Correu até o banheiro e se banhou, e logo em seguida fez um curativo no rosto e na ferida do braço. Ao sair vestiu suas roupas mais limpas, uma camisa de gola alta preta, uma causa jeans e um moletom com estampa do exercito cinza. Calçou as mesmas meias e começou a limpar a pequena poça de água que se formou pelo derretimento da neve, foi até a cozinha e começou a vasculhar pelos armários se havia algo para comer, não encontrou nada alem de seu saco de pirulito sabor maçã verde aberto sobre a mesa, pegou um, sua jaqueta, calçou um sapato qualquer e saiu.
Parou na porta do apartamento espreguiçou-se e então sentiu algo lhe acertar bem na cabeça.
- ITE!!!! PORQUE FEZ ISSO? - perguntou olhando para agressora
- Você ainda pergunta?
- É você?! O que tá fazendo aqui?
Mizuki se enraiveceu e ergueu a mão formando um punho para acertar Yuki, que por sua vez agarrou seu pulso e a puxou para perto do seu corpo envolvendo sua cintura com a mão livre.
- Hoy não seja tão violenta nehhh!Eu já disse que não fiz nada com seu namorado então para de me encher.
A jovem corou furiosamente devido a proximidade de seus corpos, Yuki não pode deixar de notar e sorriu descaradamente.
- YUKI-SENPAIIIII! OHAYOOO.*-*
Yuki suspirou pesadamente e soltou a garota.
- Ohayo, Kana-chan!
- Você quer um pouco de ramem? - perguntou a mulher de dentro da loja de ramem com os olhos cheios de brilho
- Não, obrigada.
Ela deu as costas para mulher e começou a andar antes que ela puxa-se assunto novamente, mas foi seguida por Mizuki.
- Hey! Não pense que vai fugir de mim tão facilmente!
Ela deu de ombros e continuou a caminhar.
- Eu não vou te deixar em paz até você dizer o que fez com Chouji-chan!!
- Eu já disse que não fiz nada com seu namorado ¬¬
- ELE NÃO É MEU NAMORAADOOOO Ò.Ó
- (¬¬¹) Que seja...
Yuki adentrou dentro de um mini mercado e pegou uma cestinha, e logo depois de alguns segundos Mizuki entrou atrás.
Yuki caminhou até a prateleira de doces apanhando três sacos de pirulito sabor maçã verde, depois puxou uma barra de chocolate super grande...
- Você já pensou que ele pode ter voltado pra casa? - perguntou indiferente.
- Você acha que ele voltaria pra casa depois de você ter feito sei lá o que com ele, jogado ele no beco. Acho que ele teria pelo menos o bom senso de ligar pra avisar o que havia acontecido além do mais... Ele não atendeu minha ligação.
- Talvez ele não se preocupe com você com a mesma intensidade com que se preocupa com ele e além do mais eu estava com o celular dele!
Mizuki lhe lançou um olhar extremamente ameaçador, e pegando uma lata de sopa e lançando contra ela, a primeira foi no ombro mais a segunda foi direto no focinho.
- Você tem algum problema?! - perguntou esfregando o nariz
O senhor do caixa notou a confusão e perguntou com um sorriso de orelha a orelha.
- Amiga nova, Yuki-sama?
- É digamos que amiga não é a palavra cert... - outra lada a atingiu na testa - PARA COM ISSO MERDA Ò.Ó
Yuki se apoiou nas mãos e se levantou, silenciosamente foi até o freezer e pegou algumas garrafas de suco de Maçã verde, no caixa pegou cinco pacotinhos de bala de soda, uma shonen jump e pediu para o senhor botar na conta, se retirando.
- HEY, ESPERA AI VOCÊ JÁ TA ME DEVENDO MUITO!
- Cobra do Yachi-sama... - retrucou calmamente
Mizuki ficou olhando a sacola de compras de Yuki incrédula.
- Além de ser uma psicopata ainda é caloteira.
- Você está com a mesma roupa de ontem?
- Sim... - respondeu confusa
- Por acaso não passou a noite em frente a minha casa, passou?
- Sim, tive medo que você desaparecesse.
- Você deve estar com frio! - indagou ainda com a voz fraca.
Ela parou de caminhar e retirou a própria jaqueta e jogou por cima dos ombros de Mizuki, a jovem corou novamente, por sentir o cheiro de Yuki ainda na jaqueta.
- Não pense que só porque está sendo gentil vou desistir de saber o que você fez com o Chouji-kun!
- Escuta, você já sabe onde eu moro porque não volta pra casa seus pais devem estar preocupados?
- Não vem com essa de paternalismo que não cola, você tem que me dar umas explicações.
- Vamos logo eu te acompanho.
A jovem, sentiu um grande incomodo por Yuki estar sendo tão gentil.
-O.K mais vai ter que me dar explicações pelo caminho.
