Um lugar para ficar escrita por Renata Leal


Capítulo 10
Capítulo 10




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Quando chegar o amanhã, estarei por conta própria me sentindo assustada com as coisas que não conheço.

Flashlight – Jessie J

– Se importa se tomarmos o milk-shake outro dia? – ele me pergunta.

– Claro que não – digo. – Eu só não entendi nada do que acabou de acontecer. Quem são? São seus amigos?

– Na verdade, não. Pensam que são. – ele diz.

– Ainda não entendo. – digo. Não quero parecer intrometida nem nada do tipo, então parei de perguntar.

– Eles fazem parte de um momento da minha vida que quero esquecer. – ele diz. Concordo e fico calada. Não me senti mal por ele não ter me contado, afinal não sou o tipo de pessoa que acha que porque não sabemos de uma coisa, a pessoa não confia na gente. Ele, simplesmente, escolheu não contar por medo ou vergonha ou porque não quer. Somente isso. É uma escolha dele.

Ao chegarmos, ele estacionou o carro e ficou parado me olhando.

– Desculpa. Não planejei o nosso passeio assim. – ele falou.

– Tudo bem – eu disse. – Não tem problema.

– Posso tentar de novo? – ele falou. Faço uma cara de quem não entendeu a pergunta e ele sorri. – Podemos sair outra vez? Dessa vez, prometo que não vai acontecer nenhum imprevisto e vamos nos divertir.

– Eu me divertir hoje – digo. Não quero que ele se sinta mal. Aconteceu. Fim. – Mas, não me importaria de me divertir mais uma vez com você.

– Gostou do lugar? – ele pergunta.

– Eu gostei – falei. Eu estava olhando para ele que nem uma boba. Seus olhos brilhavam e percebi que ele me encarava do mesmo jeito.

– Que bom – ele disse sorrindo. – Eu gostei da sua companhia – ele disse. – Gostei de verdade – completou.

Sorri. Ele pôs sua mão na minha nuca, enlaçando seus dedos no meu cabelo e me encarou. Ele vai me beijar. Eu tentei resistir, eu não queria que acontecesse rápido demais. Ele vai me beijar. Ele vai me beijar. Ele vai me beijar. Meu coração disparou. Os olhos dele brilham e meu coração dispara mais. Ele vai me beijar. Malu, ele está te beijando. Fecho os meus olhos, já sentindo saudade de olhar aqueles olhos azuis, mas mesmo assim, não dispenso o que estamos fazendo agora. É o melhor beijo da minha vida. É o beijo mais doce, mais intenso e mais cheio de emoção. É uma mistura de sentimentos que não dá pra entender.

Não estou apaixonada.

Paro de beijá-lo.

– Tudo bem? – ele pergunta com a mão ainda na minha nuca.

– Sim – eu digo constrangida. Não sei o motivo, mas senti-me corada.

Ele passa as mãos pelos meus cabelos e sorri. Seus olhos. Como isso é possível? Eu beijei o cara mais lindo do mundo. Não estou apaixonada.

– Você quer ir embora? – ele pergunta.

– Não – respondo de imediato.

– Também não quero que você vá – ele diz. Eu queria beija-lo de novo. Queria tomar atitude, queria fazer diferente. Senti-me tão bem com aquele beijo, com o toque dele. Senti-me diferente.

– Que bom – eu disse sorrindo.

Ele me encara. Eu o encaro. Os olhos deles brilham e meu coração dispara ainda mais. De novo. Novamente. Outra vez. Sinto-me desnorteada e sem saber o que fazer. Até que, tomando noção da situação na qual me encontro, resolvo mudar. Não estou apaixonada. Beijo-o.

E de novo.

E de novo.

E de novo.

Eu queria ficar ali até perder a vontade. Se é que isso é possível. Não estou apaixonada.

