Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 11
Capítulo 10.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629063/chapter/11

Continuando...

–acho melhor a gente voltar. -era por volta das quatro da manhã e nós estávamos sentados em um banco de madeira no meio da rua, sua cabeça sobre o meu colo e as mãos entrelaçadas.

–mas já?

–já, ainda estou muito bêbada e se não voltar antes que meu pai acorde eu estou muito fudida. -ela se levantou com um pouco de esforço e me beijou a testa.

–tudo bem, vamos. -as cinco horas de efeito da droga ainda não tinham passado e eu também estava bem chapado.

Entramos no carro e eu comecei a dirigir, ela dançava ao som de alguma música que tocava na rádio, ou ao som de música nenhuma, não sabia ao certo se o que estava ouvindo era real ao não.

–você não tem essa sensação também?

–que sensação? -perguntei saindo do meu transe pessoal.

–essa sensação, um tesão interminável. -ela riu com o próprio comentário e passou a língua pelo meu pescoço fazendo aquela já conhecida sensação só aumentar.

–eu estou tentando dirigir, Lady. -os carros ao meu redor pareciam passar como vultos e tudo parecia desfocado e turvo, com certeza aquilo não era uma boa ideia.

–com as duas mãos no volante? Que surpresa. -ela puxou uma das minhas mãos e arrastou para a sua calça, subindo pela coxa e parando na barguilha já aberta.

–não faz isso, Lady -em um momento eu estava olhando para ela, no outro havia um caminhão a nossa frente.

–olha para frente, Cam. -ela gritou.

Algumas horas depois...

Asthridy.

–está tudo certo, só alguns arranhões e nada de mais. Teve sorte garota. - a médica disse esticando delicadamente o meu braço esquerdo.

Odiava estar em hospitais, estava preocupada com o que meu pai ia me falar ou se ele havia ligado para minha mãe. Mas nada disso me preocupava mais do que o Cam, ele está bem? Será que se machucou?

–o Cam, ele está bem? -meu pai e a medica trocaram olhares silenciosos e ela se retirou da sala. -onde está ele, pai?

A minha voz estava tremula, não por causa do acidente, mas sim pelo medo de algum rim ter acontecido com ele. A nossa noite foi tão perfeita, nada poderia ter dado errado...Mas deu.

–o Cameron está na delegacia, não sofreu nenhum ferimento grave no acidente, mas será preso por causa do acidente. -ele falou calmo, mas com um tom pertinente de raiva em sua voz. -agora vamos pra casa.

–preso? Não pode...

–todos nós sabemos que ele não ficará lá por muito tempo. Um dia no máximo. -uma terceira pessoa apareceu na sala, Maia. -é só o paizinho dele fazer uma ligação e tharam o filho dele estará de volta as ruas.

–o que vocês estão falando? -perguntei ainda um pouco tonta tentando me levantar e sair da maca.

–é meu bem, tirou na sorte grande, está namorando um mafioso. -disse a Maia no seu tom irônico habitual e fazendo um sinal de arma com os dedos.

–nós não estamos namorando.

–poupe-me dos detalhes.

–eu preciso ir vê-lo, tenho que ver se ele está bem e...

–você não vai a lugar nenhum está entendendo? -meu pai interrompeu com o tom de voz grosso e firme. -nunca mais você verá esse rapaz, está me ouvindo Asthrid? Agora levante,vamos para casa.

–calma papi, ela ainda está em observação. Eu estou com o carro da mamãe ai, quando ela puder sair eu a levo pra casa de volta em segurança. Pode confiar.

–tudo bem, estou completamente sem paciência por hoje. -antes de sair da sala cor de gelo, meu pai me lançou um dos piores olhares existentes na terra, pior que qualquer palavra.

–ah garota, você é problema viu?! Vamos me conte tudo.

Contei tudo a ela, como nós fomos parar em Los Angeles, como dançamos ao som de Elvis e como a nossa foi perfeita até o acidente. Ela me falou como meu pai ficou irritado e como quase bateu no Cam quando nós chegamos no hospital, depois ele foi levado pela policia. Uma dor quase como um soco no estomago me atingiu quando o imaginei sendo algemado e levado.

–eu preciso vê-lo, Maia.

–eu sei, assim que você for liberada eu vou te levar para vê-lo as escondidas. Adoro um romance proibido, vocês já são o meu casal favorito.

–nós não somos um casal.

–ainda, mas tudo vai se resolver e jájá você estará nos braços do seu criminoso gato e rico.

Cameron.

Não sabia ao certo porque estava tão nervoso, com certeza não era por causa da policia, logo meu pai me tiraria daqui, mas o que me deixava mais nervoso era não ter noticia alguma sobre ela. Aquilo estava me corroendo por dentro, se algo acontecesse com ela seria culpa minha.

–Cameron? - o policial me chamou abrindo a porta da cela. -tem alguém aqui querendo falar com você.

Uma onda de esperança me atingiu na hora, será que ela que estava indo me visitar? Ao chegar na pequena sala de visitas vi que não era ela e sim seu pai. Ele estava parado me encarando com toda a raiva do mundo pesando em seu olhar, instantaneamente eu tentei esconder as algemas ou ao menos sorrir.

–ola, senhor. -estiquei as duas mãos na tentativa inútil de um aperto de mãos.

–me poupe, o que tenho para falar é bem rápido. O negocio é o seguinte, não quero que fale com a minha filha nunca mais. Eu sei muito bem o que garotinhos como você querem com garotas como ela. -ele se levantou ficando mais próximo de mim.

–garotos como eu?

–sim, garotos como você. Ricos com a vida já feita, sem aspiração nenhuma e que nunca vai saber o que é a vida de verdade por causa do papai rico que vai te proteger, o que você quer com ela? uma noite? Duas no máximos? Uma diversão de verão pra usar e jogar fora? Ela é muito mais do que isso e eu não vou deixar que a machuque,como já fez.

–você não sabe nada sobre mim. -tentei ao máximo manter a compostura, não ia deixar as palavras dele me atingirem.

–sei o suficiente para saber que não o quero perto dela, se for inteligente, acate ao meu pedido. -o homem virou-se e saiu da sala com duras pisadas.

Não me levantei e nem sai da sala, fiquei ali em pé esperando que alguém me mandasse sair dali. Ele definitivamente não sabia nada sobre mim, nem ninguém naquela cidade, porém nunca tentei mudar a ideia de ninguém em relação a mim. Deixava que eles pensassem o que quisessem sobre mim, isso não iria mudar nada, não iria mudar quem eu realmente era.

–Cameron Reeve ? -o policial quebrou o silencio que permanecia na sala desde que o homem saiu.

–sim ?-respondi ainda encarando o nada.

–seu pai está aqui, veio te buscar. -ele respondeu apreensivo.

–o meu pai? -o meu corpo estremeceu.

–sim, ele esta impaciente.

–entendo. -meu corpo se moveu lentamente até o policial, ele retirou minhas algemas e me acompanhou até a recepção da delegacia onde o meu pai me esperava furioso.

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer com o Cam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Trouble." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.