu numa briga com Simas Finnigan, seu idiota? Seu machucado na cabeça abriu e foi horrível. E ain..." – parou quando viu a expressão no rosto de Ron.


Ele havia se lembrado. E começava a juntar as coisas.


Harry havia desaparecido no final da festa. Ron também não se lembrava de ter visto Draco. E o que Simas lhe dissera ainda reboava na sua mente...


"Eles dormiam juntos pouco antes dele se casar com você, eu sei. E são cheios de segredinhos, portanto..."


"- Você mentiu para mim."


Draco não se deu ao trabalho de refutar a acusação. Sentou-se na cama onde Ron estava.


"- O que Finnigan falou para você?"


"- Que você e Harry dormiam juntos pouco antes de nos casarmos. E que... o bebê é dele. Malfoy, como você... como você..." – o rosto de Ron estava vermelho e ele parecia prestes a explodir.


"- Deixe-me explicar."


"- Não há o que explicar!" – estourou Ron, chamando a atenção de um grupo de pessoas que passava; uma medi-bruxa pediu silêncio e Ron diminuiu o tom, não menos furioso – "Você me traiu e mentiu para mim! Realmente não..."


"- Eu nunca dormi com Harry, Ron."


Ele levantou os olhos e o encarou. Os olhos cinza tinham um tom de verdade.


Ron sacudiu a cabeça.


"- Não. Você fez alguma coisa com ele! Simas não teria desconfiado à toa, ele não é burro!"


Silêncio. Draco desviou o olhar e examinou atentamente as próprias mãos.


"- Foram apenas alguns beijos. Bem antes do casamento." – levantou a cabeça – "Eu juro. Nunca fizemos nada que pudesse gerar um bebê."


Ron mordeu o lábio. Draco parecia mesmo que estava falando a verdade.


"- Então, porque Simas..."


"- Por que aquele babaca não é seguro de seu próprio casamento" – disparou Draco, lançando um olhar feroz para a parede – "Precisou dizer que teria um filho para que Harry casasse com ele. Um maldito retardado que acha que todos se dedicam pura e exclusivamente para ferrar a vida dele."


"- Você nunca... Draco, você nunca..."


"- Não." – virou-se para ele e o encarou; agora, prata relampejava – "Eu nunca dormi com Harry. O bebê que estou carregando também é seu filho. E eu também nunca passei você para trás, Ron." – parou para respirar por alguns instantes, e acrescentou – "E, se eu menti, espero que um raio me fulmine aqui e agora."


Silêncio. Draco colocou as duas mãos na barriga, forçando-se a respirar direito.


"- Por que você acreditou no que ele disse?" – perguntou de supetão, fazendo Ron se sobressaltar.


"- Eu achei... eu achei ter visto uma coisa entre você e Harry na cozinha. E ele desapareceu durante a festa, você também, então... eu juntei tudo e achei que vocês..."


"- Você não confia em mim."


"- Por que deveria?"


Draco aproximou-se mais dele, até que a diferença entre seus rostos fosse mínima, e o encarou fixamente. Ron prendeu a respiração.


"- Vou lhe dizer uma coisa, Ronald Weasley: eu definitivamente não sou mais a mesma pessoa da qual você se lembra." – sustentou o olhar por mais um segundo antes de desviá-lo e se levantar da cama – "Vou avisar o medi-bruxo que você acordou. E, uma última coisa..." – parou no meio do caminho e virou-se – "... eu realmente estava com Harry numa parte da festa." – seus olhos repousaram na cabeça recém-enfaixada de Ron – "Estávamos falando sobre você, sabe."


E saiu.


Na cama, Ron se encolheu, com um mal-estar que nada tinha de físico.


 


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Notas finais do capítulo

Nota: Segundo o Animais Fantásticos e Onde Habitam, "o erumpente é um animal de grande porte e força, que pode pesar até uma tonelada. Não ataca a não ser provocado pela dor, mas se ele investir contra alguém os resultados são em geral catastróficos. São classificados como XXXX (perigoso) pelo Ministério da Magia."
 
Eu particularmente achei que combinava com o Draco no atual estado dele XD
 
 



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