*

15 de dezembro, quarta-feira, 19h

Só não ficamos mais por conta da minha preocupação. Estava escuro e Arthur voltaria para casa sozinho. Minha avó sugeriu ele ir com o carro da doceria, ele recusou, disse que não havia necessidade. Prometeu-me que, assim que chegasse em casa, mandaria uma mensagem.

E mandou.

Arthur: Cheguei. Você tá bem?

Eu: Estou bem e você?

Arthur: Também. A gente podia sair outro dia.

Eu: Pode ser. Que dia?

Arthur: Não sei, que dia é melhor para você?

Eu: Tenho um aniversário para ir na sexta. É da minha tia. Se quiser, está convidado. Vai ser às 18h.

Arthur: Pronto. Sexta a gente se ver, então.

Eu: Pronto.

Arthur: A gente podia tomar uma água de coco amanhã, sei lá... Se você quiser.

Eu: É porque tenho que terminar de organizar a festa com as minhas primas. Desculpa.

Arthur: Tudo bem, não tem problema, eu aguento até sexta-feira.

Eu: Bobo. Boa noite.

Arthur: Boa noite :)

E agora, estou no meu quarto com fones de ouvido tocando Taylor Swift. E lembrando-me de cada momento que passei hoje com Arthur. Não dá para negar que foi uma situação completamente esquisita o que aconteceu no bar. Mas, sinceramente, tudo isso sai da minha cabeça ao lembrar do que aconteceu no carro. Foi uma cena inesquecível, um momento que quero guardar para sempre comigo. E não estou apaixonada.

Meus pensamentos, como sempre, são interrompido por primas histéricas pulando no meu quarto e implorando para eu contar o que tinha acontecido. Expliquei tudo a elas que escutavam com atenção fazendo caras e bocas.

– Credo! Se forem amigos, tome cuidado com quem ele anda! – Clara disse.

– Não são amigos. Ele não quis explicar, mas senti que ele não curtiu muito ter se encontrado com aquele grupo – falei.

– Sei lá, podem ser psicopatas atrás do Arthur. Obcecados por ele! – Mariana diz.

– Todo mundo é psicopata para você! Não viaja, Mariana! – Clara diz dando um tapinha na testa dela.

– Nunca se sabe – ela rebate. – De qualquer forma, foi bem estranho. Uma hora ou outra você saberá quem são essas pessoas.

– É, eu sei, mas os achei estranhos. Diferentes. Completamente o oposto do que o Arthur mostrou ser! – eu falei.

– Acho que você deveria esquecer isso! Vamos focar no beijo, minha querida, foca no beijo e no olhar desse menino! – Clara disse.

Conversamos até a hora do jantar, pois minha avó tinha chamado todo mundo para jantar aqui hoje. Bruno e Pedro chegaram minutos antes da mesa ser posta, então perderam – acho que deveriam agradecer, pois não é nada legal falar sobre garotos na frente de garotos – a nossa conversa.

Mariana e Clara dormiram comigo, pois tínhamos que ajeitar as últimas coisas do aniversário da tia Cláudia. Não demoramos muito com a conversa, dormimos logo.

*

16 de dezembro, quinta-feira, 13h

Acordei cedo, fui caminhar, tomei café da manhã – por sinal, minha avó fez um pão caseiro delicioso –, ajudamos nossa avó na doceria e depois fomos almoçar. Logo após o almoço, fomos encomendar torta e alguns salgados e doces, pois minha avó fez questão de dizer que uma parte era para deixar com ela!

O rapaz disse que estariam prontos amanhã às 9h. Agradecemos e fomos embora. Fomos em uma loja que vendia descartáveis, compramos o que faltava e depois passamos numa lanchonete para comer.

Chegamos em casa umas 16h30 e meus pais estavam a nossa espera.

– Que saudade! – minha mãe disse abraçando-me forte.

Junto com Mariana e Clara, eu e minha mãe fomos até o meu quarto, pois eu tinha umas coisas para contar... Contamos tudo e minha mãe ficou muito feliz por mim. Depois as meninas foram para sua casa para tia Cláudia não desconfiar e fiquei vendo uma série na TV. Jantamos umas 20h e logo depois fui para meu quarto me preparar para dormir.

