Secrets escrita por Mila Kawaii


Capítulo 16
The emptiness of the sky.




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Na situação em que estou mal tenho o simples direito de minha liberdade, não podendo observar como o tempo está fora destas sufocantes paredes, como grades me prendendo em uma limitada jaula, matendo-me no mesmo lugar por mais que minha mente vá muito além disto. Entretanto, contento-me com o ar que mantem-me viva, este que já pude sentir transformar-se em minha dor, a dor de permanecer neste mundo, sozinha. Não tendo sequer um parente para acolher-me, não pertencendo a lugar algum. Porém, posso afirmar que isto não é minha ruina, sinto que minha própria mente destrói-me lentamente, levando-me ao incessante choro que se repete em minha mente, lacrimas daquele que apenas clama por poder gritar.

– Eu te machuquei? – Ele pergunta pegando em minha mão, virando assim, o meu braço querendo ver se causou algum tipo de machucado, ou deixou uma marca em minha pálida pele, e coro ainda atordoada pela nossa conversa, mal conseguindo entender tudo isso. E me ponho presa nos meus pensamentos tentando processar tudo isso. Seria essa a melhor decisão? A minha morte, tirando-me do mapa, para todos, fazendo com que ninguém estivesse a minha procura.

Como seria a sensação antes da morte? Lembranças passando em sua mente? Em um rápido clarão deixando assim, você cego, perdido em um interminável espaço em branco... Tendo sua existência perdendo aos poucos o seu valor, diminuindo a zero. Sentindo em longos segundos o que realmente é o verdadeiro desespero, este sentimento que fará você ajoelhar-se pedindo para que tudo acabe. Seria isso mais doloroso que a realidade?

Porque há valor em tudo que temos se apenas o que restauram são as lembranças? O grande segredo morrerá junto a nós, o segredo de quem realmente somos quando estamos sozinhos.

– N-não, não se preocupe. Fico agradecida pelo choque de realidade. – Respondo-o analisando se minha frase não soou negativa, levando em conta o que estou vivendo.

– Queria poder te poupar dela.

Olho para ele após ouvir sua resposta vendo que ainda resta pouca de minha fé, não há como acreditar que tudo irá melhorar, e que os bons continuaram de pé, há justiça em tudo isso? Neste mundo em que pessoas como meu falecido pai foi o primeiro a partir. Não de velhice ou alguma droga que servisse para que eu culpasse a vida em si, foi nada menos que um assassinato, uma abominação feita por uma pessoa que mal tem compaixão, nem mesmo capaz de amar a si próprio eu arriscaria em dizer. Por um monstro.

– Você me lembra o seu pai... – Ouso Lysandre dizer e ergo assim o meu olhar, vendo que ele sorri.

– Na fase mais deplorável da vida dele eu diria...

– Pelo contraio. – Lysandre ri abrindo assim o armário que desde o inicio chamou-me tanto minha atenção. Contendo as iniciais do nome de meu pai, este armario que parecia nunca ter sido aberto há muito tempo, todavia não há cadeado ou algum tipo de chave para abri-lo. Ele estava todo tempo lá, sem proteção alguma. E aproximo-me do albino que esta diante a porta agora aberta e vejo

ali desenhos e lindas fotos minhas, e de toda minha família reunida, como era comum antigamente. Dias ensolarados em que apenas sorrimos para bater a foto.

– Era de seu pai, sempre ficou ai. Desde de sua entrada no colégio como diretor, era meio assustador porque tinha uma aparência sombria antigamente. Eu ... atrevi-me a muda-lo um pouco.

– Devia ter essa aparência para que ninguém ousa-se ter curiosidade. – Falo e deixo com que um sorriso venha de meus lábios, tão sincero como se fosse minimamente desenhado a mão. E percebo o olhar do albino perdido por alguns segundos em meu rosto.

– Sim, você realmente lembra ele.

– Fala da cor de meus olhos? – Pergunto-o lembrando-me dos momentos em que estávamos a caminhar diante as ruas, sentia-me segura ao lado de meu pai, nossos olhos brilhavam a noite contendo a mesma cor, um tom castanho avermelhado como a casca da mais bela árvore, sendo banhada pelo radiante sol. Ocorreu-me o quão elegante sempre vi meu pai, suas roupas assemelham-se as do Nathaniel, sempre vestindo seu termo como se fizesse parte de sua personalidade. Caindo perfeitamente sobre o seu corpo. Entretanto não nego muitas vezes reparar o quão cruel foi o tempo sobre ele, marcando-o com cicatrizes e rugas, quase nunca o deixando sorrir como antes.

