– Capitão! – Um dos tripulantes berrava por entre os corredores do grande navio. - Até que enfim o encontrei! – Sua voz agora era rouca e baixa ao entrar pelas portas do lugar e ser recebido por olhares curiosos.

– O que houve? – Thor questiona a tamanha agitação do homem em sua frente.

– Fomos informados agora a pouco sobre a data da conferência. É daqui a três dias. – O homem respondeu-lhe ofegante.

– Três dias? – James riu. – Essa banheira dá conta?

– Você subestima Asgard, senhor. Você o subestima demais. – Retrucou o Capitão.

Dito isso, o homem loiro deixou o lugar. Em seguida, cada um dos integrantes seguiram seus passos e direcionaram-se cada um para seus aposentos em total silêncio. Era preciso um bom descanso para o que viria no dia seguinte.

[...]

Os relógios indicavam que eram quatro e meia da tarde. O submersível navegava com força total pelas águas claras. Natasha encontrava-se distraída olhando para as águas do mar, enquanto alguém a observava: James. Ao lado dele estava Stark com uma de suas espingardas em mãos.

– Essa não é pra você. – O moreno informou discretamente para o detetive. Barnes apenas o ignorou e continuou a fitar a encantadora mulher.

[...]

A jovem ruiva via-se distraída pela batida das ondas ao encontrarem o navio e o esplêndido céu azul. Mas, algo a encantava ainda mais do que essas duas coisas: Os raios solares. Antes uma ferramenta de terror era o que o sol significava para ela, hoje; apenas uma estrela central do sistema solar. O anel, presente que seu pai havia lhe dado, lhe dava agora a liberdade de poder sair à luz do dia sem houver qualquer queimadura em sua pele clara.

– Natasha. – Seus pensamentos foram quebrados por um jovem alto e elegante que estava ao seu lado: Steve. Seu olhar era direcionado para frente, imitando o dela há poucos segundos atrás.

Natasha suspirou profundamente antes de perguntar o que desde a primeira vez que o reencontrara gostaria de saber.

– Como? – A ruiva se assustou da forma fria como essa única palavra soou.

– Como? – Rogers lhe devolveu a pergunta no mesmo tom.

– Eu perguntei primeiro. – A ruiva respondeu rapidamente e voltou o seu olhar para ondas. O loiro não poupou um riso curto sobre a teimosia de Natasha. Fazia o lembrar dos velhos tempos.

– Claro que sim. – O imortal assentiu antes de continuar novamente. - Mas não vamos ser injustos, certo? Você também me deve explicações.

– Droga, Steve! – Natasha agora encarava o dono daqueles brilhantes olhos azuis. – Você não pode, não deveria estar...

– Vivo? – Ele franze o cenho. – Engraçado você me falar isso, Natasha. Justamente você. Pensei que um dia quando nos encontrássemos novamente você teria uma reação diferente ao me ver.

Romanoff estava pronta para ir. Aquele assunto ainda era muito doloroso para ela e a mesma ainda não estava pronta para ter aquela conversa com Steve. Não quanto o mundo inteiro poderia estar em perigo. Merda, há um dia ela pensava que ele estava morto. E agora, ele estava lá. Ele e o passado dos dois prontos para assombrá-la novamente.

Rogers percebeu a sua retirada e imediatamente agarrou seu braço abruptamente. Ela não iria fugir tão fácil dele.

– Vamos lá, Natasha! Não está nem um pouco feliz de ter reencontrado seu noivo...? – Sua feição era séria demais, até para o próprio Rogers. Um arrepio perfurou a espinha da ruiva.

– Não! – A voz da ruiva saiu um pouco mais alta e seu rosto estava com uma expressão perturbada. - Eu não quero falar com você sobre isso. Pelo menos não aqui. – A ruiva olhou em volta percebendo os olhares atordoados das pessoas. - Depois nos falamos.

Dito isso, arrancou seu braço das mãos do loiro e se pôs o mais rápido possível longe do mesmo. Ela devia explicações para Steve, assim como ele para ela. Mas, não ali e não agora.

[...]

Bucky estava inquieto. Steve conversava com Natasha intimamente, e isso o lhe deixava inseguro. Ele estava pronto para ir conversar com a ruiva quando viu o loiro ir em sua direção. O moreno se chutava mentalmente por não ter se adiantado antes e ter ido falar com a bela ruiva. Era lógico que ele estava atraído pela mais nova colega de grupo e faria qualquer coisa para conquista-la, mas ele não era tolo para ver que Steve também faria mesmo. Ou pior, ele já tinha feito. Era claro que os dois já se conheciam e havia uma grande probabilidade de tiverem um envolvimento no passado. Isso era o que mais o irritava. Não importa o que o detetive fizesse, era provável que mesmo assim Rogers ainda estivesse um passo à frente dele.

Ele foi distanciado de seus pensamentos ao ouvir um “não” de Natasha. A ruiva não chegou a gritar, mas sua voz foi alta o bastante para todos que estavam rondando o navio olharem. James viu quando Romanoff arrancou o braço das mãos de Rogers e saiu apressadamente. Essa era a chance dele.

– Senhora Romanoff? – Barnes andou apressadamente seguindo os passos da ruiva. A mulher assim que ouviu a voz do homem parou e se virou para ele dando-lhe a necessária atenção. - Se precisar de ajuda durante a viagem, por favor, avise-me. – O detetive fez questão de lançar um olhar intimidador para Steve Rogers que os encaravam com uma feição nada amigável.

A ruiva engoliu em seco ao perceber as indiretas de um com o outro. Ela já tinha problemas demais com o passado e com Steve. A única coisa que faltava era mais um homem caindo de amores por ela e querendo se sacrificar. No final, sempre haveria um coração partido.

– Eu posso saber que tipo de ajuda seria, detetive? – Natasha questionou.

– Trabalho braçal. – Ele respondeu-lhe de imediato com um sorriso. - E uma boa conversa. Sou um rapaz útil. – Terminou se aproximando da mulher ruiva.

Natasha sorriu.

– Você é um doce... E é jovem. – A ruiva deu-lhe um beijo singelo no rosto. - Mas, nós dois sabemos que somos diferentes demais. Diferentes o bastante para não dar certo. – Com isso dito, a ruiva seguiu seu caminho, deixando o jovem James para trás atordoado.

De longe, Rogers observava tudo atenciosamente. “Essa é a minha garota – pensou o homem quando viu a ruiva “colocar” o detetive em seu devido lugar.” Assim que Natasha saiu, ele encaminhou-se para perto de Bucky que não tinha nenhuma expressão no rosto. O loiro bateu em suas costas e lançou lhe um sorriso debochado no rosto e partiu pelo mesmo caminho que Romanoff percorrera.