Arthur: Acordada?

Eu: Sim.

Arthur: Como foi seu dia?

Eu: Cansativo, ajeitamos algumas coisas para o aniversário... E o seu?

Arthur: Foi legal. Eu estou querendo voltar com a faculdade.

Eu: Voltar?

Arthur: Fazia administração. Mas, tranquei, pois eu não podia ficar muito tempo longe da minha mãe. É uma das melhores do país, bem difícil de entrar e pior ainda quando se consegue uma vaga. E, mais, é muito distante daqui.

Eu: Sério?

Arthur: Sim. Exige muito tempo e dedicação. Minha mãe ficou sozinha em casa, então preferi deixar a faculdade de lado. Por mais que eu goste, por mais que seja meu sonho, tive que abandoná-lo. Não a culpo, fiz por querer ficar mais próximo dela.

Eu: Entendo você. Faria o mesmo.

Arthur: Pois é...

Percebi o quanto que esse garoto é louco pela mãe. Faz gosto ver. Porém, ele também tem que viver a vida dele, fazer coisas para ele. E faculdade é importante. Deve ter sido muito difícil sair.

Eu: Por que sua mãe não mora com a minha avó?

Arthur: Como assim?

Eu: Você volta para a faculdade e a sua mãe mora com a minha avó, assim ela não se sentirá sozinha e ainda poderá ajuda-la com os doces. Ela cozinha?

Arthur: Sim, ela cozinha muito bem. Doces não é forte dela, mas ela pode aprender, né? Só que, Malu, isso é muito complicado. Sua avó não conhece a minha mãe... É uma proposta muito gentil, mas a minha mãe é um pouco complicada...

Eu: Deixe comigo. Vou conversar com dona Denise depois e falo com você.

Arthur: Tudo bem.

Eu: Acabei de me tocar que você não me disse quantos anos tem.

Arthur: Tenho dezenove :) e você?

Eu: Dezesseis. Preciso dormir, estou exausta. Amanhã a gente se ver...

Arthur: É para ir com que roupa?

Eu: Estamos em família... Pode usar uma calça e uma blusa, mesmo. Nada especial.

Arthur: Tudo bem, então. Boa noite, Malu. Durma bem.

Eu: Obrigada, você também... Boa noite :)

*

17 de dezembro, sexta-feira, 15h

Estávamos eu, Mariana, Clara, Pedro, Bruno e nossos avós ajeitando os últimos detalhes para o aniversário da tia Cláudia.

– Você chamou aquele gato? – Mariana pergunta.

– Sim – falei – Por quê?

– Que ótimo! Já apresenta pra família... Esperta! – Clara brincou.

– Engraçadinha – falei – Não é assim...

– Ué, se você chamou... Ele vai ter que conhecer e cumprimentar todos! – Mariana falou – Vai ser divertido.

– Yago e Marcelo vêm? – perguntei, mudando de assunto.

– Sim – Mariana respondeu. – Yago tá meio estranho.

– Como assim? – perguntei.

– Não sei, eu liguei para ele hoje, mais cedo e ele deu respostas frias, parecendo ocupado... Achei esquisito, mas deixei pra lá.

– Não deve ser nada – falei.

Às 16h resolvemos nos arrumar, pois todos tomariam banho lá em casa para a tia Cláudia não desconfiar. Ela teve que trabalhar, então ficou bem mais fácil. As meninas prometeram que iriam sair à noite... Para ela ficar mais tranquila e não observar muito.

Às 17h40 estávamos nos maquiando desesperadas, morrendo de medo que não desse tempo. Mas, felizmente, deu tudo certo e às 18h20 estávamos todas prontas e esperando os convidados. Foram todos muito pontuais e às 18h40 tia Cláudia chegou.

– Surpresa!!!! – todos gritaram. Ela ficou muito emocionada, abraçou todos e ficou muito feliz.