O albino ri pegando em uma das fotos mostrando-me duas figuras familiares sentadas ao banco, a bela paisagem completa o perfeito retrato de minha família, junto a um lago contendo uma água clara, e tão límpida, chegando-a parecer transparente.

– Fique com você. É sempre bom termos uma lembrança além da nossa mente, porque muitas vezes ela pode castigar nos mostrando cenas que não queríamos ver.

– Obrigado... – Agradeço-o deixando-a junto ao meu bolso, conte continha ali o bilhete de meu pai, este que não é mais necessário para mim, e que certamente pretendo não o lê-lo novamente.

– Você não tem parentes distantes? Seu pai nunca me contou sobre a família além da sua mãe, e você.

– N-não que eu me lembre de manter contado... lembro-me que eles cortaram todos os laços familiares após vir para essa cidade. – Respondo-o vendo que isto levanta uma pergunta em minha mente, as festas solitárias que apenas tinham presentes nós três. Nunca houve visitas em minha casa. Nunca tive de conviver com a morte de um familiar, penso se isto não é um dos motivos do tamanho choque que levei ao ver que nunca mais veria as pessoas que eu amo novamente.

– Oh.. então foi isto que lhe contaram. – Ouso-o surpresa, e viro-me rapidamente não dando mais atenção há foto em minhas mãos. Como pode ele saber mais da minha família do que eu? Como posso surpreender-me ainda...

– Para todos Thomas Miller estava desaparecido... Até mesmo sua família. – Após ouvi-lo levo minha mão a boca mal conseguindo acreditar.

– Como uma pessoa pode recomeçar sua vida, assim?

– Mudando-se para bem longe, trocando de sobrenome...

– E-então meu verdadeiro nome é Miller?

– Não é a notícia mais pesada que eu já lhe contei, não é? - Ouso-o rir abrindo um fino sorriso em seus lábios, e finalmente eu pude sentir como se nada importasse realmente, pude perceber que independente de tudo o albino estaria ao meu lado, enfrentando tudo junto a mim, sendo muito mais que um pai. Ainda há tantos mistérios sobre sua vida que mal posso numera-los, sabendo que estas perguntas pouco importam realmente. E que devo lembrar-me do presente, poupando-me da escuridão em meu passado. Estas que perseguem-me, como uma grande nuvem negra. E nesse momento aproximo-me do albino deixando minhas mãos sobre seu ombro, posso sentir como se em um simples toque seu coração já disparasse batendo rapidamente.

– A-agatha... – A pele clara de seu rosto ganha nitidamente uma coloração avermelhada, deixando com uma aparência fofa e inocente, estranhando a iniciativa vindo de mim, porém não há duvidas sobre o que fazer, ou até mesmo em seu coração. E assim sinto o mais alto guiar-me calmamente enquanto respondo-o sem precisar de palavras, apenas com um sorriso selando nossos lábios em seguida. Ficando assim, na ponta de meus pés em busca de alcançar o que desejo. Podendo sentir agora suas mãos em minha cintura como se abraçasse-se, impedindo que meu corpo afaste-se do seu. Mal posso dizer por quantos minutos permanecemos assim, já que deixei minha sanidade de lado após entregar-me fechando assim, meus olhos.

– Você está gelada... – Ele sussurra entre o beijo separando assim, seus lábios dos meus em uma mínima distancia, e em um ato inesperado para mim sinto-o levantar minha camisa afastando-a das minhas costas apenas para que sua mão possa tocar em minha pele.

– O-o que vai fa.. – E antes que eu possa terminar minha frase sinto-o conduzir-me para longe de seu corpo mantendo suas duas mãos em minha cintura agora descoberta pela camisa. E ergo meu olhar vendo sua expressão de preocupação sobre mim, esperando que eu pergunte o porquê desta reação.

E antes que eu me desse conta a temperatura a nossa volta abaixou-se drasticamente, como uma estranha mudança de estações, ou até mesmo a passagem de um belo dia transformando-se em uma melancolia e solitária escuridão. Minhas mãos gelam rapidamente e procuro um lugar para que possa as esquentar, porém, a pouca roupa em meu corpo não parece se mostrar a favor disto. E as deixo sobre o grosso sobretudo do Lysandre podendo vê-las agora tremerem de frio. O quão estranho esta mudança de clima pode ser não passou em minha cabeça neste momento, nada teve a devida importância, como se pelo menos uma vez eu colocasse-me a frente, poupando-me destas perguntas, que apenas martelariam em minha mente, a procura de respostas.

