Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

:D



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Sabe quando estamos dormindo e algo não está certo, quando estamos com muito frio ou quando temos que resolver algo, mas nos não percebemos ou não queremos mudar e a nossa mente inconscientemente nos manda mensagens avisando-nos por meio de sonhos, por exemplo? Era isso que me acontecia agora, eu sabia que era errado levá-la para minha casa, mas mesmo assim lá estava ela... Entrando na garagem e a minha mente gritava para que eu a impedisse.

–sua casa é enorme, não sabia que era rico. -ela disse ao sair do carro e se deparar com os outros carros na garagem.

–eu não sou rico, meu pai é. -respondi e a guiei até a porta.

–e não é a mesma coisa?

–não. -respondi soltando uma risada meio debochada, ela não iria entender, ninguém entende.

–seus pais estão em casa?Acho melhor a gente fazer silêncio.

–não eles, eles não estão. -um nó se formou na minha garganta, mas eu o ignorei como de costume. -mas a Petúnia está e é melhor não acorda-la.

Nós andamos em silêncio pela casa escura, subimos os degraus de madeira bem polidos e depois passamos pelo corredor que dava no meu quarto, por sorte estava escuro e ela não pode reparar nos detalhes luxuosos da casa. Não queria que ela tivesse a mesma imagem de mim que tinha o seu pai.

Meu quarto estava bagunçado, a minha toalha ainda estava sobre a cama e tudo estava exatamente do jeito que deixei e isso me dava uma leve e passageira sensação de tranquilidade. Meu quarto era o único que se diferenciava do resto da casa, suas paredes eram pintadas de cinza enquanto o resto dava era de um cintilante tom de gelo, meu quarto era desorganizado e tinha um cheiro específico do meu perfume, o resto da cara era minunciosamente limpa, organizada e claro, cheirava a lavanda e aos mais caros aromatizantes.

–gostei do seu quarto. -ela disse deitando-se na cama. -parece muito com você.

–mesmo? -me encostei na escrivaninha tentando manter uma distância segura para nós dois.

–sim, sabe o que dizem? -ela se levantou desajeitada e se pôs sentada na ponta da cama. -bom, dizem que os quartos são o retrato da pessoa que vive nele. Porque é onde, geralmente, se encontram sozinhos e podem ser quem eles são de verdade.

–e oque o meu quarto fala sobre mim?

–a julgar por aquela cueca preta ali...sexy, muito sexy. -ela riu e caminhou até mim e disse no meu ouvido -Cam, eu preciso tomar banho.

–eu vou pegar uma toalha pra você...e uma roupa. -ela assentiu e voltou a se sentar na cama.

Peguei uma camisa preta e limpa que estava no guarda-roupa e um short que cheirava a amaciante e a entreguei. Guiei-a até o meu banheiro e deixei que ela tomasse banho e ficasse sóbria novamente, assim não teria muitas chances de fazer merda.

ASTHRiDY.

Assim como o resto da casa o banheiro do Cam era bem luxuoso, haviam luzes, um teto de vidro no box e uma jaccuzi enorme, cheguei até a nos imaginar nela. Me despi e entrei debaixo do chuveiro fazendo o máximo de esforço para que nada se quebrasse.

Aquilo não era a coisa mais normal a se fazer num banheiro que não é seu, mas eu parei para observar tudo nele. Havia um shampoo com a embalagem lúdica para crianças e cheirinho de framboesa, alguns anéis na saboneteira e um cinzeiro. Algumas notas no espelho como "aniversário da Petúnia", era um banheiro interessante assim como todo o seu quarto.

Já o resto da casa se parecia como um mostruário de uma revista, linda porém vazia e solitária. A casa era enorme, mas os únicos moradores pareciam ser o Cam e os seus empregados, nunca via a sua mãe ou o seu pai e principalmente...Nunca ouvi falar deles.

Podia imaginar a minha mãe nessa casa, daria festas todos os finais de semana e o meu padrasto faria uma enorme cozinha gourmet para testar suas receitas...Com certeza ela nunca ficaria tão vazia, de alguma forma, deve ser triste viver aqui.

Deixei a água deliciosamente quente me molhar da cabeça aos pés e levar embora todo o alchool e o seu cheiro, usei descaradamente o seu shampoo de criança e o seu sabonete, no fim eu quase já cheirava como ele. Sai do chuveiro, me sequei e vesti a roupa que ele me tinha me dado para vestir.

O alchool foi embora e levou com ele toda a minha cara de pau junto, eu estava quase nua e morrendo de vergonha de sair de dentro do banheiro. Ao sair encontrei o Cam com uma toalha enrolada na cintura e os cabelos molhados emoldurando seu rosto, tão lindo.

–desculpe...- involuntariamente eu tampei o rosto com as mãos. -não estou olhando, juro.

–não se preocupe, Lady. -ouvi sua risada se aproximando e acabei tirando as mãos do rosto. -não precisa ficar vermelha.

Ele passou por mim e pegou alguma roupa no guarda-roupa e foi direto para o banheiro vesti-la, fiquei lá parada sem saber o que fazer, se deitava ou se ficava esperando por ele...Resolvi explorar mais o quarto dele.

Haviam milhares de posters de bandas diversas pelas paredes, vários discos empilhados em cima de no chão e uma enorme variedades de livros nas prateleiras, havia também um violão no canto do quarto, mas nada de fotos. Não tinha quadros de fotos em família nem nada parecido, apenas um pequeno porta retrato de uma criança e uma mulher, provavelmente ele e sua mãe, mas a larguei imediatamente quando o Cam reapareceu.

Ele usava uma calça de moletom preta e sacava os cabelos com uma toalha, ele parecia tão lindo que senti a extrema necessidade de fotografá-lo naquele exato instante e guardar aquela imagem para sempre no fundo da carteira.

–o que você está bisbilhotando ai ? -ele sorriu e caminhou até mim.

–nada eu só estava olhando...é você nessa foto. -tentei, mas a curiosidade era maior.

–sim e essa é a minha mãe. -seus olhos se tornaram distantes e um sorriso nostálgico surgiu em seus lábios.

–e onde ela está ? -me arrependi no mesmo instante em que fiz a pergunta.

–viajando. -ele respondeu sem deixar aquele sorriso.

–e quando ela volta?

–ah, Lady -ele riu e me puxou pra si pela cintura. -alguns tipos de viagens não tem volta.

–desculpa.

–a culpa não é sua. -seus olhos se apagaram e essa foi a certeza de que aquele sorriso não era real...Onde estaria a mãe do Cam ?

Ele me carregou e me colocou na cama deitando-se sobre mim, passei os dedos pelo seu rosto e observei de perto aqueles olhos que brilhavam sobre aquela luz fraca e era como se nada mais pudesse brilhar tanto quanto o seu olhar. Seus dedos desceram pelos meus braços e a distancia ente nos quase era inexistente.

–Asthridy, eu...-ele fechou os olhos e eu pude sentir seu coração acelerando. -acho que deveríamos dormir, está tarde.

...


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