Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 13
Capítulo 12




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Acordei depois de um cochilo e ainda de toalha me levantei para procurar a Maia, fui até o seu quarto e a encontrei sentada em frente ao espelho arrumando o cabelo provavelmente para a festa na casa do namorado.

–que horas são? -eu tinha simplesmente apagado e não fazia ideia de que horas eram, mas a janela denunciava a noite.

–já são quase dez horas, meu pai e a minha mãe já estão assistindo televisão, mas eles acham que é uma "festa do pijama" na casa de alguma amiga minha e que eu estou te levando pra conhecer todo mundo, essas coisas

–é que eu não estava muito afim de ir e...

–e o que? Vai logo se arrumar garota, coloca uma roupa bem sensual para ver seu "boy". -ela levantou em um pulo de empolgação e agarrou os meus ombros.

–primeiro: ele não é o meu "boy" e segundo: eu não tenho nenhuma roupa sensual.

–você me dá tanto trabalho, já te falei isso? -ela me empurrou na cama, correu para o seu guarda-roupa e começou a jogar milhões de roupas em cima de mim. -acho que um cinza, que tal?

Ela jogou um vestido cinza para mim, ele era de malha e era liso mas possuía uma enorme fenda que surgia bem no limite da calcinha o que o deixava bem sensual. Voltei para o meu quarto e o vesti por cima do meu melhor sutiã e da minha melhor calcinha. Se fosse para ser sensual, que fizéssemos isso da forma certa.

O vestido se ajustava perfeitamente ao meu corpo e por ser mais justo valorizava mais as minhas curvas e até me deixava mais peituda. "Que fase" pensei, ele era simples mas me deixava bem...bom, bem sensual.

–você não achou que ele é muito simples? -perguntei voltando ao quarto da minha irmã que me esperava impaciente.

–simples? Querida você poderia se passar por uma Kardashian de boa e essas pernas? Onde elas estavam todo esse tempo? Vamos para a maquiagem querida.

Em menos de vinte minutos a Maia fez milagre, colocou quase um quilo de sombra preta nos meus olhos e ondulou minhas madeixas louras me deixando bem mais bonita do que se eu mesma fizesse o processo.

–estamos prontas, vamos. -a Maia estava usando um vestido preto e curto e botas, o que fazia jus ao seu estilo, já eu coloquei os meus tênis pretos da converse e rezei para que a Maia não os visse.

–tenham juízo. -a Taylor falou me fitando de cima a baixo antes de sairmos, meu pai me deu um beijo na testa e não disse nada, seu olhar já dizia o suficiente.

...

Não era nenhuma surpresa dizer que todos já estavam muito bêbados quando nós chegamos a festa, que estava completamente cheia o que só me fazia imaginar onde estavam os pais do Ash ou se eles não ligavam para o que estava acontecendo.

Descemos do carro e andamos até a entrada, a Maia toda confiante e eu nem tanto. O cheiro de maconha e cigarro ao nosso redor era mais do que forte, poderia me deixar doida só que inalar aquele cheiro. Mas eu tinha prometido a mim mesma que não iria ficar doida.

–olha, meu pai acha que a gente vai dormir na casa da Cherry para uma "festa do pijama" então se quiser sair com alguém e ir pra algum lugar mais privado, pode ir, só não seja estuprada.

–tudo bem, mas eu acho que não vou sair daqui.

–a noite é uma criança, Tridy, as coisas podem mudar. -o olhar divertido da Maia quase me convenceu.

–Bem-vindas a minha festa de volta as aulas. -o Ash apareceu e apoiou os braços nos nossos ombros e beijou a namorada em seguida.-temos bebidas gratis, maconha gratis e se vocês quiserem outro tipo de coisa eu posso conseguir. Agora licença que tem um cara vomitando ali.

–ah, as festas de volta as aulas são as melhores. -a Maia pegou dois copos de vodka que estavam em uma bandeja em cima da mesa de centro da sala e me ofereceu um.

–não, obrigado. -nesse exato momento o Cameron entrou pela porta bem a nossa frente, eu poderia ter ficado feliz, se ele não estivesse acompanhado...Pela Cherry.

–eu acho melhor você aceitar. -ela ofereceu novamente depois de ver a mesma cena que eu.

–oi, meninas! -a Cherry nos brindou com um belo sorriso e dois bejinhos no rosto. Se a Cass estivesse aqui ela diria "toma uma dose e da na cara da vagabunda ou toma uma dose e corresponda a provocação de forma positiva, dói muito mais." E foi exatamente o que eu fiz, tirei o copo da mão da Maia e joguei garganta abaixo "adeus promessa".

–oi, querida. -a interrogação surgiu no rosto dela e a Maia, mas ela não ia me deixar perceber. Aquilo acabara de se tornar um jogo.Ela sorriu e saiu grudada no braço do Cameron que nem se quer disse "oi".

–eu preciso beber e de um cigarro ou eu vou matar essa garota.

–é assim que se fala, vamos beber porque amar está difícil.

Uma dose, duas, três, um beck, mais quatro doses.