– Você se sente bem? - Vejo Lysandre olhar atenciosamente para mim levando suas mãos as minhas, deixado que estas aqueçam-me, após sentir o quão gélido se tornou o meu toque. E neste momento percebo que nada mudou realmente, que este frio esta apenas em meu corpo, como se uma grande e escura nuvem rondasse o meu corpo, fazendo-me sentir um interminável calafrio. Como um gélido sopro perseguindo-me, e assim ocorreu-me uma curiosa pergunta, como se um ponto de interrogação fosse deixado em minha mente.

– Eu... - Minha visão vai ficando turva, como se embaçasse pela onda gélida em meu corpo, e tenho essa sensação como familiar, lembro-me de ficar acordada até tarde frequentemente a espere de meu pai, muitas vezes rendendo-me ao sono, porém, quando eu tinha a grande vitória de espera-lo acordada, era tanto o sono que pouco importava para onde eu estava olhando, tudo parecia apenas um sonho, como se eu não estivesse realmente lá, entretanto me lembro tão nitidamente, provando assim o quão real isso foi, e para mim era estranho sentir essa desconhecida sensação de estar dormindo, mesmo que tudo indique que estou realmente acordada. E neste momento sinto que desejo que o que eu estou vivendo não passasse de um sonho, muito real.

Olho para baixo vendo assim o quão deplorável é o estado em que estou, e ao pensar nisto refiro-me ao interior, a fraqueza que cobre-me junto ao medo como um longo manto, se tornando assim parte de mim, uma capa invisível aos meus olhos, aos olhos daqueles que olharem para mim. Porém, todos nós sabemos de sua existência, fazendo com que eu carregue o pesado fardo de não poder fazer nada sobre isto. Levante a cabeça você diz? Do que adiantaria levantar a cabeça sendo que meu medo é de ver adiante, de olhar o que pode estar há minha frente.

– M-me diz que não sou só eu que estou sentindo esse frio... – Digo quase como um suspiro vendo ele não saber o que dizer, parecendo de início confuso sobre isso, não há como entender o grande choque térmico que está sendo causando em meu corpo, este que consequentemente treme pelo frio.

– Para mim está até c-calor aqui... calor demais. – Lysandre diz referindo-se ao aproximar de nós dois após o longo beijo que compartilhamos e coro respirando fundo tentando inutilmente conter o bater de meus dentes. – Mas espero que possa ajuda-la.

Após sua frase vejo-o afastar suas mãos das minhas deixando-me como se acabasse de perder algo importante para mim, e vejo-o desbotoar o elegante sobretudo de seu corpo, dando-me suas quentes vestes para que eu vista-as pelo imenso frio em meu corpo.

Aceitando sua ajuda, o visto deixando-o sobre meu corpo como uma longa e larga roupa, dando sem nenhum problema para abotoa-lo, sendo que isto faz com que eu me sinta aquecida diante a esse frio, e agradeço-o vendo o quão esta veste alivio-me. E o vejo levar uma de suas mãos a boca segurando assim, seu riso, após olhar-me de um modo cômico, com uma expressão curiosa e adorável.

– É engraçado vê-la assim, por favor, não entenda-me mal.

– Claro, desculpe-me se não tenho corpo suficiente para esta roupa. – Digo entrando em sua brincadeira, recebendo em seguida sua resposta.

– Não acho que este seja o motivo. – Coro apertando minhas mãos em seu sobretudo. Estes que contém o seu cheiro.

As roupas que estavam em meu corpo eram como fardos, me fazendo lembrar apenas ao vê-las dos momentos em que ainda era feliz, de onde tudo começou. E com isso tento afastar estes pensamentos de minha mente lembrando-me que estas carregam nelas o doce e agradável cheiro do Nathaniel, o loiro que saiu em disparada deixando-me antes que eu mal pudesse me despedir, o mesmo cheiro de seu corpo agora está em minhas roupas, tendo sido usado o mesmo produto na lavagem... Céus! O quão infantil eu posso ser? Entretanto não nego que neste momento uma parte de mim deseja não ter passado apenas horas em sua casa. Perguntando-me se eu poderia ter feito diferente, alterando assim o rumo que eu tomaria

– Você ainda está sente frio? – Ouso-o e em resposta balanço minha cabeça indicando que sim.