Ela consentiu com a cabeça abrindo um meio sorriso, as duas passaram novamente em frente ao mercado Yuki pode ver o senhor lhe xingar pelo vidro, já haviam andado pelo menos dois quarteirões sem trocarem uma palavra, Yuki até teve a esperança que o resto do caminho seria assim.
- Você... - disse Mizuki em um sussurro
- Ham?!
-... Jura que não fez nada com ele?
Yuki abriu um sorriso sincero.
- Bom...- ela cruzou os dedos atrás da nuca - Eu o acertei com o cabo da minha arma!
Mizuki contorceu os lábios em um sorriso demoníaco, e sua face escureceu.
- Suaa - sua voz saiu tremida enquanto lhe aplicava um chute na face.
- ITE - de seu nariz saia um sangramento horrível - Você devia se tratar sabia.
Mas a jovem já havia voltado a caminhar.
-...?! Espera ai!
Yuki deu uma corrida para alcançá-la, ela a acompanhou até sua casa como prometido. Mizuki estava com cara de poucos amigos, e pela primeira vez aquela sensação aquele vazio, aquela solidão um sentimento inexplicável de culpa invadiu o peito de Yuki. De repente Mizuki se deteve em frente a uma casa.
- Chegamos, você já pode ir.
- Humm...Quero explicar a sua mãe o porquê de não ter voltado para dormir.
- Hã?! Você só pode estar brincando acha que ela ira acreditar em você?
Ela sorriu fechando os olhos.
- Não se preocupe eu tenho um jeitinho de convencer as pessoas.
A jovem sentiu novamente que podia confiar nela mesmo que sua mente gritasse, seu coração falava mais alto. Ela bateu na porta e logo uma senhora de cabelos pretos azulados apareceu , vestia com seu avental de limpeza.
- Hayashi Mizuki onde você esteve?
A jovem abriu um sorriso sem graça, Yuki estava com cara de confusa.
- Ohayo Mah!
- Não vem com essa pra cima de mim eu quero explicações.
"Já vi de onde ela herdou o humor psicótico” pensou Yuki.
- Mah essa é minha amiga Yuki-Senpai! - Exclamou puxando ela pelo braço e posicionando-se atrás dela corando por perceber que suas mãos acidentalmente se roçaram.
- Ohayo! - Indagou sorrindo e acenando. - Eu sou Ishikawa Yuki!
- Muito prazer, eu sou Hayashi Shizume. –cumprimentou trocando completamente o tom de voz.
- Sua filha esteve comigo não se preocupe. Eu a encontrei em um bar e como eu estava passando mal ele me acompanhou até em casa e como já era tarde eu pedi para que ficasse.
- Obrigada por trazê-la em segurança. Não quer entrar e tomar um chá ou café?
" Como ela é mentirosa" pensou Mizuki.
- Claro
As duas adentraram na casa e Mizuki pediu para que Yuki senta-se e esperasse ela se trocar, a jovem encarou o teto por algum tempo até a jovem descer trajada com um short super curto do pijama e um moletom rosa e os cabelos estavam presos por um palito. Yuki corou um pouco e procurou desviar o olhar para que a menor não percebesse, Mizuki se acomodou ao seu lado no sofá. Em poucos minutos Shizume adentrou na sala com uma bandeja, com três xícaras, um jarro com café outro com chá, e um potinho de açúcar. Ela as serviu...
- Então o que você faz?
- Eu mato demônios! - indagou com uma voizinha humilde.
Mizuki bateu na própria testa.
- Mizuki-chan você está bem? - perguntou achando estranho a reação da menor
- Mi...zu...ki-chan?!- a jovem repetiu em questionamento
A mãe de Mizuki fingiu não ter entendido e bebeu um gole de chá e então Yuki percebeu uma marca em seu pulso.
- Desculpe não entendi!
A jovem se levantou do sofá e disse em um tom claro no qual não precisasse repetir novamente.
- Senhora eu mato demônios e por algum motivo ontem havia um atrás da sua filha. - ela deu uma pausa bebendo o resto do café da xícara - Quando estiver disposta a me contar algo, sua filha sabe onde me encontrar.
Ela começou a dirigir a saída, quando Mizuki gritou.
- ESPERA! VOCÊ TEM QUE ME AJU...
Yuki deixou-a falando sozinha batendo a porta atrás de si.
Ela andou bastante e resolveu parar no parque, quando se deu conta o sol já havia se posto, ela suspirou como se algo estivesse errado, aos poucos as pessoas que estavam no parque foram embora até restar apenas ela, então ela pode ouvir uma risada macabra vinda das árvores dando um pulo do banco em que estava empunhado a arma.
- APAREÇAAAAAA! - berrou
- Ainda não é a hora senhorita... - a voz grossa e pavorosa ecoou pelo parque.
Ela suspirou novamente e partiu "Mais um dia normal"...