Eu estava ansiosa com a chegada do Arthur, confesso.

– Ansiosa? – Clara perguntou.

– Ansiosa? Que nada! Ela está a ponto de ligar para o garoto – Mariana disse.

– Claro que não! – falei imediatamente.

– Você não para de olhar para a entrada! Acha que sou idiota? – Mariana falou me dando um tapinha.

Dei um sorriso cínico e mandei-a calar a boca. Comi uns doces e bebi água. Até que avisto Arthur. Ele é tão lindo. Estava com uma blusa de manga comprida, social e calça preta. Elegante. Cumprimentou minha avó e ela apresentou-o à minha tia, que recebeu os parabéns dele muito feliz, aparentemente. Fiquei desconcertada pois minha avó estava apontando para mim e Arthur me encara sem dó. Sem graça, pego mais um pouco de água e bebo. Fico de costas para eles, tentando não me mostrar interessada no que estão conversando. Olho discretamente e Arthur está rindo. Ele é tão charmoso.

Disfarço e vou até Mariana e Clara, que estão com Yago e Marcelo. Ficamos conversando até que sinto um olhar das garotas. Tocam meu ombro.

– Oi – ele disse.

– Oi – falo. Ele me dá um beijo na bochecha.

– Vocês capricharam – ele disse. – Ficou incrível a festa.

– Obrigada – falei – Foi tudo de última hora!

– Nem parece – ele falou olhando para a sua volta. Retorna o olhar a mim e fico constrangida. – Você está linda – ele diz medindo-me.

– Obrigada – falo abaixando o olhar. – Você também.

Ele sorri e segura minha cintura. Com seu polegar, levanta meu queixo. Estremeço.

– Com licença. Sou o pai da Malu, boa noite – meu pai interrompe. Sinto-me corada. Estremeço.

– Boa noite, senhor – Arthur diz, um pouco sem jeito, percebo.

– Já conheceu Arthur, não é? – minha avó interrompe. – Ele é uma graça! Entrega para a doceria!

– Ah, interessante – meu pai diz cruzando os braços.

– Minha filha está te chamando, venha aqui um segundo – minha avó diz, puxando-o pelo braço – Com licença, amores.

Finalmente meu pai é, praticamente, forçado a sair dali. Agradeço a Deus por não ter sido pior.

– Acho que não gostou de mim – Arthur diz rindo.

– Que nada! Gostou sim. Ele é assim mesmo – digo para deixa-lo mais confortável. Acho que foi em vão. Achei que ele se distanciou. – Não precisa deixar de me tocar por causa dele! – eu digo rindo.

– Pode deixar, não vou deixar de fazer isso – ele disse me abraçando e rindo junto. Que abraço! Ele é bem forte. Sinto-me segura. Queria ficar naquele abraço para sempre. Mas, ele solta. E me beija. Paro de beija-lo rapidamente, com medo dos meus pais verem. Minha família estava quase toda ali! Não dá pra ficar confortável com uma situação dessas...

Arthur percebeu que eu estava um pouco tensa e sussurrou um “relaxe” no meu ouvido. Balancei a cabeça afirmativamente e tentei relaxar. Estava tudo tranquilo e havia dado tudo certo. Estava dando. Sorri.

– Com licença, tem um rapaz do lado de fora com uns amigos. Estão te procurando, Arthur. – minha avó disse.

Estremeci. Não podia ser! Estava tudo tão bem.

Arthur foi para fora e decidi ir com ele.

– Pensei que iria nos encontrar, Arthur – Anderson falou. Reconheci-o. Era o mais antipático e metido do grupo. Não que os outros não fossem, mas notei que ele era como um “líder”, uma “referência” para os outros.

– Desculpe, é aniversário da tia da Malu – ele disse.

– Você não costumava faltar aos nossos encontros, cara – algum falou. Percebi que era Ricardo, pois Vinicius era um pouco mais alto que ele.