– Precisamos ir, antes que escureça completamente Agatha.. Você vem comigo?

– Realmente não sei qual seria a opção mais sã a escolher...

– Bom, se a servir de consolo. Comparando nos com as variadas pessoas neste mundo, muitas sem um coração. Somos completamente sãos. Vivendo em um mundo de loucos.

– Acha que um dia nos tornaremos loucos? – Pergunto-o.

– Loucos não, mais acredito que frios...

– Você sabe que está diante ao precipício quando não tem mais o medo de morrer... – Digo desabafando em meio a esta conversa tão pesada, apertando firmemente o sobretudo para que me aperte. Protegendo-me.

– Eu tenho medo de perde-la... E enquanto eu lutar por isso, você nunca estará literalmente na borda deste precipício. – Olho para os seus olhos ficando a observar o quão isto enfeitiça-me.

E assim eu o acompanhei para fora desta sala, tendo o nome de porão, por ser a sala mais antiga desde sua construção, agora encontrando-se velha e esquecida pelos inúmeros alunos deste colégio, e os que ainda entraram. Mal tendo conhecimento do ambiente em que estudam... mal sabendo que logo, chegaria o fim desta pacifica escola.

Caminhávamos para saída enquanto eu evitava olhar para os lados, sem me importar com nada ao meu redor. Nem sequer aguentar ficando a encarar o piso deste chão. Estou certa em afirmar que não levo comigo apenas a fotografia de meus pais, esta que eu guardarei como se fosse parte de minha miserável vida. Dando sentido a minha felicidade. Levo todas estas historias, e revelações como bagagens em minhas costas, obrigando-me a carrega-las até o ultimo dia de minha vida, a verdade que parecia pertencer a outra realidade, não há minha. Tudo parece tão irreal para mim ainda, pergunto-me se um dia irei acostumar-me. Fico feliz em estar acompanhada da única pessoa capaz de fazer-me feliz, e assim, entristeço-me ao lembrar do Nathaniel, lembro-me muito bem do caminho de sua casa... esta que passei poucas horas até minha vinda ao colégio. É engraçado pensar que isto já se tornou apenas uma lembrança. Fazendo-me conviver com a dor que me impede de tê-la novamente. E é triste pensar que não só a sua casa.. mas o próprio loiro poderia ser apenas mais uma de minhas lembranças agora. O que ligaria-me novamente a ele? Pensar em voltar neste colégio seria como um pesadelo para mim, estar tão perto daquele que levou minha família a ruina é como uma imensa tortura para mim, entristeço-me ao pensar que mal pude dizer adeus. Como o Lysandre posso dizer que confio minha vida ao Nath, este que foi o primeiro a acalmar-me, mesmo tento tantos problemas, em sua vida. Queria poder ficar.. ajuda-lo da mesma forma que este ajudou-me. Porém, o máximo que esta ao meu alcance é imensa gratidão que tenho eternamente. É doloroso pensar em não voltar a vê-lo.

Saimos da escola por um longo período caminhando, muitas vezes trocando palavras, enquanto o albino apenas respondia-me as minhas perguntas, sobre esse colégio... sobre como era estudar aqui.

– Faz sentindo. – Digo acabando por pensar em voz alta enquanto estávamos no fim de um corredor.

– O que faz sentido? – Ouso-o perguntar.

–Você estar tão acostumado com esse colégio, parecer tão familiarizado com estas salas. – Digo vendo que ele concorda silenciosamente e diminuo o meu passo minimamente chamando sua atenção até mim.

– Porque foi expulso? Acredito eu que na saída de meu pai... – Vejo-o arquear uma de suas sobrancelhas mal olhando para mim enquanto caminha ao meu lado.

– Não acho que seja uma questão importante. – Suspiro vendo que este não falaria e teimo a pergunta-lo mais uma coisa.

– Se você conhece meu pai a um tempo considerável... pensando assim na sua saída já quase acabando a escola. – Xingo-me mentalmente por acabar enrolando-me no assunto, mal conseguindo falar o que queria.

Ouso rir deixando-me sem entender qual seria a graça em nossa conversa e sinto sua mão sobre meu braço puxando-me para aproxirmar-me de seu rosto e vejo seu sorriso agora tão de perto encantando-me pelo seu belo rosto e coro ao sentir ele apertar levemente em minhas bochechas com suas mãos.

