"Porque eu fui jogada fora da estrada

Eu errei quando eu estava triste"

Quando menor, lembro-me com perfeição de serpentear clamando meus amores. Consignar minhas pequenas e valiosas palavras — quais foram três — para qual fosse que cruzasse meu espectro. E, então, expatriar-me no colo tórrido de meu pai. Qual, também, era lícito o trio de expressões. Ele sorria. Frívolo, mas sorria.

Cada vez em que lhes foram ditas.

Quão descuidada calhou e fui. Minhas três e sintomáticas palavrinhas, varrendo de boca em boca. Os lábios açucarados do rapaz de madeixas áureas cruzando com minha fenda indiscreta, selados aos meus. Quão tagarela se foi. Adjacente, meu mecânico explanar das que eram três, mas se epilogaram para duas. O moleque me olhara, descrente. E seu riso cínico me martelou os ouvidos por duplas noites estreladas e retraídas.

Cada vez que lhes foram arrebatadas.

Queridas, necessitadas.

Amei as estrelas também. As vezes em que empenhei tocar o céu com minhas tênues mãos estreladas. E para elas, eu lhes disse. Afoguei-as com todo amor que minha fala, depois afônica, desarmonizou. Mas com seus fulgores níveos gargalharam e tão-pouco foi recíproco. Retraída, me fiz. Estrelada, não mais.

Cada vez que por eles foi esquecida.

Porque eu amei a todos.

E ter-se-iam amado.