– Desculpa, gente – Arthur falou. Senti um toque de medo em sua voz. Será que tinha medo deles? Se tinha, por que?

– Tudo bem. Não queremos atrapalhar a sua festa. – Ricardo falou. – Tudo bem não é, Anderson?

– Claro – Anderson respondeu. – Ela foi procurar a sua mãe, que disse que você estaria aqui.

– E estou – Arthur respondeu. – Obrigada pela preocupação.

– Preocupação? – Anderson riu. – Sabe que não somos preocupados. Apenas somos pessoas de palavra. Ao contrário de você, não é Arthur? Além de mentir para os amigos, mente para namoradas...

– Anderson... – Arthur interrompeu-o.

– Verdade, Anderson. Deixa isso para lá – disse uma garota. Uma garota nova. Chegou nesse exato momento, puxando Anderson, como se fosse evitar uma briga.

Eles foram embora. Sem se despedir, sem dizer mais nenhuma palavra. E ao voltarmos, Arthur não queria falar sobre. Percebi no seu olhar, mas aquilo estava indo longe demais.

– Posso saber o que está acontecendo? – perguntei parando-o.

– Agora, não, Malu – ele falou.

– Quero saber de que mentiras Anderson estava falando – enfrentei-o. – Por que não me conta?

– Por favor, cala a boca – ele disse. Grosso. Frio. Arrogante.

Lágrimas brotaram nos meus olhos. Nunca tinha sido tão agressivo comigo. Seu olhar era triste. Parecia arrependido com o que tinha falado, mas uma raiva tomava meu corpo e eu corri para longe dele. Fui para o meu quarto, longe de tudo, longe de todos. Quem é ele para me mandar calar a boca? Tudo bem, eu não deveria ter insistido, é uma escolha dele: falar ou não; mas, precisava me mandar calar a boca?

Tranquei a porta.

– Malu, abre, por favor – ele disse batendo levemente na porta. – Desculpa. Eu estava muito irritado e acabei descontando em você. Perdoa, por favor.

Não falei nada. Não estava em condições. Tanto mistério, tantos segredos. Não dá. Deixei-o falando sozinho e fechei meus olhos.

Percebi que ele desistiu.

– Malu, sou eu – minha mãe bateu na porta.

Abri.

– Mãe, desculpa, mas eu quero dormir, estou com dor de cabeça.

– Tudo bem, minha filha – ela disse. – Ele foi embora. Estava muito triste. Acho que se arrependeu da forma como falou com você. Foi me procurar para checar se estava tudo bem.

– Vou dormir – falei. Não queria saber. Sei que amanhã ele vai me procurar. Então, prefiro dormir e relaxar.

Mas, não consegui dormir. Pus os fones de ouvido e comecei a pensar em tudo. Tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo. E eu sentia falta da Luna. Sentia falta do Caíque. Sentia falta do Gabriel. Sentia falta da minha casa. Não queria ir embora, mas eu apenas sentia falta.

Percebi que à meia-noite a festa acabou e todos foram embora. Minha avó entrou no meu quarto e tirou meus fones.

– Ele me contou, Malu. Ele não fez por mal, estava muito nervoso com os rapazes e acabou descontando em você. Perdoe. Ele não é um menino disso, acredite em mim. – ela disse.

– Não quero falar sobre isso, vó. Amanhã ele vai me procurar, acredito e conversamos.

– Tudo bem. Vá dormir, filha – ela disse. Minha vó tinha o poder de me tranquilizar, mas dessa vez não.

Eu sentia tanto medo de descobrir o que aquelas pessoas tinham haver com ele. Eles, na verdade, eram o oposto do Arthur. Pelo menos, do Arthur que eu conheço. E eu tenho medo dele ter outra face. Tenho medo do que eu posso descobrir, do que ele pode me falar e do que ele já passou. Tenho medo de me decepcionar.

Foi difícil dormir, mas como os fones de ouvido tocando Becky G, acabei caindo no sono. Eu tinha certeza de que amanhã seria um dia longo.

*


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