– Se tudo isso era para perguntar a minha idade, não espere que eu a revele tão cedo. – E assim ele deixa-me voltando a caminhar em direção a saída enquanto tento tirar a expressão envergonhada de meu rosto ainda mais curiosa por sua idade, ele não parece ser tão velho... Droga! Porque não olhei isso em sua fixa, seria muito mais fácil do que tentar perguntar algo pessoal do albino, seria tão difícil assim tentar conhece-lo?

– Teria idade para ser meu professor...? – Pergunto-o curiosa não deixando de rir pela minha ousadia, e assim rimos juntos até a nossa chegada ao portão, e conformo-me entendendo isto como um sim de sua parte.

Ocorreu-me neste momento que não haveria jeito de sairmos, não há como saber que horas são, entretendo a noite já caiu deixando o céu coberto pelo vazio negro, junto as estrelas, tão radiantes ao céu, estas que nunca o abandonaria. As portas do colégio encontram-se trancadas, junto a da sala dos representantes que seria nossa ultima esperança para pegarmos a chave, e fico ali por longo minutos enquanto andamos pensando em uma maneira de sairmos até que desisto por fim indo pedir sua opinião, porém o barulho que acabo por ouvir fez com que eu mudasse de ideia supreedendo-me, o irritante barulho enquanto o albino pega um grande conjunto de chaves mantido em seu bolso, fazendo-o assim, ter acesso a todas as salas deste colégio.

– Sou agradecida por você não esquecer estas chaves no porão. – Digo levando em consideração o lado cômico de sua personalidade esquecida.

– Não foi apenas isto que eu lembre de trazer... – Ouso-o vendo que o mesmo estende neste momento a sua mão em minha direção, mostrando-me um de seus versos dos incontáveis poemas já escrito pelo albino, contendo ali a frase.

“ Não há heróis neste mundo, apenas aquele que pratica o bem ”

Ao lê-la sorrio lembrando-me de meu pai, tenho uma lembrança vaga ao ouvi-lo dizer isso.

– Fique com você.

E assim saímos da escola enquanto eu apenas acompanhava os apressados passos daquele a minha frente. E por fim, pude ver me longe deste colégio, respirando um ar puro, fazendo com que eu sinta-me viva novamente, podendo ver tão vazio breu mantido no céu ao olhar para cima, contendo poucas estrelas, e sinto como se isto lembra-se um sentimento de solidão. O vazio do céu estando em meu peito, junto ao que sobrou de meu coração.

– Eu sempre gostei de caminhar a noite... – O albino diz estendo assim, os seus braços de encontro ao vento, como quisesse senti-lo em seu corpo, respirando fundo. Vejo sua elegante camisa social, branca de botões igualmente como seu sobretudo que acolhe-me mantendo imune ao frio. Seu corpo é forte sem que passe do devido limite, e posso ver algo como uma tatuagem abaixo do tão branco tecido de sua camisa, sendo assim minimante transparente, porém decido-me não comentar, vendo que tudo vira até mim aos poucos, como o vento que traz consigo um sentimento de paz, diante a mim como a mais calma brisa, presente, todavia invisível aos nossos olhos. Acredito eu... que como os espíritos de meus pais, estes estariam protegendo-me? Penso que prefiro acreditar que eles estão junto a mim por ter assim... um motivo para não chorar, será realmente somente a minha fraqueza?

Perdida-me em meus pensamentos caminho sem ver se o albino está ao meu lado, decidindo-me de fechar os olhos, fazendo assim o pior ato que eu poderia ter realizado neste mínimo segundo... O segundo em que uma luz forte e ofuscante vinha de encontro com meu corpo, o momento em que pude ouvir a melodiosa voz do albino gritar desesperadamente como um canto de uma canção triste, gritando um pedido que nunca saberei que era de meu alcance.

– Agathaa!!

Poderia eu ter fugido naquele momento? Queria eu ter realmente me poupado deste acidente? Até mesmo apenas movimentado-me para longe, poupando-me assim do grande e assustar carro que corria como um rápido animal tendo apenas um destino. Fazer-me de sua vítima. Entretanto não pude ouvi-lo, como se minha mente fizesse da voz do Lysandre apenas um insignificante eco, e o único momento em que pude olhar finalmente para o lado, nada mais estava ao meu alcance.


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Notas finais do capítulo

O que achou do capitulo? Se gostou deixe o seu comentario! até mesmo pra me incentivar a continuar, o E MUITO IMPORTANTE. Digam o que acharam da nova capa e do nome escolhido