Eu e a Maia estávamos em cima da mesa dançando e utilizando da nossa sensualidade concebida pelos nossos vestidos e maquiagem. Tudo ao nosso redor mexia, e nós riamos por nada, o Ash carregou a minha irmã e a tirou da mesa, eu fiquei lá em cima, ninguém ia me tirar do meu momento.

Do it again da Pia Mia tocava alto e eu dançava com um copo de vodka na mão, algumas pessoas gritavam la em baixo e dançavam comigo. A minha barriga ameaçou jogar tudo pra fora se eu não parasse de girar e então eu fui obrigada a descer da mesa.

Saí correndo a procura de um banheiro, mas tudo ao meu redor girava, isso seria mais difícil do que eu imaginava. Subi as escadas da casa me apoiando no corrimão e tentando desviar das pessoas desmaiadas na escada. Uma fila de intermináveis quartos surgiram a minha frente, alguns estavam trancados e outros não tinham um banheiro onde eu pudesse vomitar em paz.

Empurrei a ultima porta e encontrei não só um banheiro como o Cameron deitado na cama, dormindo. Como alguém consegue dormir nessas condições? Ele estava vestido como sempre, jeans rasgados uma camisa de flanela xadrez vermelha e preta e uma jaqueta, deitado com os braços sobre o rosto. Estava lindo como sempre.

Caminhei em silêncio, ou melhor, tentando fazer silêncio até o banheiro. Abaixei a cabeça na privada e tentei vomitar mas nada mais queria sair a não ser lagrimas, as lágrimas começaram a sair sem rumo e completamente sem motivo. Estava chorando pela minha mãe que estava longe, pela saudade que sentia pelo meu padrasto e pela minha melhor amiga, pela minha vida que só se baseava em fatos horríveis e sequenciais e por ele, por aquele cara dormindo a menos de dez metros de mim.

–você está bem? -a pergunta me fez congelar inteira e levantar o rosto.

–estou sensacional, obrigada. -me levantei mais rápido do que pensei que podia.

–não parece. -virei-me e o encontrei encostado na porta e me encarando com aqueles olhos penetrantes e imponentes.

–bom, você está enganado. -eu me levantei e me recompus e o encarei de volta tentando fazer a mesma coisa que fazia com as sobrancelhas e que o deixava tão sexy. -eu vim olhar se o banheiro estava limpo, mas já estou descendo.

–olhar se o banheiro estava limpo? Você me acordou, não sabe ser silenciosa?

–Eu te acordei?Oh mil perdões, mas sinceramente...Foda-se, você e o seu sono. -tentei passar por ele, mas fui barrada pelo seu braço.

–tente ser mais educada. -ele disse com o rosto a centímetros de distancia.

–não posso, estou bêbada. Agora saia da minha frente, preciso beber mais. -tentei empurra-lo, mas ele não se movia.

–você não vai beber mais, já está muito bêbada.

–não entendi, quem é você para me impedir?Vai cuidar daquela sua puta. -eu dei as costas e consegui me desvincilhar dos seus braços. -e quando você a encontrar, avisa a ela para não aparecer na minha frente senão eu vou ser obrigada a meter a minha mão na cara dela. O mesmo serve pra você, licença.

Tentei sair do quarto, mas ele me puxou e me carregou sobre os ombros.

–o que você está fazendo?Me coloca no chão, agora! -comecei a me debater, mas ele andava com tranquilidade pelas milhões de pessoas que estavam na festa.

–você não você mesma no momento, vou te levar para casa. - ele mantinha seu rosto serio.

–eu não vou pra casa, meu pai vai me expulsar! Esqueceu que você quase me fez ser presa?

–não, não esqueci e é por isso que eu vou leva-la pra casa. -ele saiu da casa e se dirigiu ao seu carro ainda comigo em seus ombros.

–eu não vou. -cruzei os braços ao ser colocada no chão.

–vai sim. -ele abriu a porta e fez um sinal para que eu entrasse. -por favor, não me faça ser rude.

Cameron.

–eu gosto quando você fica rude. -um sorriso malicioso surgiu em seu rosto, o que só me deixou mais preocupado.

–você está muito bêbada. -eu a carreguei mais uma vez e a coloquei o no carro, antes que ela pudesse sair eu entrei e tranquei as portas.

–você gostou do meu vestido, Cam? -ela cruzou as pernas mostrando a enorme fenda do vestido. -você achou ele sexy ?

–você está muito bêbada, não pode voltar assim. -meu olhos estavam vidrados na pista, mas ousavam descaradamente a se virar e olha-la.

–que lástima, acho que... -ela fez uma pausa e abriu um grande sorriso carregado de malicia. -acho que você vai ter que me levar para a sua casa.

–para a minha casa? -a imagem do seu pai me voltou a cabeça, o olhar enfurecidos e as palavras escolhidas com antecedência -não posso.

–e aonde vai me deixar? Na rua? Bêbada e sozinha, você sabe como estão perigosas as ruas. -no momento não havia nada mais perigoso que aquela proposta.

–tudo bem, mas me prometa que vai se controlar. Por favor. -pedi.

–controle não é algo que eu costumo ter...

E nem eu.


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